Muito importante este exercício mais do que imaginário de Mário Mesquita e Ana Sá Lopes: “O Contra-Governo Provocatório”.
Eu próprio seria capaz de formar um outro governo imaginário exclusivamente formado por mulheres técnica e politicamente competentes.
Mas não seria preciso ir tão longe. Para ser razoavelmente fiel à modernidade, de que Sócrates se reclama, num governo de 16 ministros e 35 secretários de estado, Sócrates só teria de ter assegurado, e seria ainda conservador, pelo menos, 25% de mulheres ministras (quatro em vez de duas) e paridade nas secretarias de estado (dezassete em vez de quatro).
A preocupação com a presença feminina no governo teria sido um exercício realmente estimulante.
Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
domingo, março 13
sábado, março 12
Governo Novo
O governo socialista acabou de tomar posse. Gostei da sobriedade da cerimónia e do discurso de Sócrates. Pareceu determinado e seguro da missão que lhe cabe. Tocou todos os grandes temas da governação. Foi bastante clarividente. Abriu caminhos para o futuro.
Anunciou até duas medidas emblemáticas. Uma boa prática nestes discursos de estado. Uma dela deu-me muito prazer. Acabar com o monopólio das farmácias na venda de medicamentos que não precisem de receita médica. Abre-se assim uma batalha na qual os portugueses vão apoiar o governo.
O Dr. Cordeiro, “boticário mor do reino”, vai tremer de raiva. Lembro a campanha que desencadeou contra Ferro Rodrigues nas anteriores eleições a propósito da proposta das farmácias sociais. Espero que este combate pela transparência e concorrência no mercado dos medicamentos não se fique por aqui.
A outra medida concreta anunciada é um desafio à capacidade das instituições do topo da hierarquia do estado para reformar o próprio modelo de actuação do estado. Fazer as eleições autárquicas e o referendo à constituição europeia no mesmo dia parece qualquer coisa fácil de aceitar e concretizar. Ganhamos todos com isso.
E afinal o governo PS não está a empurrar os referendos para 2006 como se queria fazer querer. Vamos ver como Sócrates conduzirá as medidas que forem sendo tomadas. Quais? Como? Em que sentido? Quais os beneficiários? Quais as metodologias?
Para começar não está nada mal. Haja esperança na capacidade dos homens para aprender com a realidade e os seus próprios erros.
Anunciou até duas medidas emblemáticas. Uma boa prática nestes discursos de estado. Uma dela deu-me muito prazer. Acabar com o monopólio das farmácias na venda de medicamentos que não precisem de receita médica. Abre-se assim uma batalha na qual os portugueses vão apoiar o governo.
O Dr. Cordeiro, “boticário mor do reino”, vai tremer de raiva. Lembro a campanha que desencadeou contra Ferro Rodrigues nas anteriores eleições a propósito da proposta das farmácias sociais. Espero que este combate pela transparência e concorrência no mercado dos medicamentos não se fique por aqui.
A outra medida concreta anunciada é um desafio à capacidade das instituições do topo da hierarquia do estado para reformar o próprio modelo de actuação do estado. Fazer as eleições autárquicas e o referendo à constituição europeia no mesmo dia parece qualquer coisa fácil de aceitar e concretizar. Ganhamos todos com isso.
E afinal o governo PS não está a empurrar os referendos para 2006 como se queria fazer querer. Vamos ver como Sócrates conduzirá as medidas que forem sendo tomadas. Quais? Como? Em que sentido? Quais os beneficiários? Quais as metodologias?
Para começar não está nada mal. Haja esperança na capacidade dos homens para aprender com a realidade e os seus próprios erros.
Condecorai-vos uns aos outros
O Dr. Portas condecora os seus na véspera de partir. Só me espanta que Marques Júnior, Capitão de Abril e deputado do PS, tenha aceite ser condecorado por Portas. Temos de estar preparados para tudo…
"Portas condecora Bagão, Adriano Moreira e Frank Carlucci
Paulo Portas condecorou esta sexta-feira, no seu último acto público como ministro da Defesa, o ministro das Finanças, Bagão Félix, o ex-presidente do CDS-PP Adriano Moreira e o antigo embaixador norte-americano em Portugal Frank Carlucci. No total, 12 pessoas foram distinguidas."
