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Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
sábado, março 22
sexta-feira, março 21
VOANDO SOBRE UM NOVELO DE EQUÍVOCOS
Reproduzir cenas de violência? Não vou por aí. O ambiente informativo nacional já está saturado com as imagens da refrega entre uma professora e uma aluna por um telemóvel. A mediatização do caso pode suscitar todas as leituras: falta de autoridade dos professores, indisciplina dos alunos, alheamento dos pais face ao processo educativo, … por aí fora. Mas tudo é apresentado, a reboque das imagens colhidas na sala de aula, como se fora um estúdio, de uma forma demasiado simples.
Prefiro sublinhar o testemunho, clarividente, de Álvaro Almeida Santos, Presidente do Conselho das Escolas:
Penso que aquilo que espoleta esta situação é, de facto, o uso dos telemóveis e uso de novas tecnologias, que têm colocado novos problemas às escolas”, afirmou Álvaro Almeida dos Santos, entrevistado esta sexta-feira no Jornal da Tarde. Para o presidente do Conselho das Escolas, os telemóveis constituem hoje “um dos aspectos que desencadeiam mais situações de conflito e também de perturbação dentro das escolas e nas salas de aula.
Prefiro sublinhar o que diz o Portal do Ministério da Educação acerca do Estatuto do aluno:
As alterações ao Estatuto do Aluno dos Ensinos Básico e Secundário, publicadas no Diário da República, reforçam a autoridade dos professores e a autonomia das escolas, ao mesmo tempo que simplificam e agilizam procedimentos, conferindo maior responsabilidade aos pais e aos encarregados de educação.
O que diz a Lei nº 3/2008, de 18 de Janeiro?
O que diz o Artº 15º da Lei, a respeito dos deveres dos alunos, tocando no assunto em apreço?
q) Não transportar quaisquer materiais, equipamentos tecnológicos, instrumentos ou engenhos, passíveis de, objectivamente, perturbarem o normal funcionamento das actividades lectivas, ou poderem causar danos físicos ou morais aos alunos ou a terceiros;
O que poderá dizer um cidadão normal face ao conhecimento dos factos e da legislação, apesar de todas as polémicas, dificuldades e crispações? Cumpra-se a lei!
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DIA MUNDIAL DA POESIA
Trata-se de uma edição bilingue, português/espanhol, da obra de Fernando Pessoa, de autoria de Sebastián Santisi, um extraordinário empreendimento individual para a divulgação da poesia de Fernando Pessoa no universo dos falantes da língua de Cervantes.
Bem-haja! s@ntisi.com.ar
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quinta-feira, março 20
BUSH - FUGA PARA A FRENTE
New York Times
President Bush used the fifth anniversary of the start of the war in Iraq on Wednesday to make the case for persevering in a conflict that could have many more anniversaries.
President Bush used the fifth anniversary of the start of the war in Iraq on Wednesday to make the case for persevering in a conflict that could have many more anniversaries.
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A CHINA
Pedro Doria publica dois postes, um terceiro está prometido para amanhã, acerca da China. A China está no centro de todas as atenções, é uma espécie de epicentro do futuro, por razões económicas e financeiras, geoestratégicas, de regime (a situação no Tibete faz piscar um sinal de alerta!) e pela organização dos Jogos Olímpicos, e seu improvável boicote, vale a pena abrir o capítulo China.
A ler A China como ela se vê 1: Democracia e A China como ela se vê 2: Direita e esquerda que termina assim:
A ler A China como ela se vê 1: Democracia e A China como ela se vê 2: Direita e esquerda que termina assim:
Na China, qualquer transformação é feita sempre com muita lentidão. Mas o governo tem consciência de que, no exterior, as condições de vida no país são vistas como selvagens. A queda à esquerda tem a ver com a percepção de que a economia de mercado ampliou a desigualdade ao mesmo tempo em que enriqueceu o país. Mas também tem a ver com a questão da imagem. Os chineses querem mais poder no mundo e, neste jogo de influência, imagem conta.
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quarta-feira, março 19
EDUCAÇÃO: ELES LÁ SABEM PORQUÊ!
Na sequência dos combates dos últimos tempos, a propósito da reforma da educação, reparemos que enquanto em Portugal se discute o processo de avaliação do desempenho dos professores em França as greves, e manifestações, são contra o despedimento de professores. Em Portugal o governo resolveu a questão da colocação dos professores (na sua maior parte) fixando-os por um período de três anos nas escolas a que ficam afectos. É a ansiada estabilidade do corpo docente – uma velha reivindicação da classe - que hoje foi esquecida pelos críticos do governo. Aqui ninguém fala em despedimentos de professores, pelo contrário, parece haver um compromisso firme do governo em não incluir os professores no chamado quadro de excedentes. É a ansiada estabilidade do corpo docente que, paradoxalmente, parece não revelar mais do que pérfidas intenções do governo em denegrir a imagem dos professores.
É possível que nem tudo vá bem no reino da Dinamarca. Mas não se verificam, hoje, no sistema público de educação, as rupturas organizacionais de outros tempos. Nem atraso na abertura dos anos lectivos, nem entropia nos processos de colocação de professores, nem atropelos na adopção dos manuais escolares (finalmente com uma nova lei em vigor) sendo que o que está em causa, no presente debate, é a elevação do nível de exigência do desempenho do sistema público de educação, e de todos os seus protagonistas, do topo à base. Há mudanças, em turbilhão, difíceis de gerir aos diversos níveis da organização do sistema. As escolas são solicitadas a realizar um sobre-esforço só possível pela dedicação e competência da maioria dos seus dirigentes, em particular, os professores. Se assim não fosse como poderia ser assegurado, como tem sido, o regular desenvolvimento das actividades escolares à beira da entrada no terceiro, e derradeiro, período lectivo.
