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Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
quinta-feira, junho 4
quarta-feira, junho 3
O PSD SOBE MAS O PS AGUENTA-SE
Barómetro Marktest. Este barómetro não tem nada a ver com as Europeias. A última sondagem conhecida acerca das Europeias está aqui. Mas o barómetro, tomando como referência os dados de Maio de 2009, em relação a Abril, o que nos diz? Se as minhas contas estão certas o PS mantém a dianteira, estabilizando na casa dos 36,3% (subiu 0,1%) enquanto o PSD subiu 1,9% atingindo 28,3% (aleluia!); o BE sobe, ocupando o 3º lugar, na casa dos dois dígitos (14,7%) e o PCP desce (9,4%), um movimento simétrico, ou seja, em termos puramente aritméticos simples, as perdas do PCP são iguais aos ganhos do BE, enquanto o CDS-PP desce (7,1%). O conjunto da esquerda representa, em Maio, 60,4% das intenções de voto, curiosamente, o mesmo valor de Abril. O conjunto da direita representa 35,4%, subindo 0,7%. O Portugal das intenções de voto adorna à esquerda. [o somatório nunca dá 100% pois 4,2% são votos brancos/outros.]
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MARILYN - fotografias inéditas
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August 1950: A 24-year-old Marilyn, wearing a simple button-down shirt monogrammed with her initials, leans against a tree in Los Angeles' Griffith Park for LIFE photographer Ed Clark. The negatives for these photos were recently discovered during our ongoing effort to digitize LIFE's immense and storied photo archive, including outtakes and entire shoots that never saw the light of day. Click through to see more stunning shots of Marilyn, plus the reason why they may never have been published... [Legenda da primeira fotografia.]
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terça-feira, junho 2
BPN - UM ESCÂNDALO QUE NÃO MERECE CONTEMPLAÇÕES
ASSINO POR BAIXO COMO DIZ O OUTRO. VENDER DEPRESSA E BEM! INVESTIGAR DEPRESSA E BEM! JULGAR DEPRESSA E BEM! SE O CASO BPN NÃO FOR INVESTIGADO ATÉ ÀS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS FICA LIVRE O CAMINHO PARA O DESPRESTÍGIO DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS. É QUE OS CIDADÃOS CUMPRIDORES DOS SEUS DEVERES, QUE PRECISAM DE TRABALHAR PARA VIVER, COM OS IMPOSTOS EM DIA, NÃO PODEM, NEM DEVEM, ACEITAR QUALQUER TRANSFERÊNCIA DOS RENDIMENTOS DO SEU TRABALHO, OU NEGÓCIO, LEGÍTIMOS, PARA O BOLSO DE CRIMINOSOS PROTEGIDOS POR SEGREDOS, COMPADRIOS OU INEFICIÊNCIAS. HÁ LIMITES PARA TUDO! [Desculpa lá, Catarina.]
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UE - BARROSO, BLAIR E O QUE MAIS?
Tony Blair, favorito para ser el primer presidente de la EU
Se o José Manuel Durão Barroso – (estão a ver quem é?) – continuar no posto e se forem buscar o Blair, só falta arranjar um lugar para o Aznar já que o Bush deverá estar fora de causa! A liderança da UE ficará ocupada pelo grupo dos Açores, os derrotados da guerra do Iraque e, mais grave, os promotores próximos da crise global. Depois da eleição de Obama a UE parece incapaz de encontrar novos rostos, novas ideias e novas políticas. Não sei se dá para aguentar!
Se o José Manuel Durão Barroso – (estão a ver quem é?) – continuar no posto e se forem buscar o Blair, só falta arranjar um lugar para o Aznar já que o Bush deverá estar fora de causa! A liderança da UE ficará ocupada pelo grupo dos Açores, os derrotados da guerra do Iraque e, mais grave, os promotores próximos da crise global. Depois da eleição de Obama a UE parece incapaz de encontrar novos rostos, novas ideias e novas políticas. Não sei se dá para aguentar!
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segunda-feira, junho 1
O FIM DOS "ESPADAS"
Notícias da América. Isto é uma nacionalização. Transitória. Envolve um esforço financeiro brutal com recursos de natureza pública. Os liberais, e quejandos, cá da praça vão fazer-se distraídos. Está muito calor! Vejam lá se metem na cabeça que o Estado tem um papel a desempenhar quando o mercado aponta o caminho da falência a empresas âncora de qualquer país de economia de mercado. Isto quer dizer que estamos a assistir a uma mudança profunda no modelo de especialização produtiva a nível global. No caso quer dizer que acabou a era dos “espadas”, refiro-me aos carros, e não aos ideólogos caseiros do liberalismo. A coisa é dura pois o mercado resiste mesmo quando entra em profunda atonia. Por exemplo: se eu quiser comprar um carro novo, aproveitando o bom momento para comprar, com dinheiro na mão, os vendedores no stand entram em pânico! Comem-se uns aos outros – salvo seja - para ganhar o cliente e acabam por o perder. Em vez de me telefonarem, insistentemente, para me oferecerem alternativas, desistem. Pode parecer estranho, mas é assim. Resolvi arranjar o carro velho e esperar … é um caso típico que ajuda a explicar uma faceta do ciclo vicioso da crise.
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Anjos e Marvão Libertação – uma homenagem tardia
João Mário Anjos (à esquerda), Eduardo Ferro Rodrigues (ao centro) e o subscritor (à direita). Fotografia de uma época próxima dos factos.
