Outra prenda, em livro, do meu filho Manuel, sabendo do meu gosto: “Luís de Camões – Sonnets and others poems”, edição bilingue, tradução e introdução de Richard Zenith.
Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que n´alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e doi não sei porquê.
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Let Love devise new ways, new wiles
to kill me, and new forms of disdain;
he´ll take away no hope of mine,
since he can´t take what I don´t have.
Look at the hopes that hold me up!
See how precarious my defenses!
For I, not fearing reverses or changes,
am tossed by the sea, having lost my ship.
Though disappointment can´t exist
where there´s no hope, there Love has hidden
a bane that kills and remains unseen,
for he placed in my soul some time ago
I don´t know what, nor where it was born,
nor how it got there, nor why it aches.
.
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