"Portas condecora Bagão, Adriano Moreira e Frank Carlucci
Paulo Portas condecorou esta sexta-feira, no seu último acto público como ministro da Defesa, o ministro das Finanças, Bagão Félix, o ex-presidente do CDS-PP Adriano Moreira e o antigo embaixador norte-americano em Portugal Frank Carlucci. No total, 12 pessoas foram distinguidas."
"Diário do Governo"
Vou seguir dia a dia a acção do governo – socialista – que hoje entra em funções. A maioria em que assenta este governo é muito cómoda e vai fazer, por si só, muitos estragos. O diário será constituído por comentários pessoais. Críticos. Curtos e incisivos. Com títulos adequados ao assunto abordado. Nalguns casos com links para notícias e postas de outros blogs. Cada alteração à composição do governo dará origem a um novo governo. Cada erro considerado fatal será também devidamente assinalado. Alguma interrupção forçada na apresentação deste diário será anunciada previamente ou resultará de força maior. Já há muita coisa para contar mas este primeiro dia, o da tomada de posse, será de "folga".
Fotografia de Helder Gonçalves
sexta-feira, março 11
Para não esquecer o Horror
"Creio no homem. Já vi
dorsos despedaçados a chicote,
almas cegas avançando aos saltos
(espanhas a cavalo
de fome e sofrimento). E acreditei.
Creio na paz. Já vi
altas estrelas, recintos chamejantes
e amanhecentes, incendiando rios
fundos, caudal humano
para outra luz: vi e acreditei.
Creio em ti, pátria. Digo
o que já vi: relâmpagos
de raiva, amor em frio e uma faca
chiando, fazendo-se em pedaços
de pão: embora hoje só haja sombra, vi
e acreditei"
[Blas de Otero, Fidelidad, in Pido la Paz y la palavra, 1955, trad. José Bento (1985)]
No almocreve das Petas
dorsos despedaçados a chicote,
almas cegas avançando aos saltos
(espanhas a cavalo
de fome e sofrimento). E acreditei.
Creio na paz. Já vi
altas estrelas, recintos chamejantes
e amanhecentes, incendiando rios
fundos, caudal humano
para outra luz: vi e acreditei.
Creio em ti, pátria. Digo
o que já vi: relâmpagos
de raiva, amor em frio e uma faca
chiando, fazendo-se em pedaços
de pão: embora hoje só haja sombra, vi
e acreditei"
[Blas de Otero, Fidelidad, in Pido la Paz y la palavra, 1955, trad. José Bento (1985)]
No almocreve das Petas
quinta-feira, março 10
Freitas do Amaral - de novo
O mais interessante fenómeno político em Portugal, nos últimos tempos, tem sido o ataque feroz da direita a Freitas do Amaral.
Afinal o PS de Ferro Rodrigues não era assim tão “esquerdista” nas suas opções de política externa. Ana Gomes é, no fim de contas, uma moderada. Somente diz aquilo que muitos pensam, mas calam. (Vide a propósito de outro assunto a sua tomada de posição acerca das mulheres no PS).
Alguns conspiradores profissionais devem estar a pensar que mais valia terem deixado Ferro Rodrigues em paz. Não é? Sempre se poupavam às dores de ter de suportar Freitas do Amaral no MNE.
E o Dr. Portas – chefe do partido que Freitas fundou - não necessitaria de explicar aos seus amigos da administração Bush que este Freitas já não é o mesmo que fundou o CDS, mas outro, sendo, na verdade o mesmo... As voltas da política tem destas curiosas ironias.
O Prof. Freitas do Amaral será um perigo para o prestígio de Portugal no mundo? Freitas do Amaral criticou duramente a administração Bush pela intervenção militar americana – unilateral – no Iraque. Muito bem. Não fez mais do que expressar a opinião da maioria do povo português. A maioria que deu a vitória ao PS. Nada me parece mais coerente.
