sábado, fevereiro 20

MANOBRAS PRESIDENCIAIS


Ryan Zoghlin

Compreendo que surjam candidatos a cargos políticos que se declarem do outro lado da barricada da política, para além da política ou contra a política ou, ainda mais, além da política partidária. Buscam capitalizar o descontentamento popular que, em certas épocas, perante o aparente desconcerto da política julgam favorecer um discurso apartidário senão mesmo anti-partidos. O problema é que o Presidente da República, o mais alto magistrado da Nação, é o vértice do nosso sistema político, o mais político de todos os cargos políticos num regime democrático de partidos. Este é o busílis da questão. Logo os candidatos a Presidente da República podem apresentar-se como melhor quiserem mas se não quiserem protagonizar um projecto minoritário, derrotado à partida, logo mudarão de discurso e aceitarão de braços abertos os apoios político-partidários. Se querem que vos diga, sem desdenhar de qualquer candidato já no terreno, ou em gestação, pressinto que a esquerda democrática nestas eleições vai passar ao lado... Que aproveite então, liderada pelo PS, para travar um debate aberto, e profundo, em torno das grandes reformas do nosso regime semi-presidencialista - lei eleitoral, regionalização, reforma da organização político-administrativa, sistema de justiça … Quer-me parecer que, nas próximas eleições presidenciais, a direita vai apresentar um candidato único contra uma constelação de candidatos de esquerda. Se o candidato da direita for o que está escrito nas estrelas … logo voltaremos ao assunto em Janeiro de 2016. Salvo se as contingências da vida, de súbito, revirarem tudo do avesso abrindo a incerteza acerca dos resultados da próxima disputa. Nessa altura voltaremos ainda ao assunto em Janeiro de 2011. A seguir atentamente …



sexta-feira, fevereiro 19

Ao ponto a que isto chegou ...


PLÁGIO DIZEM ELES - UMA DENÚNCIA QUE PODE VALER MUITO DINHEIRO MAS AO MENOS A MATÉRIA EM CAUSA FOI PUBLICADA PELOS PRÓPRIOS.
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terça-feira, fevereiro 16

O que os meus olhos viram

Rita Bernstein


Eu vi os partidos extremos da esquerda e da direita obrigarem um governo em apuros a reduzir a receita e aumentar a despesa. A direita tem tendência a reduzir a receita e a esquerda tende a aumentar a despesa. Mas ver os dois extremos coligados para defender ambas as coisas, era coisa nunca vista.

Eu vi o Dr. Jardim propor uma coligação dos partidos extremos da direita e esquerda. O Dr. Jardim costuma dizer coisas espantosas. Mas pensar num governo composto por Paulo Portas, Ferreira Leite, Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa, é ainda mais espantoso.

Eu vi Felícia Cabrita fazer um “most” jornalístico com a divulgação de processos judiciais sigilosos, tal como fizera nos casos Freeport e Casa Pia. Eu sei como ela consegue obter os segredos mais bem guardados. Mas ver o País pendurado das iniciativas desta mulher, é coisa arrepiante.

Eu vi dois magistrados da província, depois de cuscarem conversas entre jovens negociadores, convencerem-se de que existia um plano para destruir o Estado de Direito. Os jovens apenas falavam de nos livrar da fúria justiceira de Manuela Moura Guedes e seu marido. Achar que o casal Moniz é o Estado de Direito, deve ser anedota.

Eu vi a comunicação social dizer que não existe liberdade de expressão em Portugal, enquanto usava a liberdade de atacar o poder de forma nunca vista. Eu lembro-me do tempo em que não existia liberdade de expressão. Dizer que ela não existe agora, soa-me deveras estranho.

segunda-feira, fevereiro 15

FUTEBOL - A BOLHA ESPECULATIVA PRESTES A REBENTAR
























Um alerta de JEAN-MICHEL AULAS Presidente do Olympique de Lyon:

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Whatever Works

Fui ao cinema num dia frio em boa companhia. Não é banal, nos dias de hoje, ir ao cinema. Ir ao cinema é um reencontro com a magia daqueles que são capazes de inventar um olhar sobre eles próprios, os outros e o mundo. Mesmo quando só mediano Woody Allen é um criador que cumpre com a missão do criador verdadeiro: educar divertindo. Por isso sou um fiel admirador do seu cinema.