Todos sabemos, os que trabalham no sistema, e os que o observam de fora, que sempre se podem adoptar processos diferenciados para alcançar os mesmos fins. Creio que a gestão política deste complexo processo de mudança, como sempre acontece, poderia ser orientada seguindo um diferente escalonamento das prioridades, mas a verdade é que qualquer reforma na educação, tocando no fundo dos alicerces do sistema, sempre concitaria forte contestação e nunca avançaria, sequer, um milímetro se a firmeza cedesse o passo à hesitação. Mas quero crer que, a breve prazo, será inevitável que as trombetas da concórdia se sobreponham à crispação do confronto.
A opinião pública mantém uma silenciosa reserva face ao alvoroço da refrega e o PR guarda, face aos sindicatos, uma prudente e sábia distância. Eles lá sabem porquê!
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terça-feira, março 18
As pseudo-soluções
No meio de sérios avisos de aproximação de uma crise do sistema financeiro internacional que tem o epicentro nos USA, mas que a todos atingirá, há quem se aventure por mares já antes navegados. Teodora Cardoso lança um aviso à navegação:
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A LUTA DOS TRABALHADORES: AQUI E AGORA
Não sei se o trabalho honesto de cada um de nós vale a pena. Não sei se o trabalho esforçado de cada um de nós vale a pena. A corrente de ideias que sopra com mais força, desde que me conheço, valoriza sempre mais a questão da igualdade. Também acreditei. O pensamento dominante, sob a capa da luta pela justiça, favorece a pobreza. Sem pobreza não se justificaria a caridade e, muito menos, a solidariedade social. Os mais ricos são cada vez mais ricos e os mais pobres cada vez mais pobres. E por aqui nos ficamos. O paradigma igualitário é o guião de todas as justas lutas dos trabalhadores. Sejamos honestos e abramos os olhos! Hoje, aqui e agora, quais são os trabalhadores que lutam? São os trabalhadores assalariados da agricultura e da indústria? São os trabalhadores de todas as artes que usufruem de mais baixos salários? São os trabalhadores pobres e marginalizados? São os trabalhadores desempregados? São os trabalhadores mais velhos, empregados ou aposentados, na posse de todas as suas faculdades? São os trabalhadores imigrantes, mão-de-obra barata, em busca da legalização? São os jovens estudantes liceais ou universitários? São os jovens licenciados em busca de um lugar ao sol? Nada disso! Nada disso! Quem se manifesta então? A classe média dos funcionários públicos auto intitulados de novos explorados, os espoliados do nosso tempo. Que é feito da classe operária que dá o título à maioria dos sindicatos? Trabalha para que se não extinga o seu posto; trabalha para que não se deslocalize a sua fábrica; trabalha para que se não perca a encomenda. Trabalha e, como dizia o poeta, “Trabalhar cansa”. É difícil ultrapassar a ditadura da igualdade que esconde os privilégios daqueles que, na maioria, desprezam os verdadeiros explorados. Para que o trabalho honesto e esforçado valha a pena é preciso vencer o predomínio do paradigma da igualdade. É preciso fazer vencer na sociedade o paradigma do mérito, do trabalho esforçado e competente, em benefício de cada um de nós e de toda a sociedade. Um dia se a liberdade estiver em causa ver-se-ão os verdadeiros trabalhadores na rua a lutar pelas suas verdadeiras causas e aí espero que os manifestantes de hoje se não escondam em suas casas!
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segunda-feira, março 17
ALGARVE, EN 125, PSD E PORTAGENS NA VIA DO INFANTE
Keith Johnson
Ao que parece o PSD ficou muito escandalizado com a afirmação do Ministro das Obras Públicas de que não seria este governo a introduzir portagens na Via do Infante e que tal ideia era, pelo contrário, defendida pelo PSD. Julgo que Mário Lino se deve ter fundamentado nesta afirmação de Marques Mendes, presidente do PSD, aquando da Universidade de Verão de 2007, realizada, ironicamente, no Algarve:
Mas se alguém tem dúvidas então faço mesmo um desafio: acabe-se com as SCUT’s, que custam ao País 750 milhões de Euros por ano, e baixem-se os impostos sobre as pessoas e as empresas. É economicamente mais correcto e socialmente mais justo.
Aliás o posicionamento do líder do PSD, no verão passado, causou um coro de protestos entre os social-democratas algarvios, nomeando expressamente a Via do Infante, como se pode verificar, entre muitas outras, por esta tomada de posição sob o título: Marques Mendes anseia portagens nas SCUT. Como é isso possível?
Ao que parece o PSD ficou muito escandalizado com a afirmação do Ministro das Obras Públicas de que não seria este governo a introduzir portagens na Via do Infante e que tal ideia era, pelo contrário, defendida pelo PSD. Julgo que Mário Lino se deve ter fundamentado nesta afirmação de Marques Mendes, presidente do PSD, aquando da Universidade de Verão de 2007, realizada, ironicamente, no Algarve:
Mas se alguém tem dúvidas então faço mesmo um desafio: acabe-se com as SCUT’s, que custam ao País 750 milhões de Euros por ano, e baixem-se os impostos sobre as pessoas e as empresas. É economicamente mais correcto e socialmente mais justo.
Aliás o posicionamento do líder do PSD, no verão passado, causou um coro de protestos entre os social-democratas algarvios, nomeando expressamente a Via do Infante, como se pode verificar, entre muitas outras, por esta tomada de posição sob o título: Marques Mendes anseia portagens nas SCUT. Como é isso possível?
