segunda-feira, abril 12

PÁSCOA DE CRISE

Nas viagens aprendemos a geografia dos lugares. Por vezes ficamos a conhecer melhor a alma das suas gentes. A minha viagem de Páscoa foi ao lugar ancestral das minhas origens. Dele sabemos mais do que julgamos. E menos do que queremos.

Esta viagem deu para perceber que a descrença dos portugueses no seu futuro é mais profunda do que pensávamos. A descrença alastrou e aprofundou-se. Não vale a pena disfarçar. Este não é um problema de esquerda ou de direita. É um problema nacional. Mas o governo que adubou o terreno da descrença foi este. O governo da direita.

Os social-democratas autênticos que se cuidem. Semearam ventos vão colher tempestades. Aliaram-se com os seus predadores. O divórcio vai ser litigioso. Um dos membros do "casal coligado" não olha a meios para atingir os seus fins. Já todos percebemos isso.

A não ser que haja um milagre económico, que todas as previsões negam, as melhorias, nos próximos tempos, serão pouco animadoras. As famílias e as empresas estão exaustas. Ninguém é capaz de prever a dimensão da crise que foi aberta com a gestão radical de combate ao déficit. Pode ser uma pequena e quase silenciosa convulsão económica, financeira e social, superável a breve prazo. Ou uma profunda e violenta crise de consequências difíceis de prever.

O António Barreto faz uma profissão de fé nas suas convicções de esquerda no Público...eis mais um sinal da gravidade da crise!

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