Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
quarta-feira, janeiro 17
terça-feira, janeiro 16
BLOGOSFERA
Fotografia de Elena Kulikova
Para se ter uma ideia da dimensão do fenómeno da blogosfera: uma notícia do Brasil, via Catatau.
Hoje, o rastreamento do Technorati atinge 63,2 milhões de blogs no mundo todo, segundo cálculos da empresa. Nada menos que 175 mil blogs são criados a cada dia. As atualizações dos blogueiros ultrapassam a casa de 1,6 milhão de posts por dia, o equivalente a 18 atualizações por segundo. De acordo com o fundador e presidente da empresa, David L. Sifry, o tamanho da blogosfera dobra a cada 230 dias (ou praticamente oito meses).
Para se ter uma ideia da dimensão do fenómeno da blogosfera: uma notícia do Brasil, via Catatau.
Hoje, o rastreamento do Technorati atinge 63,2 milhões de blogs no mundo todo, segundo cálculos da empresa. Nada menos que 175 mil blogs são criados a cada dia. As atualizações dos blogueiros ultrapassam a casa de 1,6 milhão de posts por dia, o equivalente a 18 atualizações por segundo. De acordo com o fundador e presidente da empresa, David L. Sifry, o tamanho da blogosfera dobra a cada 230 dias (ou praticamente oito meses).
A ILUSÃO DO PODER
Imagem daqui
“Quando aceitei o cargo não percebi o essencial: não estamos no cavalo para ir a algum lado. É uma espécie de rodeo. Estamos no cavalo para nos mantermos em cima dele.”
Luc Ferry, a propósito da sua experiência como ministro em França
“Quando aceitei o cargo não percebi o essencial: não estamos no cavalo para ir a algum lado. É uma espécie de rodeo. Estamos no cavalo para nos mantermos em cima dele.”
Luc Ferry, a propósito da sua experiência como ministro em França
segunda-feira, janeiro 15
AMADEO
Cozinha da Casa de Manhufe 1913, óleo sobre madeira [29,2 x 49,6 cm] Centro de Arte Moderna / Fund. Gulbenkian Lisboa, Portugal
Também fui (fomos) ver a exposição do Amadeo Souza-Cardoso e que pena não ser possível dedicar-lhe um espaço daqueles ao mesmo tempo majestoso e sóbrio, que pena não ser possível derramar sobre as cores fortes do seu génio uma luz límpida e clara, que pena não ser possível dispor de todo o tempo para amadurecer o olhar que saboreia a beleza, que pena o tempo que lhe faltou, pois o que lhe sobrou falta-nos e o que lhe faltou sobra-nos.
Também fui (fomos) ver a exposição do Amadeo Souza-Cardoso e que pena não ser possível dedicar-lhe um espaço daqueles ao mesmo tempo majestoso e sóbrio, que pena não ser possível derramar sobre as cores fortes do seu génio uma luz límpida e clara, que pena não ser possível dispor de todo o tempo para amadurecer o olhar que saboreia a beleza, que pena o tempo que lhe faltou, pois o que lhe sobrou falta-nos e o que lhe faltou sobra-nos.
MAIS ENFORCAMENTOS EM BAGDAD
Fotografia daqui
O destino dos condenados de Bagdad cumpre-se de forma paulatina e inexorável apesar dos apelos dos líderes de uma Europa subjugada ao poder político e militar dos USA. Assinalo que, desta vez, José Manuel Barroso, ao lado de Prodi, tomou, de viva voz, posição contra a pena de morte. Já não era sem tempo!
Vi no outro dia a entrevista de Saddam à CBS nas vésperas da guerra que havia de o apear do poder. Trata-se de um documento histórico extraordinário. Percebi toda a brutalidade do enforcamento de Saddam ampliada pela divulgação das imagens da sua execução. Sem nunca abordar as questões internas Saddam desafiou, com ironia, Bush para um debate planetário no qual, livremente, cada um exporia as suas razões preanunciando a sua morte através desta provocação na defesa de uma ideologia nacionalista radical.
Quase sem uma falha todas as afirmações de Saddam, custe a quem custar, quer o vejamos como um assassino sanguinário ou um estadista vulgar e desesperado, foram confirmadas pela realidade: o Iraque de Saddam não representava qualquer perigo militar para o Ocidente, não dispunha de armas de destruição massiva, não apoiava as ideias de Bin Laden nem acolhia as suas forças. Saddam não era mais do que um “gigante com pés de barro”.
