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Só tu, musa cruel!
Só tu eras capaz
De uma tortura tão desnaturada.
Do pôr do sol até de madrugada,
O poeta indefeso
A ler um verso aceso
Na lâmpada apagada.
Miguel Torga
Coimbra, 10 de Maio de 1974
In Diário
[Hoje na Fundação das Casas de Fronteira e Alorna.]
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1 comentário:
O terceto final é duma rara beleza! Infelizmente já estarei a caminho do mar.
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