Não saía dessa ideia sombria segundo a qual a verdadeira violência é a do
obviamente: o que é evidente é violento, mesmo se essa evidência for
representada suavemente, liberalmente, democraticamente; aquilo que é paradoxal,
aquilo que não salta à vista, é-o menos, mesmo se for imposto arbitrariamente:
um tirano que promulgasse leis excêntricas seria, feitas as contas, menos
violento do que uma massa que se contentasse com enunciar o que é óbvio:
o "natural" é, em suma, o último dos ultrajes."
"Roland Barthes
por Roland Barthes" -13
(Fragmento 2 de 3, pag. 7)
Edição
portuguesa: "Edições 70"
[Retomando um fragmento de Barthes a propósito (despropósito) da aparição de Sócrates no ecrã mágico exercitando a sua maior arte - a comunicação.]
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