Fotografia daqui
Devo esclarecer que nada me move contra Manuel Alegre que foi, aliás, para mim, como para tantos portugueses da minha geração, uma referência forte na resistência ao estado novo. Mas quando os artistas, de qualquer disciplina, se metem nos caminhos da política activa ponho-me em guarda!
A recente arrancada de Manuel Alegre em confronto com a direcção do PS, e do Governo por ele suportado, não é inocente. Ele lá sabe as linhas com que se coze. Mas achei-o demasiado azedo para os primórdios de uma campanha presidencial “à la longue” e demasiado polémico para uma manobra de força tendo em vista a repartição interna de poderes “à la carte”.
Pura ostentação de um esquerdismo tardio? Antecipação de oposição a um governo de “bloco central”, pós legislativas de 2008? Em qualquer caso, contra as minhas expectativas, depois da sessão do Trindade, a dissidência de Alegre parece irreversível!
Tenho a convicção que hoje, à vista da evolução do mundo e, em particular, da Europa, talvez seja preferível um PS de centro/esquerda a um outro PS qualquer que, não sei com quem, de forma séria, se teria de arranjar para formar governo. Pois é do exercício do poder que estamos a falar e não da organização de saraus culturais.
Acho que o PCP é a única força política da esquerda com sabedoria, histórica e prática, para entender isso. Não é por acaso que se não envolveu na aventura do Trindade. O PCP só se envolve em aventuras se caído em desespero, no fim do caminho, ou arrastado por acontecimentos imprevisíveis, deixando, mesmo assim, sempre uma porta aberta para retroceder em boa ordem. É uma tradição que vem de longe.
Manuel Alegre faz-me lembrar Humberto Delgado sem as estrelas do jovem general e sem a ditadura de Salazar do outro lado! Sem ditadura do outro lado, e sem tropas do seu, o “general” Alegre corre o risco de bivacar no campo do “bloco de esquerda”, ou seja, numa futura “terra de ninguém”.
Devo esclarecer que nada me move contra Manuel Alegre que foi, aliás, para mim, como para tantos portugueses da minha geração, uma referência forte na resistência ao estado novo. Mas quando os artistas, de qualquer disciplina, se metem nos caminhos da política activa ponho-me em guarda!
A recente arrancada de Manuel Alegre em confronto com a direcção do PS, e do Governo por ele suportado, não é inocente. Ele lá sabe as linhas com que se coze. Mas achei-o demasiado azedo para os primórdios de uma campanha presidencial “à la longue” e demasiado polémico para uma manobra de força tendo em vista a repartição interna de poderes “à la carte”.
Pura ostentação de um esquerdismo tardio? Antecipação de oposição a um governo de “bloco central”, pós legislativas de 2008? Em qualquer caso, contra as minhas expectativas, depois da sessão do Trindade, a dissidência de Alegre parece irreversível!
Tenho a convicção que hoje, à vista da evolução do mundo e, em particular, da Europa, talvez seja preferível um PS de centro/esquerda a um outro PS qualquer que, não sei com quem, de forma séria, se teria de arranjar para formar governo. Pois é do exercício do poder que estamos a falar e não da organização de saraus culturais.
Acho que o PCP é a única força política da esquerda com sabedoria, histórica e prática, para entender isso. Não é por acaso que se não envolveu na aventura do Trindade. O PCP só se envolve em aventuras se caído em desespero, no fim do caminho, ou arrastado por acontecimentos imprevisíveis, deixando, mesmo assim, sempre uma porta aberta para retroceder em boa ordem. É uma tradição que vem de longe.
Manuel Alegre faz-me lembrar Humberto Delgado sem as estrelas do jovem general e sem a ditadura de Salazar do outro lado! Sem ditadura do outro lado, e sem tropas do seu, o “general” Alegre corre o risco de bivacar no campo do “bloco de esquerda”, ou seja, numa futura “terra de ninguém”.
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2 comentários:
Eduardo: estamos de acordo quanto a esta questão. A despropósito, a semana passada vaguei por faro, o que não fazia há muitos anos. Bebi um café no Aliança e mirei de fora a Gardy. Em frente há a Gardy dos croissants. Passei pela Tomás Cabreira e pelo Liceu, onde há mais de 40 anos os defrontei num jogo de andebol. De resto, a zona central não está mal tratada.
Abraço.
Eu acho que ninguém em seu juizo perfeito teria algo a apontar a Alegre, excepto, talvez, uma continuada tendência para se marginalizar. Isso era com ele. Mas quando se junta à esquerda irresponsável e vociferante que exige a revolução pronto-a-comer. Um verdadeiro fast-revolt que a nada atende e zomba da realidade, então temos que o responsabilizar pelas consequências. Que não vão ser boas. Nem comiseradoras para com os autistas que vão para as ruas por dá cá aquela hora extraordinária. Depois, podem seguir o caminho da emigração ou da CN de Aposentações. Ele M.Alegre nunca reconhecerá que se enganou e que deseja deitar fora o bébé com a água do banho.
MFerrer
http://homem-ao-mar.blogspot.com
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