Quand Soljenitsyne bouleversait la France et le monde
.
A 89 ans, après avoir été au front pendant la Seconde guerre mondiale, subi les privations du goulag et réchappé à une tumeur développée dans ce même camp, Alexandre Soljenitsyne est mort dimanche. Avec l’Ina, récit d’une vie de dissidence qui a bouleversé la Russie, la France et le monde.
[Dos Caminhos da Memória]
.
Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
terça-feira, agosto 5
segunda-feira, agosto 4
A BARRA DA CULATRA
Nesta espécie de despique A Defesa de Faro apresenta imagens da “Barra da Culatra”. [Clique nas imagens para ampliar.]
.
UM LUGAR DO OUTRO MUNDO
Bruno Barbey - Near the Town of Faro. Gipsy family
De regresso temporário, antes de nova partida, alimentarei aos soluços esta pequena estrada de comunicação. Ainda não foram concluídas as visitas, nem atingidos os mínimos de recuperação (de quê?), talvez do cansaço de permanência no mesmo lugar. As línguas de areia na ponta mais longínqua da ilha da Culatra são um paraíso na terra. Um lugar do outro mundo. Chega-se lá de barco particular e as areias movem-se com as marés não permitindo, graças a Deus, a ocupação permanente pelo homem predador da natureza. Olhando a serra algarvia, que se desnuda a norte, pensei nas gerações dos meus antepassados que de lá olharam este mar de delícias mas raramente provaram, fisicamente, da sua formosura. Contrastes ...
.
sábado, agosto 2
MEMÓRIA DA MINHA CIDADE
Uma cidade é a memória viva das suas gentes. Por estes dias revisito a cidade de Faro, ao sul do Sul, calcorreando lugares, revendo famílias, amigos e confrontando-me com memórias. No coração da cidade, frente à antiga “travessa dos surradores” na qual, noutro tempo, suponho, o pelo das bestas era limpo e alisado, sobreviveu uma marca do passado político que também foi o meu.
Deve ser uma das últimas reminiscências da acção dos “pintores de parede” que, no ano quente de 1975, desenharam o símbolo feminil do MES que sobreviveu a todas as limpezas, a todas as tentativas de destruição do centro comercial de Faro – a Rua de Santo António – que se mantém acesa, qual luz bruxuleante, desvanecida, mas viva, como diria o poeta, memória que, apesar de todas as vicissitudes, me conforta.
.
.
segunda-feira, julho 28
HARTZ
A Revista Digital Española de Poesía HARTZ, dirigida por RENÉ LETONA, reservou-me uma surpresa agradável. Na secção OTRAS APARICIONES surge uma breve, e simpática, resenha do meu livro artesanal “Primeiros Poemas”, realizado em parceria com a Isabel Espinheira. Os meus agradecimentos.
.
PS NA FRENTE - APESAR DA CRISE
PS volta a subir nas intenções de voto
Depois de em Maio o PS ter caído para os valores mais baixos desde as últimas eleições legislativas, o Barómetro Político Marktest mostra em Julho uma nova subida das intenções de voto neste partido
[Uma sondagem da Católica, de meados de Julho, face-a-face, com base numa amostra maior, dava o PS com 40% e o PSD com 32%. Em qualquer caso, mesmo navegando por mares encapelados, o PS surge, em todas as sondagens, na frente. Pode perguntar-se: isto serve para quê? Para o mesmo que servem todas as sondagens: medir a temperatura do eleitorado e condicionar as expectativas. Se desse o resultado contrário, ou seja, o PSD à frente, a Dra. Manuela Ferreira Leite, embora a contra gosto, soltaria um ai!]
.
domingo, julho 27
ATÉ QUANDO ABUSARÁS DA NOSSA PACIÊNCIA?
Este período de férias tem sempre este ingrediente requentado das diatribes do Dr. Alberto João Jardim. Mas este ano o dignitário da Madeira pode ser questionado acerca das razões pelas quais não se candidatou à liderança do PSD – nacional. Já quase toda a gente se esqueceu que, recentemente, tiveram lugar eleições para os órgãos dirigentes do PSD. Jardim posicionou-se para ser “empurrado” para a liderança do PSD (nacional) mas ninguém, do topo à base, se entusiasmou com a ideia. Foi uma pena. Jardim bem merecia ser alcandorado à liderança do PSD. Seria a última oportunidade de se sujeitar ao sufrágio popular, em eleições livres, democráticas e nacionais, recebendo, ao fim de mais de trinta anos, de forma civilizada, a resposta aos insultos que, impunemente, profere contra a democracia que o alimenta.
