Gloria Baker Feinstein
Estes olhos vazios e brilhantes
que na criança se abrem para o mundo.
não amam,
não temem,
não odeiam,
não sabem como a morte existe.
São terríveis.
Porque a vida é isto.
O amor, o medo, o ódio, a mesma morte.
e este desejo de possuir alguém,
os aprendemos. Nunca mais olhamos
com tal vazio dentro das pupilas.
São terríveis.
Porque a vida é isto.
4/5/1963
Jorge de Sena
Estes olhos vazios e brilhantes
que na criança se abrem para o mundo.
não amam,
não temem,
não odeiam,
não sabem como a morte existe.
São terríveis.
Porque a vida é isto.
O amor, o medo, o ódio, a mesma morte.
e este desejo de possuir alguém,
os aprendemos. Nunca mais olhamos
com tal vazio dentro das pupilas.
São terríveis.
Porque a vida é isto.
4/5/1963
Jorge de Sena
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[In “Poesia III” – “Brasil” – selecção de poemas resultante da leitura de Julho de 2007 em Cuba. (16). Este poema é antecedido por um outro, intitulado “Tempo de Chuva”, datado de 25/1/1963, o qual merece uma curiosa nota do autor: “Além de outro interesse que possa ter, este poema tem para mim o de ter sido o primeiro que directamente escrevi à máquina, como daí em diante sempre me aconteceu, a menos que a ocasião não fosse a de a ter ao pé”. Publicado também no Caderno de Poesia.]
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