sábado, junho 2

D. AFONSO HENRIQUES - RESPONSABILIDADES POLÍTICAS

Voltando à génese do conflito que opôs D. Teresa a seu filho Afonso Henriques de passagem para a segundo capítulo do livro de José Mattoso do qual temos vindo a transcrever alguns sublinhados da minha leitura pessoal.


“Ora, durante os seis anos que se seguiram à instalação de Fernão Peres de Trava (em Janeiro de 1121) na região de Coimbra e ao sancionamento da sua autoridade pela “rainha” D. Teresa, aqueles nobres, (a “aristocracia nortenha”) que até então confirmavam a maioria dos diplomas condais, deixaram de aparecer na corte.”
(…)
“Não conhecemos os pormenores da divergência que opôs os senhores portucalenses a D. Teresa e aos Travas, mas o mais verosímil é que Fernão Peres, uma vez adquirida a tenência de Coimbra, os excluísse de qualquer papel de chefia no combate contra o Islão e, por conseguinte, da glória inerente à participação destacada na guerra santa e das vantagens materiais e simbólicas que dai adviriam.”
(…)
“Os documentos de que hoje dispomos nada dizem acerca do que se passou então, no que concerne às relações entre os senhores revoltados e D. Teresa. Só sabemos que deixaram de confirmar documentos condais., o que quer dizer que abandonaram a corte.”
(…)
“Não temos meios de seguir os acontecimentos no terreno, mas o facto de, em 1125, se ter verificado uma segunda vaga de deserções da corte significa que, nesse ano, o movimento ganhou tal força que se tornou difícil contê-lo. Ignoramos se houve então algum episódio que provocou o alastramento da revolta, ao ponto de deixarem a rainha e os Travas quase completamente isolados.
(…)
“Como é evidente, a revolta dos barões portucalenses não foi, de início, comandada por Afonso Henriques. Em 1122 ele era demasiado jovem para tomar uma decisão desse género. Resultou, portanto, de um movimento espontâneo da aristocracia portucalense, sem intervenção do príncipe. Como foi que ele resolveu tomar o seu comando?”

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “2. Responsabilidades políticas” – "A aristocracia nortenha e os condes galegos” e “A investidura de Afonso Henriques como cavaleiro”, pgs. 36/38. (8)
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