.
Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
quinta-feira, maio 31
"GREVE GERAL" (II)
Imagem daqui
De derrota em derrota até à vitória final. Já passaram umas horas. Já todos tivemos oportunidade de formar uma opinião acerca da “greve geral”. O único comentário que fiz torna-se, agora, mais inteligível.
Para bom entendedor Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, fez um balanço surpreendente, sem a habitual % de adesão à greve, mas repleto de recados para dentro da Central Sindical e do PCP. Está à vista um ajuste de contas.
De derrota em derrota até à vitória final. Já passaram umas horas. Já todos tivemos oportunidade de formar uma opinião acerca da “greve geral”. O único comentário que fiz torna-se, agora, mais inteligível.
Para bom entendedor Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, fez um balanço surpreendente, sem a habitual % de adesão à greve, mas repleto de recados para dentro da Central Sindical e do PCP. Está à vista um ajuste de contas.
.
MANCHESTER UNITED
Manchester United anuncia contratação de Nani e Anderson
Num raid relâmpago o Manchester United levou para Inglaterra os dois jogadores jovens mais valiosos do futebol português: Nani e Andersen. Gastaram, de uma assentada, mais de 50 milhões mas, no âmbito dos negócios do futebol, é dinheiro bem aplicado.
Assim, no caso de não se desfazerem de Cristiano Ronaldo, passam a contar com 3 dos melhores jogadores do mundo todos na casa dos 20 anos de idade. É obra!
Num raid relâmpago o Manchester United levou para Inglaterra os dois jogadores jovens mais valiosos do futebol português: Nani e Andersen. Gastaram, de uma assentada, mais de 50 milhões mas, no âmbito dos negócios do futebol, é dinheiro bem aplicado.
Assim, no caso de não se desfazerem de Cristiano Ronaldo, passam a contar com 3 dos melhores jogadores do mundo todos na casa dos 20 anos de idade. É obra!
.
quarta-feira, maio 30
PORTUGAL SEGURO
Este é um daqueles indicadores que têm muita importância quando somos apresentados como muito maus nalguma coisa. Mas, neste caso, dá gosto ver Portugal como um dos 10 países mais seguros entre 121. Em 9º lugar, entre o Canadá e a Áustria e à frente da Alemanha, Suiça, Holanda, Espanha …
.
PORTAS E A EDUCAÇÃO
Abrangente
“Estamos num sistema de ensino faz de conta, onde o verbo examinar é disfarçado, o verbo passar é disfarçado, o verbo chumbar desapareceu e agora errar também é indiferente.”
Paulo Portas, criticando a ausência de penalização de erros ortográficos na primeira parte das provas de aferição dos 4.º e 6.º anos.
O Dr. Portas deveria ser muito recatado em tudo, mesmo tudo, na sua intervenção na vida pública. A falta de vergonha é um requisito dos políticos tradicionais, nós sabemos, mas há elixires para a memória que devem ser ministrados, com urgência, nos casos agudos.
No que respeita à educação o Dr. Portas tem razões redobradas para estar calado pois foi responsável, ao mais alto nível, por dois governos que levaram a educação ao tapete. No primeiro, com Durão, o Dr. Portas “nomeou” a Dra. Mariana Cascais para Secretária de Estado da Educação. Era, e é, boa senhora, o problema é o caos que a sua presença no governo simbolizou.
Para refrescamento da memória leiam aqui, aqui e aqui.
Mais tarde, no segundo governo da direita, já com Santana, tivemos uma Ministra da Educação chamada Maria do Carmo Seabra. Lembram-se, ou já se esqueceram?
“Estamos num sistema de ensino faz de conta, onde o verbo examinar é disfarçado, o verbo passar é disfarçado, o verbo chumbar desapareceu e agora errar também é indiferente.”
Paulo Portas, criticando a ausência de penalização de erros ortográficos na primeira parte das provas de aferição dos 4.º e 6.º anos.
O Dr. Portas deveria ser muito recatado em tudo, mesmo tudo, na sua intervenção na vida pública. A falta de vergonha é um requisito dos políticos tradicionais, nós sabemos, mas há elixires para a memória que devem ser ministrados, com urgência, nos casos agudos.
No que respeita à educação o Dr. Portas tem razões redobradas para estar calado pois foi responsável, ao mais alto nível, por dois governos que levaram a educação ao tapete. No primeiro, com Durão, o Dr. Portas “nomeou” a Dra. Mariana Cascais para Secretária de Estado da Educação. Era, e é, boa senhora, o problema é o caos que a sua presença no governo simbolizou.
Para refrescamento da memória leiam aqui, aqui e aqui.
Mais tarde, no segundo governo da direita, já com Santana, tivemos uma Ministra da Educação chamada Maria do Carmo Seabra. Lembram-se, ou já se esqueceram?
.
MANUEL SALGADO
Simon Gris
Foi agora anunciado um ponto importante do posicionamento político da candidatura de António Costa.
É uma novidade absoluta ou, pelo menos, original nos seus precisos contornos. Trata-se de um bom princípio a cumprir por todos os candidatos: separar as funções do autarca, mandatado pelo voto popular, dos seus interesses pessoais e particulares.
Assim o próprio cumpra o prometido e os cidadãos compreendam o acto como um exemplo que prestigia o futuro autarca e dignifica a democracia.
Foi agora anunciado um ponto importante do posicionamento político da candidatura de António Costa.
É uma novidade absoluta ou, pelo menos, original nos seus precisos contornos. Trata-se de um bom princípio a cumprir por todos os candidatos: separar as funções do autarca, mandatado pelo voto popular, dos seus interesses pessoais e particulares.