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Um dos acontecimentos mais marcantes a que assisti no período imediatamente a seguir ao 25 de Abril de 1974 foi o da recusa dos oficiais milicianos (João) Anjos e (Carlos) Marvão em comandar uma acção destinada a reprimir uma greve dos trabalhadores dos CTT. Na verdade a unidade militar na qual, no dia 17 de Junho de 1974 (?), ocorreu esse acontecimento era aquela onde eu prestava serviço militar: o 2º Grupo de Companhias de Administração Militar (ao Campo Grande).
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Alguém dos poderes provisórios, saídos da revolução, não sei quem, decidiu que caberia àquela unidade militar estrear um tipo de intervenção que colocaria as forças armadas, acabadas de sair triunfantes do 25 de Abril, contra uma acção reivindicativa de trabalhadores. Foi uma decisão surpreendente, ainda para mais, quando nos demos conta que o comando da força repressiva seria cometido a oficiais milicianos.
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Lembro-me de nos terem reunido e de um oficial superior encetar a tarefa impossível de ordenar a um oficial miliciano (ou oficiais) que comandasse a força. Começou por uma ponta na qual, por acaso, se haviam posicionado o João Mário Anjos e o Carlos Marvão. Não sei já qual foi o primeiro a recusar a ordem mas indagado o segundo, que também recusou, o oficial resolveu suspender a diligência. Logo a seguir, na terceira posição, se não me falha a memória, estava eu próprio. Nos dias 25 e 26 de Junho foi concretizada a prisão dos oficiais rebeldes que seguiram para a prisão da Trafaria.
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A greve dos trabalhadores dos CTT terminou no dia 20 de Junho mas a posterior prisão daqueles oficiais despertou a mais profunda indignação dando origem a diversas manifestações, com significativa participação popular, de que possuo registo de duas: a primeira convocada para 28 de Junho no Campo Grande, junto à Churrasqueira, e a segunda realizada no dia 9 de Julho na Praça Marquês de Pombal proibida, aliás, pelas autoridades. Segundo uma cronologia do Centro de Documentação 25 de Abril Os manifestantes recusam-se a obedecer e desfilam até ao Marquês de Pombal.
O MES convocou as manifestações, pelo menos, através de três comunicados: o primeiro subscrito pela Comissão Política, com data de 27 de Junho (dois meses após o 25 de Abril), com o título Dois Milicianos Presos na Trafaria Por Não Quererem Reprimir os Trabalhadores, o segundo e terceiro, ambos subscritos pelos Grupos Socio-Profissionais Mistos, sem data, com os títulos Exijamos a Libertação dos Milicianos Presos e Libertemos Anjos e Marvão! A Luta Continua!
O Robin Fior, designer inglês, apanhado em Lisboa pela revolução, que foi o autor do símbolo e dos primeiros materiais de propaganda do MES, concebeu um inesquecível cartaz, com a palavra de ordem Anjos e Marvão Libertação. O cartaz de que não possuo qualquer exemplar, nem encontrei disponível na internet, ostenta um design gráfico invulgar para a época sendo, certamente, uma das peças de propaganda mais notáveis daquele período. [Quem o puder enviar, agradeço.]
Um dos oficiais milicianos presos era, nem mais nem menos, o João Mário Anjos que havia, comigo e o António Dias, bastante antes do 25 de Abril, constituído uma das «células» do MES que, por essa altura, «marinava» entre a semi-clandestinidade, que nós pensávamos que o serviço militar exigia, e a legalidade que o 1º de Maio, ainda fresco na memória de todos, reclamava. Conviveríamos com esta ambiguidade durante os meses seguintes pois, na verdade, vivíamos, com ou sem razão, na incerteza dos destinos da revolução que aquelas inopinadas prisões parecia confirmar.
Hoje, passados 35 anos sobre esses acontecimentos, por dever de consciência, presto homenagem pública aqueles dois camaradas de armas e, em especial, ao João Mário Anjos, cuja coragem física e clarividência política, de que possuo evidências, nunca foram, pelos seus próprios companheiros, suficientemente reconhecidas. Onde quer que se encontre quero dizer-lhe que o não esqueci, nem esquecerei.
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sábado, maio 30
DÓI QUE SE FARTA!
Durante algum tempo muita gente dizia que Vital Moreira era muito competente, bla bla bla … mas não se fazia entender.Repentinamente parece que se fez entender bem demais … e os queixosos sentiram a dor que se sente quando se leva uma pancada num ponto sensível … dói que se farta! Mas as aves continuam à solta e depenicam … nos despojos à espera de melhores tempo.
sexta-feira, maio 29
PS CONTINUA NA FRENTE ...
O quadro é retirado do Margens de erro após a divulgação de mais uma sondagem acerca das intenções de voto nas Europeias. Os factos mais relevantes são a subida do PS e a descida do BE. Extraordinária a manchete do Expresso online: Sondagem: CDU sobe ao pódio. Mais séria a manchete da SIC (que rapidamente foi retirada da 1ª página): Sondagem: PS aumenta vantagem sobre o PSD. Faltam 8 dias …
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quinta-feira, maio 28
Bonnie and Clyde
Bonnie and Clyde é um dos filmes da minha vida. Um dia, devia ser de tarde, resolvemos ir ao cinema. Lembro-me que um dos cinéfilos era o Félix Ribeiro, que ficou à minha frente no balcão de um dos cinemas da baixa quando na baixa havia cinemas. É provável que essa ida ao cinema, ao contrário do que sempre pensei, tivesse sido orientada previamente pelo facto do Félix Ribeiro ser filho do Director da Cinemateca. (A Cinemateca, ao contrário de todas as evidências, suscitadas pela morte do Bénard da Costa não começou com o Bénard da Costa!). Enquanto o filme corria fui sendo tomada pela sensação de que estava a apreciar uma obra-prima - a narrativa da epopeia de uma fuga real à polícia com um final trágico. Nunca mais me desembaracei dessa sensação … e acho que o sentimento correspondia à razão. Hoje volto a ter notícias acerca desses momentos de felicidade enquanto cinéfilo.