Entretanto Bush prossegue a sua louca estratégia de ocupação do Iraque anunciando, com o envio de mais tropas, os preparativos de uma retirada cuja execução deixará para quem lhe vier a suceder. Quando os defensores de Bush, e da sua política, se esforçam por ensaiar um recuo encontram nele a revelação de um fascínio pelo abismo que é mais próprio do temperamento dos tiranos, reconhecidos pela história, dos quais um dos exemplos é, exactamente, Saddam.
Ironias da história!
O destino dos condenados de Bagdad cumpre-se de forma paulatina e inexorável apesar dos apelos dos líderes de uma Europa subjugada ao poder político e militar dos USA. Assinalo que, desta vez, José Manuel Barroso, ao lado de Prodi, tomou, de viva voz, posição contra a pena de morte. Já não era sem tempo!
Vi no outro dia a entrevista de Saddam à CBS nas vésperas da guerra que havia de o apear do poder. Trata-se de um documento histórico extraordinário. Percebi toda a brutalidade do enforcamento de Saddam ampliada pela divulgação das imagens da sua execução. Sem nunca abordar as questões internas Saddam desafiou, com ironia, Bush para um debate planetário no qual, livremente, cada um exporia as suas razões preanunciando a sua morte através desta provocação na defesa de uma ideologia nacionalista radical.
Quase sem uma falha todas as afirmações de Saddam, custe a quem custar, quer o vejamos como um assassino sanguinário ou um estadista vulgar e desesperado, foram confirmadas pela realidade: o Iraque de Saddam não representava qualquer perigo militar para o Ocidente, não dispunha de armas de destruição massiva, não apoiava as ideias de Bin Laden nem acolhia as suas forças. Saddam não era mais do que um “gigante com pés de barro”.
Entretanto Bush prossegue a sua louca estratégia de ocupação do Iraque anunciando, com o envio de mais tropas, os preparativos de uma retirada cuja execução deixará para quem lhe vier a suceder. Quando os defensores de Bush, e da sua política, se esforçam por ensaiar um recuo encontram nele a revelação de um fascínio pelo abismo que é mais próprio do temperamento dos tiranos, reconhecidos pela história, dos quais um dos exemplos é, exactamente, Saddam.
Ironias da história!
---------------------------
domingo, janeiro 14
LA PESTE
Imagem daqui
Camus – Sublinhados de Leitura das Obras Completas – Introdução (1)
“Cette histoire nous concerne tous”*
Sous certains angles, Camus, semble vouloir, dans La Peste, prendre le contre-pied de L’Étranger ; à l’aventure d’un seul individu, brièvement relatés et jamais commentée, s’oppose la longue description d’une épidémie, dont le récit souligne sans cesse la dimension collective. (…)
« Je veux exprimer au moyen de la peste l’étouffement dont nous avons tous souffert et l’atmosphère de menace et d’exil dans laquelle nous avons vécu. Je veux du même coup étendre cette interprétation à la notion d’existence en général. La peste donnera l’image de ceux qui dans cette guerre ont eu la part de la réflexion, du silence – et celle de la souffrance morale. » *
La Peste propose une fresque des attitudes de l’homme devant le mal, et encourage la révolte qui tente de s’y opposer, sans cacher que le combat n’est jamais fini ; les personnages principaux ont en commun une même conscience des limites de leur action, un même refus de l’héroïsme spectaculaire, une même morale fondée sur l’évidence de la responsabilité et de la solidarité.
* Carnets
(1) In “Oeuvres complètes” – I (1931-1944) Gallimard, Introduction par Jacqueline Lévi-Valensi.
Camus – Sublinhados de Leitura das Obras Completas – Introdução (1)
“Cette histoire nous concerne tous”*
Sous certains angles, Camus, semble vouloir, dans La Peste, prendre le contre-pied de L’Étranger ; à l’aventure d’un seul individu, brièvement relatés et jamais commentée, s’oppose la longue description d’une épidémie, dont le récit souligne sans cesse la dimension collective. (…)
« Je veux exprimer au moyen de la peste l’étouffement dont nous avons tous souffert et l’atmosphère de menace et d’exil dans laquelle nous avons vécu. Je veux du même coup étendre cette interprétation à la notion d’existence en général. La peste donnera l’image de ceux qui dans cette guerre ont eu la part de la réflexion, du silence – et celle de la souffrance morale. » *
La Peste propose une fresque des attitudes de l’homme devant le mal, et encourage la révolte qui tente de s’y opposer, sans cacher que le combat n’est jamais fini ; les personnages principaux ont en commun une même conscience des limites de leur action, un même refus de l’héroïsme spectaculaire, une même morale fondée sur l’évidence de la responsabilité et de la solidarité.