Assim o próprio cumpra o prometido e os cidadãos compreendam o acto como um exemplo que prestigia o futuro autarca e dignifica a democracia.
.
terça-feira, maio 29
OS TRAVAS
Enquanto decorre a polémica acerca da abertura do túmulo de D. Afonso Henriques adiciono mais alguns fragmentos para a compreensão do papel de D. Teresa (mãe de Afonso Henriques) na formação do futuro reino de Portugal.
“Como vimos a sua aproximação (entre D. Teresa e os Travas) foi aumentando a partir de 1116. Em Janeiro de 1121, Fernão Peres Trava já se encontrava na corte de D. Teresa. Deve ter sido o sancionamento dessa situação por parte de D. Urraca que a levou a fazer as pazes. Em que consistia o acordo a que chegaram?”
(…)
"Pode, então, considerar-se a hipótese de D. Teresa, que sempre reivindicara o direito a herdar pelo menos uma parte do reino de seu pai, pretender obter o seu governo como soberana independente, e persuadir Pedro Froilaz de Trava a apoiá-la para o conseguir. O seu casamento com o seu filho Fernão Peres só podia reforçar esse projecto. Interessava a ambas as partes: D. Teresa, para conseguir a ajuda do mais poderoso magnata da Galiza; ao conde, para ascender à dignidade de consorte de uma rainha.”
(…)
“Ora, a união entre D. Teresa e Fernão Peres não podia ser aceite pela Igreja, porque o conde estava ligado por um casamento precedente (…).
Além disso, a rainha vivera antes, segundo parece, com Bermudo Peres, irmão de Fernão. (…) Ora o casamento com o irmão de alguém com quem houvera relações sexuais anteriores, era considerado pelo Direito Canónico como um impedimento da maior gravidade. A situação de D. Teresa e dos dois Travas tornava-se assim duplamente incestuosa. Foi, decerto, esse o “pecado” grave que eles procuraram reparar mandando construir o mosteiro de Sobrado, como recorda também a crónica. “
(…)
"Nada disto podia agradar a Diego Gelmirez, que se apresentava como um acérrimo defensor dos princípios da reforma gregoriana, e que viu assim prolongar-se por uma nova geração a rivalidade com Pedro Friolaz, e, pior, formar-se uma coligação entre galegos e portugueses para combater as suas pretensões hegemónicas. Daí o ódio que os redactores da História compostellana votavam a D. Teresa.”
In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “1. A Juventude de um predestinado” – "Os Travas”", pgs. 30/31. (7)
.
“Como vimos a sua aproximação (entre D. Teresa e os Travas) foi aumentando a partir de 1116. Em Janeiro de 1121, Fernão Peres Trava já se encontrava na corte de D. Teresa. Deve ter sido o sancionamento dessa situação por parte de D. Urraca que a levou a fazer as pazes. Em que consistia o acordo a que chegaram?”
(…)
"Pode, então, considerar-se a hipótese de D. Teresa, que sempre reivindicara o direito a herdar pelo menos uma parte do reino de seu pai, pretender obter o seu governo como soberana independente, e persuadir Pedro Froilaz de Trava a apoiá-la para o conseguir. O seu casamento com o seu filho Fernão Peres só podia reforçar esse projecto. Interessava a ambas as partes: D. Teresa, para conseguir a ajuda do mais poderoso magnata da Galiza; ao conde, para ascender à dignidade de consorte de uma rainha.”
(…)
“Ora, a união entre D. Teresa e Fernão Peres não podia ser aceite pela Igreja, porque o conde estava ligado por um casamento precedente (…).
Além disso, a rainha vivera antes, segundo parece, com Bermudo Peres, irmão de Fernão. (…) Ora o casamento com o irmão de alguém com quem houvera relações sexuais anteriores, era considerado pelo Direito Canónico como um impedimento da maior gravidade. A situação de D. Teresa e dos dois Travas tornava-se assim duplamente incestuosa. Foi, decerto, esse o “pecado” grave que eles procuraram reparar mandando construir o mosteiro de Sobrado, como recorda também a crónica. “
(…)
"Nada disto podia agradar a Diego Gelmirez, que se apresentava como um acérrimo defensor dos princípios da reforma gregoriana, e que viu assim prolongar-se por uma nova geração a rivalidade com Pedro Friolaz, e, pior, formar-se uma coligação entre galegos e portugueses para combater as suas pretensões hegemónicas. Daí o ódio que os redactores da História compostellana votavam a D. Teresa.”
In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “1. A Juventude de um predestinado” – "Os Travas”", pgs. 30/31. (7)
.
LISBOA - CONTRIBUTOS PARA UM PROGRAMA (III)
Ruínas do Convento do Carmo
Nunca seria Presidente de Câmara e, nesta perspectiva:
Nunca seria Presidente de Câmara e, nesta perspectiva:
" Simplificaria o modelo administrativo. " - seguramente e depois prioritariamente mandaria limpar Lisboa do lixo acumulado, dos passeios com as belas calçadas portuguesas destruídas ou com pedras levantadas e, sobretudo, mandaria que as obras se fizessem ou não as iniciava quando não tivesse dinheiro - não suporto ver S. Pedro de Alcântara todo enfaixado e o elevador parado. RESTITUIA A CIDADE AOS LISBOETAS que, às vezes, têm vergonha de passar em certos locais.
Felizmente que ainda ninguém pode mandar na luz de LISBOA.
Um desabafo.
Aproveitando a boleia do comentário da Helena, que acima transcrevo, e subscrevo, digo que senti vergonha quando ontem, a propósito de uma ida ao médico, pude observar o estado lastimável de abandono em que se encontra o espaço limítrofe da passadeira que ladeia as Ruínas do Carmo – um belo miradouro sobre Lisboa – com acesso ao Elevador de Santa Justa.
