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Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
segunda-feira, março 17
We will never have a perfect model of risk
The current financial crisis in the US is likely to be judged in retrospect as the most wrenching since the end of the second world war. It will end eventually when home prices stabilise and with them the value of equity in homes supporting troubled mortgage securities.
(…)
In the current crisis, as in past crises, we can learn much, and policy in the future will be informed by these lessons. But we cannot hope to anticipate the specifics of future crises with any degree of confidence. Thus it is important, indeed crucial, that any reforms in, and adjustments to, the structure of markets and regulation not inhibit our most reliable and effective safeguards against cumulative economic failure: market flexibility and open competition.
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domingo, março 16
DISSERAM LIBERDADE?
Esta palavra liberdade é uma palavra muito séria. Não é para ser usada para aí aos quatro ventos por quem só se lembra dela quando lhe convém. Entre outras coisas, a liberdade implica a coragem de dar a cara por aquilo em que se acredita. Não me merecem nenhum respeito os professores que passaram a semana anterior à manifestação a falar aos jornais sob anonimato ou nome fictício - perante a complacência ou mesmo cumplicidade dos jornalistas. Diziam que assim se precaviam contra represálias da “ditadura” da ministra da Educação. E, ao aceitaram tal anonimato e a sua justificação, os jornalistas fizeram-se cúmplices dessa acusação gratuita de que a ministra é pessoa para perseguir quem se lhe opuser. Também cá tenho algumas cartas anónimas de professores desses, invariavelmente forradas de insultos e difamações pessoais de toda a ordem. Em nome da liberdade e da sua dignidade ofendida, dizem. Dizem, mas não sabem: a liberdade é outra coisa. E a dignidade também.
Espanta-me a falta de reflexão sobre a inversão ética da tese aqui contida: se alguém se recusa a subscrever as opiniões que emite é porque está com medo; e, se está com medo, é a prova de que a liberdade está ameaçada. Onde houver um cobarde, portanto, será sempre sinal de que a liberdade está em perigo - a conclusão até pode estar certa filosoficamente, o caminho para lá chegar é que representa uma inversão de valores. Se todos falássemos sob anonimato sem dúvida que viveríamos ainda em ditadura. E sabem quem seriam os primeiros a calar-se?
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sábado, março 15
PS: O COMÍCIO DO PORTO
O PS realizou o comício do Porto. Alguns defenderam que se tratou de uma manifestação dispensável, politicamente defensiva. A ideia faz sentido mas a luta política, como qualquer luta, é feita de avanços e recuos, ataques e defesas, rupturas e consensos … e, para encurtar razões, o comício foi um acto político corajoso!
Deu para perceber alguns aspectos curiosos que podem ter passado despercebidos ou ser desvalorizados: o regresso de Jorge Coelho à tribuna, as presenças de Correia de Campos e Isabel Pires de Lima, ministros recentemente remodelados e, mais importante, o sinal público de que Elisa Ferreira poderá vir a ser a candidata do PS à Câmara Municipal do Porto.
Se a minha antevisão estiver certa estes sinais são mais importantes para o futuro do que muitos possam pensar.
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ALGARVE - ESTRADA NACIONAL 125
De vez em quando gosto de regressar à minha terra e aquela estrada faz parte das minhas memórias mais longínquas. Tornou-se, com o passar do tempo, numa espécie de trilho para gincana, ou, se quisermos ser mais realistas, num cemitério. Não sei como vai ser executada a obra, nem o tempo real que vai demorar, mas é mais uma tarefa difícil a que este governo mete ombros. Aos governos pede-se que cumpram os programas e resolvam os problemas. Não sei se é para preparar o lançamento de portagens na Via do Infante mas é um imperativo para a promoção do desenvolvimento do Algarve dispor de uma via rodoviária decente, alternativa à Via do Infante, e essa via só pode ser a Estrada Nacional 125. A solução está mesmo à mão mas o mais difícil é ir além do blá blá blá, ou seja, fazer.
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EDUARDO BARROSO
Choque frontal: a excelência profissional de Eduardo Barroso contra a inveja nacional. Um dia ele disse-me, e disse também numa entrevista, sem citar nomes, que tinha ficado magoado por o termos excluído da lista de candidatos do MES a umas eleições. Devem ter sido as primeiras eleições do período pós 25 de Abril. A descrição da cena dita por ele é de morrer a rir. Diz ele, pois não me lembro de nada, que o chamamos e lhe dissemos que não podia ser candidato porque era sobrinho do Mário Soares. No lugar dele iria ser candidato o José Gameiro. Custa-me a acreditar mas devo reconhecer que se ele o diz deve ser verdade. Nunca mais se esqueceu dessa exclusão. Ele jura a pés juntos que é verdade. Foi deplorável. Como é deplorável ser apodado de mercenário da medicina! Um dos maiores, senão o maior, cirurgião português em actividade!
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sexta-feira, março 14
quinta-feira, março 13
CONSERVEMOS O EQUILÍBRIO
“É o cristianismo que explica o bolchevismo. Conservemos o equilíbrio para não nos tornarmos assassinos.”
Cadernos (Setembro de 1945/ Abril de 1948).