* Carnets
(1) In “Oeuvres complètes” – I (1931-1944) Gallimard, Introduction par Jacqueline Lévi-Valensi.
sábado, janeiro 13
UM EXERCÍCIO DE ADIVINHAÇÃO POLÍTICA
Fotografia daqui
As sondagens valem o que valem mas, na verdade, valem muito. É a gestão das chamadas expectativas. Na sondagem ontem divulgada reparei que o PSD subiu mas o dado mais extraordinário é este:
“Com 45,5%, o PS surge meio ponto percentual acima do resultado obtido nas legislativas de há dois anos.”
Partindo do princípio que é uma sondagem séria, considerando a margem de erro, que o PSD sobe mais do que o PS, que a popularidade do PM desce e a do PR também, tudo o que se quiser, o resultado significa que o PS voltaria a obter maioria absoluta.
Isto quer dizer – mesmo com todos os descontos – que as políticas prosseguidas pelo governo, até ao momento, ainda não provocaram uma erosão significativa nas expectativas positivas do eleitorado do partido do governo. Com quase dois anos de exercício do dito é obra!
Ou as medidas ainda não foram efectiva e plenamente aplicadas o que é, em parte, verdade; ou o eleitorado as aprecia mais do que as manifestações de desagrado aparentemente indiciam; ou a gestão politica da sua aplicação tem sido eficaz; ou o primeiro-ministro tem emanado uma imagem de autoridade que supera as fragilidades do governo; ou a “convergência estratégica” com o PR atenua o desgaste ou, o mais provável, um misto de todas estas razões explica a performance.
Vou arriscar fazer um exercício de adivinhação que ninguém vai levar a mal. Se o SIM vencer no “referendo ao aborto”, facto muito provável apesar dos receios dos apoiantes do SIM, a tendência para a liderança destacada do PS vai manter-se ou reforçar-se; se a presidência portuguesa da UE – no segundo semestre de 2007 – não fracassar, não levando o governo a descurar a politica interna, idem aspas; se o PM fizer uma remodelação governamental, cirúrgica, no início de 2008, idem aspas.
Se, nos inícios de 2008, os resultados das medidas anunciadas e, em parte já implementadas, quer naquelas áreas de que o PR falou no seu discurso, quais sejam economia, educação e justiça, mais o deficit, desemprego, inflação, incêndios de verão, … não desiludirem, mesmo que não encantem, idem aspas.
Se, por fim, a oposição de direita continuar com as mesmas lideranças partidárias, fragilizadas por querelas internas, idem aspas; se a oposição de esquerda continuar a agitar as suas bandeiras tradicionais, idem aspas; se o PS mantiver a unidade política no essencial e a divergência no acessório, idem aspas.
Salvo qualquer cataclismo imprevisível, se tudo isto acontecer, no ciclo eleitoral que vai iniciar-se em 2009 poder-se-á repetir um cenário semelhante ao que já ocorreu no passado quando o PSD de Cavaco apoiou a reeleição de Soares.
Maioria absoluta para Sócrates nas legislativas com o apoio de Cavaco e reeleição presidencial de Cavaco com o apoio do PS. Vamos a ver se um dia, mais tarde, não vou ter que engolir esta sopa de letras. Mas é interessante a percepção de que este cenário se banaliza na opinião pública. À cautela é melhor estarmos preparados!
As sondagens valem o que valem mas, na verdade, valem muito. É a gestão das chamadas expectativas. Na sondagem ontem divulgada reparei que o PSD subiu mas o dado mais extraordinário é este:
“Com 45,5%, o PS surge meio ponto percentual acima do resultado obtido nas legislativas de há dois anos.”
Partindo do princípio que é uma sondagem séria, considerando a margem de erro, que o PSD sobe mais do que o PS, que a popularidade do PM desce e a do PR também, tudo o que se quiser, o resultado significa que o PS voltaria a obter maioria absoluta.
