segunda-feira, abril 12

PEDRO PASSOS COELHO

Pedro Passos Coelho ganhou e foi entronizado como novo líder do PSD. Tudo normal. O jogo político democrático deve prosseguir. Uma afirmação, logo a abrir, vai marcar para sempre esta liderança: "Quanto mais depressa retirarmos o Estado dos negócios, mais depressa actuaremos sobre a corrupção. O Estado vai estar fora dos negócios." A conferir mais tarde ...
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domingo, abril 11

UMA JANELA ABERTA


Uma janela aberta para a liberdade. Contra todos os perigos, ameaças e obstáculos, há cubanas e cubanos que dão a cara pela liberdade de informação, reunião, associação ... causas tão caras a tantos que hoje, delas beneficiando, as repudiam ... é estranho!

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sexta-feira, abril 9

UM MOMENTO BREVE

Fotografia de Hélder Gonçalves

Há dias em que escrevo dos sentimentos improváveis o cerne do que as palavras representam: dar a todos os que as lêem a capacidade de se apropriarem do renovado sentido delas. É o tempo da alegria. Fechar um círculo próprio e abrir uma janela por onde os outros nos interpretem. Aspirar à arte. Sentir que se criou uma obra por mais pequena e insignificante. Derramar a luz sobre o túnel enegrecido pelo desespero. Dar uma mão a outra mão que nem se adivinha. Tão tarde já no tempo e tão cedo no sentir a presença de todos os que nos amaram. Os que partiram para sempre. Os que ficaram. E nos esperam. Os que abandonamos. Esquecemos. Fazemos desesperar. Os que desejamos. Tudo e nada. Um momento breve que se esvai e morre.

[17/5/2008]
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quinta-feira, abril 8

Acórdão aprova diploma do casamento homossexual

Darryl Baird


Este acórdão é mais importante do que, à primeira vista, parece. Ele representa a derrota de uma concepção hipócrita da vida em sociedade. Uma derrota daqueles que preferem fingir que não vêem a realidade. Uma vitória dos que defendem uma sociedade aberta à diferença. Uma vitória da democracia e da liberdade. Como muito bem diz o acórdão do TC o casamento é “um conceito aberto, …” onde não cabe a intolerância dos pregadores das virtudes públicas.
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terça-feira, abril 6

CRUELDADES


Como o Barcelona, ou melhor, o Messi, tinha arrumado com o Arsenal mudei de canal. Juro que vi uma peça na SIC Notícias acerca dos depoimentos do dia na chamada Comissão de Ética. Mas subitamente após o depoimento forte, mais que forte, do Emídio Rangel, sem qualquer comentário, Crespo mudou de assunto encetando uma conversa com o Cerejo. Crespo e Cerejo. Do que estariam a falar? Mudei para a RTP-N e confrontei-me com uma deputada do PP perorando acerca da unidose. Fugi para a RTP 2 que passava imagens de um paraíso povoado de passarinhos e ursos polares. Achei demasiadamente calmo e voltei a mudar e, então, vi um filme relatando, em toda a sua crueldade, um crime de guerra. Finalmente uma notícia devidamente documentada!
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Do mais lindo!
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EDUARDO LOURENÇO



quarta-feira, março 31

FUTEBOL : VOAR ALTO

Em Portugal o futebol, pelo menos a nível de selecção, é uma actividade altamente competitiva. E o futebol profissional, para os mais distraídos, é uma actividade económica com enorme projecção mediática global. O 4º lugar de Portugal no ranking da FIFA não merece grandes noticias mas é um feito que, apesar de não ser inédito, não deixa de ser notável. Afinal nem todas as notícias são más!
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terça-feira, março 30

NEGÓCIOS SUBMERSOS

As notícias acerca de casos de corrupção no negócio dos submarinos, se não me engano, são antigas. Não se lembram? São notícias que se trancrevem. Como são notícias as que surgem hoje mas, curiosamente, os autores destas nos meios portugueses são gente, aparentemente, preguiçosa. Dão destaque a um cônsul honorário que terá recebido uma maquia mas a notícia na versão inglesa da Spiegel é um pouco mais extensa, e abrangente, e não custava nada traduzir mais um bocadinho:

Prosecutors have already identified more than a dozen suspicious brokerage and consulting agreements related to the submarine deal. According to the investigation files, all of these agreements were designed "to obfuscate the money trails," so as to pass on payments "to decision-makers in the Portuguese government, ministries or navy."
It appears that, in the end, Ferrostaal paid so many consulting fees that not much was left in the form of profits from the submarine deal.
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A LUZ ... QUE SE DESVANECE ...