Quanto à política externa de Portugal, segue dentro de momentos. E vai manter-se, no essencial, fiel ás alianças tradicionais de Portugal.
A diferença estará no tom da afirmação da identidade de Portugal no concerto das nações pela voz prestigiada e lúcida de Freitas do Amaral. É este o verdadeiro problema da direita. Mas este não será, verdadeiramente, um problema para a política externa de Portugal. Veremos.
Afinal o PS de Ferro Rodrigues não era assim tão “esquerdista” nas suas opções de política externa. Ana Gomes é, no fim de contas, uma moderada. Somente diz aquilo que muitos pensam, mas calam. (Vide a propósito de outro assunto a sua tomada de posição acerca das mulheres no PS).
Alguns conspiradores profissionais devem estar a pensar que mais valia terem deixado Ferro Rodrigues em paz. Não é? Sempre se poupavam às dores de ter de suportar Freitas do Amaral no MNE.
E o Dr. Portas – chefe do partido que Freitas fundou - não necessitaria de explicar aos seus amigos da administração Bush que este Freitas já não é o mesmo que fundou o CDS, mas outro, sendo, na verdade o mesmo... As voltas da política tem destas curiosas ironias.
O Prof. Freitas do Amaral será um perigo para o prestígio de Portugal no mundo? Freitas do Amaral criticou duramente a administração Bush pela intervenção militar americana – unilateral – no Iraque. Muito bem. Não fez mais do que expressar a opinião da maioria do povo português. A maioria que deu a vitória ao PS. Nada me parece mais coerente.
Quanto à política externa de Portugal, segue dentro de momentos. E vai manter-se, no essencial, fiel ás alianças tradicionais de Portugal.
A diferença estará no tom da afirmação da identidade de Portugal no concerto das nações pela voz prestigiada e lúcida de Freitas do Amaral. É este o verdadeiro problema da direita. Mas este não será, verdadeiramente, um problema para a política externa de Portugal. Veremos.
Os meus avós paternos, Maria da Conceição Neto Graça e Dimas Eduardo Graça, com expressões firmes, serenas e determinadas, numa foto datada de 14 de Novembro de 1911, obtida em Santos, Brasil, por Joaquim Pereira, Rua 15 de Novembro, nº 8, Santos. Dimas se chamou meu pai, Dimas também meu irmão, Eduardo sou eu. Um tributo em memória de meu avô.
O Fim do Pesadelo (quase em forma de diatribe)
No próximo sábado os portugueses vão ver-se livres de um pesadelo. O governo de direita (ou, melhor dito, “das direitas”) vai cessar funções.
Não uso palavras pesadas demais. Tenho até a percepção de que são pesadas de menos. Tenho ouvido, visto e sentido, por toda a parte, gente abandonada e ressentida, à beira da ruína, da marginalidade e do desespero, com fome e sem trabalho, sem futuro e sem esperança. Não só no mundo do trabalho como também no mundo dos negócios.
O pesadelo resultou de muitos e variados factores mas, entre eles, avulta o facto de o governo ter sido “sequestrado” por um partido extremista minoritário que tem um nome, um chefe e um ideólogo. O nome: CDS/PP; o chefe: Paulo Portas; o ideólogo: Bagão Félix.
Aliás a natureza totalitária do CDS/PP, de Paulo Portas/Bagão Félix, ficou bem evidenciada pelo recente episódio do retrato de Freitas do Amaral. Só os partidos totalitários suprimem a figura dos seus pais fundadores. O episódio, aparentemente irrelevante, tem um significado profundo: mostra à evidência que Portugal tem sido governado por uma coligação que integra um partido com vocação totalitária. As consequências desse facto, para o país, foram desastrosas.
Texto integral em IRAOFUNDOEVOLTAR
Não uso palavras pesadas demais. Tenho até a percepção de que são pesadas de menos. Tenho ouvido, visto e sentido, por toda a parte, gente abandonada e ressentida, à beira da ruína, da marginalidade e do desespero, com fome e sem trabalho, sem futuro e sem esperança. Não só no mundo do trabalho como também no mundo dos negócios.
