Fotografia do Dias com árvores
Um mês atrás o meu filho caiu à noite aqui perto de casa em cima da folhagem de uma palmeira. Apareceu-me à porta com um amigo que vinha com cara de caso. Depois entendi que ficou preso à folhagem e imaginem que o amigo de correria levava consigo uma tesoura e libertou-o da prisão. Mas uma farpa tinha-se atravessado de lado a lado no seu dorso. Uma vizinha brasileira que se apercebeu do caso imaginem que tinha em casa um spray anestesiante. Ela própria retirou a farpa sem dor nem sequelas. Uma pequena cirurgia doméstica perfeita. Era sábado. No domingo pela manhã meu filho verificou que tinha um braço ferido havendo sinais de outra farpa que o podia ter trespassado. Resolvi socorrer-me do Centro de Saúde mais perto a que antigamente se chamava SAP (Serviço de Atendimento Permanente). Ouvi dizer que o Correia de Campos (que para quem não saiba é o Ministro da Saúde) teria dito um dia destes que no SAP nunca ninguém o apanharia. Eu não ouvi nem li nada a esse respeito! E lá fui. Era domingo. No Centro de Saúde encontrei um serviço de urgências a funcionar. Primeiro andar. Apresentei a situação a quem recebia. Simpatia. É urgência? Sim senhor! Espere na sala pelo senhor doutor. Esperamos. Surpresa das surpresas demorou pouco o atendimento. A médica era jovem loura bonita e eslava. Talvez russa. A enfermeira sisuda pela fala espanhola. O diagnóstico foi fácil e se sentir alguma dor volte cá se faz favor. Passados uns dias o meu filho insistiu em ser visto pois o braço apresentava como que um traço em relevo com forma de farpa. Telefonei para o SAP. A consulta ficou marcada para meados de Setembro. Achei cedo para o serviço mas tarde para a necessidade. Pelo sim pelo não pusemo-nos a caminho mesmo sem consulta marcada. A médica de família é no quinto andar. Esperem um pouco que ela deve estar a chegar. Inscrição. São dois euros e cinco cêntimos. Ela atende de certeza. E atendeu mesmo. Diagnosticou a olho nu que a farpa estava lá. Um momento veja se há vaga na cirurgia. Havia. No intervalo da próxima consulta passo a requisição. A consulta demorou. Ser médica e confessora é muito exigente. A doente já não era vista há muito tempo e as vidas são pesadas. No meio uma senhora já de idade nervosa insistia na consulta marcada. Tinha sido para ontem. Um homem jovem e negro insistia que morria se não fosse visto na hora e ria. No fim resignado aceitou e saiu com ar gozado. A médica de família é uma simpatia. O dossier do meu filho entre centenas estava arrumado e foi destacado à primeira. Já tinha sido visto tempos atrás. Requisição passada. Cirurgia no Quarto andar. Havia que esperar pela hora e sobrava tempo. Fomos almoçar. De caminho à estação dos CTT’s levantar uma encomenda à cobrança. Os óculos novos que se lhe cansou a vista. Surpresa. Nos balcões dos CTT’s serviço com fama de público apreço não chegou ainda o terminal Multibanco. Em Lisboa só nos Restauradores. Fiquei com a boca ao lado e a menina coitada também com o que me veio à cabeça dizer-lhe com simpatia. Agora compreendo a fama de todos os seus presidentes. Deixar passar o tempo e saltar para outro lugar… Saí e fui fazer o levantamento. Missão cumprida. Lá fomos de novo a caminho da cirurgia. Quarto andar o médico estava mesmo a chegar. Dois euros e cinco cêntimos. Só não entendo os cinco cêntimos. Chegou e sem demora mandou-nos entrar. A intrusão da farpa foi confirmada. Devia ter ido logo à urgência hospitalar aqui não posso operar isso pode inflamar todos os cuidados são poucos... Vou passar uma requisição para o Pulido Valente. A recepção trata do resto. Depois telefonamos para confirmar a consulta hospitalar. Surpresa das surpresas no dia seguinte a consulta foi confirmada. Dia seis de Setembro a horas tantas. Será o Agosto? Parece uma história inventada mas é real e mostra que ao contrário do que é voz popular pode o ministro descansar. Pela minha experiência o serviço de atendimento permanente é de excelência.
