Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
sábado, julho 1
MUDANÇA
E de súbito os nossos OCS ocupam os tempos de antena com longos trabalhos acerca da politica internacional e enternecedores documentários versando assuntos comuns. Algo mudou, ou seja, a comunidade não mordeu o isco e foi decretada uma trégua que nos deverá levar até às eleições europeias de junho de 2024. A ver ...
quarta-feira, junho 28
BCE
Vou voltar a publicar uma coisa muito crua. Não confio nos gestores da banca. Desconfiança que não é de agora apesar da minha formação académica de base ser, imaginem, em finanças. Apreciei uma afirmação do PR que, tempos atrás, disse que duvida que tenham aprendido com as lições do passado recente. É da sua natureza nunca aprenderem desde que foram possuídos pela fúria ultra liberal ostentatória (ler Francisco - o Papa). Apresentam-se como os donos de riquezas que não são suas mas de quem lhes confia as poupanças. Falta-lhes modéstia e sentido de serviços em favor do bem comum e dos mais desfavorecidos - no caso da banca pública - e de verdadeira responsabilidade social no caso da banca privada. Ninguém tem coragem de lhes fazer frente e gabam-se das mentiras que sabem, pagando, fazer passar por verdades. De tempos a tempos os impostos vergam-se à sua falta de escrúpulos, e eles sabem. O BCE é o altar da narrativa anti trabalhista - os pobres que paguem a crise - proclamada sem contemplações nem pudor.
segunda-feira, junho 26
GUERRA
Ainda há quem não tenha percebido que Putin é um baluarte arquiinimigo da democracia - aquela fórmula politica que assenta na liberdade de associação dos cidaddãos e no voto livre para a escolha dos governos - tendo sabotado os processos eleitorais que levaram Trump e Bolsonaro ao poder, os partidos de extrema direita a lá chegar em Itália assim como noutros países da UE e ao sucesso do Brexit, por exemplo, do que é público e notório. Chegou a hora de Putin, enfraquecido pelas disputas internas, prosseguir a luta contra a democraccia por outros meios - a força das armas. Não creio que o sonho de Putin seja somente a conquista da Ucrânia mas também de imediato, ou a médio prazo, de outros países numa guerra de conquista à antiga mas com a proteção da chantagem nuclear. Este argumento parece muito simplista mas veremos até onde chegará na pressecussão do seu sonho imperial. Estamos neste preciso momento a viver acontecimentos que ameaçam desembocar numa guerra mundial, nuclear, com efeitos que é dificil imaginar. Os interlocotores de que se fala para interceder a favor da paz neste conflito têm todos, quase sem exceção, um passado, e presente, de belicismo imperial, cada um à sua escala, que torna a paz assim como um negócio em que todos calculam mais que tudo buscar o máximo lucro. Nem quero imaginar os bastidoras das negociações em curso ...
domingo, junho 25
sábado, junho 24
RÚSSIA
Conhecemos alguma coisa da história da Europa e das guerras travadas no passado. Sabemos que a Rússia não é conquistável pois é um continente, a que corresponde uma potência continental; nem Napoleão nem Hitler, apesar de terem tentado foram capazes de ocupar a Rússia. Mas hoje em dia a questão é outra: a Rússia, após as vicissitudes da queda da URSS, mostra vontade de reconquistar os territórios perdidos que na sua grande maioria correspondem a Nações com sua história própria, várias vezes retalhadas e invadidas por potências imperiais. Não há guerra que não termine com um tratado de paz. Não há paz que não seja negociada. Todos o sabemos. Mas antes da paz a guerra destrói e mata os justos. Encobre negócios milionários e ideologias. Para mim é suficiente saber onde está a predominância da democracia e da liberdade para escolher o meu campo, tanto dá ser a ocidente como a oriente, a leste ou a oeste. Hoje, aqui e agora, o meu campo está a ocidente pois apesar de todos os defeitos das democracias liberais elas são garantia maior da liberdade de escolha, da plena expressão do pensamento e da inicitiva livre dos cidadãos, sem donos nem tutelas. Por tudo uma guerra pode justificar-se para salvar a liberdade contra os arautos das virtudes das tiranias. Essa guerra hoje, com todas as suas consequências, sendo urgente escolher, é contra a Rússia até que mude de rumo ou caso persista até ser levada de vencida
sexta-feira, junho 23
CALOR
Calor abrasador. Quando sinto este bafo quente na rua, em lisboa, sei que podem arder os campos de arvoredo por esse país fora. Além do desastre da destruição da natureza, seja qual for a sua estrutura física, os incêndios florestais põem a nu a pobreza que a longura dos campos, por vezes tão perto das cidades, em vão dá a ilusão de esconder. O desastre situa-se de ambos os lados da barricada, tal como nas guerras, pois um incêndio, afinal, não é mais do que uma batalha perdida de que sobram os escombros que o tempo removerá. Nem todos podemos ter acesso direto ao inferno na terra, nem sequer a encarar o diabo feito labareda vociferante. Como já tem sido dito, e escrito, por quem sabe o país paga, com regular falta de parcimónia, o preço pelo desprezo a que vota o tempo e pela gula endeusada do sucesso (lucro) imediato. Haja saúde!