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We will never have a perfect model of risk
The current financial crisis in the US is likely to be judged in retrospect as the most wrenching since the end of the second world war. It will end eventually when home prices stabilise and with them the value of equity in homes supporting troubled mortgage securities.
(…)
In the current crisis, as in past crises, we can learn much, and policy in the future will be informed by these lessons. But we cannot hope to anticipate the specifics of future crises with any degree of confidence. Thus it is important, indeed crucial, that any reforms in, and adjustments to, the structure of markets and regulation not inhibit our most reliable and effective safeguards against cumulative economic failure: market flexibility and open competition.
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domingo, março 16
DISSERAM LIBERDADE?
Esta palavra liberdade é uma palavra muito séria. Não é para ser usada para aí aos quatro ventos por quem só se lembra dela quando lhe convém. Entre outras coisas, a liberdade implica a coragem de dar a cara por aquilo em que se acredita. Não me merecem nenhum respeito os professores que passaram a semana anterior à manifestação a falar aos jornais sob anonimato ou nome fictício - perante a complacência ou mesmo cumplicidade dos jornalistas. Diziam que assim se precaviam contra represálias da “ditadura” da ministra da Educação. E, ao aceitaram tal anonimato e a sua justificação, os jornalistas fizeram-se cúmplices dessa acusação gratuita de que a ministra é pessoa para perseguir quem se lhe opuser. Também cá tenho algumas cartas anónimas de professores desses, invariavelmente forradas de insultos e difamações pessoais de toda a ordem. Em nome da liberdade e da sua dignidade ofendida, dizem. Dizem, mas não sabem: a liberdade é outra coisa. E a dignidade também.
Espanta-me a falta de reflexão sobre a inversão ética da tese aqui contida: se alguém se recusa a subscrever as opiniões que emite é porque está com medo; e, se está com medo, é a prova de que a liberdade está ameaçada. Onde houver um cobarde, portanto, será sempre sinal de que a liberdade está em perigo - a conclusão até pode estar certa filosoficamente, o caminho para lá chegar é que representa uma inversão de valores. Se todos falássemos sob anonimato sem dúvida que viveríamos ainda em ditadura. E sabem quem seriam os primeiros a calar-se?
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sábado, março 15
PS: O COMÍCIO DO PORTO
O PS realizou o comício do Porto. Alguns defenderam que se tratou de uma manifestação dispensável, politicamente defensiva. A ideia faz sentido mas a luta política, como qualquer luta, é feita de avanços e recuos, ataques e defesas, rupturas e consensos … e, para encurtar razões, o comício foi um acto político corajoso!
Deu para perceber alguns aspectos curiosos que podem ter passado despercebidos ou ser desvalorizados: o regresso de Jorge Coelho à tribuna, as presenças de Correia de Campos e Isabel Pires de Lima, ministros recentemente remodelados e, mais importante, o sinal público de que Elisa Ferreira poderá vir a ser a candidata do PS à Câmara Municipal do Porto.
Se a minha antevisão estiver certa estes sinais são mais importantes para o futuro do que muitos possam pensar.
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ALGARVE - ESTRADA NACIONAL 125
De vez em quando gosto de regressar à minha terra e aquela estrada faz parte das minhas memórias mais longínquas. Tornou-se, com o passar do tempo, numa espécie de trilho para gincana, ou, se quisermos ser mais realistas, num cemitério. Não sei como vai ser executada a obra, nem o tempo real que vai demorar, mas é mais uma tarefa difícil a que este governo mete ombros. Aos governos pede-se que cumpram os programas e resolvam os problemas. Não sei se é para preparar o lançamento de portagens na Via do Infante mas é um imperativo para a promoção do desenvolvimento do Algarve dispor de uma via rodoviária decente, alternativa à Via do Infante, e essa via só pode ser a Estrada Nacional 125. A solução está mesmo à mão mas o mais difícil é ir além do blá blá blá, ou seja, fazer.
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EDUARDO BARROSO
Choque frontal: a excelência profissional de Eduardo Barroso contra a inveja nacional. Um dia ele disse-me, e disse também numa entrevista, sem citar nomes, que tinha ficado magoado por o termos excluído da lista de candidatos do MES a umas eleições. Devem ter sido as primeiras eleições do período pós 25 de Abril. A descrição da cena dita por ele é de morrer a rir. Diz ele, pois não me lembro de nada, que o chamamos e lhe dissemos que não podia ser candidato porque era sobrinho do Mário Soares. No lugar dele iria ser candidato o José Gameiro. Custa-me a acreditar mas devo reconhecer que se ele o diz deve ser verdade. Nunca mais se esqueceu dessa exclusão. Ele jura a pés juntos que é verdade. Foi deplorável. Como é deplorável ser apodado de mercenário da medicina! Um dos maiores, senão o maior, cirurgião português em actividade!
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sexta-feira, março 14
quinta-feira, março 13
CONSERVEMOS O EQUILÍBRIO
“É o cristianismo que explica o bolchevismo. Conservemos o equilíbrio para não nos tornarmos assassinos.”
Cadernos (Setembro de 1945/ Abril de 1948).
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AVALIAÇÃO, DEMOCRACIA, CONFLITO
Fairmount, Indiana, 1955
A necessidade de avaliação dos profissionais do serviço público é relativamente fácil de compreender. Como é fácil de reconhecer o papel da avaliação do desempenho individual dos funcionários na melhoria da qualidade dos serviços públicos. O que fica demonstrado pelos últimos acontecimentos é que em Portugal não existe cultura de avaliação e auto avaliação. Nesta área tudo tem sido, ao longo dos tempos, um fingimento. Mas esta não é uma questão específica dos professores. É uma questão que envolve toda a administração pública. O debate em torno da questão da avaliação seria inevitável, com mais ou menos intensidade, mais ou menos impacto público, mais ou menos conflitualidade, o que é inerente a qualquer grande mudança que se pretenda realizar na administração pública. No caso concreto dos professores entendam-se as razões e assuma-se o confronto. Em democracia o funcionamento das instituições e a aplicação da lei permitem, em liberdade, encontrar sempre solução para todos os conflitos.
