terça-feira, maio 27

COMBUSTÍVEIS - CONTRIBUINDO PARA A CRIAÇÃO DE UM MERCADO


Se o protesto público contra o aumento dos preços dos combustíveis não faz sentido, nas palavras dos donos do negócio, por razões de se tratar de um fraco negócio, porque razão não mudam de ramo? Se os donos do negócio, ao longo de toda a cadeia, do produtor ao consumidor final, agem com transparência, na fixação dos preços, porque razão parecem temer a fiscalização dos governos e o boicote dos consumidores? Se os principais prejudicados com o aumento dos preços dos combustíveis são os trabalhadores, pois são eles os consumidores mais indefesos, porque razão as centrais sindicais não levantam um dedo em sua defesa? Se os efeitos do aumento dos preços dos combustíveis são de âmbito global porque razão as organizações transnacionais não reúnem, de emergência, para concertar políticas comuns de ataque à crise? O protesto público contra o aumento do preço dos combustíveis é já uma realidade independentemente das formas que venha a assumir. O boicote que se anuncia será útil para organizar o descontentamento social, que cresce de forma galopante, denunciando a “bolha” especulativa que todos os mais altos responsáveis políticos, de forma explícita, têm vindo a referir. Pode ser que ajude os donos do negócio a refrearem a sua arrogância especulativa e os responsáveis políticos a entender que estão a governar em cima de um barril de petróleo próximo a explodir.

Já referiram, aderiam ou apoiaram (do Jumento):
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FARO - PALÁCIO DE ESTÓI


Fotografias daqui

As Ruínas de Milreu e o Palácio de Estói são dois locais míticos da minha infância que visitei, pela primeira vez, numa daquelas actividades escolares que, levando-nos para fora dos muros de escola, nos tempos da primária, nos enchiam de alegria.

Ao longo dos anos assistimos, com amargura, à degradação daquelas valiosas, e raras, peças do património histórico do concelho de Faro. Após décadas (séculos?) de desinteresse, abandono e incúria, cujos principais responsáveis foram as entidades públicas, vislumbra-se uma luz ao fundo do túnel.

O assunto já havia sido noticiado no A Defesa de Faro e ocupa, hoje, uma página no Público (disponível para assinantes): o Palácio de Estói vai ser transformado em pousada com 6,5 milhões de fundos comunitários. Finalmente!

Espero que o presidente da Câmara Municipal de Faro leve adiante o seu propósito de reformular o protocolo com a ENATUR (concessionada ao Grupo Pestana) pois, como é da natureza de uma empresa privada, esta desejará desfrutar dos benefícios do investimento comunitário (público) minimizando a sua própria comparticipação.
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segunda-feira, maio 26

MARTE FOTOGRAFADO PELA SONDA PHOENIX


AS PRIMEIRAS FOTOGRAFIAS ENVIADAS PELA SONDA PHOENIX DA SUPERFÍCIE DE MARTE

The first pictures sent back by NASA’s Phoenix Mars lander from the northern arctic plains of Mars show a flat terrain marked by a polygonal pattern of shallow troughs and a few pebbles scattered about.
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DEBATE NO PARTIDO SOCIALISTA FRANCÊS


Bertrand Delanoë, Ségolène Royal

O conceito de liberalismo no centro do debate na luta pela liderança do Partido Socialista francês:

Delanoë le libéral fait frémir Ségolène Royal
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FRANCISCO MARTINS RODRIGUES (CONT.)

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VANESSA FERNANDES


O que é raro em Vanessa Fernandes é não ganhar. É difícil encontrar qualquer atleta, ou selecção nacional, de que se possa dizer o mesmo. É uma raridade!
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domingo, maio 25

POLÍTICA SUJA


Moita Flores é uma figura enigmática. Quase nunca concordo com o que diz. Mas compreendo, muito bem, por experiência própria, o teor da sua crónica intitulada: A política suja.
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CICLO DE POESIA PORTUGUESA DO SÉCULO XX - GERAÇÃO DE 40



Rui Cinatty, Alberto Lacerda, Eugénio de Andrade


Fundação das Casas de Fronteira e Alorna


CICLO DE POESIA PORTUGUESA DO SÉCULO XX - GERAÇÃO DE 40

27 e 29 de Maio, 3 e 5 de Junho de 2008
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27 de Maio de 2008 (terça-feira)

20h00/21h30 - JANTAR

21h30 - RECITAL DE POESIA DE RUY CINATTI

Apresentação e Comentários: Peter Stilwell
Leitura: Antónia Brandão, Fernando Mascarenhas, Paulo Godinho e Vera Pyrrait.


