Os dirigentes sindicais brincam com o fogo ao combater no terreno da defesa, pura e dura, dos chamados direitos adquiridos, chegando mesmo a colocar em causa o fim de um conjunto de privilégios dos titulares de cargos políticos.
Os dirigentes sindicais, de alto a baixo, deveriam aproveitar o verão para olhar para a sua própria casa. Avaliar o peso da burocracia sindical e, em particular, os privilégios de que usufruem muitos sindicalistas.
Verificar até que ponto os cadernos reivindicativos dos sindicatos estão de acordo com o interesse dos trabalhadores que representam. E, ainda mais importante, avaliar de que forma as manifestações que se preparam para desencadear, os colocam do lado do futuro ou do lado do passado. Interrogar-se acerca se vale a pena combater em favor das "conquistas" dos chamados corpos especiais, que se constituíram na administração pública, em boa parte, por iniciativa dos governos de Cavaco Silva.
Reflectir acerca do interesse geral dos trabalhadores. Dirão que não é nada, o interesse geral! Que a missão dos sindicatos é a defesa dos interesses concretos dos trabalhadores que representam. Mas se assim é para que existem Centrais Sindicais que congregam todos, ou quase todos, os sindicatos representativos de cada classe profissional?
Não estará esgotado, carecendo de uma profunda reforma, o modelo de acção e organização do sindicalismo português herdado da revolução de Abril de 1974?
2 comentários:
Caro Eduardo,
Totalmente de acordo. Mas estarão esses dirigentes sindicais ( "amarrados" ao poder há "séculos"...até o PC já elegeu entretanto dois secretários gerais !!) capazes de olharem para as respectivas barrigas ( que já devem ser consideráveis ) ?
Cumprimentos,
António P.
Não que me não tivesse lembrado de alguns dirigentes em pessoa no topo das centrais sindicais, e por aí próximo, mesmo de algumas experiências que demonstram aquilo de que falo, mas são tantos ... e tanto aquilo que devem temer perder ...
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