EUROPEIAS - FALTAM 10 DIAS
Luís Aguiar-Conraria, no margens de erro: Dado que já várias sondagens foram feitas e que todas apontam para uma vitória do PS é difícil de aceitar a hipótese de o PSD e o PS estarem empatados. Para já, o PS leva vantagem.
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quarta-feira, maio 27
Européennes : le débat Kahn-Cohn-Bendit
"Les Echos " mettent face à face deux têtes d'affiches connues pour leur franc-parler : l'écologiste Daniel Cohn-Bendit, tête de liste Europe Ecologie en Île-de-France, et le centriste Jean-François Kahn, tête de liste MoDem dans l'Est.
Daniel Cohn-Bendit: (…) Pour s'attaquer à l'abstention, la meilleure stratégie est que chaque force politique cherche à mobiliser au plus large son potentiel. Pour moi, cela consiste à dire que face aux crises auxquelles nous sommes confrontés, l'Europe doit et va jouer un rôle, positif ou négatif selon le rapport de force politique à l'intérieur, entre autres, du Parlement européen.
(…)
Jean-François Kahn: (…) Face à cette crise économique, mais aussi morale, de civilisation, les gens ont la possibilité de dire quel modèle ils veulent. Et quel modèle ils ne veulent pas.
(…)
Também no Ir ao Fundo e Voltar
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Daniel Cohn-Bendit: (…) Pour s'attaquer à l'abstention, la meilleure stratégie est que chaque force politique cherche à mobiliser au plus large son potentiel. Pour moi, cela consiste à dire que face aux crises auxquelles nous sommes confrontés, l'Europe doit et va jouer un rôle, positif ou négatif selon le rapport de force politique à l'intérieur, entre autres, du Parlement européen.
(…)
Jean-François Kahn: (…) Face à cette crise économique, mais aussi morale, de civilisation, les gens ont la possibilité de dire quel modèle ils veulent. Et quel modèle ils ne veulent pas.
(…)
Também no Ir ao Fundo e Voltar
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A AUDIÇÃO PARLAMENTAR
Não me interessam os detalhes mais ou menos pitorescos da audição de Oliveira e Costa. O que me interessa é assinalar que esta audição prestigiou o parlamento. Durante muitas horas senti a sensação de viver num país democrático a sério. A um banqueiro indiciado pela prática de crimes, e por essa razão, em prisão preventiva, foi dada a oportunidade de se explicar, em público, respondendo a quase todas as perguntas dos deputados. Foram muitas horas de afirmações em defesa própria, e de exercício do contraditório, acerca de um assunto do qual, naturalmente, não conheço os meandros. Mas para além de algumas tentativas tacanhas de aproveitamento político-partidário, sem sucesso, esta audição foi um acontecimento prestigiante para a instituição parlamentar. Foi, do meu ponto de vista, um salutar exercício democrático. Seria mais uma injustiça insuportável que o único acusado do caso BPN fosse obrigado a manter o silêncio enquanto todos os restantes envolvidos, directa ou indirectamente, têm gozado da liberdade de expressar, publicamente, as suas opiniões. Desta forma se equilibraram, tanto quanto possível, os pratos da balança no inevitável julgamento da opinião pública. Do mal o menos …
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terça-feira, maio 26
OLIVEIRA E COSTA
OLIVEIRA E COSTA ESTÁ A PARTIR A LOIÇA TODA.
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A audição, que está a decorrer, neste momento, na Assembleia da República a Oliveira e Costa é o acontecimento político/mediático mais extraordinário dos últimos anos. RTP Parlamento.
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A audição, que está a decorrer, neste momento, na Assembleia da República a Oliveira e Costa é o acontecimento político/mediático mais extraordinário dos últimos anos. RTP Parlamento.
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segunda-feira, maio 25
domingo, maio 24
JOÃO SALAVIZA
ARENA. Um amigo actor que participou no primeiro filme dele, ainda na escola, disse-me, dias atrás, que João Salaviza seria um grande realizador. A sua intuição acertou em cheio pois não é qualquer um que, à primeira, ganha um grande prémio em Cannes. Também aqui. Ainda mais.
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sábado, maio 23
A PROPÓSITO DO 60º ANIVERSÁRIO DA CONSTITUIÇÃO DA ALEMANHA
De vez em quando é salutar lembrar, e lembrar-me a mim próprio, que este blogue é pessoal. Quando me refiro, explicitamente, a assuntos da esfera pessoal, familiar ou profissional, o que acontece raramente, fico com a estranha sensação de estar a ferir um estatuto editorial construído, e aplicado, por mim próprio. É que, afinal, após tantos anos a expor-me através da emissão de opiniões neste blogue posso ficar cativo da opinião que dele façam os seus visitantes. E não quero ficar cativo senão da minha própria temperança no uso da sagrada liberdade de opinião. O meu filho Manuel escolheu a disciplina de história (alemã) para oral das provas finais do 12º ano. O tema forte de estudo, apesar de não ter “saído”, foi a ascensão e queda do nazismo. Explicou-me, no decurso desse tempo de estudo, alguns detalhes, que eu não conhecia, do fenómeno terrível que foi o nazi-fascismo. Quando olho as fotografias, imagens e notícias acerca da manifestação dos alunos de Escola António Arroio, arremessando contra o primeiro-ministro José Sócrates o epíteto de fascista, assusto-me não só com o absurdo da sua utilização mas, fundamentalmente, com o efeito de banalização do termo fascista pela extensa divulgação que este tipo de acontecimentos suscita. A profunda ignorância da história da Europa, e de Portugal, por parte dos jovens estudantes é preocupante e faz-me entender melhor o rigor, e a dureza, com que as autoridades alemãs, a todos os níveis e em todos os sectores, tratam toda e qualquer manifestação que possa confundir a opinião pública acerca da realidade do nazi fascismo. Haviam de ver as consequências da cena passada na Escola António Arroio se a mesma, ou semelhante, pudesse ocorrer, a título individual ou colectivo, no espaço da uma escola alemã! No dia em que se celebra o 60º aniversário da Constituição da Alemanha.
