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Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
segunda-feira, maio 14
domingo, maio 13
AFONSO HENRIQUES
Inicio a publicação dos sublinhados da minha leitura de “D. Afonso Henriques”, de José Mattoso, edição do “Círculo de Leitores”. Como é natural a escolha decorre do meu livre arbítrio embora a selecção dos excertos que aqui trago tenha procurado não se tornar ininteligível. Nesta primeira transcrição surge uma importante advertência do autor que serve para todas as que se seguirem.
Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, nasceu em 1109 e morreu em 1185, sendo filho de D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa de Leão e Castela. Iniciou a I Dinastia (1143-1383).
(...)
“A infância e adolescência de Afonso Henriques decorreram, portanto, num clima de intensas lutas, intrigas e contradições que não podiam deixar de influir no seu carácter, e de o pressionar a tomar partido entre as posições assumidas pelos senhores e familiares que viviam à sua volta. Todavia, estamos reduzidos a fazer deduções a partir dos acontecimentos, alguns deles de significado ambíguo, e sem o apoio de informações documentais expressas. Que o leitor não esqueça esta advertência para não transformar em certezas indubitáveis o que apresentamos apenas como uma interpretação verosímil dos factos.”
(...)
“Os acontecimentos mostravam ao infante a imperiosa necessidade da virtude da firmeza na conduta política.”
(...)
“O ambiente de combate que rodeou a infância e a juventude de Afonso Henriques podia ter influenciado o seu ânimo de maneira mais precisa ainda, incutindo nele o desejo de lutar pela independência, para reunir e concentrar as próprias forças, contando o menos possível com o apoio de poderes alheios, pois os acontecimentos em que viu envolvidos os seus próximos manifestavam a precariedade das alianças e a certeza das intrigas.” .
In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “1. A Juventude de um predestinado” – "Afonso Henriques", pg. 32/33. (1)
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Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, nasceu em 1109 e morreu em 1185, sendo filho de D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa de Leão e Castela. Iniciou a I Dinastia (1143-1383).
(...)
“A infância e adolescência de Afonso Henriques decorreram, portanto, num clima de intensas lutas, intrigas e contradições que não podiam deixar de influir no seu carácter, e de o pressionar a tomar partido entre as posições assumidas pelos senhores e familiares que viviam à sua volta. Todavia, estamos reduzidos a fazer deduções a partir dos acontecimentos, alguns deles de significado ambíguo, e sem o apoio de informações documentais expressas. Que o leitor não esqueça esta advertência para não transformar em certezas indubitáveis o que apresentamos apenas como uma interpretação verosímil dos factos.”
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“Os acontecimentos mostravam ao infante a imperiosa necessidade da virtude da firmeza na conduta política.”
(...)
“O ambiente de combate que rodeou a infância e a juventude de Afonso Henriques podia ter influenciado o seu ânimo de maneira mais precisa ainda, incutindo nele o desejo de lutar pela independência, para reunir e concentrar as próprias forças, contando o menos possível com o apoio de poderes alheios, pois os acontecimentos em que viu envolvidos os seus próximos manifestavam a precariedade das alianças e a certeza das intrigas.” .
In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “1. A Juventude de um predestinado” – "Afonso Henriques", pg. 32/33. (1)
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VEJO COISAS MUITO BONITAS
Fotografia de Hélder Gonçaves
Vejo coisas muito bonitas por aí quando olho
À volta nos intervalos do tempo que me dá
De folga a atenção que depositam em mim
O mínimo gesto uma interjeição o silêncio
O bater do coração o resfolegar o protesto
No meio do tempo que vai a mais de metade
Acredito que as coisas bonitas que vejo por aí
São mesmo a verdade que invento e assim
Não me podem causar desalento nem sequer
No dia em que as achar as coisas mais ruins
2/5/2007
Vejo coisas muito bonitas por aí quando olho
À volta nos intervalos do tempo que me dá
De folga a atenção que depositam em mim
O mínimo gesto uma interjeição o silêncio
O bater do coração o resfolegar o protesto
No meio do tempo que vai a mais de metade
Acredito que as coisas bonitas que vejo por aí
São mesmo a verdade que invento e assim
Não me podem causar desalento nem sequer
No dia em que as achar as coisas mais ruins
2/5/2007
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sábado, maio 12
AS AVENTURAS DE HELENA (II)
Imagem Daqui
“ (...) a democracia não se esgota nos partidos. Às vezes, o mais da vida democrática é justamente o que dela sobrevive além dos partidos."