Isto quer dizer – mesmo com todos os descontos – que as políticas prosseguidas pelo governo, até ao momento, ainda não provocaram uma erosão significativa nas expectativas positivas do eleitorado do partido do governo. Com quase dois anos de exercício do dito é obra!
Ou as medidas ainda não foram efectiva e plenamente aplicadas o que é, em parte, verdade; ou o eleitorado as aprecia mais do que as manifestações de desagrado aparentemente indiciam; ou a gestão politica da sua aplicação tem sido eficaz; ou o primeiro-ministro tem emanado uma imagem de autoridade que supera as fragilidades do governo; ou a “convergência estratégica” com o PR atenua o desgaste ou, o mais provável, um misto de todas estas razões explica a performance.
Vou arriscar fazer um exercício de adivinhação que ninguém vai levar a mal. Se o SIM vencer no “referendo ao aborto”, facto muito provável apesar dos receios dos apoiantes do SIM, a tendência para a liderança destacada do PS vai manter-se ou reforçar-se; se a presidência portuguesa da UE – no segundo semestre de 2007 – não fracassar, não levando o governo a descurar a politica interna, idem aspas; se o PM fizer uma remodelação governamental, cirúrgica, no início de 2008, idem aspas.
Se, nos inícios de 2008, os resultados das medidas anunciadas e, em parte já implementadas, quer naquelas áreas de que o PR falou no seu discurso, quais sejam economia, educação e justiça, mais o deficit, desemprego, inflação, incêndios de verão, … não desiludirem, mesmo que não encantem, idem aspas.
Se, por fim, a oposição de direita continuar com as mesmas lideranças partidárias, fragilizadas por querelas internas, idem aspas; se a oposição de esquerda continuar a agitar as suas bandeiras tradicionais, idem aspas; se o PS mantiver a unidade política no essencial e a divergência no acessório, idem aspas.
Salvo qualquer cataclismo imprevisível, se tudo isto acontecer, no ciclo eleitoral que vai iniciar-se em 2009 poder-se-á repetir um cenário semelhante ao que já ocorreu no passado quando o PSD de Cavaco apoiou a reeleição de Soares.
Maioria absoluta para Sócrates nas legislativas com o apoio de Cavaco e reeleição presidencial de Cavaco com o apoio do PS. Vamos a ver se um dia, mais tarde, não vou ter que engolir esta sopa de letras. Mas é interessante a percepção de que este cenário se banaliza na opinião pública. À cautela é melhor estarmos preparados!
sexta-feira, janeiro 12
MISSA À PARTE
Fotografia Daqui
O Dr. Paulo Macedo director geral dos impostos é certamente um gestor competente e um homem de fé digo-o sem ironia no exercício de uma função pública à qual tem dedicado os maiores cuidados.
Não sei nada da sua vida privada nem das suas convicções ideológicas, credo religioso ou preferência política. Coloco-me face a ele como perante qualquer outro cidadão meu igual aceitando a sua liberdade que é, como a vida, um valor supremo.
Ler na íntegra no IR AO FUNDO E VOLTAR
O Dr. Paulo Macedo director geral dos impostos é certamente um gestor competente e um homem de fé digo-o sem ironia no exercício de uma função pública à qual tem dedicado os maiores cuidados.
Não sei nada da sua vida privada nem das suas convicções ideológicas, credo religioso ou preferência política. Coloco-me face a ele como perante qualquer outro cidadão meu igual aceitando a sua liberdade que é, como a vida, um valor supremo.
Ler na íntegra no IR AO FUNDO E VOLTAR
quinta-feira, janeiro 11
quarta-feira, janeiro 10
A ASCENÇÃO POLÍTICA DA EXTREMA DIREITA
Com a entrada da Bulgária e da Roménia a extrema-direita reuniu as condições políticas para a formação de um grupo parlamentar no Parlamento Europeu. Ora aí está um acontecimento inédito para o curriculum do Dr. José Manuel Barroso cuja gravidade vai, aliás, na esteira da ascensão ao governo português em 2003, pela sua mão, da extrema direita pois é mesmo essa corrente que representa, em Portugal, com muito verniz mal disfarçado, o PP do Dr. Paulo.