A necessidade de avaliação dos profissionais do serviço público é relativamente fácil de compreender. Como é fácil de reconhecer o papel da avaliação do desempenho individual dos funcionários na melhoria da qualidade dos serviços públicos. O que fica demonstrado pelos últimos acontecimentos é que em Portugal não existe cultura de avaliação e auto avaliação. Nesta área tudo tem sido, ao longo dos tempos, um fingimento. Mas esta não é uma questão específica dos professores. É uma questão que envolve toda a administração pública. O debate em torno da questão da avaliação seria inevitável, com mais ou menos intensidade, mais ou menos impacto público, mais ou menos conflitualidade, o que é inerente a qualquer grande mudança que se pretenda realizar na administração pública. No caso concreto dos professores entendam-se as razões e assuma-se o confronto. Em democracia o funcionamento das instituições e a aplicação da lei permitem, em liberdade, encontrar sempre solução para todos os conflitos.
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CORES E SÍMBOLOS
Imagem daqui
Quem pensa que em Portugal não há oposição política pode desenganar-se. Nunca, fosse qual fosse o regime, em Portugal, deixou de existir oposição política. Hoje mais do que nunca, à velocidade surpreendente das flutuações da opinião pública, a oposição pode ser obrigada a engolir o poder mesmo quando não está preparada para o digerir. E cada partido, com vocação de poder gera, em si mesmo, oposição às suas próprias políticas. Os símbolos e as cores são importantes nesta geometria do poder. No PS já existia o partido do punho e o partido da rosa. No PSD, a partir de agora, passa a existir o partido laranja e o partido azul. Verdadeiramente só o PCP não muda nem de cor, nem de símbolo e, ao contrário dos outros, se algum dia mudar morre.
Quem pensa que em Portugal não há oposição política pode desenganar-se. Nunca, fosse qual fosse o regime, em Portugal, deixou de existir oposição política. Hoje mais do que nunca, à velocidade surpreendente das flutuações da opinião pública, a oposição pode ser obrigada a engolir o poder mesmo quando não está preparada para o digerir. E cada partido, com vocação de poder gera, em si mesmo, oposição às suas próprias políticas. Os símbolos e as cores são importantes nesta geometria do poder. No PS já existia o partido do punho e o partido da rosa. No PSD, a partir de agora, passa a existir o partido laranja e o partido azul. Verdadeiramente só o PCP não muda nem de cor, nem de símbolo e, ao contrário dos outros, se algum dia mudar morre.
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quarta-feira, março 12
terça-feira, março 11
IGREJA E POLÍTICA
Episcopado espanhol felicita Zapatero
Deus lhes perdoe pelo mal que disseram que já foram castigados pelo voto popular. E tu, José olhai bem o arrependimento deles e sede cuidadoso na administração do verbo que sempre acreditei na tua boa fé.
Deus lhes perdoe pelo mal que disseram que já foram castigados pelo voto popular. E tu, José olhai bem o arrependimento deles e sede cuidadoso na administração do verbo que sempre acreditei na tua boa fé.
O CARÁCTER
Águeda Sena, uma grande mulher da cultura portuguesa, enviou-me ainda a propósito disto, “O Carácter”, cujo autor é seu pai, Faria de Vasconcelos, acompanhado de uma simples dedicatória: Para o Eduardo Graça com afecto e admiração de Águeda Sena”.
Obrigada. Compreendo a mensagem e transcrevo alguns parágrafos soltos desse magnífico texto de seu pai, um extraordinário intelectual e pedagogo português, esquecido, cujos pensamento e acção foram marcantes na primeira metade do século XX:
Quero falar-vos do carácter.
É um tema que tem sido tratado muitas vezes. Há nele uma força de atracção e de fascinação poderosa e facilmente explicável. (…)
Uma pessoa de carácter não só delibera, não só pesa com vigor as razões que convém adoptar mas também toma uma decisão forte. Um acto de carácter é um acto de decisão pessoal, é a afirmação de uma acção intensa e vigorosa. (…)
Mas não basta ver com claridade, decidir-se pessoalmente. Uma pessoa de carácter é uma pessoa de acção, leva as suas decisões à prática, não fica fechado em si, nos seus castelos interiores, nos seus sonhos. Esse alguém quer dar vida às suas ideias, às suas decisões, tem sede e fome de realidades, o mundo exterior é luta pelo mundo interior que leva em si. (…)
Não fomos feitos para a luta e se a empreendemos, quantas vezes a abandonamos no meio do caminho. Fechamo-nos nas nossas casas, tapamos portas e janelas quando as responsabilidades e os ruídos da acção são mais fortes. E através de um buraquinho olhamos as peripécias do combate. Se eles ganham, estamos com eles e quase nos apoderamos do seu triunfo, se perdem, quando não lhes viramos as costas, caímos sobre eles como inimigos implacáveis. (…)
Uma qualidade mais do carácter é o entusiasmo, esse raro e largo poder de vibrar, de dar-se, de admirar.
O entusiasmo é criador, faz surgir a vida múltipla e fecunda. A palavra entusiasmo significa em Grego: “Deus está entre nós”. É admirável o sentido. E com efeito o entusiasmo tem algo de divino. Um ser entusiasta cria um mundo em si e cria-o em torno de si. (…)
Ser um carácter é criar e dar-se ao mesmo tempo! Nós os artistas, é o que fazemos.