29 de Maio de 2008 (quinta-feira)

20h00/21h30 - JANTAR

21h30 - RECITAL DE POESIA DE JOSÉ BLANC DE PORTUGAL

Apresentação e Comentários: Diogo Pires Aurélio
Leitura: Antónia Brandão, Fernando Mascarenhas e Paulo Godinho.


3 de Junho de 2008 (terça-feira)

20h00/21h30 - JANTAR

21h30 - RECITAL DE POESIA DE ALBERTO LACERDA

Apresentação e Comentários: Eugénio Lisboa
Leitura: Antónia Brandão, Fernando Mascarenhas, Maria Adelaide Hidalgo e Paulo Godinho.


5 de Junho de 2008 (quinta-feira)

20h00/21h30 - JANTAR

21h30 - RECITAL DE POESIA DE EUGÉNIO DE ANDRADE

Apresentação e Comentários: José Tolentino de Mendonça
Leitura: Antónia Brandão, Fernando Mascarenhas e Maria Adelaide Hidalgo.
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Preço - Recitais de Poesia - Entrada Livre
Jantares - 17,50 euros/cada (15 euros/cada "Amigos da Fundação" e Estudantes). Inscrições Limitadas.

Os Jantares deverão ser confirmados e pagos até às 12h00 de sexta-feira da semana anterior à realização dos mesmos. As marcações não anuladas depois dessa data serão devidas, e para este facto pedimos a vossa compreensão.

A Fundação das Casas de Fronteira e Alorna agradece a disponibilidade e a colaboração de todos os participantes.

Local: Palácio Fronteira, Largo São Domingos de Benfica nº 1 - 1500-554 Lisboa. Informações e inscrições: 217784599 ou fcfa-cultura@netcabo.pt.
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sexta-feira, maio 23

"O ÓDIO"

Bruno Barbey

Vasco Pulido Valente escreve, hoje, sob o título "O Ódio", uma crónica no Público (reservado a assinantes) da qual é possível respigar a frase inicial:

A entrevista de Luís Filipe Menezes da última terça-feira a Constança da Cunha e Sá foi, para mim, uma extraordinária revelação. Raramente, em 50 anos de política portuguesa, fiquei tão surpreendido e, para falar com franqueza, tão incomodado. Porquê? Por causa do ódio, que escorria de cada frase e de cada palavra daquele homem humilhado e azedo. Houve ódio no PREC e tanto que chegou à violência, mas naquela espécie de guerra civil larvar, o ódio parecia, por assim dizer, "normal".

VPV espanta-se com “O Ódio” que transparece, de forma assumida, “de cada frase e de cada palavra” que sai da boca de Filipe Menezes. VPV não deve ter andado por cá nos últimos anos, em particular, na época que decorreu entre os inícios de 2002 e 2005 quando o governo caiu nas mãos da coligação PSD/PP sob a direcção de José Manuel Barroso e Santana Lopes, acolitados por Paulo Portas, Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix.

VPV andou, certamente, distraído pois, caso contrário, ter-se-ia dado conta de como “O Ódio” sempre foi um capítulo destacado dos programas de acção da direita, no poder ou fora dele, pelo menos desde que, em 1995, Cavaco Silva saiu do governo. Filipe Menezes não faz mais do que explicitar um fenómeno próprio de uma direita despojada de ideologia, esvaziada de desígnio político estratégico e capturada, em exclusivo, pelos interesses económicos.

