domingo, novembro 23

A CRISE

Bartek Pogoda

A crise do capitalismo financeiro agudiza-se. A chamada economia de casino parece nas últimas e tudo isto na véspera das eleições presidenciais americanas. Qual a solução? Uma guerra? Uma entrada do Estado na economia? Um reforço drástico do seu papel regulador? Mas como alimentar de recursos financeiros uma economia que deixou de se alimentar, na sua maior fatia, dos chamados bens transaccionáveis?

16/9/2008
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sábado, novembro 22

CACOS


Ontem o PS gaulês afundou-se ainda mais no caos. Que, ao menos, sirva de lição para os socialistas portugueses. Ao conferir as notícias nacionais a minha atenção foi atraída para a data do encontro de Dias Loureiro com o administrador do Banco de Portugal?! Abril de 2002! Mas se a reunião, conforme outra notícia, se realizou em Abril de 2005 não deixa de ser, igualmente, interessante.
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sexta-feira, novembro 21

OBAMA - TODAS AS ESPERANÇAS E RISCOS


Paolo Pellegrin - Obama's election night rally in Grant park, Chicago. USA

Paira por toda a Europa um ambiente de crise – na economia e nos valores – que pronuncia um futuro pouco radioso para a democracia, para a paz e a liberdade. Os sinais são muito fortes e não se circunscrevem às questões do regime democrático e da crise dos partidos que são a sua razão de ser. Voltaram as perseguições a minorias étnicas – como a cigana – eclodem fenómenos de racismo que já ultrapassam o pitoresco da anedota para se erguerem ao nível do discurso político oficial. Os próximos tempos são decisivos para saber até que ponto esta é uma situação reversível ou se vai crescer em espiral com o avanço da direita e extrema-direita. Uma boa notícia poderá ser a vitória de Obama nas presidenciais americanas. Tornaria, além do mais, embaraçosa a situação de muitos líderes políticos europeus nas recepções ao Presidente americano. O líder da maior potência mundial, pela primeira vez na história, seria um negro e aquela parte da Europa xenófoba e racista, que alcançou o poder, ter-lhe-ia que prestar honras de estado. Suprema ironia! A ver se não o assassinam antes que essa lição possa ser ministrada!

18/5/2008

Ségolène Royal

SEGUNDA VOLTA NAS ELEIÇÕES PARA A ESCOLHA DA 1ª SECRETÁRIA DO PS EM FRANÇA. Ségolène Royal venceu, hoje, na primeira volta e é favorita. Em qualquer caso é certo que os socialistas franceses terão, nos próximos tempos, uma mulher como primeira figura.
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quinta-feira, novembro 20

DEMOCRACIA OU DITADURA

Há quem se afadigue no campo socialista a fazer o combate pedagógico pela destrinça entre o programa, e as políticas, dos socialistas e o programa, e as politicas, dos partidos ditos à sua esquerda. É uma perda de tempo. Essa destrinça já está feita há muito tempo pela história e qualquer cidadão de bom senso a entende. Mas se querem uma achega acho que a raiz da destrinça foi exposta, de forma brutal, pela Dra. Manuela Ferreira Leite: DEMOCRACIA OU DITADURA?
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terça-feira, novembro 18

PÉROLAS DA DRA. MANUELA

Defendendo a ideia de que não se deve tentar fazer reformas contra as classes profissionais, Manuela Ferreira Leite declarou: "Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia...".

Toda a gente vai glosar (gozar) esta tirada de Manuela Ferreira Leite, que tem a seu favor a interpretação de tentar fazer ironia com uma certa falta de jeito. Mas o problemas dos líderes políticos é serem líderes políticos e, nessa condição, as suas declarações assumirem um alcance que ultrapassa a mera conversa de circunstância à mesa do café.

Olhem no que acabei de receber da Guida depois de ouvir a senhora:

Santa Madonna per Carita…A Manuela F Leite é mesmo a Gertrudes, filha de Marcelo Caetano. ah ah ah Agora pede seis meses sem democracia para se fazerem reformas. Ahahahah Volta Ex líder do PSD (não me lembro o nome) tu estás perdoado. Aí Aí Aí …. Hihihihi Não dá para acreditar, mas é verdade. Mas o que é que se passará com o PSD? Andam a consumir as drogas comercializadas pela clak do Benfica ahahhha. Eu não acredito mas eu ouvi. [Há aqui um pequeno engano: A dona Gertrudes Thomaz começou por ser a esposa do ministro da Marinha, mais tarde, Presidente da República Américo Thomaz, o que para o caso tanto dá!]