O pesadelo resultou de muitos e variados factores mas, entre eles, avulta o facto de o governo ter sido “sequestrado” por um partido extremista minoritário que tem um nome, um chefe e um ideólogo. O nome: CDS/PP; o chefe: Paulo Portas; o ideólogo: Bagão Félix.
Aliás a natureza totalitária do CDS/PP, de Paulo Portas/Bagão Félix, ficou bem evidenciada pelo recente episódio do retrato de Freitas do Amaral. Só os partidos totalitários suprimem a figura dos seus pais fundadores. O episódio, aparentemente irrelevante, tem um significado profundo: mostra à evidência que Portugal tem sido governado por uma coligação que integra um partido com vocação totalitária. As consequências desse facto, para o país, foram desastrosas.
Texto integral em IRAOFUNDOEVOLTAR
quarta-feira, março 9
Os acasos da Guerra - Nova Actualização
Afinal os governos dos países aliados dos EUA no Iraque tremem perante as suas opiniões públicas. A morte de um agente secreto - um só homem - pode provocar uma viragem política radical em Itália.
Berlusconi pede colaboração dos EUA no inquérito à morte de Calipari
Berlusconi pede colaboração dos EUA no inquérito à morte de Calipari
Devaneio
“Devaneio entre Cascais e Lisboa. Fui pagar a Cascais uma contribuição da patrão Vasques, de uma casa que tem no Estoril. Gozei antecipadamente o prazer de ir, uma hora para lá, uma hora para cá, vendo os aspectos sempre vários do grande rio e da sua foz atlântica. Na verdade, ao ir, perdi-me em meditações abstractas, vendo sem ver as paisagens aquáticas que me alegrava ir ver, e ao voltar perdi-me na fixação destas sensações. Não seria capaz de descrever o mais pequeno pormenor da viagem, o mais pequeno trecho do visível. Lucrei estas páginas, por olvido e contradição. Não sei se isso é melhor ou pior do que o contrário, que também não sei o que é.
O comboio abranda, é o Cais do Sodré. Cheguei a Lisboa, mas não a uma conclusão.”
“Livro do Desassossego” – Fernando Pessoa (Bernardo Soares)
O comboio abranda, é o Cais do Sodré. Cheguei a Lisboa, mas não a uma conclusão.”
“Livro do Desassossego” – Fernando Pessoa (Bernardo Soares)
terça-feira, março 8
Os acasos da Guerra - Actualização
Ver a confirmação do facto das autoridades militares americanas estarem informadas do resgate da jornalista italiana no Iraque.
segunda-feira, março 7
Colagens
É muito interessante a táctica de colagem dos ministros do PP aos novos titulares das respectivas pastas. Uns dias atrás Paulo Portas desfez-se em elogios ao futuro Ministro da Defesa. Telmo Correia não pode elogiar o Ministro do Turismo porque não há.
Hoje Bagão Félix abençoa o futuro Ministro das Finanças.
Mais vale prevenir do que remediar…
Hoje Bagão Félix abençoa o futuro Ministro das Finanças.
Mais vale prevenir do que remediar…
Sampaio e a Educação
Também estou de acordo com a prioridade política para a educação identificada por Sampaio. Já Guterres tinha, em 1995, identificado a mesma prioridade (“paixão pela educação”), já Cavaco tinha, a partir de finais dos anos 80, lançado programas inovadores para dar corpo à mesma prioridade (“ensino profissional” por exemplo), já Veiga Simão, no início dos anos 70, tinha lançado uma das mais profundas reformas da educação do século XX.
Apesar de todas as paixões e da identificação da prioridade para a educação os indicadores conhecidos de insucesso e abandono escolar, em Portugal, colocam-nos na cauda da Europa dos 25.
Convém, pois, assumir que este é um problema que vem de longe, sendo ainda uma sequela da transição do modelo elitista de escola, próprio da ditadura, para um modelo de escola próprio de uma democracia avançada.