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sexta-feira, maio 22
UM DIA FELIZ
Azenhas do Mar – as horas que passei neste lugar, exactamente neste lugar, fazendo companhia ao meu filho Manuel nas suas actividades de pescador. Recebe hoje o diploma do 12º ano da Escola Alemã de Lisboa. Um dia feliz!
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quinta-feira, maio 21
JOÃO BÉNARD DA COSTA
Morreu João Bénard da Costa. Identifico a sua figura pela voz que era de tonalidade rouca. A arte dos obituários está repleta de surpresas, omissões e, nalguns casos, de injustiças. No caso de João Bénard da Costa, nestas primeiras horas, após o conhecimento da sua morte, os obituários são de teor “oficialista”. Assinalo, como nota de rodapé, que enquanto uns são, indevidamente, dados como tendo sido dirigentes do extinto MES no caso do Bénard da Costa, ocorre o oposto. Tendo sido dirigente do MES, nos primórdios da revolução, oriundo da chamada corrente católica progressista, essa faceta do seu CV é omissa em todos os obituários. Honra à sua memória.
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quarta-feira, maio 20
A tropa e a nobreza do major
Em Outubro de 1971, cumpri a jornada obrigatória de me apresentar em Mafra. O velho Convento era o destino de todos os jovens licenciados (ou estudantes universitários) que fossem considerados aptos para cumprir o serviço militar obrigatório. Na verdade a minha entrada para o serviço militar deu-se em 7 de Outubro de 1971.
Seguiram-se três meses de dura instrução. Os meus companheiros mais próximos foram o José Pratas e Sousa e o Raul Pinheiro Henriques. Na tropa faziam-se fortes amizades e cumpriam-se as regras estritas da instituição militar. Não me desgostou pois me tinha preparado para todas as provações.
Cumpri 3 anos menos dois dia de serviço militar obrigatório. Passei à disponibilidade em 4 de Outubro de 1974. Apesar de um incidente no dia 16 de Março – o dia da «Revolta das Caldas» – em que fui mandado recolher ao quarto por um dia, a minha folha de serviços está impecavelmente limpa.
O problema maior que assaltava as preocupações de mancebos (conscritos) e famílias, de todas as classes e condições, era o espectro da mobilização para uma das frentes da guerra colonial. No primeiro dia fiz a viagem de autocarro. Fui sem revolta e em busca de nada. Cumprir uma obrigação e, se possível, lutar contra a guerra colonial.
Eu sabia que o quartel era uma instituição concentracionária de tipo clássico, como o convento ou a prisão, tinha-o lido em diversos livros, e sabia que sempre seria possível cumprir com as regras subvertendo as regras.
A tropa, naquela época, não era uma curta experiência de aprendizagem dos métodos próprios da guerra. Era um longo exercício de sobrevivência psicológica e física às exigências da defesa de Portugal como «Pátria una e indivisível do Minho a Timor».
Era um teste à capacidade pessoal de resistência a uma caminhada pelo inferno dos labirintos da irracionalidade da guerra. Fui e ganhei forças para combater, por dentro, a solidão e as provações.
Dessa experiência nunca esqueci um episódio que me ensinou como é preciso ter cuidado com as aparências. Um dia, pela manhã, na parada, o Major, Comandante da Companhia, que tinha na conta de um militarão, aproximou a sua boca ao meu ouvido e, em voz ciciada, avisou-me de que estava na lista dos «subversivos». Ouvi, estremeci e calei. Não o conhecia. Era, na verdade, um oficial discreto que cumpria com os seus deveres. Eu cumpria com os meus. Nada o obrigava a correr o risco de me avisar.
Este episódio ajudou-me a aprender como é difícil, no mundo dos homens, ajuizar acerca da natureza do seu carácter e dos valores que os movem na sua relação com os outros. Nunca mais esqueci a nobreza do gesto do major que tomei à conta de generosidade.
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terça-feira, maio 19
Personagens absurdas.
Calígula. O gládio e o punhal.
“Creio que não me compreenderam bem anteontem quando ataquei o sacrificador com o maço com que ele ia matar a bezerra. No entanto era muito simples. Por uma vez, quis alterar a ordem das coisas – para ver, em suma. O que vi, é que nada mudou. Um pouco de espanto e de pavor nos espectadores. Quanto ao resto, o sol pôs-se à mesma hora. Concluí que era indiferente alterar a ordem das coisas.”
Mas por que motivo um dia o sol não nascerá a oeste?
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Id. (Ptolémée). Mandei-o matar porque não havia razão para que ele fizesse um casaco mais belo que o meu. De facto não havia razão. Claro que também não havia razão para que o meu casaco fosse o mais belo. Mas ele não estava consciente disso e, visto que eu era o único a ver claro, é normal que obtivesse vantagens.
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Dom Quixote e La Pallice.
La Pallice. – Um quarto de hora antes da minha morte, ainda estava com vida. Isso bastou para a minha glória. Mas essa glória é usurpada. A minha verdadeira filosofia é que um quarto de hora após a minha morte, já não estarei com vida.
Dom Quixote. – Sim. Combati moinhos de vento. Pois é profundamente indiferente combater moinhos de vento ou gigantes. A tal ponto indiferente que é fácil confundi-los. Tenho uma metafísica míope.