É, além do mais, o ponto da limpeza e higiene urbana que se estende do saneamento básico – já estará resolvido? – até à selecção e recolha do lixo – já estará resolvida? – aos cuidados especiais de limpeza das áreas envolventes de monumentos nacionais, estabelecimentos de saúde, escolas, etc. …, em suma, os cuidados básicos de manutenção da higiene, beleza e funcionalidade da cidade que parecem, por estes tempos, tão descuidados ….
Aproveitando a boleia do comentário da Helena, que acima transcrevo, e subscrevo, digo que senti vergonha quando ontem, a propósito de uma ida ao médico, pude observar o estado lastimável de abandono em que se encontra o espaço limítrofe da passadeira que ladeia as Ruínas do Carmo – um belo miradouro sobre Lisboa – com acesso ao Elevador de Santa Justa.
É, além do mais, o ponto da limpeza e higiene urbana que se estende do saneamento básico – já estará resolvido? – até à selecção e recolha do lixo – já estará resolvida? – aos cuidados especiais de limpeza das áreas envolventes de monumentos nacionais, estabelecimentos de saúde, escolas, etc. …, em suma, os cuidados básicos de manutenção da higiene, beleza e funcionalidade da cidade que parecem, por estes tempos, tão descuidados ….
.
POLÍTICA BRASILEIRA
Fotografia daqui
No Brasil as notícias acerca da política nacional ferem como navalhas. Denúncias de corrupção, envolvendo o próprio Presidente do Senado, vida privada na praça pública, têm de tudo como na farmácia. Para se compreender a natureza paroquial das nossas questiúnculas caseiras.
No Brasil as notícias acerca da política nacional ferem como navalhas. Denúncias de corrupção, envolvendo o próprio Presidente do Senado, vida privada na praça pública, têm de tudo como na farmácia. Para se compreender a natureza paroquial das nossas questiúnculas caseiras.
.
segunda-feira, maio 28
LISBOA - CONTRIBUTOS PARA UM PROGRAMA (II)
Simon Gris
Se me perguntassem o que faria se fosse eleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa diria que o primeiro momento seria de reflexão. E a reflexão incidiria, em primeiro lugar, acerca do que fazer com o poder que me tinha sido conferido. Definiria as alianças conforme a força que os votos me tivessem dado.
Maioria absoluta ou relativa? Nenhuma das situações dispensa a definição de uma política de alianças. Decidiria com base nos resultados e no “bom senso”!
Mandava fazer uma auditoria financeira à CML por uma entidade externa, [pode ser pública] com apresentação de relatório de conclusões e recomendações num prazo curto. O mesmo para as empresas municipais e todos os organismos participados pela Câmara nos quais estejam em causa participações financeiras.
Alguma coisa tem de mudar para baixar os custos de funcionamento e aumentar a eficácia de funcionamento dos serviços.
Não aumentaria a carga fiscal, sobre os cidadãos e as empresas, no que compete às competências do município, mas faria por aumentar a eficácia na arrecadação de receitas. Simplificaria o modelo administrativo. Os procedimentos administrativos dos municípios são uma teia interminável na qual se esconde a corrupção e a deterioração da competitividade da cidade.
Daria prioridade à activação de um “programa Simplex” com a criação de uma unidade de missão dirigida por um técnico experiente.
Mandaria analisar todos os estudos encomendados pela Câmara nos últimos seis anos – foram muitos e alguns bons – para deles apurar o que poderia ser aproveitado para o lançamento de um novo plano estratégico para o desenvolvimento de Lisboa.
Estabeleceria o estudo do futuro da cidade, com base em consensos técnicos e políticos alargados, como uma das principais prioridades da gestão autárquica.
Passados 15 dias da tomada de posse metia os pés ao caminho para tomar contacto directo com os principais problemas das instituições e das pessoas, escolhendo os pontos críticos com os quais a cidade perde competitividade e os pontos de excelência que a tornam mais atraente e competitiva.
Não esquecendo nunca que a cidade será tanto mais competitiva quanto menor for o peso da administração municipal e os seus custos burocráticos.
Se me perguntassem o que faria se fosse eleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa diria que o primeiro momento seria de reflexão. E a reflexão incidiria, em primeiro lugar, acerca do que fazer com o poder que me tinha sido conferido. Definiria as alianças conforme a força que os votos me tivessem dado.
Maioria absoluta ou relativa? Nenhuma das situações dispensa a definição de uma política de alianças. Decidiria com base nos resultados e no “bom senso”!
Mandava fazer uma auditoria financeira à CML por uma entidade externa, [pode ser pública] com apresentação de relatório de conclusões e recomendações num prazo curto. O mesmo para as empresas municipais e todos os organismos participados pela Câmara nos quais estejam em causa participações financeiras.
Alguma coisa tem de mudar para baixar os custos de funcionamento e aumentar a eficácia de funcionamento dos serviços.
Não aumentaria a carga fiscal, sobre os cidadãos e as empresas, no que compete às competências do município, mas faria por aumentar a eficácia na arrecadação de receitas. Simplificaria o modelo administrativo. Os procedimentos administrativos dos municípios são uma teia interminável na qual se esconde a corrupção e a deterioração da competitividade da cidade.
Daria prioridade à activação de um “programa Simplex” com a criação de uma unidade de missão dirigida por um técnico experiente.
Mandaria analisar todos os estudos encomendados pela Câmara nos últimos seis anos – foram muitos e alguns bons – para deles apurar o que poderia ser aproveitado para o lançamento de um novo plano estratégico para o desenvolvimento de Lisboa.