Manuel António Pina, "Jornal de Notícias", 11-05-2007
Esta é uma frase perigosa que muito apraz aos intelectuais pronunciar quando surgem sinais de dissidência nos partidos. Eu diria, simplesmente, que a democracia assenta nos partidos, mas que a vida democrática não se esgota neles.
“ (...) a democracia não se esgota nos partidos. Às vezes, o mais da vida democrática é justamente o que dela sobrevive além dos partidos."
Manuel António Pina, "Jornal de Notícias", 11-05-2007
Esta é uma frase perigosa que muito apraz aos intelectuais pronunciar quando surgem sinais de dissidência nos partidos. Eu diria, simplesmente, que a democracia assenta nos partidos, mas que a vida democrática não se esgota neles.
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sexta-feira, maio 11
AS AVENTURAS DE HELENA
Imagem daqui
Um amigo e colega acaba de se me dirigir indagando se não penso candidatar-me à Câmara de Lisboa. Podia ser uma boa ideia. Mas tinha que entregar o cartão do PS para passar à categoria de independente pois não tenho muitas esperanças que o Eng.º Sócrates me convide. E essa coisa de entregar o cartão faz-me espécie, não gosto de entregar cartões, tenho uma relação difícil com a inconstância clubista, ou talvez seja uma questão de fé.
Aproveito para chamar a atenção do JPN que, outro dia, escreveu que já não era militante do PS porque deixou de pagar as quotas. Ora acho que ele ainda é militante pois não basta deixar de pagar as quotas para deixar de ser militante. Eu tenho as quotas em dia. Acredito, mas sou laico. Isto é difícil de explicar. Também não interessa para o caso.
A única vez que não votei no PS, desde 1979, foi numas eleições autárquicas. Naquelas em que se candidatou uma senhora chamada Helena Torres Marques, com todo o respeito, já ninguém se lembra disso. Votei no Arquitecto Ribeiro Telles que se apresentou, se não erro, pelo PPM. Acho que ele foi eleito. O mesmo acontecerá agora se a Arquitecta Helena Roseta se candidatar. Quem quiser tê-la como vereadora pode votar nela.
Mas há uma diferença. Eu achava graça (e acho) ao Ribeiro Telles, ou melhor, às ideias dele. O Ribeiro Telles é homem aí para que idade? Mais ou menos como Dr. Mário? Mais uma razão para gostar dele e da sua escola de pensamento acerca da cidade. Não se passa o mesmo com ela (a Helena), e as suas aventuras partidárias pelo chamado “centrão”. Já repararam? Não acho graça.
Mas prometo: se a lista dela for encabeçada pelo Ribeiro Telles eu voto nela. É fisicamente um bocado difícil mas politicamente já temos visto cada coisa!
Um amigo e colega acaba de se me dirigir indagando se não penso candidatar-me à Câmara de Lisboa. Podia ser uma boa ideia. Mas tinha que entregar o cartão do PS para passar à categoria de independente pois não tenho muitas esperanças que o Eng.º Sócrates me convide. E essa coisa de entregar o cartão faz-me espécie, não gosto de entregar cartões, tenho uma relação difícil com a inconstância clubista, ou talvez seja uma questão de fé.
Aproveito para chamar a atenção do JPN que, outro dia, escreveu que já não era militante do PS porque deixou de pagar as quotas. Ora acho que ele ainda é militante pois não basta deixar de pagar as quotas para deixar de ser militante. Eu tenho as quotas em dia. Acredito, mas sou laico. Isto é difícil de explicar. Também não interessa para o caso.
A única vez que não votei no PS, desde 1979, foi numas eleições autárquicas. Naquelas em que se candidatou uma senhora chamada Helena Torres Marques, com todo o respeito, já ninguém se lembra disso. Votei no Arquitecto Ribeiro Telles que se apresentou, se não erro, pelo PPM. Acho que ele foi eleito. O mesmo acontecerá agora se a Arquitecta Helena Roseta se candidatar. Quem quiser tê-la como vereadora pode votar nela.
