quarta-feira, junho 4

ALEGRE

uma chamada esquerda do PS que é a esquerda e a direita de si própria. O seu lugar situa-se algures entre o passado o presente e o futuro. O seu passado é republicano laico e socialista, o seu presente é ser “do contra” e o seu futuro é admirar o seu passado. Há uma esquerda do PS que se move em torno de princípios que estão enunciados em tábuas antigas, prossegue lutas em prol das conquistas da história e nutre a crença que há sempre uma porta entreaberta para o futuro. Há uma chamada esquerda do PS que sempre encarnou as dores do parto de uma esquerda nova. Geme, trina, sentencia, pontua, comunica, compunge-se, chora e, na versão popular, acena lenços brancos nas bancadas.
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5 comentários:

MFerrer disse...

Mas representao que de pior tem o oportunismo e a falta de respeito por quem trabalha
MFerrer
http://homem-ao-mar.blogspot.com

Anónimo disse...

Há uma direita no PS e ninguém fala dela. Porque será que só se fala da "esquerda" do PS?

F. Penim Redondo disse...

O grande de combate da esquerda nos dias que correm, segundo Alegre, é saber se é possível ou não outra lógica na economia.Alegre defendeu o direito do Estado a “renacionalizar” algumas empresas estratégicas. “Pode haver situações em que sejam necessárias nacionalizações para a própria sobrevivência da democracia”. É uma hipótese, sublinhou, que “a esquerda tem de ter coragem de encarar

Esta luta por uma nova via para a esquerda merece todo o meu apoio mas o que eu não consigo aceitar é que para o efeito Alegre não consiga referir senão as nacionalizações.
A esquerda, deste ponto de vista, encontra-se exactamente onde se encontrava quando o “PREC” acabou. Alegre que na altura tanto combateu Vasco Gonçalves parece, 34 anos depois, querer dar-lhe razão.

Não me refiro apenas à não demonstrada exequibilidade de tais teses que Alegre apresenta como se vivesse na América Latina. O que mais me choca é o retorno a fórmulas datadas, que no mundo globalizado e desmaterializado em que vivemos cada vez fazem menos sentido por não garantirem os resultados que os seus proponentes pretendem.

Anónimo disse...

Pode ter 'algumas razões', segundo a perspectiva.

Mas também há os que se renderam, desistiram, rodopiaram e fazem agora 'trinta por uma linha' para parecer que continuam a lutar por objectivos antigos.
Lutas que dantes travaram, sabemos hoje, de forma incorrecta.
Oportunisticamente pretextam essas incorrecções para 'travestir' agora, soluções velhas como 'modernas' e 'realistas'.

Os que não desistiram, e são apelidados pejorativamente 'do contra' têm a minha solidariedade.

Anónimo disse...

É uma caso muito interessante, penso que se reflectirem um bocadinho só pode ser que cheguem a brilhantes conclusões como por exemplo, o que leva as pessoas a ficar em casa em dia de eleições, porque é que a politica e os seus intervenientes cairam num completo descrédito, porque é que Portugal está a passar fome.. Reparem que eu estou a pegar em coisas muito simples! A verdade é que homens na politica como Manuel Alegre ha muito poucos, pode ser sonhador, mas pelo menos preocupa-se.