In Cadernos (Caderno nº 3 – Abril 1939/Fevereiro 1942) - Albert Camus – Edições Livros do Brasil
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segunda-feira, maio 18
ELEIÇÕES COM FARTURA
Guy Le Querrec - BAIXO ALENTEJO. Village de Serpa. Vote pour les élections à l'Assemblée Constituante
O ambiente político está tenso com os partidos da oposição a tentar cavalgar a crise económica e financeira que pode desembocar numa crise social à qual se pode juntar uma crise política. A tensão existiria sempre com eleições à vista. Faz parte das regras do jogo democrático. Mas o regime deveria dispor de mecanismos eficazes para regular o calendário eleitoral. Não é saudável que num período de menos de cinco (5) meses decorram três (3) actos eleitorais, de âmbito nacional, ainda para mais convocados por diferentes autoridades.
O ambiente político está tenso com os partidos da oposição a tentar cavalgar a crise económica e financeira que pode desembocar numa crise social à qual se pode juntar uma crise política. A tensão existiria sempre com eleições à vista. Faz parte das regras do jogo democrático. Mas o regime deveria dispor de mecanismos eficazes para regular o calendário eleitoral. Não é saudável que num período de menos de cinco (5) meses decorram três (3) actos eleitorais, de âmbito nacional, ainda para mais convocados por diferentes autoridades.
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domingo, maio 17
EUROPEIAS: ABSTENÇÃO E PS
Saiu mais uma sondagem acerca das eleições para o Parlamento Europeu (7 de Junho) que dá como vencedores a abstenção… e o PS. Sem novidade. Para o eleitorado a realidade política da UE está muito distante do seu quotidiano. O fenómeno não é sequer uma particularidade de Portugal. Em todas as sondagens publicadas até hoje, acerca das próximas eleições, o PS surge sempre como vencedor e nas duas últimas alcança os seus melhores resultados. Nesta questão de sondagens cada partido valoriza, ou desvaloriza, conforme o seu interesse particular. Mas se o PS, mesmo com uma forte taxa de abstenção, ganhar as “Europeias”, atenta a turbulência dos tempos, tornará ciclópica a tarefa de Manuela Ferreira Leite para as legislativas. Não admira que a agenda do PSD se resuma quase só ao “Caso Freeport”.
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ECONOMIA SOCIAL
PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU sobre a economia social. Versão final da Resolução do Parlamento Europeu sobre economia social, aprovada, por larga maioria, em 19 de Fevereiro de 2009. MEMORANDO PARA AS ELEIÇÕES EUROPEIAS 2009, dado a conhecer pelo Rui Namorado.
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sábado, maio 16
MANUEL ALEGRE
O mais importante e, politicamente, interessante da tomada de posição de Alegre diz respeito às presidenciais. Ao contrário de todas as aparências o tempo que falta para as próximas presidenciais é curto (2 anos). Este foi o primeiro passo para uma futura candidatura presidencial de Alegre. Alegre distanciou-se do PS mas reforçou a sua relação ideológica com o PS. Libertou-se para alargar a sua base eleitoral de apoio para as presidenciais. Elementar! Mas o mais interessante é que, desta forma, criou um facto novo: colocou sob pressão Cavaco se este pensar, como sempre aconteceu com os anteriores presidentes, numa candidatura a um segundo mandato. É que a esquerda sociológica tem sido, em Portugal, sempre maioritária e Alegre pode fazer o pleno da esquerda. E a futura candidatura presidencial de Alegre, que não pode dispensar o apoio do PS, coloca o PS no seu lugar natural de grande partido de esquerda.
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quinta-feira, maio 14
CORRENTES - CONFRONTOS COM A MEMÓRIA
Patti Levey
O Tomás Vasques faz-me um desafio ao qual não me passaria pela cabeça corresponder não viesse de onde vem. Quando li o teor da corrente, e nada tenho contra esta modalidade de estimulo à interacção, vieram-me à cabeça um mundo de personagens, sons e imagens, que povoam o meu imaginário. Algumas são muito antigas mas esse facto só confirma, além da minha antiguidade, como o fenómeno audiovisual e, em particular, a televisão exerce uma influência tão forte sobre as nossas vidas. Num primeiro momento senti-me impotente para corresponder ao desafio mas, bem vistas as coisas, sempre se pode tornear a pesada tarefa de investigar programas, ou séries, de televisão marcantes, de que não me lembro, com rigor, dos títulos recorrendo aos autores. Salvo um ou outro caso lá vão os nomes aos quais se associam mais do que um programa, por vezes, vidas inteiras de presença nas nossas vidas, sem pretensão cronológica, nem linhagem valorativa no que respeita à minha formação pessoal e cultural:
- João Villaret (acompanhado, ao piano, pelo irmão: Carlos Villaret) – uma introdução à poesia acessível a todos e sem concessões à facilidade;
- Mário Viegas – um amigo que simboliza, para mim, a força da palavra com um mundo de sensações e revoltas lá dentro;
- António Lopes Ribeiro – o mundo do cinema quando o cinema era quase só o “Museu do Cinema”, acompanhado pelo pianista “mudo” António Melo;
- Vasco Granja – a divulgação do mundo do cinema de animação e da banda desenhada polarizado, ao longo de décadas, por um só nome;