Estabeleceria o estudo do futuro da cidade, com base em consensos técnicos e políticos alargados, como uma das principais prioridades da gestão autárquica.
Passados 15 dias da tomada de posse metia os pés ao caminho para tomar contacto directo com os principais problemas das instituições e das pessoas, escolhendo os pontos críticos com os quais a cidade perde competitividade e os pontos de excelência que a tornam mais atraente e competitiva.
Não esquecendo nunca que a cidade será tanto mais competitiva quanto menor for o peso da administração municipal e os seus custos burocráticos.
.
PELAS RUAS
Dane Shitagi USA, b.1972
Pelas ruas ouve-se um silêncio estranho de espera
Ou será de quem desespera por esperar um dia
Que há-de vir de novo que lhes traga uma alegria
Pelas ruas rareia o movimento como um regresso
Ao passado que se não reconhece no presente
E os homens transformados na sua sombra ausente
Pelas ruas não se notam sinais do riso das mulheres
Nem os fumos de verão saídos dos seus decotes
E nada se parece com as cores dos dias felizes
Pelas ruas não vagueiam os cães nem as carroças
Puxadas a cavalo nem quase uma só bicicleta
E os cheiros são vagamente inodoros de vícios
Pelas ruas corre o vento e o sol por vezes abrasa
Nada faz dormir a natureza e levá-la para casa
É decerto impossível mesmo a golpes de espada
Pelas ruas caminho com pressa ou devagarinho
E olho com fervor aqueles que em certos dias
Me olham com atenção que em outros dias não
Pelas ruas ouve-se um silêncio estranho de espera
Do dia em que desfilem às arrecuas as fanfarras
Anunciando uma boa nova porque se desespera
Pelas ruas por vezes acontece a solidão das mãos
Estendidas mas nada de notícias de boas vindas
Nem braços de polícias sinaleiros nas esquinas
Pelas ruas secou o rio do formigueiro humano
Vejo filas de espera por um lugar no autocarro
Que é feito do teu coração cidade que eu amo?
Lisboa, 12 de Abril de 2005
Pelas ruas ouve-se um silêncio estranho de espera
Ou será de quem desespera por esperar um dia
Que há-de vir de novo que lhes traga uma alegria
Pelas ruas rareia o movimento como um regresso
Ao passado que se não reconhece no presente
E os homens transformados na sua sombra ausente
Pelas ruas não se notam sinais do riso das mulheres
Nem os fumos de verão saídos dos seus decotes
E nada se parece com as cores dos dias felizes
Pelas ruas não vagueiam os cães nem as carroças
Puxadas a cavalo nem quase uma só bicicleta
E os cheiros são vagamente inodoros de vícios
Pelas ruas corre o vento e o sol por vezes abrasa
Nada faz dormir a natureza e levá-la para casa
É decerto impossível mesmo a golpes de espada
Pelas ruas caminho com pressa ou devagarinho
E olho com fervor aqueles que em certos dias
Me olham com atenção que em outros dias não
Pelas ruas ouve-se um silêncio estranho de espera
Do dia em que desfilem às arrecuas as fanfarras
Anunciando uma boa nova porque se desespera
Pelas ruas por vezes acontece a solidão das mãos
Estendidas mas nada de notícias de boas vindas
Nem braços de polícias sinaleiros nas esquinas
Pelas ruas secou o rio do formigueiro humano
Vejo filas de espera por um lugar no autocarro
Que é feito do teu coração cidade que eu amo?
Lisboa, 12 de Abril de 2005
.
domingo, maio 27
SPORTING [post 3000]
Imagem daqui
Foi uma trabalheira para arranjar o bilhete para a bola, como soe dizer-se, as claques rapinaram tudo. Mas quando já desesperava ele lá conseguiu o ingresso e hoje pode celebrar a conquista de um título.
Falo do meu filho está claro que deve, por esta hora, caminhar para o Estádio de Alvalade porque isto de ser sportinguista e ganhar um título não é para todos os dias e, desta vez, reconheçamos que foi merecido.
Neste caso é a vitória de uma estratégia de aposta na juventude, na criação e formação de talentos, pois o futebol não é diferente de todas as outras actividades empresariais. O caso do Sporting, desse pondo de vista, é exemplar para o país. Só por isso merece ser premiado.
[Por coincidência este é o post 3000, puxa vida!]
Foi uma trabalheira para arranjar o bilhete para a bola, como soe dizer-se, as claques rapinaram tudo. Mas quando já desesperava ele lá conseguiu o ingresso e hoje pode celebrar a conquista de um título.
Falo do meu filho está claro que deve, por esta hora, caminhar para o Estádio de Alvalade porque isto de ser sportinguista e ganhar um título não é para todos os dias e, desta vez, reconheçamos que foi merecido.
Neste caso é a vitória de uma estratégia de aposta na juventude, na criação e formação de talentos, pois o futebol não é diferente de todas as outras actividades empresariais. O caso do Sporting, desse pondo de vista, é exemplar para o país. Só por isso merece ser premiado.
[Por coincidência este é o post 3000, puxa vida!]
.
ASSÉDIO MUÇULMANO A COIMBRA
É notável o papel das mulheres na direcção política dos acontecimentos, anteriores à formação do reino, assim como as relações de D. Teresa com os cavaleiros galegos entre os quais se destacaram os Travas.
“Em 1116, [Afonso Henriques nascera em 1109] uma forte expedição muçulmana comandada pelo próprio emir de Marrocos Ali b. Yusuf saiu de Santarém e, dirigindo-se para norte, saqueou e incendiou Miranda do Corvo, fazendo muitos prisioneiros.”
