A lista PS e a sua cabeça
Vejam este caso singular. Desta vez, com invejável distância e profissional rigor, o PS escolheu a sua lista às eleições europeias. Tudo foi feito e apresentado publicamente nos conformes. O Dr. Sousa Franco nem sequer é militante do PS. Até o director do Expresso que, nos últimos tempos, mais parece um "valium 10" fora de prazo, vem hoje reconhecer que o homem escolhido para encabeçar esta batalha pelo PS é de alta categoria, uma mais valia para o PS e, deduz-se, um contributo válido para a qualidade do debate político em Portugal. Mas nota-se uma reacção na opinião publicada de perplexidade pelo facto, imagine-se! de a lista escolhida ser boa demais. Assim os bons dirigentes do PS, participando nas eleições europeias, estariam a abandonar o barco. Por outro lado, dizem que o líder elevou a fasquia demais quando anunciou que quer ganhá-las. Ora para ganhar um "campeonato" tem de se ter uma boa equipa e, no PS, ninguém perdoaria ao líder se não entrasse para o ganhar. E ganhando-o, está bem de ver, ninguém estará em condições de pedir a cabeça do líder. Para "tramar" o líder teria de ter acontecido tudo ao contrário: Sousa Franco não ter aceite ser cabeça de lista e os melhores dirigentes do PS serem afastados de a integrar gerando profundas divisões internas. Nada disso aconteceu e o PS pode, além do mais, apresentar-se ao povo português como um partido que valoriza a questão europeia. O mesmo não poderá dizer o PSD ao ser "obrigado" ao embaraço de fazer uma coligação com o PP.
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