Um mês atrás o meu filho caiu à noite aqui perto de casa em cima da folhagem de uma palmeira. Apareceu-me à porta com um amigo que vinha com cara de caso. Depois entendi que ficou preso à folhagem e imaginem que o amigo de correria levava consigo uma tesoura e libertou-o da prisão. Mas uma farpa tinha-se atravessado de lado a lado no seu dorso. Uma vizinha brasileira que se apercebeu do caso imaginem que tinha em casa um spray anestesiante. Ela própria retirou a farpa sem dor nem sequelas. Uma pequena cirurgia doméstica perfeita. Era sábado. No domingo pela manhã meu filho verificou que tinha um braço ferido havendo sinais de outra farpa que o podia ter trespassado. Resolvi socorrer-me do Centro de Saúde mais perto a que antigamente se chamava SAP (Serviço de Atendimento Permanente). Ouvi dizer que o Correia de Campos (que para quem não saiba é o Ministro da Saúde) teria dito um dia destes que no SAP nunca ninguém o apanharia. Eu não ouvi nem li nada a esse respeito! E lá fui. Era domingo. No Centro de Saúde encontrei um serviço de urgências a funcionar. Primeiro andar. Apresentei a situação a quem recebia. Simpatia. É urgência? Sim senhor! Espere na sala pelo senhor doutor. Esperamos. Surpresa das surpresas demorou pouco o atendimento. A médica era jovem loura bonita e eslava. Talvez russa. A enfermeira sisuda pela fala espanhola. O diagnóstico foi fácil e se sentir alguma dor volte cá se faz favor. Passados uns dias o meu filho insistiu em ser visto pois o braço apresentava como que um traço em relevo com forma de farpa. Telefonei para o SAP. A consulta ficou marcada para meados de Setembro. Achei cedo para o serviço mas tarde para a necessidade. Pelo sim pelo não pusemo-nos a caminho mesmo sem consulta marcada. A médica de família é no quinto andar. Esperem um pouco que ela deve estar a chegar. Inscrição. São dois euros e cinco cêntimos. Ela atende de certeza. E atendeu mesmo. Diagnosticou a olho nu que a farpa estava lá. Um momento veja se há vaga na cirurgia. Havia. No intervalo da próxima consulta passo a requisição. A consulta demorou. Ser médica e confessora é muito exigente. A doente já não era vista há muito tempo e as vidas são pesadas. No meio uma senhora já de idade nervosa insistia na consulta marcada. Tinha sido para ontem. Um homem jovem e negro insistia que morria se não fosse visto na hora e ria. No fim resignado aceitou e saiu com ar gozado. A médica de família é uma simpatia. O dossier do meu filho entre centenas estava arrumado e foi destacado à primeira. Já tinha sido visto tempos atrás. Requisição passada. Cirurgia no Quarto andar. Havia que esperar pela hora e sobrava tempo. Fomos almoçar. De caminho à estação dos CTT’s levantar uma encomenda à cobrança. Os óculos novos que se lhe cansou a vista. Surpresa. Nos balcões dos CTT’s serviço com fama de público apreço não chegou ainda o terminal Multibanco. Em Lisboa só nos Restauradores. Fiquei com a boca ao lado e a menina coitada também com o que me veio à cabeça dizer-lhe com simpatia. Agora compreendo a fama de todos os seus presidentes. Deixar passar o tempo e saltar para outro lugar… Saí e fui fazer o levantamento. Missão cumprida. Lá fomos de novo a caminho da cirurgia. Quarto andar o médico estava mesmo a chegar. Dois euros e cinco cêntimos. Só não entendo os cinco cêntimos. Chegou e sem demora mandou-nos entrar. A intrusão da farpa foi confirmada. Devia ter ido logo à urgência hospitalar aqui não posso operar isso pode inflamar todos os cuidados são poucos... Vou passar uma requisição para o Pulido Valente. A recepção trata do resto. Depois telefonamos para confirmar a consulta hospitalar. Surpresa das surpresas no dia seguinte a consulta foi confirmada. Dia seis de Setembro a horas tantas. Será o Agosto? Parece uma história inventada mas é real e mostra que ao contrário do que é voz popular pode o ministro descansar. Pela minha experiência o serviço de atendimento permanente é de excelência.