(…)
A 7 de Julho de 1116, os almorávidas conquistaram o castelo de S.Eulália, junto a Montemor-o-Velho, e puseram cerco a Coimbra, estando aí então a rainha, …" [D. Teresa, no entanto, só se intitulou rainha em Maio de 1117]
(…)
“No ano seguinte, em Junho, os muçulmanos voltaram a atacar, comandados, de novo, pelo emir de Marrocos, que usou a via marítima, desembarcando perto de Montemor-o-Velho, e se juntou às tropas vindas por terra. Em 22 de Junho, voltou a pôr cerco a Coimbra, mas ao cabo de vinte dias teve de retirar sem haver conseguido apoderar-se da cidade.
Como é evidente, o perigoso ataque almorávida representava um risco acrescido em virtude das divisões internas que enfraqueciam a capacidade de defesa e a coordenação das forças cristãs sob a direcção de D. Teresa. Mas obrigaram os portugueses (…) a reforçarem os dispositivos de defesa, para se protegerem contra ataques de grande envergadura, como o que Coimbra, nessa altura, sofreu. A reacção não parece ter envolvido Urraca nem os membros da cúria régia que com ela partilhavam a responsabilidade de defender o reino, mas trouxe ao território português alguns nobres galegos, além de Bermudes Peres de Trava, (…). A presença de Teresa em Coimbra, pouco depois dos combates em torno do castelo de Sobroso, significa, talvez, que assumiu, sozinha ou com ajuda dos cavaleiros galegos, a defesa da cidade.”
(…)
“Seja como for, os nobres galegos vêm, nessa altura e nos anos seguintes, colaborar com os cavaleiros que defendiam Coimbra. O mais notável foi Fernão Peres de Trava, o filho primogénito de Pedro Froilaz, …”
(…)
Assim, o enfraquecimento do poder central leonez era compensado, na periferia meridional, por meio de uma concentração de forças militares de nível regional, que vinha contribuir, juntamente com outros factores, já referidos, para a estruturação dos poderes intermédios que antecederam a formação dos vários reinos peninsulares.”
In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “1. A Juventude de um predestinado” – "Assédio muçulmano a Coimbra”", pgs. 28 e 29. (6)
.
“Em 1116, [Afonso Henriques nascera em 1109] uma forte expedição muçulmana comandada pelo próprio emir de Marrocos Ali b. Yusuf saiu de Santarém e, dirigindo-se para norte, saqueou e incendiou Miranda do Corvo, fazendo muitos prisioneiros.”
(…)
A 7 de Julho de 1116, os almorávidas conquistaram o castelo de S.Eulália, junto a Montemor-o-Velho, e puseram cerco a Coimbra, estando aí então a rainha, …" [D. Teresa, no entanto, só se intitulou rainha em Maio de 1117]
(…)
“No ano seguinte, em Junho, os muçulmanos voltaram a atacar, comandados, de novo, pelo emir de Marrocos, que usou a via marítima, desembarcando perto de Montemor-o-Velho, e se juntou às tropas vindas por terra. Em 22 de Junho, voltou a pôr cerco a Coimbra, mas ao cabo de vinte dias teve de retirar sem haver conseguido apoderar-se da cidade.
Como é evidente, o perigoso ataque almorávida representava um risco acrescido em virtude das divisões internas que enfraqueciam a capacidade de defesa e a coordenação das forças cristãs sob a direcção de D. Teresa. Mas obrigaram os portugueses (…) a reforçarem os dispositivos de defesa, para se protegerem contra ataques de grande envergadura, como o que Coimbra, nessa altura, sofreu. A reacção não parece ter envolvido Urraca nem os membros da cúria régia que com ela partilhavam a responsabilidade de defender o reino, mas trouxe ao território português alguns nobres galegos, além de Bermudes Peres de Trava, (…). A presença de Teresa em Coimbra, pouco depois dos combates em torno do castelo de Sobroso, significa, talvez, que assumiu, sozinha ou com ajuda dos cavaleiros galegos, a defesa da cidade.”
(…)
“Seja como for, os nobres galegos vêm, nessa altura e nos anos seguintes, colaborar com os cavaleiros que defendiam Coimbra. O mais notável foi Fernão Peres de Trava, o filho primogénito de Pedro Froilaz, …”
(…)
Assim, o enfraquecimento do poder central leonez era compensado, na periferia meridional, por meio de uma concentração de forças militares de nível regional, que vinha contribuir, juntamente com outros factores, já referidos, para a estruturação dos poderes intermédios que antecederam a formação dos vários reinos peninsulares.”
In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “1. A Juventude de um predestinado” – "Assédio muçulmano a Coimbra”", pgs. 28 e 29. (6)
.
ELEIÇÕES EM ESPANHA
Fotografia daqui
Hoje há eleições municipais e “autonómicas” em Espanha. Lá o PP, a direita na oposição, tem a ETA – um problema de estado – para lançar contra o governo do PSOE. Aqui o PSD, a direita na oposição, tem a OTA – uma obra adiada -e o Dr. Charrua (?) para lançar contra o governo do PS. Não é só uma diferença de estilo …mas de peso.
Hoje há eleições municipais e “autonómicas” em Espanha. Lá o PP, a direita na oposição, tem a ETA – um problema de estado – para lançar contra o governo do PSOE. Aqui o PSD, a direita na oposição, tem a OTA – uma obra adiada -e o Dr. Charrua (?) para lançar contra o governo do PS. Não é só uma diferença de estilo …mas de peso.
.
.