Enquanto não se reencontrar com a política – uma política qualquer – resta à direita prosseguir o programa do “Ódio”, uma espécie de tragicomédia, para cuja encenação tem contado com apoios, por acção e omissão, deveras surpreendentes. Mas essa é uma outra questão!
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COMBUSTÍVEIS:CONTRIBUTO PARA O FUNCIONAMENTO DO MERCADO




Também divulguei uma mensagem de correio electrónico apelando ao boicote das grandes gasolineiras. Como diz o povo “quem não se sente não é filho de boa gente”. É saudável que transpareça, de forma aberta e frontal, que o povo português está a sentir no bolso, directa ou indirectamente, a escalada do preço dos combustíveis.


Sabemos que esta crise é, em grande parte, importada do exterior, que tem diversas vertentes, não se resolve com medidas avulsas, que o preço dos combustíveis é formado por diversas parcelas, entre as quais (a mais pesada) é constituída pelo imposto arrecadado pelo estado e outras coisas mais complicadas como o próprio modelo energético (o governo italiano aprovou por estes dias o nuclear!).



Mas seja qual for o destino deste debate, seja qual for a decisão política do governo, nem por isso a situação da escalada de preços dos combustíveis é menos complexa, e penalizadora, quer para o poder de compra das famílias, quer para a competitividade das empresas, quer para o escrutínio política do desempenho do governo. (Ao governo pede-se que seja firme mas só tem legitimidade para pedir firmeza quem apoiou a politica do governo desde o início!).


A subida de preços dos combustíveis não é um fenómeno novo. Quem não se lembra do açambarcamento de gasolina, uns anos atrás, com filas de carros nas bombas e pessoal a encher bidões. Mas, no nosso tempo, há uma força nova: os movimentos de opinião dos consumidores.


Não sei qual o peso relativo desses movimentos de opinião nas decisões de empresas, e dos governos, mas todos sentimos que, no caso dos combustíveis, a sua força não é desprezível, ainda para mais, na véspera do ano de todas as eleições. Por alguma razão a GALP, ontem, voltou atrás na decisão, publicamente anunciada, de efectuar mais um aumento de preços. Mas a BP foi em frente …


O facto é que os consumidores têm uma palavra a dizer nesta questão do preço dos combustíveis. No mínimo não parece razoável que as gasolineiras continuem a praticar, dia sim, dia não, aumentos de preço, quando o governo mandou a autoridade da concorrência auditar o processo de formação do preço dos combustíveis. (já sei que temos que nos habituar à carestia dos combustíveis, consumir menos, etc. etc., mas espero que as entidades competentes estejam a ser rigorosas na fiscalização das gasolineiras e dos retalhistas, …)


Entretanto vamos escolhendo, livremente, o nosso fornecedor de combustível colocando o mais possível “fora do mercado”, pelo menos, até se conhecer o relatório da autoridade da concorrência, as mais poderosas gasolineiras: GALP e BP, ou seja, compremos a quem vende mais barato!


Pode ser um gesto quixotesco, pode ser um gesto anárquico, pode ser um pequeno nada, mas quantas grandes mudanças não nasceram de pequenos gestos.

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quinta-feira, maio 22

O CONTRADITÓRIO

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HUMBERTO DELGADO (IV)


No dia 22 de Maio de 1958 o General Humberto Delgado proferiu em Chaves um discurso histórico.

A frase com que encerrou o Comício de Chaves veio a ganhar no final do século XX, ao ser ouvida de novo, uma dimensão profética que não podia ter para os flavienses em 1958:

“ – Todos nós, cidadãos pacíficos duma candidatura pacífica, queremos pacificamente conquistar a paz. Mas os esbirros do governo, como têm visto, andam a chamar-nos subversivos nos jornais e a tratar-nos na via pública como malfeitores. Ninguém sabe, portanto, minhas senhoras e meus senhores, onde tudo isto pode ir ter. Há uma coisa, porém, que quero jurar aqui. Eu estou pronto a morrer pela liberdade!”
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quarta-feira, maio 21

MANCHESTER UNITED


Um pouco mais de futebol para assinalar que o Manchester United venceu a Liga dos Campeões com a contribuição de Cristiano Ronaldo (até nos falhanços). Gostemos, ou não, os portugueses, jogadores e técnicos, através do futebol, mais uma vez, prestigiaram o país através da competência no exercício do seu mister. É simples!
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MADONNA

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MES - UMA MEMÓRIA JUVENIL

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PORTUGAL PACÍFICO

Bruno Barbey

Na senda das irrelevâncias mas, desta vez, fora do futebol está à disposição de todos a notícia de que Portugal é um dos países mais pacíficos do mundo. Já me tinha parecido. Portugal surge em 7º lugar entre 140 países. Ver aqui uma explicação acerca do Global Peace Index 2008.
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terça-feira, maio 20

EDUCAÇÃO - PARA SEMPRE RECORDAR ...