O designado “choque tecnológico”, ou plano tecnológico, aplicado à “educação básica e secundária” é o caminho apontado pelo governo socialista. Como se vai aplicar? É essa a questão que está em aberto.
Sampaio (...) apontou ainda como "a única e decisiva prioridade" do país "o acesso universal à educação básica e secundária de qualidade".
Apesar de todas as paixões e da identificação da prioridade para a educação os indicadores conhecidos de insucesso e abandono escolar, em Portugal, colocam-nos na cauda da Europa dos 25.
Convém, pois, assumir que este é um problema que vem de longe, sendo ainda uma sequela da transição do modelo elitista de escola, próprio da ditadura, para um modelo de escola próprio de uma democracia avançada.
O designado “choque tecnológico”, ou plano tecnológico, aplicado à “educação básica e secundária” é o caminho apontado pelo governo socialista. Como se vai aplicar? É essa a questão que está em aberto.
Sampaio (...) apontou ainda como "a única e decisiva prioridade" do país "o acesso universal à educação básica e secundária de qualidade".
Os acasos da guerra
Como seria de esperar:
“Itália garante que EUA sabiam da libertação de Giuliana Sgrena”
O desmentido da implicação das forças norte americanas no ataque à comitiva que resgatou a jornalista italiana do cativeiro é, em si mesmo, muito significativo.
Neste tipo de situações os acasos e acidentes são uma raridade. Pode parecer uma brutalidade mas é sempre tudo intencional. É difícil entender o desconhecimento dos militares americanos acerca de uma operação de libertação de uma jornalista refém natural de um dos principais países membros da coligação.
As patrulhas militares no Iraque não actuam por conta própria como vulgares bandos de salteadores. São forças de elite que obedecem a um comando sustentado numa forte hierarquia. Depois de premir o gatilho o mal está feito.
Se a guerra fosse feita de acasos e acidentes ainda um dia alguém poderia afirmar que, afinal, a guerra nunca existiu. A democracia vale todos os sacrifícios mas não desculpa nenhum crime que em seu nome seja cometido.
Adenda: a jornalista trabalha para “Il Manifesto” um jornal da esquerda comunista italiana. Com uma linha editorial, certamente, pouco recomendável para as políticas externas das administrações americana e italiana.
“EUA investigam disparos
Os EUA estão a investigar a actuação da patrulha norte-americana que na sexta-feira feriu a jornalista italiana Giuliana Sgrena, depois de ser libertada de sequestradores no Iraque. A viatura onde seguia, com elementos dos serviços secretos italianos, foi alvejada devido a «um acidente terrível», justificou a Casa Branca.”
“Expresso on line”
“Itália garante que EUA sabiam da libertação de Giuliana Sgrena”
O desmentido da implicação das forças norte americanas no ataque à comitiva que resgatou a jornalista italiana do cativeiro é, em si mesmo, muito significativo.
Neste tipo de situações os acasos e acidentes são uma raridade. Pode parecer uma brutalidade mas é sempre tudo intencional. É difícil entender o desconhecimento dos militares americanos acerca de uma operação de libertação de uma jornalista refém natural de um dos principais países membros da coligação.
As patrulhas militares no Iraque não actuam por conta própria como vulgares bandos de salteadores. São forças de elite que obedecem a um comando sustentado numa forte hierarquia. Depois de premir o gatilho o mal está feito.
Se a guerra fosse feita de acasos e acidentes ainda um dia alguém poderia afirmar que, afinal, a guerra nunca existiu. A democracia vale todos os sacrifícios mas não desculpa nenhum crime que em seu nome seja cometido.
Adenda: a jornalista trabalha para “Il Manifesto” um jornal da esquerda comunista italiana. Com uma linha editorial, certamente, pouco recomendável para as políticas externas das administrações americana e italiana.