quarta-feira, junho 21
SOLSTÍCIO DE VERÃO
O solstício de verão ocorreu hoje, dia 21 de junho. O dia mais longo do ano carregado de simbolismo que se perde na profundidade do tempo. Caminhamos sobre uma pelicula fina que separa uma civilização fundada nos valores da liberdade, da democracia e da paz e uma deriva populista que, se não for travada a tempo, nos conduzirá para a tirania e a guerra. Os homens, no tempo que é o seu, cada um individualmente considerado, e todos, enquanto comunidade, são os responsáveis pela escolha do modelo de sociedade em que querem viver.
Fotografia de Hélder Gonçalves
terça-feira, junho 20
FUTEBOL II
Ao amante do futebol é muito dificil suportar a sensação de manipulação da informação acerca de assuntos do futebol. E ainda mais quando crescem os indícios de as fontes estarem contaminadas por redes criminosas.
domingo, junho 18
FUTEBOL
Gosto muito de futebol, do jogo pelo jogo e nada do que se passa fora do jogo. O futebol parece ter-se transformado num veiculo que, de forma paradoxal, legitima a propaganda de alguns métodos da criminalidade pura que, noutros domínios da vida em sociedade, é perseguida, de forma implacável, em nome da justiça.
terça-feira, junho 13
FERNANDO PESSOA - NASCIDO EM 13 JUNHO 1888
“Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos. Atingirás assim o ponto supremo da abstenção sonhadora, onde os sentidos se mesclam, os sentimentos se extravasam, as ideias se interpenetram. Assim como as cores e os sons sabem uns a outros, os ódios sabem a amores, e as coisas concretas a abstractas, e as abstractas a concretas. Quebram-se os laços que, ao mesmo tempo que ligavam tudo, separavam tudo, isolando cada elemento. Tudo se funde e confunde.” “Livro do Desassossego” – Fernando Pessoa, aliás, Bernardo Soares, Ajudante de Guarda-Livros na Cidade de Lisboa
segunda-feira, junho 12
PR
Se bem entendi as declarações do PR acerca da manifestação dos professores em Peso da Régua vão no sentido da desvalorização da gravidade do acontecimento. Trata-se de uma manifestação racista (não intereesa o número de manifestantes) que não sendo condenada é incentivada. O PR atua na mesma linha de declarações passadas quando desvalorizou os crimes de assédio sexual praticados por membros igreja católica (suponho que também uma minoria). O PR parece um pouco confuso na compaginação da função com as suas convições profundas. A acompanhar os próximos episódios...
SUMAR
"Agustín Santos Maraver, embajador de España ante la ONU, será el número dos de Yolanda Díaz en las listas de Sumar por Madrid." (In El Pais) Por cá inexiste informação credível acera das eleições legislativas de julho em Espanha. A emergência do partido SUMAR, reunindo todos os partidos e forças à esquerda do PSOE, é um fato novo que será determinante para travar a extrema direita. E atenção que é muito redutor apelidar este espaço politico como de extrema esquerda. Veremos.