Agora que o Dr. Barroso se coloca em bicos de pés para assegurar os apoios dos grandes para a sua recondução a um segundo mandato, desdobrando-se em iniciativas várias, é bom não esquecer a ascensão, no plano das instituições europeias, da extrema-direita. Para que conste ela aí está:
GABRIELA MISTRAL
dame la mano y me amarás.
Como una sola flor seremos,
como una flor, y nada más...
.
El mismo verso cantaremos,
al mismo paso bailarás.
Como una espiga ondularemos,
como una espiga, y nada más.
.
Te llamas Rosa y yo Esperanza;
pero tu nombre olvidarás,
porque seremos una danza
en la colina y nada más...
-----------------------------
DÁ-ME A MÃO
Dá-me essa mão e dançaremos;
dá-me essa mão e amar-me-ás.
Como uma só flor nós seremos,
como uma flor e nada mais.
O mesmo verso cantaremos
e ao mesmo ritmo dançarás.
Como uma espiga ondularemos,
como uma espiga e nada mais.
Chamas-me Rosa e eu Esperança;
mas o teu nome esquecerás,
Porque seremos uma dança
sobre a colina e nada mais.
Ternura (Madrid, 1924)
In Antologia Poética – Teorema
Tradução de Fernando Pinto do Amaral
[Um 4 de Setembro de 2005 publiquei a versão original do poema A CASA e um poema que escrevi a lápis no livro acima referido.]
-----------------------------
DÁ-ME A MÃO
Dá-me essa mão e dançaremos;
dá-me essa mão e amar-me-ás.
Como uma só flor nós seremos,
como uma flor e nada mais.
O mesmo verso cantaremos
e ao mesmo ritmo dançarás.
Como uma espiga ondularemos,
como uma espiga e nada mais.
Chamas-me Rosa e eu Esperança;
mas o teu nome esquecerás,
Porque seremos uma dança
sobre a colina e nada mais.
Ternura (Madrid, 1924)
In Antologia Poética – Teorema
Tradução de Fernando Pinto do Amaral
[Um 4 de Setembro de 2005 publiquei a versão original do poema A CASA e um poema que escrevi a lápis no livro acima referido.]
De Sisyphe à Prométhée
Imagem daqui
Camus – Sublinhados de Leitura das Obras Completas – Introdução (1)
(…) Au moment de la remise du prix Nobel, Camus reviendra sur le dessein global de son œuvre, rappelant qu’il avait d’abord exprimé «la négation», sous les formes «romanesque», « dramatique», «idéologique». « Mais, ajoute-t-il, c’était pour moi le doute méthodique de Descartes. Je savais que l’on ne peut vivre dans la négation […] ; je prévoyais le positif sous les trois formes encore. Romanesque : La Peste. Dramatique : L’État de siège et Les Justes. Idéologique : L’Homme révolté ». Ce chemin qui part de la négation et d’une forme de nihilisme pour les dépasser et mener au positif, à l’action, à la fécondité de la «pensée de midi» est bien celui qu’a suivi Camus. Cependant son itinéraire, aussi personnel et profondément médité qu’il soit, est influencé par l’histoire en train de se faire. Il note dans ses Carnets, le 21 février 1941 : «Terminé Sisyphe. Les trois Absurdes sont achevée.» Et il ajoute : « Commencements de la liberté.»
Le sous-titre de Combat, «De la Résistance à la révolution» - qui n’est pas de Camus, mais qu’il a approuvée -, résume ces idéaux : une société plus juste, une politique plus morale et véritablement démocratique, un gouvernement où des hommes neufs, issus de la Résistance, remplacerait le personnel politique usé par des années de compromis et de lâcheté ; une presse libre et consciente de sa responsabilité, une Europe reconstruite sur le respect mutuel, des institutions internationales fondées sur la volonté des peuples, et non sur les accords hypocrites des dirigeants. (…)
(1) In “Oeuvres complètes” – I (1931-1944) Gallimard, Introduction par Jacqueline Lévi-Valensi.