Shaun O'Boyle

Desde o dia 25 de Abril de 1974, até ao presente, foram empossados 31 Ministros da Educação (com diversas designações) a que correspondem 26 personalidades diferentes.

Estamos perante uma média de quase um Ministro de Educação por ano. Só dois ministros completaram o mandato: Roberto Carneiro (1987/1991) e Eduardo Marçal Grilo (1995/1999). A Ministra da Educação em funções vai a caminho.

São ministros demais para tão pouco tempo. Os empíricos atribuem a esta forte rotação uma das explicações para as dificuldades do sector.

Fica o registo, para memória futura, que a candidata à liderança do PSD é uma das personalidades que ostenta no seu curriculum, para o bem e para o mal, o exercício das funções de Ministra da Educação:

7 de Dezembro de 199328 de Outubro de 1995Maria Manuela Dias Ferreira Leite

Muitos anos depois MFR sofre uma surpreendente recaída.
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Victoria Beckham

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IRRELEVÂNCIAS

Também concordo com o Tomás quando questiona: A cultura da irrelevância ou a tirania do saber? Há bocado estava a escrever o post antecedente, acerca do Europeu de Futebol, e passava-me pela cabeça, exactamente, essa questão da irrelevância que é, afinal, a crítica da relevância da irrelevância. Experimentem tentar manter uma conversa, fora do círculo íntimo dos amigos, acerca do “imperativo categórico” de Kant, ou da linha política de Ferreira Leite, … logo compreenderão a razão da relevância do Cristiano Ronaldo e da Sharon Stone!
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segunda-feira, maio 19

EUROPEU DE FUTEBOL

Hoje começou, com a concentração da selecção nacional em Viseu, a fase final do Europeu de Futebol. Este vai ser o assunto que mais intensamente vai ser discutido nos próximos tempos; que mais espaço mediático ocupará; que mais apaixonará os portugueses, quiçá, a maioria.

Não há nada a fazer e os que abominam o tema que passem à frente. Para começar Portugal vai defrontar, na chamada fase de grupos, as selecções da República Checa, Turquia e Suíça. A tarefa é mais difícil do que à primeira vista parece.

No ranking mundial da FIFA a selecção com a melhor posição é a República Checa (6ª), seguida de Portugal (9ª), Turquia (25ª) e Suíça (48ª). Há, no entanto, um pequeno detalhe que pode fazer toda a diferença: a fase final deste europeu joga-se na Suíça e na Áustria. Portugal terá que superar, para se qualificar, além da República Checa, a selecção da casa que, segundo a tradição, é uma tarefa muito difícil. Já para não falar da Turquia …

Conclusão: Portugal precisa, absolutamente, de ganhar o primeiro jogo, dia 7 de Junho, com a Turquia. Caso contrário ficará com pouquíssimas hipóteses de se qualificar.
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Royal a-t-elle voulu prendre de court Delanoë ?

Nas primárias internas os socialistas franceses (PSF) ocupam o lugar simétrico dos social-democratas (PSD) portugueses. São muitos os candidatos numa luta fratricida. A imagem que passa para o eleitorado é a de uma disputa pessoal, sem ideias, nem programa, ao contrário dos velhos tempos. A nostalgia do poder invade sempre o campo dos partidos da oposição mesmo quando o poder queima as mãos dos seus detentores.

A situação é muito bem caracterizada por este comentário: L’inflation de candidats est la traduction de l’absence de pensée politique actuelle, au PS, où il ne reste plus que des questions de personne: aucun rapport avec les duels Mitterrand-Rocard ou Guy Mollet-Daniel Meyer d’autrefois,qui correspondaient à des lignes politiques différentes. Interessante!
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CAMORRA, LIXO, CRIME, LIBERDADES


Gomorra, dirigida por Matteo Garrone y basada en el libro de Roberto Saviano (na fotografia) – "No hablamos de delincuencia común, hablamos de una organización poderosísima. El día que cayeron las Torres Gemelas, mientras el mundo miraba aterrado la televisión, dos jefes hablaron por teléfono para correr a invertir. Para ellos no había muertos, sólo quedaba libre un terreno en el centro de Nueva York".

