quinta-feira, março 11

IMIGRAÇÃO, REALISMO E POPULISMO - III

A Igreja, em Portugal, tem abordado a questão da imigração com frontalidade e coragem. D. Januário Torgal Ferreira, face ao discurso que identifica "os imigrantes com o espectro do desemprego dos portugueses", diz o essencial: "essa lógica restritiva é de pessoas que não conhecem o terreno..." e crítica os que se intitulam de cristãos (nos partidos do governo) afirmando que "esperava que aparecessem igualmente com a capacidade de utopia e de exigência que faz parte dos critérios do Evangelho".
Por sua vez o Presidente da CIP, Francisco Van Zeller, em entrevista, ao Diário Económico, de 29 de Janeiro passado, referindo-se à quota de 6.500 imigrantes, que o Governo estabeleceu para 2004 deu uma resposta elucidativa: "Ninguém faz caso dela, porque os imigrantes vão continuar a entrar ilegalmente e as empresas a empregá-los."
O que os números revelam é que estamos perante uma questão estruturante que condiciona a viabilidade do desenvolvimento económico e social da União Europeia e dos países que a constituem.
Por outras palavras toda a gente compreende que esta é uma questão em que o realismo é inimigo do populismo cujo discurso radical encobre, e favorece, a imigração clandestina, abre as portas aos sentimentos xenófobos e ao enfraquecimento das políticas de integração social das comunidades imigrantes.


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