quinta-feira, março 12

VIOLÊNCIA/ESCOLA


Há muitos tipos de violência e de vários graus. Em Portugal, nos últimos anos, a violência na escola tem merecido bastante atenção pública assim como das autoridades públicas. Nenhum país, nem instituição, está a salvo de actos de violência brutais como este que ocorreu ontem na Alemanha.

Mas julgo que não é errado afirmar, empíricamente, que não há uma correlação directa entre o nível de desenvolvimento sócio económico dos países, das comunidades e famílias, e o número e gravidade dos actos de violência praticados nas escolas.

Estranho, hoje, que aqueles que estão sempre na primeira linha da denúncia da violência nas escolas em Portugal não aproveitem – face a este acontecimento -para discorrer acerca da violência na escola.

Sabemos que a violência é indesejável e deve ser combatida por todos os meios legítimos e disponíveis. Mas o título da notícia do El Pais, reproduzindo uma frase de um amigo do jovem assassino, identifica, porventura, o essencial das motivações imediatas do tresloucado e dá que pensar: "Era un tipo aburrido, no tenía amigos y le dejó su novia"

O que é que podem os governos, as polícias, as magistraturas, os professores, as vigilâncias electrónicas … fazer para prevenir e combater a violência na escola? Talvez a solução possível esteja na mistura da acção de todos os cidadãos e autoridades, ou seja, da comunidade, na educação fora da escola através, em primeira linha, da acção da família, dos amigos e das "redes sociais".

Talvez o mundo dos afectos e emoções dos jovens, construído fora da escola, tenha mais importância do que pensam muitos ideólogos da escola de sucesso.
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4 comentários:

hfm disse...

So para deixar 1 abraco

Anónimo disse...

vOU REPETIR UM COMENTÁRIO QUE FIZ HÁ ALGUM TEMPO SOBRE A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS.

A violência existe nas escolas porque falta a autoridade aos professores desde os primeiros anos de escola, uma vez que já não existem os castigos que seriam devidos por mau comportamento, indisciplina, delinquência e até crime.

A maioria das crianças e jovens pode ser corrigida de qualquer desvio sem castigos físicos, que são necessários para outros e basta um "rebelde" para boicotar uma sala de aula, arrastando com consigo outros que não levantariam qualquer problema. Os colegas mais humildes são as primeiras vítimas e a escola não tem hoje maneira de as proteger.

Como não se podem aplicar quaisquer castigos físicos, muito úteis até certa idade, e na falta de outros que sejam realmente eficazes: resta a impunidade que serve de incentivo para o desenvolvimento deste fenómeno. Umas palmadas no rabo, na mão ou até umas reguadas até cerca dos 10, 12 anos de idade não causavam qualquer trauma nas crianças antes, porque causam agora? Depois dessas idades os problemas deverão ser encaminhados para "Casas de Correcção" ou lá como lhes queiram chamar, onde deverá ser um trabalho de socialização dos jovens, incutindo-lhes regras éticas, sociais e hábitos de trabalho. Aí deverão estar sujeitos a regras várias, como: levantarem-se e deitarem-se a uma hora certa, tratarem eles próprios das suas necessidades pessoais, fazerem a cama e outras tarefas. As actividades escolares e a preparação para uma vida profissional deverão estar incluídas. As actividades de lazer devem ser permitidas só em dias pré definidos e poder ser canceladas em caso de castigo.

Se nada mudar nas escolas, continuaremos a criar cada vez mais seres insociáveis que farão apenas o que lhes der prazer e nunca se habituarão a cumprir regras sociais e outras, pelo que serão uns inúteis marginais e viverão sempre à custa do trabalho alheio porque é mais fácil.

Há quem diga que tudo se resolve se os pais derem educação aos filhos. Pergunto: e quando os próprios pais não a têm, como podem ministrá-la aos filhos?

Nos tempos que correm até os próprios pais estão inibidos, senão até proibidos de castigar fisicamente os seus filhos. Assim, por vezes, chega a inverter-se a situação: já se vêm crianças a castigar fisicamente os seus pais quando aqueles não lhes satisfazem os caprichos.

Mas os castigos físicos são por ora condenados pelas nações ocidentais (EUA, EU onde nos incluímos). As mudanças terão assim que ocorrer primeiro em países como os EUA, UK, França..., onde o problema é até maior e acredito que em breve haja uma inversão dos actuais conceitos de educação e que voltem a ser permitidos alguns castigos físicos aos alunos pelos pais e pelos educadores.

Portugal, nisto, como noutras matérias seguirá depois o exemplo. Os pais irão então aceitar a alteração e compreender a necessidade para a protecção até dos seus próprios filhos que são as primeiras vítimas dos poucos jovens delinquentes.

Zé da Burra o Alentejano

addiragram disse...

...em articulação com o trabalho de prevenção em saúde mental infantil e juvenil. Muitos destes traços de personalidade indiciam, por vezes, um grau de perturbação antiga que caminha silenciosamente. As patologias mais graves, por vezes, não são as que exibem maior aparato. O mundo psíquico é muito complexo e só os técnicos especializados têm preparação para o "ler". É preciso dar voz a esses técnicos. A "evolução" dos conhecimentos que tem vindo a privilegiar só o que é manifesto tem trazido muitos estragos, tal como uma "saúde" mental que medica primeiro e, talvez, tente compreender depois. Há muito a fazer e há muito que se fazia neste âmbito e se perdeu.

Anónimo disse...

O Zé da Burra, como o nome indica é...burro.
Já não bastavam os iluminados da 5 de Outubro - que durante os últimos 30 anos só fizeram disparates na área da educação - e vem agora um protofascista exigir reguadas como antigamente! Volta Salazar estás perdoado...
Não é para admirar que certos portuguses gostem tanto do tom autoritário do Sócrates. No fundo, o que os portugueses querem, é porrada nos cornos! Vão dar banho ao cão!