(raramente me pronuncio acerca de pronunciamento públicos de
políticos e ainda mais raramente acerca dos pronunciamentos públicos do Ferro
Rodrigues por pudor que resulta de uma amizade duradoura e antiga. Mas na
presente situação não dá mais para estar calado.)
Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
sábado, abril 27
POLÍTICA (2)
Os discursos. No palco da política os discursos
desvalorizam-se cada dia que passa. Por vezes aflora no discurso político uma
ou outra, rara, faceta de autêntica inovação. Aí surge uma réstia de esperança
no ressurgimento do prestígio perdido da política. Ontem na sic notícias Ferro
Rodrigues ensaiou, uma vez mais, um discurso promissor que, em síntese, assenta
na ideia de que é preciso, e urgente, criar uma alternativa política no lugar da
tradicional alternância. Ou seja, ir além de
um modelo de alianças entre os partidos tradicionalmente situados à esquerda ou
à direita, conforme a lógica tradicional do entendimento de esquerda e direita.
Ir mais longe nos alinhamentos políticos/partidários em prol de uma alternativa
política de governo aberta. Não um governo de iniciativa presidencial mas um governo
de iniciativa cidadã através de partidos que a tenham sido capazes de reconquistar representando aspirações e interesses de todos e de cada um dos cidadãos.
No fundo a manifestação de uma exigência de reforma do próprio modelo de representação
politica através do voto livre e democrático, não contra os partidos, mas com
partidos renovados através da sua autêntica abertura à participação (repito –
participação!). É preciso promover uma reforma do modelo da democracia
representativa para que, nas minhas palavras, não seja a própria democracia a
ser posta em causa. E a paz. E a liberdade.
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