- Vitorino Nemésio (“Se bem me Lembro”) – as palestras de um grande poeta esquecido. As palavras enroladas em sabedoria tradicional por um erudito (açoriano);
O Tomás Vasques faz-me um desafio ao qual não me passaria pela cabeça corresponder não viesse de onde vem. Quando li o teor da corrente, e nada tenho contra esta modalidade de estimulo à interacção, vieram-me à cabeça um mundo de personagens, sons e imagens, que povoam o meu imaginário. Algumas são muito antigas mas esse facto só confirma, além da minha antiguidade, como o fenómeno audiovisual e, em particular, a televisão exerce uma influência tão forte sobre as nossas vidas. Num primeiro momento senti-me impotente para corresponder ao desafio mas, bem vistas as coisas, sempre se pode tornear a pesada tarefa de investigar programas, ou séries, de televisão marcantes, de que não me lembro, com rigor, dos títulos recorrendo aos autores. Salvo um ou outro caso lá vão os nomes aos quais se associam mais do que um programa, por vezes, vidas inteiras de presença nas nossas vidas, sem pretensão cronológica, nem linhagem valorativa no que respeita à minha formação pessoal e cultural:
- João Villaret (acompanhado, ao piano, pelo irmão: Carlos Villaret) – uma introdução à poesia acessível a todos e sem concessões à facilidade;
- Mário Viegas – um amigo que simboliza, para mim, a força da palavra com um mundo de sensações e revoltas lá dentro;
- António Lopes Ribeiro – o mundo do cinema quando o cinema era quase só o “Museu do Cinema”, acompanhado pelo pianista “mudo” António Melo;
- Vasco Granja – a divulgação do mundo do cinema de animação e da banda desenhada polarizado, ao longo de décadas, por um só nome;
- Vitorino Nemésio (“Se bem me Lembro”) – as palestras de um grande poeta esquecido. As palavras enroladas em sabedoria tradicional por um erudito (açoriano);
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- Padre António Ribeiro (futuro Cardeal Patriarca de Lisboa) – um padre, um bispo, um cardeal, que sabia a arte da comunicação; foi um elo na transição da ditadura para a democracia, moderando os ímpetos numa época de fogo;
- Raul Solnado –uma extraordinária carreira de actor, um comediante ímpar, que deixa uma marca profunda na cena cultural portuguesa ampliada com o surgimento da televisão;
- Herman José - um comediante genial, mal amado no seu próprio país, arrumado na prateleira, ainda ouviremos falar dele;
- Artur Varatojo – não perdia os seus programas e cheguei a escrever-lhe, – fascinava-me a sua relação com os temas policiais;
- Festival da Canção – uma ambivalência político-cultural, ao mesmo tempo, no centro do poder e no lugar da resistência: Simone de Oliveira, Madalena Iglésias, Fernando Tordo, Paulo de Carvalho …
- Gabriela Cravo e Canela – uma novela empolgante, luxuriante, sedutora. Assisti a quase todos os episódios como se de uma ida ao cinema se tratasse, …
- A Guerra – por Joaquim Furtado – uma série de documentários para a história do género em Portugal;
- Europeu de Futebol de 2004 – a transmissão dos jogos da selecção portuguesa – ou como sofrer, de forma apaixonada, o sonho da epopeia dos pequenos ganharem aos grandes – ir à janela, sair à rua, olhar as bandeiras nacionais por todo o lado … um ponto de vista acerca do patriotismo …;
- Debate Político – Até ao 25 de Abril de 1974 os portugueses nunca tinham visto um debate político. Muito menos pela TV. Este debate ente Mário Soares e Álvaro Cunhal (6 de Novembro de 1975) foi um momento marcante de uma nova época da vida pública portuguesa.
-RTP Memória - para fechar uma referência a um canal da RTP que é um dos únicos repositórios, na área do áudio visual, da memória da segunda metade do Século XX português.
[Vou passar à Tinta Azul, ao António Pais, ao Macro, à menina_marota e ao Rui Perdigão e que ninguém se sinta obrigado…]
- Raul Solnado –uma extraordinária carreira de actor, um comediante ímpar, que deixa uma marca profunda na cena cultural portuguesa ampliada com o surgimento da televisão;
- Herman José - um comediante genial, mal amado no seu próprio país, arrumado na prateleira, ainda ouviremos falar dele;
- Artur Varatojo – não perdia os seus programas e cheguei a escrever-lhe, – fascinava-me a sua relação com os temas policiais;
- Festival da Canção – uma ambivalência político-cultural, ao mesmo tempo, no centro do poder e no lugar da resistência: Simone de Oliveira, Madalena Iglésias, Fernando Tordo, Paulo de Carvalho …
- Gabriela Cravo e Canela – uma novela empolgante, luxuriante, sedutora. Assisti a quase todos os episódios como se de uma ida ao cinema se tratasse, …
- A Guerra – por Joaquim Furtado – uma série de documentários para a história do género em Portugal;
- Europeu de Futebol de 2004 – a transmissão dos jogos da selecção portuguesa – ou como sofrer, de forma apaixonada, o sonho da epopeia dos pequenos ganharem aos grandes – ir à janela, sair à rua, olhar as bandeiras nacionais por todo o lado … um ponto de vista acerca do patriotismo …;
- Debate Político – Até ao 25 de Abril de 1974 os portugueses nunca tinham visto um debate político. Muito menos pela TV. Este debate ente Mário Soares e Álvaro Cunhal (6 de Novembro de 1975) foi um momento marcante de uma nova época da vida pública portuguesa.
-RTP Memória - para fechar uma referência a um canal da RTP que é um dos únicos repositórios, na área do áudio visual, da memória da segunda metade do Século XX português.