.
sábado, julho 26
CAMUS - a fidelidade
Não se pode dizer que já não há piedade, não, deuses do céu, nós não cessámos de falar nela. Simplesmente, já não se absolve ninguém. Sobre a inocência morta pululam os juízes, os juízes de todas as raças, os de Cristo e os do Anticristo, que são, aliás, os mesmos, reconciliados no «desconforto».
Aquele que adere a uma lei não teme o julgamento que o reinstala numa ordem em que crê. Mas o maior dos tormentos humanos é ser julgado sem lei. Nós vivemos, porém, neste tormento.
Uma pessoa das minhas relações dividia os seres em três categorias: os que preferem não ter nada que esconder a serem obrigados a mentir, os que preferem mentir a não ter nada que esconder e, finalmente, os que amam ao mesmo tempo a mentira e o segredo. Deixo à sua escolha o compartimento que me convém.
Que importa, no fim de contas? As mentiras não conduzem finalmente à via da verdade? E as minhas histórias, verdadeiras ou falsas, não tenderão todas para o mesmo fim, não terão o mesmo sentido? Que importa, então, que sejam verdadeiras ou falsas se, nos dois casos, são significativas do que fui e do que sou?
Camus - A Queda (Sublinhados de Ana Alves) in Cadernos de Camus
[Um amigo, através de mensagem electrónica, dizia-me, a propósito do meu post 4000, atraiçoado pelo teclado, preparado para uma língua outra: E obra! Forca, forca camarada Graca! Venham mais 5…mil posts! Grande abraço. Calculo que produzir 5000 postas demorasse, ao meu ritmo, mais de cinco anos e o que posso prometer, por ora, é diminuir o ritmo de produção por uma simples e prosaica razão: férias. Como não sou fundamentalista de nenhuma causa não carregarei um portátil às costas por todos os lugares da peregrinação pela nossa terra. Além do mais preciso de ler, caso contrário desaprenderei de escrever!]
.
sexta-feira, julho 25
CURSO DE MEDICINA NO ALGARVE
Nubar Alexanian
Um dia, ao jantar, ainda recentemente, um médico amigo deu-se ao trabalho de me explicar o processo de blindagem do acesso aos cursos de medicina. Trata-se, em breves palavras, de pura usurpação do poder por uma corporação ou, ainda mais fininho, por uma geração dentro dessa corporação. A manobra tem contornos dantescos, como tantas outras que ocorrem no nosso país, grotescos e irreais. Mas que existem, existem … Mariano Gago qualifica a situação a que se chegou de irresponsabilidade social: uma elite de médicos, estabelecidos na praça, com as suas ligações em rede, amarrando todos poderes, “secou” o acesso aos cursos de medicina. A ponta do iceberg, que todos podemos observar, em todo o esplendor, são as notas de acesso aos cursos de medicina que podem catrapiscar por aqui. Apesar das evidências do disparate, a roçar as raias do criminoso, a abertura de um curso de medicina na Universidade do Algarve, suscita vagas de comentários desprimorosos, ou mesmo insultuosos, comprovando a força social da corporação, ou de alguns dos seus ilustres membros, que mesmo com os pés para a cova, movem o céu e a terra para manterem a coutada protegida de intrusos que lhes estraguem o negócio. Talvez viesse a propósito ouvir uma palavrinha de Sua Excelência o Senhor Presidente da República acerca do tema. É muito simples: apoia Sua Excelência a expansão da oferta de vagas nos cursos de medicina? Apoia a abertura de um novo curso de medicina na universidade da sua região de origem?
