terça-feira, agosto 7

HAVANA VELHA - O ENDEREÇO

Posted by PicasaFotografia daqui

Passeio pelo centro - “Havana Velha”. Duas sociedades que convivem: a dos turistas e a do povo cubano. O turismo é uma realidade, ao contrário do que muitos possam pensar, muito recente. O turismo, como actividade económica e social relevante, só emergiu após “a queda do muro”, nos anos 90.

Opulência e pobreza. Mesmo se a simpatia se exibe, com naturalidade, a pobreza não se esconde por detrás dos sorrisos. Está à vista de todos, nos rostos altivos, nas frases desencantadas, nas artimanhas para receber a “propina”, na semi arruinada cidade herdada pela revolução.

Mas “Havana Velha” vive e respira, trabalha e cria, nada tem a esconder, nem carências nem virtudes, nem tristezas nem alegrias, a pobreza não é uma superfície lisa, notam-se diferenças, estatutos e regalias, indecifráveis ao olhar do turista, sendo certo que o estado, que providencia tudo, também não permite a fome.

Dirão, os mais cépticos, se valerá a pena mudar de regime para que a pobreza continue mudando, embora, de qualidade. E a pergunta que me ocorre é: como vencer a pobreza sem mudar de regime? O povo aspira à mudança. É uma evidência. Mas que se desiludam aqueles que pensam como inevitável uma mudança drástica de regime após a morte política (e física) de Fidel.

No entanto impressionou-me a resposta de uma jovem quando lhe pedimos o endereço para lhe enviar uma fotografia: “correio electrónico: não temos!”. Só lhe estávamos a pedir, no entanto, a morada de correio tradicional. E perguntei-me a mim próprio: por quanto tempo será possível a uma sociedade manter os cidadãos afastados do correio electrónico? (Continua).
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4 comentários:

Anónimo disse...

É evidente que a rapariga falou em correio electrónico, porque seria o único que poderia (?) escapar à vigilância da polícia política cubana...
Como se percebe, o correio postal é todo vistoriado...
Ainda bem que muitos portugueses - que teciam loas ao regime soviético-cubano - se vão apercebendo das reqalidades...

Anónimo disse...

É evidente que a rapariga falou em correio electrónico, porque seria o único que poderia (?) escapar à vigilância da polícia política cubana...
Como se percebe, o correio postal é todo vistoriado...
Ainda bem que muitos portugueses - que teciam loas ao regime soviético-cubano - se vão apercebendo das realidades

Luís Maia disse...

M.Rocha
O problema da situação económica cubana, não é só um problema de regime.Cuba não é um pais rico. O que é de regime é o conceito de repartição de riqueza gerada.
Não sendo rico há pouco para repartir e há prioridades, que são a cultura e a saúde.
Cuba não tem o exclusivo da miséria na América latina, ou têm ?
Fidel, não pensaria nunca inaugurar o TGV, sem haver um sistema de saúde para todos a funcionar em pleno e um sistema educativo perfeito.
É um exemplo que dou de prioridades.
Não fique em cuidado comigo, eu detesto a falta de liberdade dos sistemas soviético-cubano.

hfm disse...

Continuo a ler pois é-me difícil pronunciar-me sobre uma sociedade que desconheço. Encontro nela algumas coisas boas mas a falta de liberdade para mim diz tudo. Contudo, não gosto de falar de realidades que desconheço.