domingo, junho 11
RACISMO
Um dia faz anos, deve ter sido por volta de 2015, num restaurante pela hora do pós almoço passava na TV reportagem na qual apareceu António Costa. Dois sujeitos ao balcão vociferaram "monhé". Tomei a inicitiva de lhes chamar a atenção que as suas palavras era uma manifestação racista. Ripostaram e ripostei, veio à baila o 25 de abril. No meio da guerra de palavras não sei a razão disse-lhes que no 25 de abril tinha participado como militar. Aí baixaram de tom e desistiram. No dia seguinte percebi a razão. O gerente informou-me que eram policias. Neste dia 10 de junho lembrei-me deste episódio para dizer que há mesmo muitos racistas na nossa sociedade. Talvez levar o racismo ao Conselho de Estado!
sexta-feira, junho 9
ALAIN TOURAINE - RIP
Alain Touraine (n. 1925) é, ao mesmo tempo, um sociólogo do terreno, professor e pensador "com discípulos espalhados pelo mundo", disse, ao apresentá-lo esta quinta-feira, no ICS, Marinús Pires de Lima, seu antigo aluno em Paris, como outros sociólogos portugueses de renome, alguns deles ali na sala.
Tem 23 livros publicados, quatro dos quais de 2005 para cá (o último, Penser Autrement, saiu em Outubro, na Fayard). Vários encontram-se traduzidos em português.
Director da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, desde 1960, professor, entre 1960 e 1969, na Universidade de Paris X - Nanterre, fundador do CADIS (Centro de Análise e de Intervenção Social), a sua obra desenvolve-se em torno da noção de "sociologia da acção", de que o sujeito (indivíduo) é a figura central.
Os grandes objectos de estudo de Touraine, segundo Marinús Pires de Lima, podem dividir-se em quatro períodos: Sociedade do Trabalho, em que pesquisou junto de operários das minas de carvão e da siderurgia, no Chile, e das fábricas da Renault, em França, centrando a sua atenção na sociologia da consciência operária e na sociedade pós-industrial; Maio de 68, queda das ditaduras na Europa, iniciada em Portugal em 1974, e o sindicato Solidariedade, na Polónia, período em que passou a usar o seu "método de intervenção sociológica", que viria a conservar até hoje; o regresso da noção do "actor", central nas pesquisas a que procede, nas quais considera o sujeito o princípio central da acção dos movimentos sociais; e, por fim, o mundo das mulheres.
Apesar de uma atenção constante - e pioneira, nalguns casos - a novos problemas, críticos apontam-lhe uma escassa atenção a questões essenciais, hoje, como, por exemplo, o impacte das novas tecnologias e da globalização na educação e na democracia.
(in Público)
quinta-feira, junho 8
quarta-feira, junho 7
Françoise Gilot - RIP
Um dia dei-me conta que tinha perdido este livro que muito prazer me deu ler. Procurei-o tempos sem fim em alfarrabistas. Por fim um deles foi ao fundo da loja e apareceu-me com o livro da mão. Fiquei feliz.
PESSOA - UMA BIOGRAFIA
Leitura finalizada. Pessoa- uma biografia, de Richard Zenith. As forças e fraquezas de um homem e uma obra fora do comum. Simplesmente uma curiosidade satisfeira.
terça-feira, maio 30
MAIO
Final de maio, o mês das flores, que muitas mãos acariciam - como a minha mãe gostava de rosas - e encantam em todos os canteiros vivos por esse mundo fora. Os homens, a mais das vezes, não são merecedores de apreciar a sua beleza que, para sorte da humanidade inteira, se espraia por fora deles. O mercantilismo, sem principios, tende a matar a justiça, capturando-a, tornando-a parte dos negócios. O desespero de muitos à mingua do pão exige um fortalecimento da justiça para defesa da liberdade. Muito mais além do que um valor abstrato a liberdade merece, tal como as flores, os maiores cuidados. Não como ornamento de uma sociedade injusta mas como garantia de ser possível lutar pela plenitude do exercício dela. A imprensa, em todas as suas formas, exige ser servida por cidadãos livres o que se mostra cada vez mais dificil à nossa observação. E, no tempo presente, o mais perigoso nem são os meios da imprensa tablóides que todos sabem do formato e dos fins que prosseguem, mas dos meios chamados de referência que lutam pelas audiências e cedem, em prol do que julgam ser a sua salvação económica, às facilidades do populismo.
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