Hoje a Dra. Manuela já não se poderá queixar de ser 14ª notícia no telejornal, ah, ah, ah …
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Sem margem para dúvidas ... Pois, também me parece ...
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segunda-feira, novembro 17

JOÃO MARTINS PEREIRA

Em memória de João Martins Pereira,

Através do Almanaque Republicano e de Rui Bebiano, aqui e aqui. E aqui também. Reproduzo um comentário acerca da sua condição de fundador do MES: O assunto não tem importância alguma nem tenho aspirações a ser historiador do MES. Ao longo dos últimos tempos tinha-me interrogado acerca do João Martins Pereira, que seria feito dele, pois a sua marca na esquerda, não alinhada com qualquer ortodoxia, foi forte e não o esqueci. Mas tenho quase a certeza que ele não foi fundador do MES. Pertencia aquele magna dos não alinhados da esquerda que, em parte, se encontraram no MES por mais ou menos tempo. Mas não há registo, que eu conheça, onde conste o seu nome, nem me lembro da sua participação nas anárquicas actividades fundadoras do MES. Mas se for verdade o que afirmo tenho pena!
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domingo, novembro 16

ELEITORALISMO (II)


A recente posição de Manuel Alegre vem reforçar, salvo qualquer desenvolvimento inesperado, o contrário do que o próprio Alegre afirma, pelo menos, num ponto: “o partido [PS] neste momento é uma máquina eleitoral…”. Se o PS, como máquina eleitoral, arrisca a dissidência de Alegre das duas uma: ou não é máquina eleitoral ou Alegre se tornou prejudicial a que funcione com eficiência. É a questão do eleitoralismo! O segredo deste mistério será desvendado com o resultado das próximas eleições e até, quem sabe, com a composição das próprias listas do PS. É que, Alegre sabe-o melhor do que ninguém, a esquerda move-se … e as ideias também!
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sábado, novembro 15

CIMEIRAS

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NOTÍCIAS NA OBSCURIDADE

Nunca ninguém liga coisa nenhuma aos nossos homens e mulheres de teatro. Nascem, fazem carreira, morrem, ponto final. Um dia destes fiquei a saber, pelo Joaquim Nogueira, que o Carlos Porto tinha morrido. Ontem soube que morreu o Pedro Pinheiro. O que são estes acontecimentos para lutar ombro a ombro com as notícias de escândalos e violências!

ISLÂNDIA

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ACIMA DA LINHA DE ÁGUA

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sexta-feira, novembro 14

ELEITORALISMO

Katie Baum

Um aspecto muito interessante, e silenciado, da situação politica lusa é não se falar em eleitoralismo do governo nem do partido que o suporta. Ao longo do tempo desta legislatura sempre assomou à boca dos críticos do governo – afinal, de uma forma ou outra, todos somos críticos dos governos – que lá para as proximidades do final da legislatura o governo se entregaria ao habitual desprezo pelos compromissos assumidos e se lançaria nos braços das promessas fáceis. É a consagrada época de abertura da caça ao voto. Mas, afinal, nada! Numa área tão crucial como a educação, transversal a toda a sociedade, o governo, pela boca de todos os seus responsáveis, incluindo o primeiro-ministro declara, apesar dos riscos de impopularidade, manter as politicas traçadas desde o início. Aconteça o que acontecer, nos próximos meses, já estamos a assistir a algo de novo na política em Portugal.
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quarta-feira, novembro 12

BRAVO CARLA

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MES - Os dirigentes eleitos no II Congresso (II)


No contexto político em que foi realizado o II Congresso do MES, na ressaca do 25 de Novembro de 1975, não admira que a designação adoptada para a estrutura dirigente eleita fosse a de Comité Central, decalcada dos partidos comunistas, o que nunca antes havia acontecido. A sua composição, por outro lado, aproximou-se da representação nacional, reivindicação antiga das “bases” e, curiosamente, como sempre aconteceu, não contou com a participação de uma única mulher.

Atenho-me, nesta abordagem, à composição dos órgãos dirigentes do MES permitindo, no período que decorreu entre o II e III Congresso, observar um processo de depuração cujas razões políticas não abordo neste momento.

Eis a composição do Comité Central, e da Comissão Política, órgãos saídos do II Congresso, com as datas das respectivas eleições e a evolução da composição da Comissão Politica e do Secretariado, que resultaram das lutas internas que ocorreram desde o II até às vésperas do III Congresso.
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COMITÉ CENTRAL

