O meu irmão Dimas com Ezequiel, meu primo mais velho,
um honrado homem do campo. Já mortos. [Fotografia de família]
As vozes na noite quente
e os passos lá fora,
uma aragem corta o calor
intenso do verão ardente,
ouço o meu tempo passado
ao luar escoar-se
e lembro os rostos gretados
do sol, os braços nus
as veias e o suor salgado
a gotejar na terra seca,
ressequida, revolta
a golpes de enxada
As vozes na noite quente
estou nelas inteiro
e nelas ouço a minha gente.
Faro, 15 de Julho de 2004
(Um poema antigo na sequência
dos exercícios da Helena acerca
da textura do silêncio, e o mais,
correndo o risco de me repetir.
Mas não nos repetimos sempre?]
um honrado homem do campo. Já mortos. [Fotografia de família]
As vozes na noite quente
e os passos lá fora,
uma aragem corta o calor
intenso do verão ardente,
ouço o meu tempo passado
ao luar escoar-se
e lembro os rostos gretados
do sol, os braços nus
as veias e o suor salgado
a gotejar na terra seca,
ressequida, revolta
a golpes de enxada
As vozes na noite quente
estou nelas inteiro
e nelas ouço a minha gente.
Faro, 15 de Julho de 2004
(Um poema antigo na sequência
dos exercícios da Helena acerca
da textura do silêncio, e o mais,
correndo o risco de me repetir.
Mas não nos repetimos sempre?]
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1 comentário:
Repetimos porque nos "escoamos" em cada memória, em cada tempo. Tb por isso vivemos porque somos sedimentos na procura das raízes.
Um abraço
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