Mas há uma diferença. Eu achava graça (e acho) ao Ribeiro Telles, ou melhor, às ideias dele. O Ribeiro Telles é homem aí para que idade? Mais ou menos como Dr. Mário? Mais uma razão para gostar dele e da sua escola de pensamento acerca da cidade. Não se passa o mesmo com ela (a Helena), e as suas aventuras partidárias pelo chamado “centrão”. Já repararam? Não acho graça.
Mas prometo: se a lista dela for encabeçada pelo Ribeiro Telles eu voto nela. É fisicamente um bocado difícil mas politicamente já temos visto cada coisa!
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AS BOAS NOTÍCIAS
Imagem daqui
Constâncio garante que segurança social já não ameaça Finanças Públicas
Esta é uma daquelas notícias que dá credibilidade ao país e prestígio ao governo. A razão é simples: trata-se de uma questão crucial para o futuro da sustentabilidade de qualquer política própria do estado social.
É como se estivéssemos a apreciar um automóvel: ele vai poder andar mais quilómetros, em boas condições de segurança, apesar das mossas na carroçaria. Mesmo que muitos trocem das amolgadelas o que interessa, na verdade, para que o automóvel cumpra o seu papel, é a mecânica.
Constâncio garante que segurança social já não ameaça Finanças Públicas
Esta é uma daquelas notícias que dá credibilidade ao país e prestígio ao governo. A razão é simples: trata-se de uma questão crucial para o futuro da sustentabilidade de qualquer política própria do estado social.
É como se estivéssemos a apreciar um automóvel: ele vai poder andar mais quilómetros, em boas condições de segurança, apesar das mossas na carroçaria. Mesmo que muitos trocem das amolgadelas o que interessa, na verdade, para que o automóvel cumpra o seu papel, é a mecânica.
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quinta-feira, maio 10
AS ELEIÇÕES EM LISBOA
Imagem daqui
"Lisboa é um assunto demasiado sério para ser deixado à elite lisboeta, responsável por a cidade ter chegado onde chegou"
"Lisboa é um assunto demasiado sério para ser deixado à elite lisboeta, responsável por a cidade ter chegado onde chegou"
Paulo Varela Gomes, PÚBLICO, 10-05-2007
Que me desculpem a ignorância: mas a que elite lisboeta se refere PVG? Há uma elite lisboeta? Ontem passei por uma casa antiga ali para os lados da Rua do Século, cuja fachada está cravejada de lápides. Lá moraram, entre outros, Ramalho Ortigão, José Gomes Ferreira, Bernardo Marques, António Ferro e Fernanda de Castro.
Nos anos 30/40/50 eles faziam parte da elite lisboeta apesar de alguns não serem naturais de Lisboa? Sim. E quem foram, nessa época, os presidentes da Câmara de Lisboa? Vejam aqui. A figura com maior relevância política que exerceu as funções de Presidente da Câmara Municipal de Lisboa foi, por essas décadas, a meu ver, Duarte Pacheco (1938). Era um lisboeta natural de Loulé. Pertenceria ele à elite lisboeta da época? Tenho as maiores dúvidas! Acho que a elite lisboeta o odiava!
Considerando o período pós 25 de Abril, as coisas mudaram por força da consagração do sufrágio universal. Os partidos fizeram por escolher os principais candidatos entre naturais dos respectivos concelhos mas, mesmo assim, o presidente da CML que exerceu funções durante mais tempo (9 anos) foi Nuno Krus Abecasis. Era natural de Faro. Pertenceria à elite lisboeta? Tenho as maiores dúvidas! Acho que a elite lisboeta o tolerava!
A designação “elite lisboeta”, no sentido depreciativo, aplica-a, certamente, PVG, à última “leva” de presidentes e, em particular, a Jorge Sampaio e João Soares. Pertencem eles à elite lisboeta? Sim! Mas é da maior injustiça metê-los no mesmo saco com Santana Lopes e Carmona Rodrigues.
Poder-se-á dizer que a elite lisboeta, só ocupou o poder autárquico, em Lisboa, através de Sampaio e Soares apoiados, ironicamente, pelo chamado “povo de esquerda”. E a verdade é que poucos deixarão de reconhecer que, cada um ao seu estilo, desempenharam bem o seu papel, ou seja, com base num plano estratégico, bom senso e bom gosto, realizaram obras de vulto com verdadeiro impacto na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos lisboetas e dos outros que trabalham em Lisboa e a visitam.