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Obrigada. Compreendo a mensagem e transcrevo alguns parágrafos soltos desse magnífico texto de seu pai, um extraordinário intelectual e pedagogo português, esquecido, cujos pensamento e acção foram marcantes na primeira metade do século XX:
Quero falar-vos do carácter.
É um tema que tem sido tratado muitas vezes. Há nele uma força de atracção e de fascinação poderosa e facilmente explicável. (…)
Uma pessoa de carácter não só delibera, não só pesa com vigor as razões que convém adoptar mas também toma uma decisão forte. Um acto de carácter é um acto de decisão pessoal, é a afirmação de uma acção intensa e vigorosa. (…)
Mas não basta ver com claridade, decidir-se pessoalmente. Uma pessoa de carácter é uma pessoa de acção, leva as suas decisões à prática, não fica fechado em si, nos seus castelos interiores, nos seus sonhos. Esse alguém quer dar vida às suas ideias, às suas decisões, tem sede e fome de realidades, o mundo exterior é luta pelo mundo interior que leva em si. (…)
Não fomos feitos para a luta e se a empreendemos, quantas vezes a abandonamos no meio do caminho. Fechamo-nos nas nossas casas, tapamos portas e janelas quando as responsabilidades e os ruídos da acção são mais fortes. E através de um buraquinho olhamos as peripécias do combate. Se eles ganham, estamos com eles e quase nos apoderamos do seu triunfo, se perdem, quando não lhes viramos as costas, caímos sobre eles como inimigos implacáveis. (…)
Uma qualidade mais do carácter é o entusiasmo, esse raro e largo poder de vibrar, de dar-se, de admirar.
O entusiasmo é criador, faz surgir a vida múltipla e fecunda. A palavra entusiasmo significa em Grego: “Deus está entre nós”. É admirável o sentido. E com efeito o entusiasmo tem algo de divino. Um ser entusiasta cria um mundo em si e cria-o em torno de si. (…)
Ser um carácter é criar e dar-se ao mesmo tempo! Nós os artistas, é o que fazemos.
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O POLIS, FARO E O DR. SILVA NOBRE
A propósito da descrição de um episódio (A Defesa de Faro)
Bela descrição que dá para pensar em tantas coisas, desde a evolução dos cuidados de saúde públicos à religião, desde os espaços públicos da cidade às suas figuras ilustres, como o Dr. Silva Nobre. A cidade que não sobrevive sem a iniciativa criadora das suas gentes, sem cuidar dos seus espaços mais nobres, sem criar riqueza, promovendo a economia, a educação, a cultura, a história, o ambiente, atraindo o investimento e a massa cinzenta.
Bela descrição que dá para pensar em tantas coisas, desde a evolução dos cuidados de saúde públicos à religião, desde os espaços públicos da cidade às suas figuras ilustres, como o Dr. Silva Nobre. A cidade que não sobrevive sem a iniciativa criadora das suas gentes, sem cuidar dos seus espaços mais nobres, sem criar riqueza, promovendo a economia, a educação, a cultura, a história, o ambiente, atraindo o investimento e a massa cinzenta.
Faro tem duas saídas para não se deixar apagar do mapa do desenvolvimento da região e do país: a universidade, pólo de atracção para a criação de riqueza na área do conhecimento e o turismo, pólo de atracção para criar riqueza na área da economia mercantil. Todos os investimentos estratégicos, numa época em que os recursos, incluindo os fundos comunitários vão ser cada vez mais escassos, deveriam ser canalizados, no essencial, para estas duas áreas.
O Polis pode ser um factor de mobilização de recursos útil para a dinamização de uma estratégia de desenvolvimento da cidade se não passar ao lado de qualquer uma delas.
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segunda-feira, março 10
SURPRESAS E AFECTOS
A Helena divulgou na Linha de Cabotagem o livro/objecto Primeiros Poemas (capa e dois poemas), ilustrado com aguarelas e grafismo da Isabel Espinheira, uma micro edição, destinada a ser prenda de Natal para a “família alargada” mas que se tornou, devido ao atraso, simplesmente num livro.
O livro/objecto, de concepção artesanal, apesar de ser realizado em tipografia, é uma homenagem à minha mulher Guida reproduzindo na capa, e no interior, uma fotografia que eu próprio lhe tirei no regresso de uma viagem a Sagres no verão de 1980 ou 81.
Foi inspirado num outro, esse sim de beleza excepcional, uma prenda de Natal que a Helena, no tempo próprio, me enviou. E assim corre a vida entre o que mais interessa: surpresas e afectos.
O livro/objecto, de concepção artesanal, apesar de ser realizado em tipografia, é uma homenagem à minha mulher Guida reproduzindo na capa, e no interior, uma fotografia que eu próprio lhe tirei no regresso de uma viagem a Sagres no verão de 1980 ou 81.
Foi inspirado num outro, esse sim de beleza excepcional, uma prenda de Natal que a Helena, no tempo próprio, me enviou. E assim corre a vida entre o que mais interessa: surpresas e afectos.
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domingo, março 9
LAVAGEM DE DINHEIRO?
• PSD - Novos regulamentos abrem porta a «lavagem de dinheiro», diz Rio – Suponho que estou a ler bem!
O presidente da Câmara Municipal do Porto considerou, este domingo, que as alterações feitas aos regulamentos internos no partido são «graves e perigosas» por abrirem uma «porta à lavagem de dinheiro ao nível do financiamento partidário».
