segunda-feira, janeiro 26

D. Januário


Tenho reflectido e acompanhado, de perto, a questão da imigração como resultado de meu envolvimento pessoal e profissional na questão do envelhecimento demográfico. Hoje o bispo D. Januário Torgal Ferreira, numa entrevista ao Público , mostra o seu desconforto com as decisões recentes do Governo acerca desta matéria.
O próprio tom do discurso mostra, mais do que desconforto, discordância face ao que considera uma política restritiva, na contemplação do acolhimento de imigrantes em Portugal, contida na regulamentação da legislação recentemente aprovada.
Tenho da acção da Igreja no terreno da acção social, em particular, nas áreas da saúde e do apoio aos imigrantes, uma ideia muito positiva. Julgo que este sentimento é geral e resulta de um efectivo trabalho da Igreja no terreno ao lado das pessoas que carecem verdadeiramente de ser apoiadas.
D. Januário crítica os que se intitulam de cristãos (nos partidos do governo) afirmando que "esperava que aparecessem igualmente com a capacidade de utopia e de exigência que faz parte dos critérios do Evangelho".
Face à questão de um discurso político que identifica "os imigrantes com o espectro do desemprego dos portugueses", D. Januário diz o essencial: "Essa lógica restritiva é de pessoas que não conhecem o terreno...". A Igreja, não tenham dúvidas, conhece-o melhor do que ninguém. É certamente mais difícil trabalhar no terreno do que fomentar o populismo...

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