.
sábado, maio 26
LISBOA - CONTRIBUTOS PARA UM PROGRAMA (I)
Simon Gris
Estas eleições autárquicas em Lisboa são uma espécie de primárias das eleições que se hão-de disputar daqui a ano e meio. Não que do resultado destas decorra a eliminação de quaisquer candidaturas para as eleições seguintes, mas o seu resultado será uma clarificação decisiva para a próxima escolha.
Todas as sondagens, apesar das suas limitações, parecem apontar para uma vitória de António Costa. Resta saber a dimensão política dessa vitória, ou seja, se alcançará a maioria, difícil no contexto de tantas candidaturas, ou se Costa será obrigado a fazer acordos que permitam governar a cidade.
Não dou uma importância decisiva a esse factor na justa medida em que a provável vitória relativa do PS nestas eleições, e as dificuldades a que dará azo, tornará mais clara a necessidade de uma maioria absoluta nas eleições de 2009.
Estas eleições autárquicas em Lisboa são uma espécie de primárias das eleições que se hão-de disputar daqui a ano e meio. Não que do resultado destas decorra a eliminação de quaisquer candidaturas para as eleições seguintes, mas o seu resultado será uma clarificação decisiva para a próxima escolha.
Todas as sondagens, apesar das suas limitações, parecem apontar para uma vitória de António Costa. Resta saber a dimensão política dessa vitória, ou seja, se alcançará a maioria, difícil no contexto de tantas candidaturas, ou se Costa será obrigado a fazer acordos que permitam governar a cidade.
Não dou uma importância decisiva a esse factor na justa medida em que a provável vitória relativa do PS nestas eleições, e as dificuldades a que dará azo, tornará mais clara a necessidade de uma maioria absoluta nas eleições de 2009.
*
Sou residente e eleitor em Lisboa desde que, em 25 de Abril de 1974, foi restaurada a democracia em Portugal e votei em todas as eleições. Continuo a achar o voto um acto cívico exaltante.
Lamentavelmente as próximas eleições decorrem em 15 de Julho a pior data de todas com excepção das restantes seis possíveis nos meses de Julho e Agosto. Não tinha o governo de direita – PSD/PP – prometido, de forma solene, acabar com os governadores civis?
Deixando de lado as inexplicáveis tortuosidades e delongas do processo eleitoral, que requer urgente reforma, sou dos que consideram que o PS tomou uma decisão acertada, e corajosa, ao fazer avançar António Costa para a cabeça desta candidatura.
Como cidadão venho dar o meu contributo, neste e nos documentos que se seguirão, para um programa de governo para a cidade de Lisboa. Nada que não tenha já sido dito, no essencial, mas sou daqueles que acha que nunca se perde tempo quando se exercem os deveres de cidadania.
Sou residente e eleitor em Lisboa desde que, em 25 de Abril de 1974, foi restaurada a democracia em Portugal e votei em todas as eleições. Continuo a achar o voto um acto cívico exaltante.
Lamentavelmente as próximas eleições decorrem em 15 de Julho a pior data de todas com excepção das restantes seis possíveis nos meses de Julho e Agosto. Não tinha o governo de direita – PSD/PP – prometido, de forma solene, acabar com os governadores civis?
Deixando de lado as inexplicáveis tortuosidades e delongas do processo eleitoral, que requer urgente reforma, sou dos que consideram que o PS tomou uma decisão acertada, e corajosa, ao fazer avançar António Costa para a cabeça desta candidatura.
Como cidadão venho dar o meu contributo, neste e nos documentos que se seguirão, para um programa de governo para a cidade de Lisboa. Nada que não tenha já sido dito, no essencial, mas sou daqueles que acha que nunca se perde tempo quando se exercem os deveres de cidadania.
*
Promover a reforma administrativa da cidade, criando novas freguesias em lugar das velhas, ajustando o mapa administrativo da cidade à sua realidade sociológica e económica.
Elaborar uma “Carta para o Desenvolvimento Sustentável de Lisboa”, integrando todos os instrumentos de gestão urbanística, na qual se inscrevam as prioridades do investimento, público e privado, assim como as regras e incentivos à iniciativa empresarial com prioridade para a criação de emprego.
Viabilizar o projecto de “Reabilitação e Revitalização da Baixa da Lisboa” criando condições para o seu “repovoamento” através da oferta de habitação para venda e arrendamento e incentivando a fixação de empresas de bens e serviços qualificados.
Criar o programa “Lisboa Cidade do Conhecimento”, promovendo a articulação entre as entidades produtoras de conhecimento e a actividade empresarial, assumindo que o desenvolvimento da economia de Lisboa assenta na criação de riqueza oriunda de actividades intensivas em inovação, informação, conhecimento e competência técnico científica.
Realizar, com prioridade, uma auditoria às entidades empresariais participadas pela CML, tendo em vista a sua reorganização e promovendo, caso se justifique, a sua extinção, fusão ou privatização.
Racionalizar o trânsito automóvel na cidade através da criação de uma nova política de mobilidade que valorize os transportes públicos e incentive a sua utilização em conjugação com a criação de estacionamentos periféricos e uma efectiva desmotivação do estacionamento à superfície.
E que cada candidato, além da declaração pública de interesses, obrigatória por lei, declare que a motivação da sua candidatura não é económica mas de prestação de um serviço público. Difícil, utópico? Para começar já me satisfazia com um compromisso público de não participação, directa ou indirecta, dos candidatos e dos mandatários, em estudos, projectos e empreendimentos, lucrativos, que tenham lugar no concelho de Lisboa.
Promover a reforma administrativa da cidade, criando novas freguesias em lugar das velhas, ajustando o mapa administrativo da cidade à sua realidade sociológica e económica.
Elaborar uma “Carta para o Desenvolvimento Sustentável de Lisboa”, integrando todos os instrumentos de gestão urbanística, na qual se inscrevam as prioridades do investimento, público e privado, assim como as regras e incentivos à iniciativa empresarial com prioridade para a criação de emprego.
