segunda-feira, abril 26

Jorge de Sena - 1968

Folheando a Antologia da Revista "O Tempo e o Modo" dou com uma entrevista concedida por Jorge de Sena editada no número 59, de Abril de 1968, dedicado a Sena, fazem exactamente 36 anos.

À pergunta 5. "Há quem o acuse de susceptível e agressivo. Concorda que o é?", Sena responde:

"Realmente? Julgava eu que esse mito já havia passado, por se ter revelado inoperante para neutralizar-me e destruir-me. Mas, se acaso sou susceptível, tenho a susceptibilidade dos exigentes e dos afáveis, honestamente afáveis. E, se sou agressivo, é só a agressividade do muito amor. Eu não perdoo a ninguém a mediocridade, a estupidez, a vileza, a malignidade, a incultura, a suficiência, a intolerância, o espírito de compromisso, a cobardia moral, etc. Será que estas coisas ainda existem em tão grande escala em Portugal, que eu pareça necessariamente agressivo e susceptível?..."

Eis uma pergunta que mantém toda a actualidade no Portugal contemporâneo. É triste mas é verdade.

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