Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
terça-feira, setembro 15
ELEIÇÕES - 15 de setembro
Os dois temas baluarte do momento político são, a meu ver, como antes afirmei, o dos refugiados/versus unidade europeia, a nível global, e o do BES/versos eleições legislativas, a nível nacional. O tema dos refugiados põe a nu as fissuras, contradições e conflitos entre os estados nação que persistem por detrás da construção da unidade política europeia (anã, como todos sabem); o tema do BES coloca no caminho da candidatura da coligação PSD/PP uma pedra de muitas toneladas que não será fácil remover. Todas as palavras são possíveis aos responsáveis políticos (candidatos ou não)debitar para atenuar os efeitos da crise dos refugiados ou da in- resolução da crise do BES, mas a realidade não se move, muito menos se transforma, à base de palavras, slogans, disfarces, mas de ações concretas, programas com metas, e meios, que sejam enunciados e percecionados pelos cidadãos como realistas e praticáveis. O que distingue um político responsável, e respeitado, de um lunático, vendedor de ilusões, é essa capacidade de apresentar soluções que se mostrem, aos olhos de todos, ou do maior número, como capazes de resolver os problemas que todos assumem ser necessário resolver em favor do bem comum. Nestes últimos dias os políticos europeus têm andado à deriva na busca de soluções para o problema dos refugiados. Dessa deriva resulta o avolumar de uma sensação de impotência que começa a ser perigosa para a própria democracia (que dizer da natureza politica do governo húngaro, e consequentes medidas, senão que é fascizante?). No processo eleitoral em Portugal coincide, como é natural, uma retórica própria de campanha eleitoral com os acontecimentos, inevitáveis, de uma agenda económica e social com a qual os protagonistas da campanha se confrontam. Juntando as duas coisas parece-me cada vez mais que o PS, na campanha, é assim como a Alemanha, na Europa: todos a atacam tanto mais, quanto mais precisam dela.
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