quarta-feira, março 11

UMA CORRENTE


O Tomás Vasques embrulhou-me na corrente Página 161, quinta frase. Um vírus acabou de apagar todos os meus contactos do Hotmail e todos devem ter recebido, ontem durante a noite, uma mensagem mais ou menos estúpida. Estava mesmo agora a reconstruir a coisa de forma artesanal o que até me permite fazer uma limpeza. As crises têm o seu lado virtuoso.

Já quase me tinha esquecido das correntes e o livro que tenho à mão – alguns vão sorrir! – intitula-se "primeiros cadernos", de Camus, uma velha edição da “Livros do Brasil” que não os volumes da “Colecção Miniatura”. Tem, graças a Deus, 461 páginas o que me evita a busca de uma alternativa.

No entanto a página 161, atenta a natureza fragmentária do texto, torna difícil definir com rigor a quinta frase. Escolho aquela que eu próprio identifico como tal, e assim seja...

Aí vai:

“Léger. Essa inteligência – essa pintura metafísica que reflecte a matéria. Curioso: desde que se reflecte a matéria, a única coisa permanente é justamente a que produziu a aparência: a cor.”

Caderno nº 3 – Abril 1939/Fevereiro 1942
.

Sem comentários: