Hoje, apesar da dor de cabeça, é impossível não escrever algo acerca do Tratado Reformador de Lisboa. Neste dia 13 de Dezembro foi selado um compromisso entre os 27 governos dos países da UE em prol do prosseguimento do projecto europeu que teve inicio em 1957. Falta a fase de ratificação do Tratado por cada um dos países membros e, como seria de esperar, veio à tona a questão do referendo.
Não há neste facto quelquer novidade nem mesmo surpreende a aliança entre as forças políticas que ocupam os extremos de qualquer hemiciclo em prol da realização do referendo. O que surpreende é o facto, por exemplo, da Juventude Socialista ter saído, hoje mesmo, em sua defesa.
Já dei o meu modesto contributo acerca do Tratado e do Referendo em dois artigos de opinião: PORTUGAL NA PRESIDÊNCIA e REFERENDO E TRATADO EUROPEU. Reconheço que a defesa do referendo, reclamado pelo PS no seu programa eleitoral, e também pelo PSD, se tornou num compromisso inconveniente mais por razões dos outros do que de nós mesmos.
Mas seria uma jogada política de mestre se Sócrates, apesar das razões que diz assistirem às dúvidas do Presidente, viesse a propor a realização do referendo, ou seja, cumprisse com o prometido. Difícil? Impossível? Deve ser da febre. Mas sempre me dava a oportunidade de votar: SIM!
Mas caso a opção do Governo socialista seja a da ratificação do Tratado pelo Parlamento então terá que explicar, com detalhe e detença, as razões da quebra do compromisso eleitoral que assumiu perante os portugueses. Não me parece que esta explicação seja politicamente irrelevante. Parece-me mesmo que será muito relevante não tanto como resposta às tomadas de posição do PCP e do BE mas pela credibilidade política do próprio PS enquanto partido de Governo.
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Para quem ainda tenha dúvidas acerca do sucesso da presidência portuguesa da UE vale a pena ler este depoimento qualificado.
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2 comentários:
Só para lhe desejar as melhoras. Qto ao tratado se não houver referendo será mais uma machadada no pequeníssimo crédito que ainda tenho disponível para os políticos.
Se os portugueses nunca foram atidos nem achados para referendar nenhum tratado europeu, porque é que tinham de fazê-lo agora?
De resto, as elites europeias não parecem muito preocupadas com a opinião pública em geral.
Depois, admiram-se que as pessoas não votem!
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