sábado, dezembro 14

AGOSTINHO ROSETA

 Agostinho Roseta
 
Agostinho Roseta morreu no dia 9 de Maio de 1995, na plena pujança das suas faculdades humanas, intelectuais e políticas. A sua morte prematura impediu que tivesse, muito provavelmente, exercido influência ainda mais marcante, a partir de 1995, no movimento sindical, no Partido Socialista e, quiçá, no governo.

Ele foi, no movimento operário e sindical, o activista mais importante do MES associando juventude (ou talvez melhor, jovialidade), capacidade teórica e sentido prático de organização sendo, ao mesmo tempo, persuasivo, sedutor e desprendido do poder.

Falar de pessoas é sempre muito delicado mas não receio cometer qualquer injustiça destacando a influência marcante de Agostinho Roseta na formação pessoal e política de um vasto e influente conjunto de dirigentes políticos e sindicais portugueses.

Lembro-o, além do mais, pela amizade sincera que sempre por ele nutri, aliás, retribuída, e porque foi ele o primeiro, entre todos nós, que mais cedo compreendeu o fracasso do projecto político do MES optando por dedicar as suas imensas capacidades de liderança ao movimento sindical.

O dia da sua morte coincide, ironicamente, com o dia de aniversário de minha mulher a quem pedi para reconstruir a última imagem que dele possuo: uma fotografia de grupo registada, certamente, em 27 de Outubro de 1994 na celebração do 4º aniversário de meu filho.
 
 
[Publicado em 9 de maio de 2006. Depois de amanhã realiza-se a cerimónia de entrega do prémio criado em sua homenagem a cujo júri presidi: "O Prémio Agostinho Roseta foi instituído em 2000 com o intuito de homenagear esta individualidade que, para além de sindicalista, simboliza uma cultura de abertura ao diálogo social e de empenhamento reflexivo no desenvolvimento de novos temas e abordagens conexas com a problemática do trabalho. O Prémio distingue pessoas singulares e coletivas que, em cada ano, mais se tenham distinguido na implementação e difusão de boas práticas ou na realização de estudos e trabalhos de investigação sobre estas matérias."]

1 comentário:

Francisco Seixas da Costa disse...

Uma bela memória de um bom Amigo