Inicio a publicação dos sublinhados da minha leitura de “D. Afonso Henriques”, de José Mattoso, edição do “Círculo de Leitores”. Como é natural a escolha decorre do meu livre arbítrio embora a selecção dos excertos que aqui trago tenha procurado não se tornar ininteligível. Nesta primeira transcrição surge uma importante advertência do autor que serve para todas as que se seguirem.
Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, nasceu em 1109 e morreu em 1185, sendo filho de D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa de Leão e Castela. Iniciou a I Dinastia (1143-1383).
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“A infância e adolescência de Afonso Henriques decorreram, portanto, num clima de intensas lutas, intrigas e contradições que não podiam deixar de influir no seu carácter, e de o pressionar a tomar partido entre as posições assumidas pelos senhores e familiares que viviam à sua volta. Todavia, estamos reduzidos a fazer deduções a partir dos acontecimentos, alguns deles de significado ambíguo, e sem o apoio de informações documentais expressas. Que o leitor não esqueça esta advertência para não transformar em certezas indubitáveis o que apresentamos apenas como uma interpretação verosímil dos factos.”
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“Os acontecimentos mostravam ao infante a imperiosa necessidade da virtude da firmeza na conduta política.”
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“O ambiente de combate que rodeou a infância e a juventude de Afonso Henriques podia ter influenciado o seu ânimo de maneira mais precisa ainda, incutindo nele o desejo de lutar pela independência, para reunir e concentrar as próprias forças, contando o menos possível com o apoio de poderes alheios, pois os acontecimentos em que viu envolvidos os seus próximos manifestavam a precariedade das alianças e a certeza das intrigas.” .
In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “1. A Juventude de um predestinado” – "Afonso Henriques", pg. 32/33. (1)
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