Um dia, ao jantar, ainda recentemente, um médico amigo deu-se ao trabalho de me explicar o processo de blindagem do acesso aos cursos de medicina. Trata-se, em breves palavras, de pura usurpação do poder por uma corporação ou, ainda mais fininho, por uma geração dentro dessa corporação. A manobra tem contornos dantescos, como tantas outras que ocorrem no nosso país, grotescos e irreais. Mas que existem, existem … Mariano Gago qualifica a situação a que se chegou de irresponsabilidade social: uma elite de médicos, estabelecidos na praça, com as suas ligações em rede, amarrando todos poderes, “secou” o acesso aos cursos de medicina. A ponta do iceberg, que todos podemos observar, em todo o esplendor, são as notas de acesso aos cursos de medicina que podem catrapiscar por aqui. Apesar das evidências do disparate, a roçar as raias do criminoso, a abertura de um curso de medicina na Universidade do Algarve, suscita vagas de comentários desprimorosos, ou mesmo insultuosos, comprovando a força social da corporação, ou de alguns dos seus ilustres membros, que mesmo com os pés para a cova, movem o céu e a terra para manterem a coutada protegida de intrusos que lhes estraguem o negócio. Talvez viesse a propósito ouvir uma palavrinha de Sua Excelência o Senhor Presidente da República acerca do tema. É muito simples: apoia Sua Excelência a expansão da oferta de vagas nos cursos de medicina? Apoia a abertura de um novo curso de medicina na universidade da sua região de origem?
.
Generación Y
Aterrizaje forzoso a propósito das comemorações do 26 de Julho, em Cuba, por Yoani Sanchez. O ano passado, por esta data, eu estava lá ...
.
quarta-feira, julho 23
COMBUSTÍVEIS - SEGURAMENTE MAIS PESADOS
Hoje ainda é quarta-feira, 23 de Julho, mesmo no final, véspera de um período tradicional de férias. Salvo uma gasolineira que fez uma baixa simbólica dos preços dos combustíveis todas as outras arrastam os pés mantendo-os ao nível que resultou da escalada dos preços do crude nos mercados internacionais. Conheço razoavelmente, por formação académica, a lei da oferta e da procura, as regras dos mercados, a função dos reguladores, modelos de formação de preços, os conceitos de monopólio, oligopólio e por afora. Em tempos gerou-se, entre os consumidores, um movimento inorgânico de repulsa pelo aumento galopante do preço dos combustíveis.
O consumidor final em sentido geral – cidadão ou empresa – recebeu um forte incentivo à abstenção do consumo pelo efeito preço. É um princípio básico: o preço de um bem aumenta o consumo do mesmo retrai-se. No caso dos hidrocarbonetos – gasolina e gasóleo, para o que nos interessa considerar – o aumento do preço no consumidor final resulta do aumento do preço a montante.
Os produtores, e todos os intervenientes do processo de transformação e comercialização do crude, incluindo especuladores, aumentaram os preços, e as suas vantagens, o que se repercutiu no preço do produto final. O consumidor protesta porque precisa de continuar a consumir, e resiste a alocar a esse consumo uma quota mais elevada do seu rendimento disponível ou, no caso de ser empresa, luta por atenuar a erosão das suas margens. Pressupondo, claro está, que o consumidor quer continuar a consumir por inércia ou pura necessidade de assegurar, por sobrevivência, a continuidade do seu negócio. Não esqueçamos a intervenção do governo que criou, sob a forte pressão de um ou outro lobby organizado, distorções à lógica de mercado.
Onde eu quero chegar é, obviamente, ao movimento que se gera quando o preço cai no produtor como tem acontecido nas últimas seis semanas. Segundo todos os dados disponíveis o mercado, neste caso, deixa de servir para justificar a lógica de fixação dos preços ao consumidor final o que não deixa de ser um fenómeno espantoso. Porque razões, quando caiem os preços do crude no mercado internacional, não caiem os preços dos mesmíssimos produtos no consumidor final? E porque razões ninguém protesta?
As grandes gasolineiras inventam, neste caso, mil e um argumentos para não descer os preços torneando a lógica de mercado. Mas para os subir invocaram o mercado, ou seja, o aumento dos preços nos mercados internacionais do crude. A autoridade reguladora da concorrência está calada que nem um rato. O governo reza pela baixa por puras razões de macro economia: o consumidor que se abstenha de consumir ou que pague o preço da época da carestia. Os agentes económicos – ou parte deles - já foram satisfeitos pela intervenção do governo através de benefícios especiais (transportadores, por ex.) ou liberalização dos preços dos serviços cobrados aos clientes (táxis, por ex.). O que não se entende é onde está o funcionamento do mercado que parece nunca existir em benefício dos consumidores!
.