Viabilizar o projecto de “Reabilitação e Revitalização da Baixa da Lisboa” criando condições para o seu “repovoamento” através da oferta de habitação para venda e arrendamento e incentivando a fixação de empresas de bens e serviços qualificados.
Criar o programa “Lisboa Cidade do Conhecimento”, promovendo a articulação entre as entidades produtoras de conhecimento e a actividade empresarial, assumindo que o desenvolvimento da economia de Lisboa assenta na criação de riqueza oriunda de actividades intensivas em inovação, informação, conhecimento e competência técnico científica.
Realizar, com prioridade, uma auditoria às entidades empresariais participadas pela CML, tendo em vista a sua reorganização e promovendo, caso se justifique, a sua extinção, fusão ou privatização.
Racionalizar o trânsito automóvel na cidade através da criação de uma nova política de mobilidade que valorize os transportes públicos e incentive a sua utilização em conjugação com a criação de estacionamentos periféricos e uma efectiva desmotivação do estacionamento à superfície.
E que cada candidato, além da declaração pública de interesses, obrigatória por lei, declare que a motivação da sua candidatura não é económica mas de prestação de um serviço público. Difícil, utópico? Para começar já me satisfazia com um compromisso público de não participação, directa ou indirecta, dos candidatos e dos mandatários, em estudos, projectos e empreendimentos, lucrativos, que tenham lugar no concelho de Lisboa.
.
SÃO DUAS OU TRÊS COISAS
Ivan Junqueira
São duas ou três coisas que eu sei dela,
e nada mais além de seu perfume.
Sei que nas noites ermas ela assume
esse ar de quem flutua na janela,
como o duende fugaz que em si resume
um tempo que a ampulheta não revela:
o tempo além do tempo que só nela
navega mais que o peixe no cardume.
Sei que ela traz nos olhos esse lume
de quem sofreu e a dor tornou mais bela,
pois o naufrágio lhe infundiu aquela
vertigem que do alfange é o próprio gume.
Sei que ela vive no halo de uma vela
e queima, sem consolo, em minha cela.
Ivan Junqueira
In “O Tempo além do Tempo”
Edições Quasi
[Antologia cujo lançamento ocorreu
ontem no Palácio Fronteira.]
São duas ou três coisas que eu sei dela,
e nada mais além de seu perfume.
Sei que nas noites ermas ela assume
esse ar de quem flutua na janela,
como o duende fugaz que em si resume
um tempo que a ampulheta não revela:
o tempo além do tempo que só nela
navega mais que o peixe no cardume.
Sei que ela traz nos olhos esse lume
de quem sofreu e a dor tornou mais bela,
pois o naufrágio lhe infundiu aquela
vertigem que do alfange é o próprio gume.
Sei que ela vive no halo de uma vela
e queima, sem consolo, em minha cela.
Ivan Junqueira
In “O Tempo além do Tempo”
Edições Quasi
[Antologia cujo lançamento ocorreu
ontem no Palácio Fronteira.]
.
sexta-feira, maio 25
PS RECUPERA MAIORIA CONFORTÁVEL
Dick Sanders USA, b.1946
Num mês dominado pela crise na Câmara de Lisboa, o PS recupera a nível nacional a maioria absoluta, muito confortável, que tinha conseguido nos meses de Fevereiro e Março, que se cifra nos 47%.
Já sabemos que sondagens são sondagens. Mas o que será necessário acontecer para fazer o PS cair nas sondagens? Curiosa esta revelação: o tempo, aparentemente, não desgasta a popularidade do PS e do primeiro-ministro! Quando se ocupa o lugar da oposição estas notícias são desesperantes! Quando se ocupa o lugar do governo devem ser recebidas com prudência.
Num mês dominado pela crise na Câmara de Lisboa, o PS recupera a nível nacional a maioria absoluta, muito confortável, que tinha conseguido nos meses de Fevereiro e Março, que se cifra nos 47%.
Já sabemos que sondagens são sondagens. Mas o que será necessário acontecer para fazer o PS cair nas sondagens? Curiosa esta revelação: o tempo, aparentemente, não desgasta a popularidade do PS e do primeiro-ministro! Quando se ocupa o lugar da oposição estas notícias são desesperantes! Quando se ocupa o lugar do governo devem ser recebidas com prudência.
.
quinta-feira, maio 24
D. TERESA - O ENQUADRAMENTO DE UM CONFLITO
Imagem do “Carambas!”
Alguns excertos para a compreensão do papel de D. Teresa (mãe de D. Afonso Henriques), e do conflito entre mãe e filho que assume proporções míticas na nossa história.
“Todavia, verificava-se, desde a morte de Afonso VI (1109), uma deslocação do nível em que se decidiam os problemas político-sociais dominantes, decorrentes de fenómenos de recomposição da aristocracia asturiana, leonesa, galega, castelhana ou aragonesa: antes resolviam-se na área do poder régio; a partir desses anos, a decisão passa a depender da recomposição dos poderes regionais (ou já nacionais). Com a perda da autoridade monárquica, os interesses regionais passaram a dominar o palco político, onde os protagonismos pessoais ou linhagísticos alcançam cada vez maior relevo. ”
Alguns excertos para a compreensão do papel de D. Teresa (mãe de D. Afonso Henriques), e do conflito entre mãe e filho que assume proporções míticas na nossa história.
