domingo, novembro 1

ELEIÇÕES - 1 de novembro

Quase um mês passado,após o dia do voto, para o cidadão comum, o momento é de espera. Os diretórios partidários movimentam-se e buscam posicionar-se para uma nova fase da luta politica que se adivinha ser de confronto entre duas barricadas nas quais tendem a acantonar-se a direita e a esquerda. A imagem pública que resulta destas semanas pós eleitorais é a da erosão do centro politico, quiçá do seu desaparecimento. Parece-me, no entanto, que o centro politico permanece como espaço no qual vão desaguar todas as aspirações do diálogo e compromisso políticos. O que está em causa, no essencial, neste processo é mais do que a formação do governo e sua natureza politico/ideológica, é a resposta a uma necessidade de reformulação do desenho da organização político-partidária herdada do 25 de abril de 74. Mais do que a questão do governo está em equação a questão do futuro do regime democrático. Para que a democracia se não esvaia em prol do vencimento de um qualquer populismo, que assoma por toda a Europa, é crucial manter viva a capacidade de levantar pontes e mantê-las abertas em todos os sentidos, envolvendo todos os partidos democráticos, sem exclusões, nem concessões às pulsões populistas sejam de direita ou de esquerda. A tarefa sempre mais difícil para os democratas de todas as ideologias é a de acreditar, mesmo nas situações, aparentemente, de rutura que os compromissos são possíveis, a todos os níveis, envolvendo todos os protagonistas.

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