NAIDE GOMES - 7,04
Gomes the star as Europe sweeps the jumps in Stockholm
Posso estar enganado mas não vi uma única imagem animada deste salto em comprimento de Naide Gomes que, com 7,04 metros, passa a ser recorde nacional e iguala a melhor marca mundial do ano. Pormenores!
Posso estar enganado mas não vi uma única imagem animada deste salto em comprimento de Naide Gomes que, com 7,04 metros, passa a ser recorde nacional e iguala a melhor marca mundial do ano. Pormenores!
.
terça-feira, julho 22
4000
Esta é a posta nº 4000. Não se trata de uma celebração mas de um número redondo. Este blogue vai a caminho dos cinco anos de vida, é construído à unha, não tem fins mercantis, (aliás nunca recebi um cêntimo pela minha actividade de escriba); sou amador assumido; um optimista da vontade. A principal razão da persistência deste blogue, além do prazer que me dá construí-lo, é, simplesmente, a comunicação: saber que do outro lado está alguém que nos escuta, uma espécie de nova família alargada, uma comunidade, com a qual se ensaia a partilha de um espaço público reinventado. Ter como certo que o futuro não espera por nós….
Aproveito para revelar alguns dos meus blogues de culto que não figuram na lista de favoritos da direita (salvo seja!), e ainda uma fotografia, revelando a minha face, contra os anónimos, marchar, marchar! …
A Natureza do Mal; BibliOdyssey; Auto-retrato; CALEIDOSCOPIO; Da Literatura ; Margens de erro; O jumento; Só Maria; E DEUS CRIOU A MULHER.
.
segunda-feira, julho 21
O PECADO NA BRASILEIRA
Pelo menos no tempo de aulas, frequentando o Liceu e morando na Rua de Santo António, eu entrava na Brasileira quase todos os dias. Na descida no caminho de casa no tempo do calor – e o tempo do calor durava muito tempo – entrava na Brasileira, passava pelo balcão, tomava na mão um copo de água fresca dos que repousavam em cima de uma bandeja, bebia-a sofregamente e desandava. Lembro-me do ambiente como se fosse hoje: dos empregados, do patrão, do ar fresco do interior, pelo menos para mim, e do fascínio dos gelados que não eram para comer a toda a hora, nem sequer todos os dias, mas somente nos dias de festa. Foi na Brasileira que, pela primeira vez, de forma vibrante, senti um revés na minha formação católica. Após uma cerimónia na Sé – não sei se o crisma se a comunhão solene – transgredi com as regras que me haviam, dolorosamente, sido ensinadas. Escapei-me sozinho – não sei porquê – dirigi-me à Brasileira e não resisti: comi o gelado que não deveria ter comido e assumi o sentimento de culpa que guardei bem guardado. A verdade é que, no momento, me reconciliei com a vida terrena caindo numa das suas armadilhas.
.
Ciganos lançam ultimato
Ferdinando Scianna
Este processo mistura todas as vicissitudes dos processos de realojamento (vindos dos anos 80/90), questiona os princípios clássicos da integração social (tão caros à esquerda) e faz emergir as questões da criminalidade e segurança pública (transversal a todos os estratos sociais). Começa a dar a imagem de uma questão mal enquadrada pelas autoridades que pode vir a criar um problema de proporções imprevisíveis. Espera-se que não tenha que ser o primeiro-ministro a lançar mão à resolução do problema que se não compadece com simplificações administrativas pois não é tolerável que qualquer parte do território nacional não seja livre de ser frequentado, e habitado, por qualquer cidadão seja qual for o seu estrato social, etnia ou estado de alma.
Este processo mistura todas as vicissitudes dos processos de realojamento (vindos dos anos 80/90), questiona os princípios clássicos da integração social (tão caros à esquerda) e faz emergir as questões da criminalidade e segurança pública (transversal a todos os estratos sociais). Começa a dar a imagem de uma questão mal enquadrada pelas autoridades que pode vir a criar um problema de proporções imprevisíveis. Espera-se que não tenha que ser o primeiro-ministro a lançar mão à resolução do problema que se não compadece com simplificações administrativas pois não é tolerável que qualquer parte do território nacional não seja livre de ser frequentado, e habitado, por qualquer cidadão seja qual for o seu estrato social, etnia ou estado de alma.
.
Subscrever:
Mensagens (Atom)