“EUA investigam disparos
Os EUA estão a investigar a actuação da patrulha norte-americana que na sexta-feira feriu a jornalista italiana Giuliana Sgrena, depois de ser libertada de sequestradores no Iraque. A viatura onde seguia, com elementos dos serviços secretos italianos, foi alvejada devido a «um acidente terrível», justificou a Casa Branca.”
“Expresso on line”
O Retrato de Freitas do Amaral
O CDS-PP de Paulo Portas, sem esquecer, Bagão Félix, mostra a verdadeira face do seu moralismo. O anúncio devolução do retrato de Freitas do Amaral, pelo correio, para a sede do PS mostra :
1- desprezo pela história e tradição;
2- incivilidade e falta de sentido de estado;
3- ausência de espírito democrático e “mau perder”;
4- radicalismo serôdio;
A gravidade deste gesto ainda é mais acentuada se nos lembrarmos que, até ao próximo sábado, o CDS-PP ainda é governo.
Que surpresas nos reservará ainda o CDS-PP para esta semana? E os seus ministros? Ou, excepto a devolução do retrato, todas as surpresas serão preparadas no recato dos gabinetes?
1- desprezo pela história e tradição;
2- incivilidade e falta de sentido de estado;
3- ausência de espírito democrático e “mau perder”;
4- radicalismo serôdio;
A gravidade deste gesto ainda é mais acentuada se nos lembrarmos que, até ao próximo sábado, o CDS-PP ainda é governo.
Que surpresas nos reservará ainda o CDS-PP para esta semana? E os seus ministros? Ou, excepto a devolução do retrato, todas as surpresas serão preparadas no recato dos gabinetes?
domingo, março 6
Turismo Sem Ministério
Fez bem Sócrates em não considerar na estrutura do governo o Ministério do Turismo. Num artigo que publiquei, uns meses atrás, defendi isso mesmo. O turismo terá direito certamente a uma secretaria de estado. Resta saber qual o ministério em que se vai integrar. Quer-me parecer, atenta a estrutura do governo, que voltará para a Economia. Nesse caso será, apesar de tudo, uma oportunidade perdida.
Eis o que defendi e continuo a defender:
“Sustento que, sendo o turismo uma actividade transversal e multidisciplinar, muito relevante na dinâmica do desenvolvimento integrado da sociedade portuguesa, deveria, no governo, integrar um Ministério que exercesse a tutela dos transportes e do ordenamento do território.
A minha preferência é a do modelo francês (aliás a França é a primeira potência turística mundial) no qual o turismo está integrado, ao nível de secretaria de estado, no “Ministério do Equipamento, Transportes, Ordenamento do Território, Turismo e Mar”. (que diferença em relação à estrutura do governo português actual!)
Aliás, além de Portugal, nos países da União Europeia, só em Malta existe um Ministério do Turismo, no caso, desde 2003, integrando também a cultura. Esse é o modelo adoptado nos países do Norte de África e nalguns outros do chamado “terceiro mundo”.
Não quer dizer que não possa ser uma originalidade bem sucedida no nosso país. Tudo depende do peso político que alcançar, da competência dos seus titulares e do tempo que durar. “
Eis o que defendi e continuo a defender:
“Sustento que, sendo o turismo uma actividade transversal e multidisciplinar, muito relevante na dinâmica do desenvolvimento integrado da sociedade portuguesa, deveria, no governo, integrar um Ministério que exercesse a tutela dos transportes e do ordenamento do território.
A minha preferência é a do modelo francês (aliás a França é a primeira potência turística mundial) no qual o turismo está integrado, ao nível de secretaria de estado, no “Ministério do Equipamento, Transportes, Ordenamento do Território, Turismo e Mar”. (que diferença em relação à estrutura do governo português actual!)
Aliás, além de Portugal, nos países da União Europeia, só em Malta existe um Ministério do Turismo, no caso, desde 2003, integrando também a cultura. Esse é o modelo adoptado nos países do Norte de África e nalguns outros do chamado “terceiro mundo”.
Não quer dizer que não possa ser uma originalidade bem sucedida no nosso país. Tudo depende do peso político que alcançar, da competência dos seus titulares e do tempo que durar. “
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