
Fotografia de Hélder Gonçalves
Juv. Évora 1 - 2 Farense
Os meus amigos menos atentos que me desculpem a minudência: o clube do meu coração foi hoje ganhar “em casa” do primeiro classificado. Não sei mais nada acerca do jogo pois não há relatos acerca de jogos do campeonato da 3ª divisão. Assim como não há notícias, quanto mais relatos, acerca de um sem número de acontecimentos verdadeiramente importantes para cada um de nós. É preciso aprender a viver com a nossa própria ignorância, a ignorância dos outros e a do mundo, assumindo-a como um desafio na descoberta da sua imensa virtualidade. Uma coisa é certa. Se não erro o Farense pode vencer os jogos todos que, se não pagar as dívidas, não sobe de divisão. As dívidas do Farense são uma miséria comparadas com o valor de aquisição, por “clube grande”, de um jogador banal que todos os dias se compra e logo se despacha de empréstimo desde a abertura ao fecho do “mercado”. Será que os chamados clubes grandes já se libertaram de todas as dívidas?
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"Si fui mi crítico como opositor a Alan García en Perú y ahora no lo soy tanto es porque él piensa ahora cosas que yo pensaba entonces. En materia estética podemos ser intransigentes porque la imperfección es intolerable, pero en política eso es imposible. Hay que optar por el consenso y hacer concesiones, eso es la democracia, el menos malo de los sistemas. Los únicos que creen que la perfección es posible en política son los fanáticos".

























Não posso deixar mais tempo esta folha em branco por assinalar com um rabisco qualquer, o desejo de participar, estar presente, testemunhar, o medo da folha em branco, por esquecimento de nela assinar a palavra, uma palavra, qualquer palavra, o desejo de pertencer a um espaço, comunidade, lugar, escrever depressa, sem errar, sem entrar no trilho da escrita automática de que tenho ouvido falar e da qual às vezes sinto que passo mesmo a rasar, como agora, cansado, ao fim da noite, com a cabeça a tombar no teclado, num último estertor de energia, no fim do dia, cansado, como o meu pai se devia sentir cansado no fim do seu tempo, MANTENDO A VONTADE DE SE MOSTRAR DIGNO, RECONHENDO-SE, REZANDO, REGRESSANDO AO TEMPO DAS ÁRVORES DE FRUTOS A CUJA SOMBRA DESFRUTAVA DE TODO O TEMPO DO MUNDO, PARA PENSAR COMO FUGIR À MISÉRIA E CRIAR FAMÍLIA, QUE CRIOU, como tantos homens e mulheres do seu tempo que aprendi a admirar, DEIXANDO-ME A MIM QUASE PARA O FIM, como me sinto ligado a todas as tradições que os meus em mim depositaram sem saber e interrogo-me se serei capaz de legar a mesmo doce áurea de uma vida impoluta de fazer tudo o que se exige a um homem fazer. [Em memória de meu pai pelo aniversário da sua morte.]


