O presidente da Câmara Municipal do Porto considerou, este domingo, que as alterações feitas aos regulamentos internos no partido são «graves e perigosas» por abrirem uma «porta à lavagem de dinheiro ao nível do financiamento partidário».
sábado, março 8
EDUCAÇÃO: HAJA DECÊNCIA!
Holly Roberts
O capítulo da Educação (não superior), do Programa do Governo, subordina-se ao lema MAIS E MELHOR EDUCAÇÃO, sintetizado no subtítulo: Apostar em mudanças estruturais, para conseguir a educação de qualidade para todos.
Hoje dei-me ao trabalho de ler este capítulo do Programa do Governo para me certificar, atendendo à aguardada “manifestação da indignação”, se as políticas que têm vindo a ser prosseguidas, nesta área, traem o programa no qual votei.
Salvaguardando a natureza, obrigatoriamente genérica, do programa de qualquer governo, a idiossincrasia do primeiro-ministro, a catadura da ministra da educação, as vicissitudes originadas por algumas metodologias erradas e calendários mal aplicados, a execução da política de educação, consagrada no programa do governo, cumpre, no essencial, com o compromisso eleitoral. O programa eleitoral no qual votei não está a ser traído!
Sei que é um exercício penoso ler um programa de governo, sei que os programas dos governos valem o que valem, mas quem quiser dar-se ao trabalho de ler este verificará que tudo o que tem vindo a ser anunciado, realizado, ou em curso de realização, para a área da educação não superior, está lá previsto.
Pode acontecer que haja quem não esteja de acordo com o programa do governo, por isso é que existe oposição; pode acontecer que haja quem se tenha enganado no partido em que votou, por não se ter dado conta do teor do seu programa eleitoral, por isso é que existe o acto de contrição; pode acontecer que cada um de nós leia o mesmo texto e o entenda de forma divergente, por isso é que existe a discussão. É a democracia!
Pode acontecer muita coisa, mas ninguém pode acusar o governo, e a ministra da educação, de falta de coerência, no plano programático, ou de falta de coragem, no plano político. Um pouco mais de estudo e um pouco menos de demagogia. Haja decência!
O capítulo da Educação (não superior), do Programa do Governo, subordina-se ao lema MAIS E MELHOR EDUCAÇÃO, sintetizado no subtítulo: Apostar em mudanças estruturais, para conseguir a educação de qualidade para todos.
Hoje dei-me ao trabalho de ler este capítulo do Programa do Governo para me certificar, atendendo à aguardada “manifestação da indignação”, se as políticas que têm vindo a ser prosseguidas, nesta área, traem o programa no qual votei.
Salvaguardando a natureza, obrigatoriamente genérica, do programa de qualquer governo, a idiossincrasia do primeiro-ministro, a catadura da ministra da educação, as vicissitudes originadas por algumas metodologias erradas e calendários mal aplicados, a execução da política de educação, consagrada no programa do governo, cumpre, no essencial, com o compromisso eleitoral. O programa eleitoral no qual votei não está a ser traído!
Sei que é um exercício penoso ler um programa de governo, sei que os programas dos governos valem o que valem, mas quem quiser dar-se ao trabalho de ler este verificará que tudo o que tem vindo a ser anunciado, realizado, ou em curso de realização, para a área da educação não superior, está lá previsto.
Pode acontecer que haja quem não esteja de acordo com o programa do governo, por isso é que existe oposição; pode acontecer que haja quem se tenha enganado no partido em que votou, por não se ter dado conta do teor do seu programa eleitoral, por isso é que existe o acto de contrição; pode acontecer que cada um de nós leia o mesmo texto e o entenda de forma divergente, por isso é que existe a discussão. É a democracia!
Pode acontecer muita coisa, mas ninguém pode acusar o governo, e a ministra da educação, de falta de coerência, no plano programático, ou de falta de coragem, no plano político. Um pouco mais de estudo e um pouco menos de demagogia. Haja decência!
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sexta-feira, março 7
RIO DE JANEIRO CAPITAL DO REINO
Em 29 de Novembro de 1807, após um dia chuvoso, o príncipe d. João, d. Carlota, seus filhos, a rainha d. Maria I, vários outros parentes partiram em meio ao outono lisboeta. Do rio Tejo saíram as embarcações. Seguiram, além da família real, nobres, funcionários da Corte, ministros e políticos do Reino. Cerca de 15 mil pessoas. Os franceses ao chegarem à capital portuguesa em 30/11 ficaram a ver navios, frustrados com a não captura dos governantes lusos. Tudo o que era necessário para permanecer governando foi transportado. Insistia, entrementes, uma sensação dúbia: covardia ou esperteza? D. João estava angustiado. Seu país sendo atacado, o povo morrendo e ele seguindo viagem. Desconfortos psicológicos e físicos. Tormentas nos pensamentos e nos vagalhões dos mares que chegou a atrapalhar a travessia. Escassearam os víveres. Natal, Ano Novo e Dia de Reis se passaram. Então, a terra firme finalmente chegou. Em 22 de Janeiro de 1808 os barcos atracaram na antiga primeira capital do Brasil, a ensolarada Salvador. Porém, o abatido e cheio de dúvidas d. João após 54 dias no mar pisou o solo brasileiro apenas 24 hs depois. Foi o primeiro rei europeu a fazê-lo. Revisões nos navios, um pouco de descanso. Seguiram a viagem em 26 de Fevereiro. Dia 7 de Março a família real chegava ao destino final, a cidade do Rio de Janeiro.
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quinta-feira, março 6
CGTP – o insuportável peso da idade
Já está disponível no site do “Semanário Económico” e no IR AO FUNDO E VOLTAR o artigo com o título em epígrafe. Aqui deixo os seus três primeiros parágrafos.
