sexta-feira, dezembro 25

NÚPCIAS, O VERÃO


















A Bel ofereceu-me um livro que encontrou num alfarrabista no Rio de Janeiro: “Núpcias, O Verão”, de Albert Camus, obra de juventude, escrita em 1936/37. Deve ser a única edição publicada, com tradução em português, desta obra de juventude do autor de A Peste. A edição, da “Nova Fronteira”, é de 1979 e a tradução, de Vera Queiroz da Costa e Silva, parece-me bastante boa. Por este Natal, no Algarve, debaixo de chuva inclemente, deixo um excerto do capítulo “As amendoeiras”: (…) A primeira coisa é não desesperar. Não prestemos ouvidos demasiadamente àqueles que gritam, anunciando o fim do mundo. As civilizações não morrem assim tão facilmente; e mesmo que o mundo estivesse a ponto de vir abaixo, isso só ocorreria depois de ruírem outros. É bem verdade que vivemos numa época trágica. Contudo, muita gente, confunde o trágico com o desespero. “O trágico”, dizia Lawrence, “deveria ser uma espécie de grande pontapé dado na infelicidade”. Eis um pensamento saudável e de aplicação imediata. Hoje em dia, há muitas coisas que merecem esse pontapé.

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