Diga-se que, apesar da profunda diferença de estilos, entre 1989 e 2001, Sampaio e Soares, para simplificar, geriram Lisboa com pés e cabeça. O mesmo não aconteceu com Santana e Carmona cujos atribulados mandatos foram um mosaico das mais desvairadas aventuras megalómanas e o mais que se verá …
Mas aberta a crise política no concelho de Lisboa (não confundir com a sua área metropolitana) vamos para eleições. Deixemos de parte, por agora, a questão dos candidatos que ameaçam ser uma multidão. Seja qual for o conceito que tenhamos da elite lisboeta quem vai eleger os autarcas do concelho de Lisboa? Os eleitores inscritos no concelho de Lisboa! Da mesma maneira que quem elegeu Jardim foram os eleitores inscritos na Região Autónoma da Madeira.
E por aí adiante já que o regime democrático tem esta coisa de dar ao povo o direito à escolha, em eleições livres, dos seus representantes nos respectivos círculos eleitorais conforme a natureza de cada sufrágio.
A cada instituição os seus candidatos. A cada circunscrição os seus eleitores. A cada povo a sua elite. Mas, para mim, tenho como certo que qualquer eleição democrática é um assunto demasiado sério para ser deixada à elite dos comentaristas políticos. O povo é soberano! Não há volta a dar!
NA CIDADE NASCI
Na cidade, quem olha para o céu?
É preciso que passe o avião...
Quem me dera o silêncio, a solidão,
Onde pudesse, alguma vez, ser eu!
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Na cidade nasci; nela nasceu
A minha dispersiva inquietação;
E o meu tumultuoso coração
Tem o pulsar caótico do seu.
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A! Quem me dera, em vez de gasolina,
O cheiro da terra húmida, a resina,
A flores do campo, a leite, a maresia!
Em vez da fria luz que me alumia,
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O luar sobre o mar, em tremulina...
– Divina mão compondo uma poesia.
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Carlos Queirós, «Carta à memória de Fernando Pessoa», em Presença, nº 48, Julho de 1936 (extractos).
*
[Hoje na Fundação das Casas de Fronteira e Alorna.]
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Carlos Queirós, «Carta à memória de Fernando Pessoa», em Presença, nº 48, Julho de 1936 (extractos).
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[Hoje na Fundação das Casas de Fronteira e Alorna.]
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quarta-feira, maio 9
A CML CAÍU
Imagem Daqui
CAÍU. ERA INEVITÁVEL. PARECE QUE VAMOS TER UMA CHUVA DE CANDIDATOS EM QUE OS PARTIDOS DO BLOCO CENTRAL PODEM SER CONFRONTADOS COM OS SEUS RESPECTIVOS DUPLOS INDEPENDENTES: CARMONA RODRIGUES E HELENA ROSETA.
O INTERESSANTE DESTE ANTI CLIMAX É QUE JÁ SÃO CONHECIDOS OS DUPLOS MAS NÃO SÃO CONHECIDOS OS VERDADEIROS ACTORES. ESPERO QUE ESTES SEJAM MELHORES DO QUE AQUELES E, NESSE CASO, ATÉ PODE SER SAUDÁVEL A CHUVA DE CANDIDATOS.
DESTA FORMA MAIS SE REFORÇA A IDEIA DE QUE, EM PARTICULAR, O PS TEM QUE APRESENTAR COMO CABEÇA DE LISTA UMA PERSONALIDADE FORTE E COM CREDIBILIDADE POLÍTICA. CASO CONTRÁRIO SOFRERÁ MAIS UMA DERROTA ELEITORAL E ESTA VAI DOER MAIS QUE AS ANTERIORES.
CAÍU. ERA INEVITÁVEL. PARECE QUE VAMOS TER UMA CHUVA DE CANDIDATOS EM QUE OS PARTIDOS DO BLOCO CENTRAL PODEM SER CONFRONTADOS COM OS SEUS RESPECTIVOS DUPLOS INDEPENDENTES: CARMONA RODRIGUES E HELENA ROSETA.
O INTERESSANTE DESTE ANTI CLIMAX É QUE JÁ SÃO CONHECIDOS OS DUPLOS MAS NÃO SÃO CONHECIDOS OS VERDADEIROS ACTORES. ESPERO QUE ESTES SEJAM MELHORES DO QUE AQUELES E, NESSE CASO, ATÉ PODE SER SAUDÁVEL A CHUVA DE CANDIDATOS.