Enquanto Carvalho da Silva proferia o seu discurso “pronto-a-vestir” que assenta na perfeição a qualquer governo, seja qual for o estádio de desenvolvimento da sociedade e da economia, a CGTP criou, no âmbito do seu XI Congresso, uma regra que exclui da sua direcção os sindicalistas sexagenários. Estava dado o sinal à sociedade e, em particular, ao mundo laboral, de que a CGTP não é para velhos.
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Esta não é uma questão menor, desde logo, porque confirma a intenção de eliminar a influência de dirigentes que, segundo todas as informações, defendem pontos de vista divergentes face à tendência política dominante naquela central sindical. Jerónimo de Sousa, nascido em 13 de Abril de 1947, não poderia hoje, pela sua “provecta idade” (60 anos), ser dirigente da CGTP mas pode, por ironia, ser secretário-geral do PCP.
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Mal se imaginava que a CGTP, confrontada com a implosão do mundo social que esteve na sua génese, enveredasse pelo caminho da “fobia gerontológica”. Quando se sabe que um dos lados mais dramáticos das sociedades do nosso tempo é o estigma da idade, a desvalorização da experiência, a distância entre as aspirações dos cidadãos comuns e os objectivos das grandes organizações, como pode o afastamento dos mais velhos do comando da CGTP arvorar-se em bandeira de renovação e modernidade?
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PEDRO DORIA
Sou de esquerda e continuarei de esquerda. Para mim, isto quer dizer que o Estado laico tem responsabilidades econômicas perante a sociedade, deve serviços a ela. Quer dizer que acredito que as empresas também têm responsabilidades econômicas e sociais perante a comunidade que as sustenta. Acredito em liberdade de expressão sobretudo e não acredito em laissez-faire sem vigília. Mas entre as idéias de Thomas Jefferson e as de Lênin, sigo com as de Jefferson.
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A RUA
Chris Dunker
Tenho a certeza que a próxima manifestação da “Frente Comum” vai ser a maior manifestação de sempre pois cada uma das manifestações da “Frente Comum” é sempre a maior manifestação de sempre.
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NO MEIO - A VIRTUDE - NO MEIO
Pedro Vieira, in 5 Dias
Sempre me causou uma profunda estranheza a manutenção de Rui Marques, durante tanto tempo, em tão delicada missão de estado, ou seja, à frente do organismo que trata da questão da imigração, aquela que muitos consideram, hoje, a questão social mais importante do mundo ocidental. Mistérios, entre muitos, da governação socialista.
Nada tenho contra a pessoa do Rui Marques, nem sequer duvido da sua competência técnica, mas a matéria que é mister ser tratada no organismo que ele administrou é de natureza eminentemente política. Sempre um conservador pode executar uma política progressista e um progressista executar uma politica conservadora. Há mesmo conservadores mais progressistas que muitos socialistas que conheço.
Para desempenhar funções de direcção na administração pública o mais importante é a definição rigorosa da missão, a confiança pessoal e política, a competência técnica e a lealdade institucional. Mas, no caso em apreço, trata-se de uma das áreas mais sensíveis da política de qualquer governo, na qual entroncam questões de natureza social, educacional, civilizacional, cultural, de segurança interna, e por aí fora, o que exige uma sintonia política muito apertada. Não me parecia ser o caso. Mas talvez só Deus soubesse!
Rui Marques, finalmente liberto daquela missão, deu um sinal da sua excentricidade propondo-se criar um partido politicamente situado, no meio, entre o PS e o PSD. Aperto as meninges e não encontro esse lugar, não diviso o espaço, mas como diz o post que me inspira: o rui marques bem sabe que no meio está a virtude. e a esperança de portugal.
Sempre me causou uma profunda estranheza a manutenção de Rui Marques, durante tanto tempo, em tão delicada missão de estado, ou seja, à frente do organismo que trata da questão da imigração, aquela que muitos consideram, hoje, a questão social mais importante do mundo ocidental. Mistérios, entre muitos, da governação socialista.
Nada tenho contra a pessoa do Rui Marques, nem sequer duvido da sua competência técnica, mas a matéria que é mister ser tratada no organismo que ele administrou é de natureza eminentemente política. Sempre um conservador pode executar uma política progressista e um progressista executar uma politica conservadora. Há mesmo conservadores mais progressistas que muitos socialistas que conheço.
Para desempenhar funções de direcção na administração pública o mais importante é a definição rigorosa da missão, a confiança pessoal e política, a competência técnica e a lealdade institucional. Mas, no caso em apreço, trata-se de uma das áreas mais sensíveis da política de qualquer governo, na qual entroncam questões de natureza social, educacional, civilizacional, cultural, de segurança interna, e por aí fora, o que exige uma sintonia política muito apertada. Não me parecia ser o caso. Mas talvez só Deus soubesse!
Rui Marques, finalmente liberto daquela missão, deu um sinal da sua excentricidade propondo-se criar um partido politicamente situado, no meio, entre o PS e o PSD. Aperto as meninges e não encontro esse lugar, não diviso o espaço, mas como diz o post que me inspira: o rui marques bem sabe que no meio está a virtude. e a esperança de portugal.
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quarta-feira, março 5
O FUTURO DO MUNDO PASSA POR AQUI (II)
Big Wins for Clinton in Texas and Ohio; McCain Clinches Race as Foe Concedes
Para o campo democrático, quanto à escolha presidencial, o prognóstico é reservado para quem quiser ganhar seja quem for que ganhe. Revelo a minha preferência por Hillary apesar da esquerda bem pensante europeia se ter enamorado por Obama.