"La inmundicia es riqueza" – Gomorra, la novela-reportaje de Roberto Saviano, que ha sido llevada al cine por Matteo Garrone y se ha estrenado este fin de semana en toda Italia, explica con claridad el origen del problema. La Camorra lleva 30 años descargando ilegalmente y a bajo precio millones de toneladas de residuos tóxicos, producidos por las empresas del rico norte de Italia, en la región de Campania. El progresivo envenenamiento del territorio, que ha aumentado la incidencia del cáncer en la zona en un 20%, ha producido el lógico pánico entre los habitantes, que se niegan a dejar que se construyan más vertederos e incineradoras. De manera que ya no hay sitio donde eliminar la basura fresca, y ésta debe ser exportada, pagando cantidades millonarias, a países como Alemania o Suiza.
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HUMBERTO DELGADO (III)


Voltando à conferência de imprensa do Café Chave de Ouro, de 10 de Maio de 1958, eis uma das mais importantes respostas dadas por Humberto Delgado:

“ – Se eu for eleito, o País, depois de trinta e dois anos de mordaça e de ódio, não pode logo no dia seguinte constituir-se numa democracia. Constituirei um governo de características militares, capaz de assegurar a ordem e a tranquilidade. Teremos de ter um regime de força e de técnica militar, embora o mais curto possível e sempre limitado pelo direito e pela moral, para depois se estabelecer a liberdade de imprensa e de reunião, fazer novo recenseamento eleitoral e eleições gerais."

“ – Livres?” – Perguntou alguém.

“ – Sim, Livres!” – respondeu Humberto Delgado. “Então esse regime de força retirar-se-á. O que eu quero é que o Povo exerça a soberania a que tem direito. Eu quero é passar o exercício do poder para a Nação. Devemos acabar, de uma vez para sempre, com a ideia de que há que suportar um chefe que faz tudo. O Dr. Oliveira Salazar é que criou a ideia de que tudo é feito por ele.”

[Transcrição de “Humberto Delgado – Biografia do General Sem Medo”. Omiti as notas que remetem para as fontes. Continua.]
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domingo, maio 18

SUPREMA IRONIA!

Paira por toda a Europa um ambiente de crise – na economia e nos valores – que pronuncia um futuro pouco radioso para a democracia, para a paz e a liberdade. Os sinais são muito fortes e não se circunscrevem às questões do regime democrático e da crise dos partidos que são a sua razão de ser. Voltaram as perseguições a minorias étnicas – como a cigana – eclodem fenómenos de racismo que já ultrapassam o pitoresco da anedota para se erguerem ao nível do discurso político oficial. Os próximos tempos são decisivos para saber até que ponto esta é uma situação reversível ou se vai crescer em espiral com o avanço da direita e extrema-direita. Uma boa notícia poderá ser a vitória de Obama nas presidenciais americanas. Tornaria, além do mais, embaraçosa a situação de muitos líderes políticos europeus nas recepções ao Presidente americano. O líder da maior potência mundial, pela primeira vez na história, seria um negro e aquela parte da Europa xenófoba e racista, que alcançou o poder, ter-lhe-ia que prestar honras de estado. A ver se não o matam antes que essa lição possa ser ministrada! Suprema ironia!
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sexta-feira, maio 16

O FASCISMO MOSTRA A CARA

"El Gobierno rechaza la violencia, el racismo y la xenofobia y, por tanto, no puede compartir lo que está sucediendo en Italia".

Declaração da vice-presidente do governo de Espanha. Contributo para a compreensão da gravidade da situação política na Europa resultante da subida ao poder de partidos da direita e extrema-direita. Nós por cá caladinhos que nem ratos! …
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Sarajevo

(... e de todos os credos, a conviver pacificamente!)
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A ÉTICA SEGUNDO MANUELA FERREIRA LEITE (IV)


O governo reviu em baixa a previsão do crescimento do PIB para 2008 – de 2,2 para 1,5% - um valor intermédio entre a previsão do FMI e a da UE. Nada que não fosse expectável mas nem por isso menos preocupante. Outra coisa diferente é a questão da consolidação orçamental, ou seja, do deficit das contas públicas cujas estimativas não foram alteradas.