[Vou passar à Tinta Azul, ao António Pais, ao Macro, à menina_marota e ao Rui Perdigão e que ninguém se sinta obrigado…]
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quarta-feira, maio 13
PERSONAGEM E AUTOR
Ken Rosenthal
Não sei porquê mas a leitura desta requintada pintura com música dentro, hiperligações, e tudo o mais, suscitou-me a necessidade de disponibilizar uma espécie de síntese curricular reduzida, à força, em 120 caracteres. Cada um, neste meio, se desvenda, quando se desvenda, como lhe apetece, pode e sabe. Na verdade trata-se de identificar um pouco melhor, a todos os que aqui chegam, por acaso, ou por vontade própria, o personagem que se esconde por detrás do autor. A fotografia foi só para compor. Mais tarde logo a actualizo. Nada disto tem, na verdade, grande importância mas cada vez gosto menos de anónimos, incógnitos e similares.
Não sei porquê mas a leitura desta requintada pintura com música dentro, hiperligações, e tudo o mais, suscitou-me a necessidade de disponibilizar uma espécie de síntese curricular reduzida, à força, em 120 caracteres. Cada um, neste meio, se desvenda, quando se desvenda, como lhe apetece, pode e sabe. Na verdade trata-se de identificar um pouco melhor, a todos os que aqui chegam, por acaso, ou por vontade própria, o personagem que se esconde por detrás do autor. A fotografia foi só para compor. Mais tarde logo a actualizo. Nada disto tem, na verdade, grande importância mas cada vez gosto menos de anónimos, incógnitos e similares.
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terça-feira, maio 12
MANUEL LOPES
Fotografia de António Pais
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Antes do 25 de Abril, militou no MDP/CDE e foi membro da sua Comissão Política em 1969. Foi fundador do MES (Movimento de Esquerda Socialista) em 1973 e presidiu à sua direcção até 1975.
Sempre apreciei o Manuel Lopes que, a par com o Agostinho Roseta, desempenhou um papel importante na gestação do sindicalismo português no período ante e pós 25 de Abril. Ambos morreram prematuramente. O Agostinho Roseta em 9 de Maio de 1995 e o Manuel Lopes em 15 de Maio de 1999. Honra à sua memória. Ambos foram fundadores do MES como activistas do sindicalismo livre que ganhara influência em diversos sindicatos incluindo o Sindicato dos Lanifícios de Lisboa. Digo sindicalismo livre para assinalar a sua autonomia face a qualquer direcção política partidária, em particular, a do PCP. Não tenho dúvidas que os últimos acontecimentos e a própria evolução do sindicalismo português teriam sido diferentes se fossem vivos. Esclareço que o Manuel Lopes tendo sido fundador do MES não presidiu à sua direcção pois nunca houve nenhum presidente de qualquer direcção do MES. As estruturas eram todas de tipo colectivo (coisas de outros tempos! …) e um bocadinho de feição anarquista. O MES também não foi fundado em 1973 – isso foi o PS – e as datas que melhor podem ser indicadas como de fundação do MES são o 1º de Maio de 1974, com a primeira saída à rua, ou a data do seu 1º Congresso, em Dezembro de 1974.
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Antes do 25 de Abril, militou no MDP/CDE e foi membro da sua Comissão Política em 1969. Foi fundador do MES (Movimento de Esquerda Socialista) em 1973 e presidiu à sua direcção até 1975.
Sempre apreciei o Manuel Lopes que, a par com o Agostinho Roseta, desempenhou um papel importante na gestação do sindicalismo português no período ante e pós 25 de Abril. Ambos morreram prematuramente. O Agostinho Roseta em 9 de Maio de 1995 e o Manuel Lopes em 15 de Maio de 1999. Honra à sua memória. Ambos foram fundadores do MES como activistas do sindicalismo livre que ganhara influência em diversos sindicatos incluindo o Sindicato dos Lanifícios de Lisboa. Digo sindicalismo livre para assinalar a sua autonomia face a qualquer direcção política partidária, em particular, a do PCP. Não tenho dúvidas que os últimos acontecimentos e a própria evolução do sindicalismo português teriam sido diferentes se fossem vivos. Esclareço que o Manuel Lopes tendo sido fundador do MES não presidiu à sua direcção pois nunca houve nenhum presidente de qualquer direcção do MES. As estruturas eram todas de tipo colectivo (coisas de outros tempos! …) e um bocadinho de feição anarquista. O MES também não foi fundado em 1973 – isso foi o PS – e as datas que melhor podem ser indicadas como de fundação do MES são o 1º de Maio de 1974, com a primeira saída à rua, ou a data do seu 1º Congresso, em Dezembro de 1974.
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segunda-feira, maio 11
domingo, maio 10
sábado, maio 9
LIBERDADE
BPP
John Chervinsky
"A doutrina de direita sobre a economia de mercado falhou claramente"
Quando hoje surgem os discursos dos representantes da direita acerca da ética, da responsabilidade social, resguardando-se de usar a palavras mercado, desde a direita liberal até à direita social, estamos perante uma fraude escondida por trás de um discurso ideológico que encobre um recuo sem perder de vista o regresso ao passado.
Quando os clientes do BPP se revoltam e reivindicam do estado que lhes garanta o dinheiro que entregaram a um banco privado estamos perante um exemplo prático que nos deveria ensinar que “"A doutrina de direita sobre a economia de mercado falhou claramente".
O que é mais extraordinário no caso é que a direita não se coloca, abertamente, ao lado dos depositantes do BPP, como seria coerente com a sua doutrina, explicando-lhes que a sua doutrina sobre a economia de mercado falhou e que, como consequência, eles são as suas vítimas.
O que a direita política faz, cinicamente, como é de sua tradição, é tentar arrastar o estado para o centro da resolução de um problema que resultou da aplicação das suas doutrinas acerca da economia e dessa forma tornar o governo cúmplice da sua ideologia, dos seus erros e refém do desespero dos que arriscando, conforme as regras de mercado que a direita defende, perderam.