João Mário Anjos *, Marcolino Abrantes *, Afonso de Barros *, Manuel Luís Brito (Coordenadora Regional de Viana), António Caetano (SORBA - Secretariado da Organização Regional do Baixo Alentejo), Celso Cruzeiro *, Francisco Cordovil - suplente - (SORL - Secretariado da Organização Regional de Lisboa), Valter Diogo (Núcleo de Castelo Branco), Francisco Farrica *, Eduardo Graça *, Rogério de Jesus *, Alberto Martins (SORP - Secretariado da Organização Regional do Porto), António Mil-Homens (Coordenadora Militar), António Moreira (SORBA), Augusto Mateus *, Carlos Mendonça (SORBL - Secretariado da Organização Regional da Beira Litoral), Edilberto Moço *, Fernando Ribeiro Mendes *, Luís Martins *, António Pires (SORBA), Eduardo Pontes (Núcleo do Açores), Manuel Pires (SORL), Nuno Teotónio Pereira *, Agostinho Roseta - suplente (Célula do Sindicato dos Têxteis - ORL), Agostinho Rafael (SORP), Cândido Rana (ORL - Célula Petroquímica), Eduardo Ferro Rodrigues *, Jacinto Rodrigues (SORP), José Manuel Raimundo - suplente (Núcleo de Faro), António Cortes Simões - suplente (SORBA), António Moreira dos Santos (Núcleo de São João da Madeira), Fernando de Sousa (SORBL), Vítor Silva *, Carlos Vargas (Núcleo de Faro), Vítor Wengorovius *.

(A lógica da ordenação dos nomes é indecifrável mas é a que consta do documento que tenho na minha posse. Assinalam-se as estruturas de origem de cada um dos eleitos, sendo assinalados com * aqueles que provinham da CPN -Comissão Política Nacional, eleita no I Congresso).

COMISSÃO POLÍTICA DO COMITÉ CENTRAL *

Marcolino Abrantes, Afonso de Barros, Francisco Farrica, Eduardo Graça, Rogério de Jesus, Alberto Martins, Augusto Mateus, Fernando Ribeiro Mendes, Manuel Pires, Nuno Teotónio Pereira, Eduardo Ferro Rodrigues. (* Eleita em 21 de Fevereiro de 1976 na 1ª Reunião Ordinária do C.C.)

Em 3 e 4 de Julho de 1976, na 5ª Reunião ordinária do CC, foi eleita uma nova Comissão Politica e, pela primeira vez, o Secretariado do C.C, com a seguinte composição:

COMISSÃO POLÍTICA:

Afonso de Barros, Francisco Cordovil, Eduardo Graça, Rogério de Jesus, Alberto Martins, António Mil-Homens, Augusto Mateus, Carlos Mendonça, Fernando Ribeiro Mendes, Nuno Teotónio Pereira, Vítor Silva. (Sublinho os nomes que permaneceram da anterior CP sendo que, em Janeiro de 77, José Manuel Raimundo substituiu Rogério de Jesus.)

SECRETARIADO:

Afonso de Barros, Eduardo Graça, António Mil-Homens, Augusto Mateus e Nuno Teotónio Pereira. (Francisco Farrica substituiu Afonso de Barros, em Novembro de 76 e Fernando Ribeiro Mendes substituiu António Mil-Homens, em Janeiro de 77).

Em 7 e 8 de Abril (ou Maio) de 1977, na 6ª Reunião Extraordinária (15ª Ordinária) do C. C., foi eleita uma nova Comissão Política e um novo Secretariado:

COMISSÃO POLÍTICA:

Manuel Luís Brito, António Caetano, Francisco Cordovil, Francisco Farrica, António Mil-Homens, Augusto Mateus, Eduardo Pontes, Nuno Teotónio Pereira, António Cortes Simões, Fernando de Sousa, Vítor Wengorovius. (Sublinho os únicos dois nomes que, entre 21 de Fevereiro de 1976 a 8 de Abril (ou Maio) de 1977, integraram todas as sucessivas Comissões Políticas.)

SECRETARIADO:

Francisco Cordovil, António Mil-Homens, Augusto Mateus, Eduardo Pontes e Nuno Teotónio Pereira.

É assinalável o facto de, entre Fevereiro de 1976 e o verão de 1977, se terem afastado da Comissão Política, entre outros: Afonso de Barros, Eduardo Ferro Rodrigues, Eduardo Graça, Alberto Martins e Fernando Ribeiro Mendes.

Um dia, se não me faltar tempo, e vontade, voltarei à abordagem das vicissitudes políticas deste período conturbado da vida do MES.
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terça-feira, novembro 11

JUSTIÇA(S)

Scarlett Johansson

Um dia destes passei uma manhã no tribunal para testemunhar a propósito de um crime daqueles de pequena criminalidade. Nunca tinha visto, ao vivo, chegarem à sala de audiência presos algemados. Guardas prisionais, aparentemente cordatos, fardados a rigor. Silêncio, ordem e respeito nas relações entre os diversos intervenientes. Um mundo aparte com as suas regras e compromissos. Juízes, advogados, oficiais de justiça, arguidos e testemunhas cruzando-se nos intervalos das audiências. Mau grado todas as críticas, dúvidas, ressentimentos e atrasos, quiçá injustiças relativas, é sempre preferível a justiça do tribunal à “justiça mediática”, às ordens da “voz da rua”.
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