Manuela Ferreira Leite ensaiou, logo de seguida, um exercício de suspeita acerca do processo de consolidação orçamental que ela e Bagão Félix, enquanto ministros das Finanças, não conseguiram alcançar:
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Note-se que a UE, através das suas instâncias próprias, já anunciou a aceitação do deficit apresentado por Portugal, referente a 2007, inferior a 3%, antecipando em um ano as metas previstas no processo de consolidação orçamental, decidindo retirar Portugal do grupo dos países com deficit excessivo.

Hoje mesmo o próprio Presidente da República veio afirmar publicamente confiança no processo de consolidação orçamental. E Menezes, ao receber Passos Coelho, afirmou que não queria à frente do PSD a cara que tinha deixado um deficit de 7%. Segundo Menezes a pior ministra das finanças e da educação dos últimos 30 anos.
Ouvi bem! Quanto aos princípios da ética, por estas bandas, estamos conversados. Amizade com amizade se paga! Vamos ver se Passos Coelho não ganha as directas!
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quinta-feira, maio 15

AI ... LIBERDADE ... LIBERDADE!


Volto ao blogue de Yoani Sanchez para sublinhar o belo, e significativo, texto acerca do dia da mãe – afinal um hino à liberdade – e o número de comentários ao post La capital de ¿todos? los cubanos, acima dos 6 000 … o que torna este blogue um autêntico plenário de debate.
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HUMBERTO DELGADO (II)


Voltando à biografia de Humberto Delgado e à conferência de imprensa do Café Chave de Ouro. Para que se fique com uma imagem mais clara acerca da dureza da campanha eleitoral que Delgado protagonizou e da sua coragem pessoal e politica.

Um dos temas fortes foi o do americanismo do candidato que era utilizado pelo regime para o atacar. A uma pergunta de Manuel Rolão, correspondente do jornal Juventud de Madrid solicitando um comentário de Delgado acerca do facto de um artigo do New York Times o apresentar como “partidário dos Estados Unidos” (resposta cortada pela censura):

“ – Traduttore traditore. O que se queria dizer é que sou amigo dos americanos. É diferente. Não me fica mal. Portugal tem, aliás, tropas estrangeiras no seu território, o que acho muito bem. Em 1917, portugueses e norte americanos combateram lado a lado em França. Durante a segunda Guerra Mundial, Portugal concedeu bases aos Estados Unidos nos Açores. Somos, assim, dois países ligados por uma antiga e sólida amizade. É, portanto, natural, que um candidato à Presidência da República Portuguesa seja amigo dos Estados Unidos.”

Mas o correspondente do Juventud de Madrid não ficou satisfeito e voltou à carga perguntando se o NYT tinha razões para definir o candidato como “partizan of USA”. Irritado, Humberto Delgado respondeu “com uma expressão que ecoou na sala” e que “todos julgaram ter ouvido” da seguinte forma:

“Não faça perguntas idiotas!”

Nessa altura, o espanhol Adolfo Lizon, representante do jornal falangista ABC, saltou em defesa do seu colega, “a protestar com palavras desabridas” por ter sido cometida uma injúria contra um profissional da imprensa”:

“Você não pode insultar um jornalista!”

Esta tirada era uma clara provocação para que o candidato perdesse a compostura, mas não surtiu o efeito pretendido. Humberto Delgado respondeu-lhe:

“Você é estrebaria. Eu sou General e tenho nome.”

Foi um dos momentos mais tensos da conferência de imprensa. (…) O mesmo jornalista ainda perguntou nessa altura:

“Gostaria que o Sr. General me dissesse se isto é uma conferência de imprensa ou um meeting.”

Humberto Delgado respondeu:

“Isto chama-se o que o senhor quiser chamar-lhe, embora constitua uma reunião para troca de perguntas e respostas concretas, entre mim e os jornalistas. Se não tem outra pergunta a fazer, então cale-se!”

