quarta-feira, agosto 16

NA VÉSPERA DAS ELEIÇÕES PARA A CONSTITUINTE - 1975

Posted by Picasa Imagem cedida por Margarida Boto
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Cartaz do MES – Lisboa, Ano: 1975, Arquivo: CDBMP

Este é um cartaz com a linha gráfica adoptada em 1975 que, ao que me lembro, já não é de autoria de Robin Fior. Neste caso estávamos nas vésperas das eleições para a Assembleia Constituinte, as primeiras eleições livres, realizadas depois de 1926, precisamente no dia 25 de Abril de 1975 e anunciava o maior comício que deve ter sido realizado pelo MES em toda a sua existência.

O símbolo do MES, criado por Robin Fior, perdurou e, regra geral, assumia, em todos os materiais de propaganda, importância central na mensagem que se pretendia transmitir. Curiosamente, como já tenho dito, trata-se do único símbolo, de todos os partidos políticos portugueses, com uma feição marcadamente feminil.

A propaganda do MES apresentou uma outra característica singular: não foi, em momento algum, personificada por qualquer líder. De facto, no MES, nunca existiu a figura estatutária – ou mesmo simbólica – de um secretário-geral, ou presidente, tendo sempre sido dirigido de forma colegial.

O símbolo surgia nos cartazes, e noutros materiais de propaganda, com grande destaque acompanhado de palavras de ordem ou informações objectivas conclamando para comícios ou outras manifestações públicas.

4 comentários:

Tinta Azul disse...

Em 75 tinha eu 11 anos e guardo na memória o meu pin do MES, em forma de círculo, vermelho, letras pretas e estrela amarela dourada. Posto na lapela pelas ruas de Lamego. Uma raridade. Não que eu soubesse exactamente o que era o MES, o que eu sabia é que tinha uma irmã mais velha que vivia em Lisboa e era do MES. Isso bastava-me para justificar a minha simpatiza por aquele partido que eu achava diferente de todos os outros e por isso quis que fosse o meu. Em Lamego, os militantes contavam-se pelos dedos. Fui "adoptada" politicamente por esse pequeno grupo que talvez tivesse achado graça a uma miúda de 11 anos que andava, em Lamego, com um pin do MES, quando quase todos os miúdos da mesma idade andavam com autocolantes de outras cores e feitios.

Al Berto disse...

Viva:

Velhos tempos :-).
Grande parte deles estão agora sentados na Assembleia da República e no Governo.
Tenho vários amigos por "esses lados".
E conheço também um advogado que passeia o emblema... mas só vê numeros na hora de "meter a faca"...e de que maneira.

Um abraço,


Gostava de contar com os teus comentários lá no EG.

Eduardo Graça disse...

É verdade. Lembro-me muito bem do núcleo de Lamego de que fala Tinta Azul, pseudónimo de alguém que conheço bem. Afinal todos os núcleos eram pequenos mas, apesar de tudo, maiores do que a maioria das estruturas dos partidos políticos do presente - pelo menos no que respeita ao activismo ... [só por este comentário comovente valeu a pena o post.]
Quanto à observação acerca do estatuto político actual dos antigos membros do MES - "sentados na Assembleia da República e no Governo", está enganado ... pois são poucos os que exercem funções políticas activas; aqueles que exercem profissões liberaris e se fazem pagar bem o problema é dos clientes e, provavelmente, da competência técnica dos ditos profissionais ...

Anónimo disse...

PORTO, 2006.08.17
Aos ex MES, com respeito.
Desculpem lá meter a minha foice na vossa seara, pois o assunto não é comigo, mas gostava de meter o bedelho aí no v/diálogo, quando AM diz:
“Quanto à observação acerca do estatuto político actual dos antigos membros do MES - "sentados na Assembleia da República e no Governo", está enganado ... pois são poucos os que exercem funções políticas activas; aqueles que exercem profissões liberais e se fazem pagar bem o problema é dos clientes e, provavelmente, da competência técnica dos ditos profissionais ...” O meu comentário é:1) No meu entender não vejo problema nenhum, rigorosamente nenhum, em estar alguém sentado na Assembleia da Republica no desempenho de uma prática política. É desejável até que esteja porque a democracia funciona assim. Começa a ser problema quando surgem situações, como a denunciada na imprensa de ontem, em que um deputado creio que do PSD, não comunicou a alteração à PT do destinatário da factura da utilização do telefone ... e durante uns meses largos não pagou os serviços que utilizou. Ora isto parece-me não ficar bem a um deputado. E é aqui neste aspecto que surge uma pequena “antipatia”, penso eu, do JA Mostardinha pelos senhores deputados. 2) Quanto aos profissionais liberais se fazerem pagar bem ser problema dos clientes é que não acho lá muito razoável. Os honorários são estabelecidos por eles (servidores) e o utilizador (cliente) não tem possibilidade alguma de dizer não. Sinceramente...não vejo como.3)Quanto `a competência provável dos ditos profissionais também acho estranho que isso tenha a ver com os valores cobrados porque é nossa obrigação sermos competentes... e ser honestos também. O que J A Mostardinha disse, em minha opinião não ofende, apesar de se notar no seu texto uma certa desconfiança no pessoal da Assembleia da Republica e do Governo. È claro que nestas coisas devemos ser mais claros se pudermos. Se entrei nesta de me meter com os vossos textos é porque entendo que neles está um esboço daquilo que penso ser importante corrigir. Quero dizer com isto que, trazendo sempre as revoluções uma mensagem de esperança, esta esvai-se quando surgem os partidos na Assembleia da Republica, com as suas ideias próprias, logicamente, mas que, como não podia deixar de ser, provocam briga. Não sou contra a existência dos partidos mas realmente parece-me precários os resultados. E este problema deveria ser resolvido. E penso que é aqui que o JÁ Mostardinah não concorda. Ou não será?JS