Uma cidade é a memória viva das suas gentes. Por estes dias revisito a cidade de Faro, ao sul do Sul, calcorreando lugares, revendo famílias, amigos e confrontando-me com memórias. No coração da cidade, frente à antiga “travessa dos surradores” na qual, noutro tempo, suponho, o pelo das bestas era limpo e alisado, sobreviveu uma marca do passado político que também foi o meu.
Deve ser uma das últimas reminiscências da acção dos “pintores de parede” que, no ano quente de 1975, desenharam o símbolo feminil do MES que sobreviveu a todas as limpezas, a todas as tentativas de destruição do centro comercial de Faro – a Rua de Santo António – que se mantém acesa, qual luz bruxuleante, desvanecida, mas viva, como diria o poeta, memória que, apesar de todas as vicissitudes, me conforta.
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2 comentários:
Foi obra do Rai,pela certa...e duradoura...
Há pouco escrevi por aí no post do Palácio que só se tem feito disparates nesta cidade, sucintamente, no que diz respeito às pedras históricas.As sucessivas câmaras deste Faro estiveram sempre insensiveis a tal assunto primordial da conservação dos monumentos. De tal modo que desisti e agora falta-me a paciência, até para trabalhar.
Quanto a estas do "mes" haverá 3 maneiras de limpar:
1. Escova de aço, esfregar manualmente. A tinta está velha, embora impregnada na pedra.
2.Jacto de água a mais de 100 bares de pressão. O ideal seria 200 bares.
3.Jacto de água misturado com areia,-duas mangueiras, um bico-. Foi assim que limparam a estação do Rossio, a Torre de Belém e a fachada dos Jerónimos.
O Bota não era do "mes"? já não me lembro, mas houve pedrada..nos comícios de Sá Carneiro..
A CMF sempre desdenhou o meu trabalho, perguntem lá dentro..ninguém sabe.. eu sei.
A Igreja de S.Francisco foi limpa (pedras) com excesso de esforço, desgastou.
As placas toponímicas da artéria do Bom João, junto à linha da CP não se leem.
Perguntem..ninguém sabe...
E assim haverá razão para protestos, nestes e em muitos outros campos.
Cumprimentos
etc, etc.
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