DESTA FORMA MAIS SE REFORÇA A IDEIA DE QUE, EM PARTICULAR, O PS TEM QUE APRESENTAR COMO CABEÇA DE LISTA UMA PERSONALIDADE FORTE E COM CREDIBILIDADE POLÍTICA. CASO CONTRÁRIO SOFRERÁ MAIS UMA DERROTA ELEITORAL E ESTA VAI DOER MAIS QUE AS ANTERIORES.
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MAIO 9
Agostinho Roseta
Em Maio, o ar dos pobres diabos que deambulam pelos passeios. O pólen que se desprende das flores. As árvores erectas quais bandeiras desfraldadas. A vista luminosa sobre a outra banda com o Tejo pelo meio. As efemérides tristes e empolgantes. A morte e a vida que ganham a cor clara dos longos fins de dia. Maio em Lisboa é uma sinfonia de sentimentos desencontrados. Já não há revoltas nem rufam os tambores da guerra. O que escrevem os poetas? Nunca se sabe o que escrevem os poetas mesmo que mostrem o que escrevem. Hoje passam doze anos sobre a morte do Agostinho. No mesmo dia do aniversário de minha mulher. Maio, mês de todas as desilusões e promessas felizes.
[Reescrevendo posts antigos.]
Em Maio, o ar dos pobres diabos que deambulam pelos passeios. O pólen que se desprende das flores. As árvores erectas quais bandeiras desfraldadas. A vista luminosa sobre a outra banda com o Tejo pelo meio. As efemérides tristes e empolgantes. A morte e a vida que ganham a cor clara dos longos fins de dia. Maio em Lisboa é uma sinfonia de sentimentos desencontrados. Já não há revoltas nem rufam os tambores da guerra. O que escrevem os poetas? Nunca se sabe o que escrevem os poetas mesmo que mostrem o que escrevem. Hoje passam doze anos sobre a morte do Agostinho. No mesmo dia do aniversário de minha mulher. Maio, mês de todas as desilusões e promessas felizes.
[Reescrevendo posts antigos.]
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terça-feira, maio 8
UMA ALFACINHA EM PARIS
Uma alfacinha em Paris
A Mariana em Paris cheia de sorte, logo aos primeiros meses, vivendo a prova de fogo de umas eleições presidenciais. Eis como ela as viu em dois magníficos posts: Ponto final, parágrafo. e A Alfacinha não gosta deste senhor.
A Mariana em Paris cheia de sorte, logo aos primeiros meses, vivendo a prova de fogo de umas eleições presidenciais. Eis como ela as viu em dois magníficos posts: Ponto final, parágrafo. e A Alfacinha não gosta deste senhor.
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INSÓNIA
Miguel Torga
Só tu, musa cruel!
Só tu eras capaz
De uma tortura tão desnaturada.
Do pôr do sol até de madrugada,
O poeta indefeso
A ler um verso aceso
Na lâmpada apagada.
Miguel Torga
Coimbra, 10 de Maio de 1974
In Diário
[Hoje na Fundação das Casas de Fronteira e Alorna.]
Só tu, musa cruel!
Só tu eras capaz
De uma tortura tão desnaturada.
Do pôr do sol até de madrugada,
O poeta indefeso
A ler um verso aceso
Na lâmpada apagada.
Miguel Torga
Coimbra, 10 de Maio de 1974
In Diário
[Hoje na Fundação das Casas de Fronteira e Alorna.]
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segunda-feira, maio 7
PINA MOURA
Pina Moura
Não disse até hoje uma palavra acerca das novas funções de Pina Moura. É um tema doloroso de abordar. Não aprecio o personagem por uma simples razão: tenho razões para não o apreciar. Não vale a pena entrar em detalhes.
Mas o que queria dizer acerca das novas funções do personagem, é tudo o contrário do que a maioria dos média, reproduzindo a opinião do PSD, têm dito: a nomeação, legítima, de Pina Moura para o mando de uma empresa privada de comunicação social é um perigo … mas para o governo e o partido socialista!
O tempo o dirá …
Não disse até hoje uma palavra acerca das novas funções de Pina Moura. É um tema doloroso de abordar. Não aprecio o personagem por uma simples razão: tenho razões para não o apreciar. Não vale a pena entrar em detalhes.