Só faltava serem os pobres e remediados, através do apoio do estado, a pagarem os desvarios de poderosos, ou de habilidosos, que se meteram em aventuras com as quais agora fingem nunca terem sonhado. Se o governo quiser ser misericordioso no caso BPP que seja mas arrisca-se a jogar pela janela fora o seu futuro político.
"A doutrina de direita sobre a economia de mercado falhou claramente"
Quando hoje surgem os discursos dos representantes da direita acerca da ética, da responsabilidade social, resguardando-se de usar a palavras mercado, desde a direita liberal até à direita social, estamos perante uma fraude escondida por trás de um discurso ideológico que encobre um recuo sem perder de vista o regresso ao passado.
Quando os clientes do BPP se revoltam e reivindicam do estado que lhes garanta o dinheiro que entregaram a um banco privado estamos perante um exemplo prático que nos deveria ensinar que “"A doutrina de direita sobre a economia de mercado falhou claramente".
O que é mais extraordinário no caso é que a direita não se coloca, abertamente, ao lado dos depositantes do BPP, como seria coerente com a sua doutrina, explicando-lhes que a sua doutrina sobre a economia de mercado falhou e que, como consequência, eles são as suas vítimas.
O que a direita política faz, cinicamente, como é de sua tradição, é tentar arrastar o estado para o centro da resolução de um problema que resultou da aplicação das suas doutrinas acerca da economia e dessa forma tornar o governo cúmplice da sua ideologia, dos seus erros e refém do desespero dos que arriscando, conforme as regras de mercado que a direita defende, perderam.
Só faltava serem os pobres e remediados, através do apoio do estado, a pagarem os desvarios de poderosos, ou de habilidosos, que se meteram em aventuras com as quais agora fingem nunca terem sonhado. Se o governo quiser ser misericordioso no caso BPP que seja mas arrisca-se a jogar pela janela fora o seu futuro político.
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quinta-feira, maio 7
OS DIAS DA CAPITULAÇÃO
Maio de 1945 – os dias da capitulação
Kapitulation in Berlin-Karlshorst 9. Mai 1945 um 00.16 Uhr: Generalfeldmarschall Wilhelm Keitel unterzeichnet die bedingungslose Kapitulation des Deutschen Reiches.
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Kapitulation in Berlin-Karlshorst 9. Mai 1945 um 00.16 Uhr: Generalfeldmarschall Wilhelm Keitel unterzeichnet die bedingungslose Kapitulation des Deutschen Reiches.
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UM ROUBO À VISTA DESARMADA
Daqui
Drogba não se conteve. "It's a fucking disgrace". As palavras do costa-marfinense (qualquer coisa como "puta de vergonha") contra o árbitro norueguês Tom Henning Ovrebo foram o sinal mais marcante da revolta dos ingleses pela arbitragem no jogo frente ao Barcelona. Agora Drogba pode vir a ser castigado pela UEFA, mas Guus Hiddink, o treinador, já saiu em sua defesa: "Compreendo o seu comportamento e vou protegê-lo". Foto: Eddie Keogh/Reuters
[Vi o jogo de princípio ao fim e foi muito evidente que só um milagre evitaria a eliminação dos Ingleses. Uma lição de falta de ética, um ensaio prático, à vista do mundo, de favorecimento descarado, e sei lá o que mais… O senhor árbitro era norueguês, o país mais próspero da Europa, o que comprova que não há uma relação directa entre prosperidade e seriedade. Fiquei do lado dos nossos aliados ingleses, contra os nossos aliados catalães, do lado dos mais fracos!]
Drogba não se conteve. "It's a fucking disgrace". As palavras do costa-marfinense (qualquer coisa como "puta de vergonha") contra o árbitro norueguês Tom Henning Ovrebo foram o sinal mais marcante da revolta dos ingleses pela arbitragem no jogo frente ao Barcelona. Agora Drogba pode vir a ser castigado pela UEFA, mas Guus Hiddink, o treinador, já saiu em sua defesa: "Compreendo o seu comportamento e vou protegê-lo". Foto: Eddie Keogh/Reuters
[Vi o jogo de princípio ao fim e foi muito evidente que só um milagre evitaria a eliminação dos Ingleses. Uma lição de falta de ética, um ensaio prático, à vista do mundo, de favorecimento descarado, e sei lá o que mais… O senhor árbitro era norueguês, o país mais próspero da Europa, o que comprova que não há uma relação directa entre prosperidade e seriedade. Fiquei do lado dos nossos aliados ingleses, contra os nossos aliados catalães, do lado dos mais fracos!]
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quarta-feira, maio 6
MAIZENA
Desta vez Pinho teve humor e acertou no alvo: "O que eu creio é que Paulo Rangel tem de comer muita papa Maizena para chegar aos calcanhares do Dr. Basílio Horta"
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terça-feira, maio 5
ENOJANTE
segunda-feira, maio 4
A SONDAGEM DE ABRIL
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Como sempre digo as sondagens são o que são, servem para a gerir expectativas o que, em política, já não é pouco. As sondagens da Universidade Católica são consideradas as mais fiáveis. O que é que esta tem de especial? O PS, surpreendentemente, ou talvez não, continua na frente, acima dos 40% apesar da crise e de tudo o resto. Os resultados dos outros partidos é assim como um processo de vasos comunicantes: o PSD sobe na medida em que o PP desce; o PCP desce na medida em que o BE sobe. Esta leitura é, naturalmente, simplificada pois os ganhos e perdas são o resultado de cruzamentos mais complexos.
Veja-se, acima, a infografia resultante da sondagem e comentários aprofundados no MARGENS DE ERRO.
Veja-se, acima, a infografia resultante da sondagem e comentários aprofundados no MARGENS DE ERRO.
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