Jarrett Murphy

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segunda-feira, março 29

MAIS LEVE QUE O PENSAMENTO ...


Eu confesso a mais completa incapacidade para entender o que se passa com estas remunerações. Terá sido sempre assim? Se não fosse a crise quanto ganhariam? O que fazem eles no seu quotidiano – na vida e no trabalho – que permita justificar multiplicarem por muitos dígitos as remunerações dos mais altos detentores de cargos políticos? Não entendo isto por mais voltas que dê! A minha formação de economista não é suficiente para interpretar este fenómeno. Mas também é verdade que sempre disse – meio a brincar – que a economia é uma “ciência oculta”. Os jornalistas de investigação (se os houver!) que investiguem. E o que fazem os accionistas? E o Estado? E os partidos que elevam ao supremo altar da justiça a luta pelo igualitarismo? Uma mão cheia de nada. Afinal talvez tudo esteja certo, porque talvez sempre tudo tenha sido assim. Mas, nos tempos que correm, é importante questionar. Ou não?
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domingo, março 28

Joyce Jonathan



Sur mes Gardes, a primeira colecção de canções de Joyce Jonathan, uma nova voz da música francesa. Daqui.
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sábado, março 27

BENFICA


Terminou o chamado jogo do título. Eu sei que jogos de futebol há muitos e que, para muita gente, não interessam coisa nenhuma. Mas eu gosto. E também sei que amanhã pelas ruas, no trabalho, nas escolas, nos transportes, em toda a parte, só vai dar Benfica. Com ou sem jogadas de bastidores, nunca se sabe, este é o ano do Benfica. … é a vida!
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Pois ... notoriedade!
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quinta-feira, março 25

Os Justos, de Albert Camus, depois do 11 de Setembro

Há datas em que vemos morrer o mundo tal como o conhecíamos. Nem sempre nos damos conta dessa morte, embora ela tenha sido anunciada, ou lentamente se consciencialize o luto, nas fases clássicas do modelo de Kübler-Ross: negação, cólera, negociação, depressão e aceitação. Mudamos nós e muda o mundo: individual e colectivamente, perante a falência dos valores em que fomos educados e a emergência da nova ordem de paradigmas em que nos pedem para viver. Primeiro, assistimos incrédulos. Depois, criamos eixos do mal. Ponderamos o tipo de aliados. Constatamos os longos fracassos. Aceitamos finalmente “viver sem”, porque temos de viver com tudo o que entretanto aprendemos.

Só depois organizamos o tempo histórico segundo esses ritmos de aprendizagem. Antes e depois do 11 de Setembro. Antes e depois do Holocausto. Antes e depois da Revolução Soviética. Antes e depois da Revolução Francesa… Essa organização é o desejo de compreendermos a nossa sociedade, aqui e agora, e é ele que nos faz ir buscar autores de outras épocas e de outras mortes, sempre em distinto retorno. A “redescoberta” da obra de Albert Camus neste princípio de milénio talvez tenha também a ver com essa “nostalgia de nós” que nos faz rever leituras e procurar no passado lições para o presente. Camus sabe que a Guerra de 39-45 e o Holocausto assinalaram o fim da sua juventude: “todas as gerações, sem dúvida, se julgam fadadas para refazer o mundo. A minha sabe, no entanto, que não poderá refazê-lo. A sua tarefa é talvez maior. Consiste ela em impedir que se desfaça, partindo unicamente das suas negações” (Discursos da Suécia). A geração actual, que cresce entre a memória de cataclismos passados e o anúncio de cataclismos futuros, talvez compreenda melhor estas palavras do que “a geração” que existiu abstractamente entre elas: a que acreditava nos fins da História, marxistas ou demo-liberais, no desaparecimento das guerras frias depois da queda do muro de Berlim, ou no paradisíaco choque tecnológico de Tofler.

Maria Luísa Malato (Faculdade de Letras da Universidade do Porto)

[Publicado em As Artes entre as Letras, n.º 22, 24/3, Porto, 2010, p. 9. O artigo, na íntegra, pode ser lido também aqui.]


quarta-feira, março 24

LISBOA

Patrick Zachmann - Lisbon 1991. Alfama.

Lisboa é coisa boa. Os que nos olham de fora gostam do que vêem. Os que nos visitam apreciam a beleza, a luz, os sons, as cores, o jeito e o sentimento das gentes. De Lisboa e do país. Mesmo que não sejamos capazes de nos apreciar os de fora, apreciam-nos. Nós mesmos quando nos visitamos depois de, por um tempo, nos afastarmos sentimos o que perdemos.