Mas o que queria dizer acerca das novas funções do personagem, é tudo o contrário do que a maioria dos média, reproduzindo a opinião do PSD, têm dito: a nomeação, legítima, de Pina Moura para o mando de uma empresa privada de comunicação social é um perigo … mas para o governo e o partido socialista!
O tempo o dirá …
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TELMO MOREIRA
Telmo Moreira
Outstanding European Dancer Award (Presented by Dance Europe magazine) - Telmo Higino Gomes Moreira, (15) Escola de Danca do Conservatorio Nacional, Portugal
Diz quem o viu em palco que é um bailarino que irradia aquela chama que só os grandes artistas transportam consigo.
Outstanding European Dancer Award (Presented by Dance Europe magazine) - Telmo Higino Gomes Moreira, (15) Escola de Danca do Conservatorio Nacional, Portugal
Diz quem o viu em palco que é um bailarino que irradia aquela chama que só os grandes artistas transportam consigo.
domingo, maio 6
Nicolas Sarkozy
Nicolas Sarkozy
"Je vais rendre aux Français la fierté de la France"
A França escolheu o Presidente. A direita ganhou a presidência como quase sempre tem acontecido. A França vai virar à direita, dificultar a aprovação do tratado constitucional, inviabilizar a adesão da Turquia à UE, endurecer a política de imigração, fechar-se mais sobre si própria revendo-se num nacionalismo provavelmente exacerbado.
Nada que não estivesse escrito nas estrelas. Os socialistas vão recriminar-se mutuamente, mostrar as suas divisões, mudar de liderança, acantonar-se para enfrentar um longo período de oposição pois não é expectável que, nas próximas eleições legislativas, a direita deixe fragilizar a vitória presidencial.
Mas tenho as maiores dúvidas se qualquer outro candidato, que não Ségolène Royal, pudesse obter um resultado melhor, ou seja, ganhar as eleições presidenciais. Em França a esquerda, a não ser em condições excepcionais, é minoritária no pleito presidencial. Veja a lista dos presidentes franceses: só François Mitterrand (1981-1995) foi a excepção.
"Je vais rendre aux Français la fierté de la France"
A França escolheu o Presidente. A direita ganhou a presidência como quase sempre tem acontecido. A França vai virar à direita, dificultar a aprovação do tratado constitucional, inviabilizar a adesão da Turquia à UE, endurecer a política de imigração, fechar-se mais sobre si própria revendo-se num nacionalismo provavelmente exacerbado.
Nada que não estivesse escrito nas estrelas. Os socialistas vão recriminar-se mutuamente, mostrar as suas divisões, mudar de liderança, acantonar-se para enfrentar um longo período de oposição pois não é expectável que, nas próximas eleições legislativas, a direita deixe fragilizar a vitória presidencial.
Mas tenho as maiores dúvidas se qualquer outro candidato, que não Ségolène Royal, pudesse obter um resultado melhor, ou seja, ganhar as eleições presidenciais. Em França a esquerda, a não ser em condições excepcionais, é minoritária no pleito presidencial. Veja a lista dos presidentes franceses: só François Mitterrand (1981-1995) foi a excepção.
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CAMUS - LEITURAS
Albert Camus ou la fatalité des natures
Chegou-me, hoje, às mãos o livro supracitado, de autoria de Frédéric Musso, acerca da obra de Camus. Uma prenda do F e da M. conjuntamente com um recorte de jornal no qual se anuncia a chegada às livrarias, no próximo dia 10 (ou 16), em França, de um outro livro, certamente notável: “Correspondance 1946-1959”, d' Albert Camus e René Char, édition de Franck Planeille.
Próximas leituras a partilhar com o "D. Afonso Henriques", de José Mattoso, já no cap. 4, neste caso, uma leitura de longo curso para compreender um pouco melhor a raiz do nosso ser português.
Chegou-me, hoje, às mãos o livro supracitado, de autoria de Frédéric Musso, acerca da obra de Camus. Uma prenda do F e da M. conjuntamente com um recorte de jornal no qual se anuncia a chegada às livrarias, no próximo dia 10 (ou 16), em França, de um outro livro, certamente notável: “Correspondance 1946-1959”, d' Albert Camus e René Char, édition de Franck Planeille.
Próximas leituras a partilhar com o "D. Afonso Henriques", de José Mattoso, já no cap. 4, neste caso, uma leitura de longo curso para compreender um pouco melhor a raiz do nosso ser português.
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