Na cidade, quem olha para o céu?
É preciso que passe o avião...
Quem me dera o silêncio, a solidão,
Onde pudesse, alguma vez, ser eu!
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Na cidade nasci; nela nasceu
A minha dispersiva inquietação;
E o meu tumultuoso coração
Tem o pulsar caótico do seu.
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A! Quem me dera, em vez de gasolina,
O cheiro da terra húmida, a resina,
A flores do campo, a leite, a maresia!
Em vez da fria luz que me alumia,
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O luar sobre o mar, em tremulina...
– Divina mão compondo uma poesia.
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Carlos Queirós, «Carta à memória de Fernando Pessoa», em Presença, nº 48, Julho de 1936 (extractos).
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[Hoje na Fundação das Casas de Fronteira e Alorna.]
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Carlos Queirós, «Carta à memória de Fernando Pessoa», em Presença, nº 48, Julho de 1936 (extractos).
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[Hoje na Fundação das Casas de Fronteira e Alorna.]
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