“Todavia, verificava-se, desde a morte de Afonso VI (1109), uma deslocação do nível em que se decidiam os problemas político-sociais dominantes, decorrentes de fenómenos de recomposição da aristocracia asturiana, leonesa, galega, castelhana ou aragonesa: antes resolviam-se na área do poder régio; a partir desses anos, a decisão passa a depender da recomposição dos poderes regionais (ou já nacionais). Com a perda da autoridade monárquica, os interesses regionais passaram a dominar o palco político, onde os protagonismos pessoais ou linhagísticos alcançam cada vez maior relevo. ”
(…)
“É neste contexto que se situa a posição de D. Teresa e dos barões portucalenses. Coloca-se o problema de saber se seguem os interesses da nobreza galega ou se procuram desempenhar um papel próprio, análogo ao de outros conjuntos aristocráticos regionais. Parece-me claro que se verifica um processo de evolução rápida a partir de um estádio caracterizado por uma certa indefinição inicial, mas que depressa se transforma como consequência da evidente oposição de interesses entre portugueses e galegos. A rainha (D. Teresa) viria a sofrer as consequências de apoiar os segundos em desfavor dos primeiros. Mas a progressiva oposição dos nobres portugueses contra os galegos só se manifesta quando se acentuam as rivalidades paralelas no plano eclesiástico. Estas já vêm desde os últimos anos do século anterior, e polarizam-se em torno da polémica entre Braga e Compostela, acentuada, agora, pelas desmedidas ambições de Gelmirez (arcebispo de Compostela), que segue a estratégia de procurar aumentar o seu poder à custa da apropriação dos direitos metropolitanos de Braga, como antiga capital da província romana da Galécia.”
In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “1. A Juventude de um predestinado” – "Alterações do cenário político”", pg. 26. (5)
.
LEMBREI-ME
Dane Shitagi USA, b.1972
Lembrei-me de passar umas horas a esperar
Que acontecesse
Algo de excepcional beleza que me fizesse
Voar
Outra vez à altura dos sonhos verdadeiros
Que se esquecem.
Lembrei-me de passar os dias a divagar
Pelas ruas
Da minha adolescência e deitar-me nelas
Devagar
Revendo os amigos que não vejo nunca
E no ar
Fluido que me habita agarrá-los pela mão
Beijar-lhes
As faces coloridas dar-lhes boas notícias.
Passar
A palavra um a um numa cadeia infinita
E recomeçar
Do princípio a reconhecê-los pelos nomes
Próprios
Que se esquecem na vertigem de conhecer
Tudo
Não conhecendo nada mais que os sonhos
Que nos habitam.
Lembrei-me da jovem negra e da paixão
Inconfessa
Que me acalorou as costas quando pousou
Os joelhos
Nelas e eu me encostei aos seus caracóis
Loiros.
Lembrei-me agora aqui e em toda a parte
De passar
Ao lado do tempo e esperar que o destino
Me trouxesse
Nas mãos o sussurro e o prazer dos corpos
Que não esquecem.
Lisboa, 8 de Outubro de 2004
Lembrei-me de passar umas horas a esperar
Que acontecesse
Algo de excepcional beleza que me fizesse
Voar
Outra vez à altura dos sonhos verdadeiros
Que se esquecem.
Lembrei-me de passar os dias a divagar
Pelas ruas
Da minha adolescência e deitar-me nelas
Devagar
Revendo os amigos que não vejo nunca
E no ar
Fluido que me habita agarrá-los pela mão
Beijar-lhes
As faces coloridas dar-lhes boas notícias.
Passar
A palavra um a um numa cadeia infinita
E recomeçar
Do princípio a reconhecê-los pelos nomes
Próprios
Que se esquecem na vertigem de conhecer
Tudo
Não conhecendo nada mais que os sonhos
Que nos habitam.
Lembrei-me da jovem negra e da paixão
Inconfessa
Que me acalorou as costas quando pousou
Os joelhos
Nelas e eu me encostei aos seus caracóis
Loiros.
Lembrei-me agora aqui e em toda a parte
De passar
Ao lado do tempo e esperar que o destino
Me trouxesse
Nas mãos o sussurro e o prazer dos corpos
Que não esquecem.
Lisboa, 8 de Outubro de 2004
.
CONFIRMAÇÃO DE UMA BOA NOTÍCIA
Fotografia Daqui
OCDE confia na consolidação orçamental e revê crescimento em alta
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu hoje em alta as previsões de crescimento para a economia portuguesa alinhando-as com as do Governo e da Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional. A OCDE, nas perspectivas económicas acabadas de divulgar, espera que Portugal cresça 1,8% em 2007, mais 0,3 pontos do que a previsão de Novembro.
OCDE confia na consolidação orçamental e revê crescimento em alta
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu hoje em alta as previsões de crescimento para a economia portuguesa alinhando-as com as do Governo e da Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional. A OCDE, nas perspectivas económicas acabadas de divulgar, espera que Portugal cresça 1,8% em 2007, mais 0,3 pontos do que a previsão de Novembro.
A instituição, que agrega as trinta economias mais desenvolvidas, dá também sinais positivos na frente orçamental: espera que o Governo consiga um défice orçamental de 3,3% do PIB, valor que compara com os 3,7% divulgados no final do ano passado. Para isso, estima que o consumo público recue 1%, três vezes o valor estimado há seis meses.
Apesar do aumento de desemprego no início do ano, a OCDE acredita que o ano irá fechar com uma taxa média de desemprego de 7,6%, o mesmo que a estimativa oficial do Governo.
Apesar de um abrandamento face ao ano passado, o bom momento das exportações deverá continuar, ao que se deverá juntar um abrandamento das importações. O resultado será uma contribuição líquida do comércio externo de 0,9 pontos percentuais. No ano passado a contribuição foi de 1 pp.
.
Subscrever:
Mensagens (Atom)