Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
segunda-feira, novembro 2
ELEIÇÕES - 2 de novembro
Na situação politica atual há uma questão que, pelo menos de forma generalizada, não está presente na agenda dos políticos que tomam a palavra no discurso público e muito menos dos comentadores encartados que pululam por tudo o que é espaço comunicacional. Trata-se da transformação, reforma ou reformulação, dos partidos que ganharam expressão, e peso politico, no período pós 25 de abril. Não sei das razões de não se discutirem os partidos por dentro de si próprios e ainda menos das razões de não serem estudados, enquanto entidades autónomas, e sujeitos à critica vinda de fora, não só pelo lado das politicas que preconizam mas também da forma como se organizam para prosseguir essas politicas. Nada justifica que tendo mudado, de forma substancial, a realidade socioeconómica do país ao longo destes 40 anos de regime democrático, nada, ou quase, tenha mudado na realidade partidária. Este é um debate que está por fazer, e que deverá ser feito de forma aberta e participada, não sendo subsidiário de guerras nos aparelhos partidários. O momento politico presente, de forma evidente à esquerda, abre as portas a esse debate pois não haverá governo apoiado pela(s) esquerda(s) que se sustenha se entre elas não forem acordados mais do que pactos que sirvam as conveniências de momento; nem haverá à direita, a breve prazo, convergência que se sustenha fora do exercício do poder. Será que as lideranças político-partidárias terão a coragem de serem elas próprias, de forma aberta, a colocarem os termos da reforma partidária? Neste contexto não é de admirar os movimentos internos, como o de Francisco Assis (no PS)e outros que surgirão (noutros quadrantes), que representam, no essencial, a necessidade de debater uma reforma profunda dos partidos herdados do 25 de abril de 74.
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