Mas Adolfo Lizon não se calou:

“Então todos os que estão à sua volta, na mesa, não são políticos?

Humberto Delgado, “com veemência e severidade”, mandou-o de novo calar:

“O Senhor já fez duas perguntas. Já acabou!”

[Transcrição de “Humberto Delgado – Biografia do General Sem Medo”. Omiti as notas que remetem para as fontes, em regra, provas censuradas da imprensa da época. Continua.]
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CHINA

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quarta-feira, maio 14

CARLOS MINC

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PEDIR DESCULPA

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CHINA - UMA TRAGÉDIA

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NA IMINÊNCIA DE UMA CRISE MUNDIAL


A Europa e o mundo vivem sob o espectro de uma crise financeira, energética e alimentar. Três choques, em simultâneo, que põem em risco o equilíbrio em que assenta o mundo do pós guerra. Os chamados países emergentes, com a China à cabeça, estão no centro da crise. Esses países passaram de sociedades miseráveis a sociedades de consumo. A China é como uma fogueira gigante que consome crescentes recursos que afluem de todo o mundo e, ao mesmo tempo, alimenta outras fogueiras que, de igual modo, consomem mais do que a humanidade é capaz de produzir. Entramos numa nova fase da vida das nações que exigirá mudanças profundas também nas estruturas das instituições internacionais. A questão: como gerir essas mudanças sem guerra?

[Do meu diário - 7/5/2008]
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terça-feira, maio 13

DEZ ANOS DE UNIÃO MONETÁRIA


Teodora Cardoso, no Jornal de Negócios, conduz-nos a um documento no qual se faz o balanço e se apontam os desafios resultantes de dez anos de União Monetária. Aqui deixo a parte final do artigo que nos introduz, de forma didáctica, à matéria, apontando-nos o link para o documento original.

A perspectiva do documento é sobretudo a de avaliar os desafios futuros, o que não deixa de exigir que se analise criticamente o passado. No caso da economia portuguesa, as questões que se mantêm relevantes para o futuro referem-se, em primeiro lugar, à necessidade de encarar, séria e estavelmente, o compromisso de equilíbrio das finanças públicas e de adaptar, onde necessário, os preceitos institucionais que as regem. As enormes diferenças registadas nesta matéria entre Portugal e Espanha não deixam dúvidas quanto ao facto de ela constituir uma condição necessária da desejada convergência real da economia, um conceito que obviamente só faz sentido no médio/longo prazo.
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A segunda questão-chave diz respeito ao emprego e às condições para o seu crescimento estável. A análise quantificada da evolução das duas economias ibéricas identifica o comportamento do emprego como o factor com a maior contribuição para os diferentes desempenhos em termos de crescimento económico, face a evoluções semelhantes em matéria de produtividade. Esta será inquestionavelmente uma variável fundamental na evolução futura, mas Portugal tem de adaptar as instituições do mercado do trabalho, não só com vista a garantir o maior crescimento, mas também condições de equidade e de estímulo à formação e ao ajustamento ao novo enquadramento internacional.
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Os aspectos mais relevantes do documento agora publicado pela Comissão Europeia são os que respeitam à forma como a Zona Euro deve preparar-se para vencer os desafios que defronta. Estes resultam, por um lado, do fraco crescimento do produto potencial e das incertezas que daí decorrem para a manutenção do bem-estar dos cidadãos e, por outro, da necessidade de proteger eficazmente os interesses da Zona Euro no contexto da economia global.
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Dois conjuntos de recomendações são especialmente importantes nestas áreas: (i) as que se referem à necessidade de coordenação das reformas estruturais, no seio da própria Zona Euro; e (ii) as que respeitam à consolidação da representação da Zona nos fora internacionais relevantes. Resta esperar que as propostas agora avançadas tenham a sequência apropriada.
1* http://ec.europa.eu/economy_finance/emu10/emu10report_en.pdf – successes and challenges after ten years of Economic and Monetary Union, disponível “online”.
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A ÉTICA SEGUNDO MANUELA FERREIRA LEITE (III)

Fotografia daqui

Escrevo acerca de alguns episódios da campanha interna do PSD sempre com algum atraso. É para me certificar acerca da autenticidade das notícias. A propaganda está enfeitada de truques e, na política, a imagem destronou a mensagem.

