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Este é o relato de um caso real de como em Portugal os “serviços de excelência” encobrem a captura de vantagens ilegítimas ao arrepio do interesse público. Ou de como os serviços postais prestados pelos
CTT’s encobrem uma actividade financeira de porte duvidoso.
Como anteriormente já disse um dia destes no intervalo de uma venturosa ida a um centro de saúde com o meu filho a propósito da qual tive oportunidade de falar bem do dito o que acresce muito prazer ao meu quotidianos pois ser bem tratado é no fundo o nosso maior desejo fui aos CTT’s levantar uma encomenda à cobrança.
Ou seja para resgatar a mercadoria eu teria de pagar o preço da dita cujo fornecedor por sua vez já tinha pago o preço do serviço postal. Tudo bem. Normal. Regular. O acontecimento reporta ao venturoso dia 24 de Agosto do presente.
Para minha surpresa e diga-se profundo escândalo foi-me revelado no acto do levantamento da coisa que os CTT’s salvo na estação dos restauradores em Lisboa não dispõem dessa banalidade dos nossos dias que é um terminal Multibanco. Pagas a dinheiro ou em cheque e vais com sorte. É o progresso das novas tecnologias a todo o vapor empurradas pela estimável modernidade do Dr. Nazaré e dos seus antecessores.
Fui então cordialmente empurrado pela cordial funcionária porta fora para me dirigir à caixa Multibanco mais próxima enxofrado e ainda por cima zurzido pelas diatribes do meu filho que queria à viva força que eu exercesse o direito de protesto no livro de reclamações. Formou-se uma espécie de caravana – com outros infelizes clientes daquela modelar instituição – a caminho da dita caixa Multibanco da qual retirei os 200 euros para pagar em nota batida a dita mercadoria que importava em 195.
Ora no dia de hoje passados sete (7) dias úteis e 11 (onze) “corridos” tive de fazer um contacto telefónico com o fornecedor que curiosamente me informou que tinha acabado de receber a nota de pagamento dos CTT’s o que lhe permitia efectuar o depósito no seu banco e que na melhor das hipóteses demoraria quatro (4) dias a ver a cor do dinheirinho após o chamado processo da compensação.
O pícaro da questão está no facto extraordinário de só passados onze dias (11) após eu ter batido com a nota no dito balcão dos CTT’s o fornecedor ter recebido o documento que lhe permite realizar o depósito o que elevará para quinze dias (15) no mínimo o tempo durante o qual os CTT’s e o sistema financeiro estiveram na posse do dinheirinho destes seus incautos clientes.
Então dá para entender em toda a plenitude a esperteza saloia da administração dos ditos no que respeita à gestão das tecnologias nos processos de pagamento e fluxos financeiros. O negócio dos CTT’s já não é o de levar a “carta a Garcia” mas o do onzeneiro que se entrega a beneficiar de forma ilegítima do alheio resguardando-se certamente na lei e na boa vontade dos cidadãos clientes que assim são obrigados a financiar uma instituição que não sei por que carga de água agregou o prestígio que ostenta.
Ora os meus 195 euros aplicados pelo intermediário espertalhão durante x dias multiplicados por milhares de outras operações do género é um verdadeiro negócio da China. Os CTT’s dizem há muito que vão criar um banco postal. Cuidado! Devia o governo e o Banco de Portugal não largar de mão o assunto e já agora que Deus me perdoe! … Se for possível que se privatizem os CTT’s mas de forma a criar serviços postais em concorrência verdadeira.