Camus – Sublinhados de Leitura das Obras Completas – Introdução (1)
(…) Au moment de la remise du prix Nobel, Camus reviendra sur le dessein global de son œuvre, rappelant qu’il avait d’abord exprimé «la négation», sous les formes «romanesque», « dramatique», «idéologique». « Mais, ajoute-t-il, c’était pour moi le doute méthodique de Descartes. Je savais que l’on ne peut vivre dans la négation […] ; je prévoyais le positif sous les trois formes encore. Romanesque : La Peste. Dramatique : L’État de siège et Les Justes. Idéologique : L’Homme révolté ». Ce chemin qui part de la négation et d’une forme de nihilisme pour les dépasser et mener au positif, à l’action, à la fécondité de la «pensée de midi» est bien celui qu’a suivi Camus. Cependant son itinéraire, aussi personnel et profondément médité qu’il soit, est influencé par l’histoire en train de se faire. Il note dans ses Carnets, le 21 février 1941 : «Terminé Sisyphe. Les trois Absurdes sont achevée.» Et il ajoute : « Commencements de la liberté.»
Le sous-titre de Combat, «De la Résistance à la révolution» - qui n’est pas de Camus, mais qu’il a approuvée -, résume ces idéaux : une société plus juste, une politique plus morale et véritablement démocratique, un gouvernement où des hommes neufs, issus de la Résistance, remplacerait le personnel politique usé par des années de compromis et de lâcheté ; une presse libre et consciente de sa responsabilité, une Europe reconstruite sur le respect mutuel, des institutions internationales fondées sur la volonté des peuples, et non sur les accords hypocrites des dirigeants. (…)
(1) In “Oeuvres complètes” – I (1931-1944) Gallimard, Introduction par Jacqueline Lévi-Valensi.
.
terça-feira, janeiro 9
ANIVERSÁRIO
Fotografia de família
As suas mãos
As suas mãos sobre o seu peito
eram as mesmas mãos fraternas
que me acariciavam a face revolta
Eram umas mãos impensáveis
lindas de morrer, libertadoras
de tão gentis, generosas e boas
Tais mãos naquele dia que as vi
depositadas sobre o seu peito
eram as minhas mãos sem mim
As suas mãos frias e ausentes
deixaram de ser as minhas mãos
no dia em que sua vida se perdeu
In “Ir pela sua mão” – Editora Ausência
Maio 2003
Em memória de meu pai no aniversário da sua morte.
[Na fotografia adivinham-se o verde da vegetação e o cheiro próprio de uma ambiência mediterrânica. A minha avó paterna olha, embevecida, meu pai sorridente; eu aborrecido, de chapéu, recosto-me em minha mãe; minha tia Lucília, linda, com a filha mais velha ao colo junto a seu marido Graciano; logo atrás, de óculos, o meu irmão Dimas, entre outros, no quintal do palacete dos meus avós em Moncarapacho – Olhão.]
As suas mãos
As suas mãos sobre o seu peito
eram as mesmas mãos fraternas
que me acariciavam a face revolta
Eram umas mãos impensáveis
lindas de morrer, libertadoras
de tão gentis, generosas e boas
Tais mãos naquele dia que as vi
depositadas sobre o seu peito
eram as minhas mãos sem mim
As suas mãos frias e ausentes
deixaram de ser as minhas mãos
no dia em que sua vida se perdeu
In “Ir pela sua mão” – Editora Ausência
Maio 2003
Em memória de meu pai no aniversário da sua morte.
[Na fotografia adivinham-se o verde da vegetação e o cheiro próprio de uma ambiência mediterrânica. A minha avó paterna olha, embevecida, meu pai sorridente; eu aborrecido, de chapéu, recosto-me em minha mãe; minha tia Lucília, linda, com a filha mais velha ao colo junto a seu marido Graciano; logo atrás, de óculos, o meu irmão Dimas, entre outros, no quintal do palacete dos meus avós em Moncarapacho – Olhão.]
ACERCA DO DIRECTOR-GERAL DOS IMPOSTOS
Laetitia Casta
Sou contra a recondução do actual Director-Geral dos Impostos, Paulo Macedo, nas presentes condições e qualquer engenharia remuneratória para tornear o essencial da questão deixará ao governo um pesado encargo político para o futuro.
Ler na íntegra no IR AO FUNDO E VOLTAR
Sou contra a recondução do actual Director-Geral dos Impostos, Paulo Macedo, nas presentes condições e qualquer engenharia remuneratória para tornear o essencial da questão deixará ao governo um pesado encargo político para o futuro.
Ler na íntegra no IR AO FUNDO E VOLTAR
--------------
segunda-feira, janeiro 8
Subscrever:
Mensagens (Atom)