Não aceito, em circunstância alguma, o estigma da idade para diminuir um candidato ou um simples cidadão. A vida é para viver até ao fim, em pleno, no exercício livre de todos os direitos cívicos e políticos. Os 67 anos de Manuela Ferreira Leite não a diminuem no cotejo com os 50 e poucos de Santana nem com os 40 e picos de Passos Coelho. Acho até que a idade beneficia Ferreira Leite na disputa partidária e ainda mais a beneficiará na disputa eleitoral a nível nacional.

O país ganhará com um líder da oposição experimentado e, neste caso, líder/mulher, que sabemos fundamentar a sua acção no ideário social-democrata, afastado das pulsões populistas que avassalam a direita europeia. Por este lado estamos conversados.

Quanto à imagem física a minha posição ainda é mais radical. É repugnante centrar qualquer crítica, ou tomada de posição, seja explícita, ou subliminar, fundada na tipologia física de um candidato, seja lá qual for o grau da nossa antipatia para com as suas ideias.

Para os incautos é bom que pensem duas vezes e sustenham os seus impulsos de abordagem gerontológica e/ou caracteriológica de Manuela Ferreira Leite. Porque esse é o caminho clássico, e perigoso, da ideologia e propaganda fascistas. Por isso mesmo é que me atenho, na crítica à candidatura de Manuela Ferreira Leite, às questões da ética na acção política.
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PETRÓLEO

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segunda-feira, maio 12

FUTEBOL - A SELECÇÃO NACIONAL


A notícia do dia é a convocatória de Scolari apesar das convocatórias de Scolari já terem deixado de ser notícia. Dizem que são demasiado previsíveis. E são. Mesmo assim desta vez deixou de fora Maniche e Caneira e convocou Postiga, vá lá saber-se porquê, e Jorge Ribeiro, Moutinho e Miguel Veloso (aplausos!). O tema é pouco estimulante para uma parte dos meus amigos que me encontram neste espaço. Mas tenham paciência que este tema me apaixona.

Somos um país pequeno e pobre com um futebol pequeno e pobre. O facto é fácil de reconhecer para quem acompanha estas coisas nas notícias de todos os dias. Mas a selecção nacional, por contraste, é grande e rica pois é feita à base de emigrantes que, na sua maioria, também eram pequenos e pobres antes de emigrarem. O futebol – gostemos ou não - tem este sortilégio muito especial. É democrático. Expõe à vista de todos a ascensão social de jovens que à força do seu talento, e muito trabalho, alcançaram o sucesso. Expõe à sociedade as virtudes da simbiose entre o individualismo e o colectivismo. É um jogo complexo de gestos técnicos moldados pelo pensamento intuitivo. Um por todos, todos por um.

A beleza da força em movimento - a entrada de cabeça de Ronaldo naquele jogo recente - e a força da beleza dos gestos nobres - o golo que o jogador do Desportivo da Corunha se recusou a marcar na baliza do Levante quando os seus jogadores pararam em protesto. É um negócio com espectáculo dentro. Um jogo jogado, salvo o guarda-redes, com os pés, o corpo e a cabeça, as partes mais inábeis para alcançar o fim em vista. E, mais do que tudo, o futebol é imprevisível nos resultados, ao contrário das eleições em ditadura.

Não acredito já no Sr. Scolari. Acomodou-se, ganhou ar de burocrata, parece displicente e obrigado pela família ao sacrifício de ficar por cá. Mas acredito que as selecções, como as nações, precisam da energia criadora dos seus melhores para vencer. Sei que os jogadores que Scolari, inevitavelmente, seleccionou são dos melhores do mundo. E foi ele, honra seja feita, que criou a mística da selecção que até pode empatar ou perder mas nunca perde a esperança de dar a volta por cima.

O povo de um país pequeno e pobre pode, hoje, dar-se ao luxo de acreditar que pode ganhar sempre. Dizem os puristas que é alienação. Seja! Mas os adversários, hoje em dia, temem-nos e dá-me gozo ver jogar a selecção!
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