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sexta-feira, fevereiro 12

BOM SENSO E EQUILIBRIO

Fotografia daqui

Acho que a consequência imediata desta campanha para descredibilizar o PM na sequência de outras (ainda se lembram do caso Freeport?) e de outras, que antecederam estas (lembram-se de Ferro Rodrigues – o secretário geral do PS que antecedeu Sócrates?), se destinam a aveludar o caminho por onde a direita espera fazer entrar triunfalmente um “salvador da pátria”. Mas a coisa, desta vez, começa a assemelhar-se ao ensaio geral de uma operação de demolição do próprio regime democrático. Neste caso não há brigadas vermelhas com raptos físicos de primeiros-ministros, à maneira italiana, nem golpes de mão (armada) ao parlamento, com atentados bombistas, à maneira espanhola, mas um sequestro mediático das mais altas figuras do estado incluindo as que ocupam o topo das instituições da justiça. Além da aliança dos extremos, que não constitui especial novidade pois já em França, em tempos, o eleitorado comunista desertou do seu campo em apoio da extrema-direita de Le Pen, há uma faceta nova da campanha doméstica em curso: atar num só molho todas as mais altas figuras do estado democrático, desfazer a imagem de probidade de todas e de cada uma, fazendo-as surgir aos olhos da opinião pública como fracas, titubeantes e coniventes com negócios obscuros sugerindo o seu mútuo encobrimento. Uma coisa é certa que deve ser do conhecimento dos homens de estado: quando a justiça se acobarda, ou se mostra inútil, credibiliza as derivas totalitárias. Os extremos sentem-se estimulados e os democratas de todas as tendências políticas desmoralizam e descrêem na ordem em que acreditam. É preciso que os cidadãos de boa vontade encontrem caminhos para fazer sentir a necessidade, e urgência, de que todos os responsáveis públicos, não só os políticos, façam um esforço extra de bom senso e equilibrio no exercício de todas as suas responsabilidades e funções - - e também aqui.
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quinta-feira, fevereiro 11

Dificuldades


ARTE POÉTICA III


Quem procura uma relação justa com a pedra, com a árvore, com o rio, é necessariamente levado, pelo espírito de verdade que o anima, a procurar uma relação justa com o homem. Aquele que vê o espantoso esplendor do mundo é logicamente levado a ver o espantoso sofrimento do mundo. Aquele que vê o fenómeno quer ver todo o fenómeno. E apenas uma questão de atenção, de sequência e de rigor.


Sophia de Mello Breyner Andresen - Arte Poética III

quarta-feira, fevereiro 10

O TEMPO E O MODO
























A Fundação Mário Soares, pela sua acção, tem prestado um inestimável contributo para o conhecimento e divulgação da história contemporânea portuguesa. Veja-se a divulgação online da revista O Tempo e o Modo. Clique em Revistas de Ideias e Cultura. [A partir do Almanaque Republicano.]
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terça-feira, fevereiro 9

PARA GRANDES MALES, GRANDES REMÉDIOS!

John Delaney

Quando, por estes dias, oiço falar que a liberdade de imprensa está em perigo dá-me vontade de rir. Não consigo conter a minha perplexidade perante o beco obtuso a que nos conduz a propaganda da direita. No lugar onde eu me encontro, como a maioria dos mortais, tento resolver problemas comezinhos que são muito importantes para todos e cada um. A liberdade e, mais que tudo, a sua perda é um tema muito sério que não deve, nem merece, ser banalizado. Se os partidos da oposição acham que a liberdade de imprensa está em risco devem agir em conformidade com a gravidade do seu juízo: moção de censura ao governo! Para grandes males, grandes remédios. Ou não?
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sábado, fevereiro 6

A VER VAMOS!

Fotografia de Hélder Gonçalves

Passos Coelho contra posição do PSD na questão das Finanças Regionais

Ninguém deu grande destaque, nem atribuiu demasiada importância, a esta declaração de Passos Coelho. Mas quer-me parecer que ela é prenunciadora de algumas mudanças significativas no panorama político português a curto/médio prazo. A ver vamos como rolam as cenas dos próximos capítulos da novela interna do PSD!


sexta-feira, fevereiro 5

ALMUNIA

Ontem foi um dia pleno de acontecimentos contraditórios. Porque eu próprio estive envolvido num acontecimento com marca positiva quase não deu para dar atenção às notícias. Entre outras só pela noite ouvi a porta-voz do Comissário Almunia tentar branquear a sua declaração incendiária. As declarações dos políticos profissionais, no exercício de funções, nunca são feitas por acaso, nem improvisadas. O João Pinto e Castro identifica, de forma sintética, a natureza do que está em causa no episódio Almunia.
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