Posso estar enganado mas julgo que se enganam aqueles que pensam que Obama representa o renascer da esperança no futuro da esquerda na América e no mundo.
Quero crer que Hillary, face à dura realidade da América, na era pós Bush, equilibrará, de forma mais fiável, na política interna e externa, o renascer da esperança na esquerda com o pragmatismo necessário para a gestão da crise.
Para o campo democrático, quanto à escolha presidencial, o prognóstico é reservado para quem quiser ganhar seja quem for que ganhe. Revelo a minha preferência por Hillary apesar da esquerda bem pensante europeia se ter enamorado por Obama.
Posso estar enganado mas julgo que se enganam aqueles que pensam que Obama representa o renascer da esperança no futuro da esquerda na América e no mundo.
Quero crer que Hillary, face à dura realidade da América, na era pós Bush, equilibrará, de forma mais fiável, na política interna e externa, o renascer da esperança na esquerda com o pragmatismo necessário para a gestão da crise.
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O FUTURO DO MUNDO PASSA POR AQUI (I)
In Público
Um polícia desfralda a bandeira chinesa na Praça Tiananmen, em Pequim. O Congresso Nacional do Povo começa hoje e durará quase duas semanas.
Um polícia desfralda a bandeira chinesa na Praça Tiananmen, em Pequim. O Congresso Nacional do Povo começa hoje e durará quase duas semanas.
Foto: David Gray/Reuters
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terça-feira, março 4
A AVALIAÇÃO
(…)
No domínio da educação, a mudança envolve necessariamente os professores. Os mais diversos estudos internacionais mostram que o enfoque na selecção e na qualidade dos professores constitui o factor mais significativo de diferenciação entre os sistemas que apresentam os melhores resultados em matéria de capacitação dos alunos para o ambiente cultural a económico moderno. Entre os países que mais rapidamente o reconheceram contam-se alguns onde o choque da imigração foi mais forte e obrigou, conjuntamente com a abertura da economia, a uma mutação mais radical. Não consta que os professores se tenham considerado atacados pela mudança de métodos. Apenas em França vimos isso acontecer e os resultados estão à vista, tanto em matéria de emprego como de coesão social. É entre esses modelos que temos de escolher e só podemos lamentar que uma classe que precisa de ser respeitada opte pelo insulto como instrumento de “defesa”.
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VENDE-CE
Imagem daqui
Na minha viagem do último fim-de-semana ao Algarve, uma “ida à terra”, pelo meio de festividades familiares, da inauguração da exposição de Alfredo Garcia Revuelta, na Galeria Trem, de uma visita ao Museu Municipal de Faro, guiada pela própria directora Dália Paulo (competentíssima), o meu filho assinalou, na estrada a caminho de Olhão, o anúncio pintado na parede do casarão: VENDE-CE …
Na minha viagem do último fim-de-semana ao Algarve, uma “ida à terra”, pelo meio de festividades familiares, da inauguração da exposição de Alfredo Garcia Revuelta, na Galeria Trem, de uma visita ao Museu Municipal de Faro, guiada pela própria directora Dália Paulo (competentíssima), o meu filho assinalou, na estrada a caminho de Olhão, o anúncio pintado na parede do casarão: VENDE-CE …
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segunda-feira, março 3
UMA GUERRA SUJA
Todos os cenários são possíveis. Mas uma coisa é certa: as lideranças políticas da Venezuela e do Equador – admiradas por certa esquerda ocidental - mostram ao mundo a sua relação íntima com as FARC. Chavez pensa que descobriu o ovo de Colombo: vende as suas boas graças ao ocidente e, em troca, financia as FARC. Não sei qual o preço praticado por refém. Deve depender da importância, pessoal, social e política de cada um, para os compradores da sua liberdade. A França revelou que o nº 2 das FARC, morto no ataque do exército colombiano, era um seu interlocutor. Vive-se por ali um dos mais dramáticos episódios da história contemporânea com todos os ingredientes dos poderes podres: reféns, droga, petróleo e armas.
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AS BORRAS DE IMPÉRIO (IV)
Nubar Alexanian
Portugal é feito dos que partem
e dos que ficam. Mas estes
numa inveja danada por aqueles terem
sido capazes de partir, imaginam-lhes a vida
a série de triunfos sonhados por eles mesmos
nas horas de descrerem da mesquinhez em que triunfam
todos os dias. E raivosamente
escondem a frustração nos clamores
da injustiça por os outros lá não estarem
(como eles estão), do mesmo passo
que se ocupam afanosamente em suprimi-los
(não vão eles ser tão tolos –
- a ponto de voltarem).
8/6/1971
Jorge de Sena.
[AS BORRAS DE IMPÉRIO (I) (II) (III) e (IV) no Caderno de Poesia]
Portugal é feito dos que partem
e dos que ficam. Mas estes
numa inveja danada por aqueles terem
sido capazes de partir, imaginam-lhes a vida
a série de triunfos sonhados por eles mesmos
nas horas de descrerem da mesquinhez em que triunfam
todos os dias. E raivosamente
escondem a frustração nos clamores
da injustiça por os outros lá não estarem
(como eles estão), do mesmo passo
que se ocupam afanosamente em suprimi-los
(não vão eles ser tão tolos –
- a ponto de voltarem).
8/6/1971
Jorge de Sena.
[AS BORRAS DE IMPÉRIO (I) (II) (III) e (IV) no Caderno de Poesia]
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ENCASINADO
Pois eu também acho. Os meandros do negócio envolvem gente grada – a que já foi citada e outra que se mantém a recato – e o regime parece que não aguenta ir a jogo. São uns merdas!
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domingo, março 2
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