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AVALIAÇÃO, DEMOCRACIA, CONFLITO
Fairmount, Indiana, 1955
A necessidade de avaliação dos profissionais do serviço público é relativamente fácil de compreender. Como é fácil de reconhecer o papel da avaliação do desempenho individual dos funcionários na melhoria da qualidade dos serviços públicos. O que fica demonstrado pelos últimos acontecimentos é que em Portugal não existe cultura de avaliação e auto avaliação. Nesta área tudo tem sido, ao longo dos tempos, um fingimento. Mas esta não é uma questão específica dos professores. É uma questão que envolve toda a administração pública. O debate em torno da questão da avaliação seria inevitável, com mais ou menos intensidade, mais ou menos impacto público, mais ou menos conflitualidade, o que é inerente a qualquer grande mudança que se pretenda realizar na administração pública. No caso concreto dos professores entendam-se as razões e assuma-se o confronto. Em democracia o funcionamento das instituições e a aplicação da lei permitem, em liberdade, encontrar sempre solução para todos os conflitos.
A necessidade de avaliação dos profissionais do serviço público é relativamente fácil de compreender. Como é fácil de reconhecer o papel da avaliação do desempenho individual dos funcionários na melhoria da qualidade dos serviços públicos. O que fica demonstrado pelos últimos acontecimentos é que em Portugal não existe cultura de avaliação e auto avaliação. Nesta área tudo tem sido, ao longo dos tempos, um fingimento. Mas esta não é uma questão específica dos professores. É uma questão que envolve toda a administração pública. O debate em torno da questão da avaliação seria inevitável, com mais ou menos intensidade, mais ou menos impacto público, mais ou menos conflitualidade, o que é inerente a qualquer grande mudança que se pretenda realizar na administração pública. No caso concreto dos professores entendam-se as razões e assuma-se o confronto. Em democracia o funcionamento das instituições e a aplicação da lei permitem, em liberdade, encontrar sempre solução para todos os conflitos.
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CORES E SÍMBOLOS
Imagem daqui
Quem pensa que em Portugal não há oposição política pode desenganar-se. Nunca, fosse qual fosse o regime, em Portugal, deixou de existir oposição política. Hoje mais do que nunca, à velocidade surpreendente das flutuações da opinião pública, a oposição pode ser obrigada a engolir o poder mesmo quando não está preparada para o digerir. E cada partido, com vocação de poder gera, em si mesmo, oposição às suas próprias políticas. Os símbolos e as cores são importantes nesta geometria do poder. No PS já existia o partido do punho e o partido da rosa. No PSD, a partir de agora, passa a existir o partido laranja e o partido azul. Verdadeiramente só o PCP não muda nem de cor, nem de símbolo e, ao contrário dos outros, se algum dia mudar morre.
Quem pensa que em Portugal não há oposição política pode desenganar-se. Nunca, fosse qual fosse o regime, em Portugal, deixou de existir oposição política. Hoje mais do que nunca, à velocidade surpreendente das flutuações da opinião pública, a oposição pode ser obrigada a engolir o poder mesmo quando não está preparada para o digerir. E cada partido, com vocação de poder gera, em si mesmo, oposição às suas próprias políticas. Os símbolos e as cores são importantes nesta geometria do poder. No PS já existia o partido do punho e o partido da rosa. No PSD, a partir de agora, passa a existir o partido laranja e o partido azul. Verdadeiramente só o PCP não muda nem de cor, nem de símbolo e, ao contrário dos outros, se algum dia mudar morre.
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quarta-feira, março 12
terça-feira, março 11
IGREJA E POLÍTICA
Episcopado espanhol felicita Zapatero
Deus lhes perdoe pelo mal que disseram que já foram castigados pelo voto popular. E tu, José olhai bem o arrependimento deles e sede cuidadoso na administração do verbo que sempre acreditei na tua boa fé.
Deus lhes perdoe pelo mal que disseram que já foram castigados pelo voto popular. E tu, José olhai bem o arrependimento deles e sede cuidadoso na administração do verbo que sempre acreditei na tua boa fé.
O CARÁCTER
Águeda Sena, uma grande mulher da cultura portuguesa, enviou-me ainda a propósito disto, “O Carácter”, cujo autor é seu pai, Faria de Vasconcelos, acompanhado de uma simples dedicatória: Para o Eduardo Graça com afecto e admiração de Águeda Sena”.
Obrigada. Compreendo a mensagem e transcrevo alguns parágrafos soltos desse magnífico texto de seu pai, um extraordinário intelectual e pedagogo português, esquecido, cujos pensamento e acção foram marcantes na primeira metade do século XX:
Quero falar-vos do carácter.
É um tema que tem sido tratado muitas vezes. Há nele uma força de atracção e de fascinação poderosa e facilmente explicável. (…)
Uma pessoa de carácter não só delibera, não só pesa com vigor as razões que convém adoptar mas também toma uma decisão forte. Um acto de carácter é um acto de decisão pessoal, é a afirmação de uma acção intensa e vigorosa. (…)
Mas não basta ver com claridade, decidir-se pessoalmente. Uma pessoa de carácter é uma pessoa de acção, leva as suas decisões à prática, não fica fechado em si, nos seus castelos interiores, nos seus sonhos. Esse alguém quer dar vida às suas ideias, às suas decisões, tem sede e fome de realidades, o mundo exterior é luta pelo mundo interior que leva em si. (…)
Não fomos feitos para a luta e se a empreendemos, quantas vezes a abandonamos no meio do caminho. Fechamo-nos nas nossas casas, tapamos portas e janelas quando as responsabilidades e os ruídos da acção são mais fortes. E através de um buraquinho olhamos as peripécias do combate. Se eles ganham, estamos com eles e quase nos apoderamos do seu triunfo, se perdem, quando não lhes viramos as costas, caímos sobre eles como inimigos implacáveis. (…)
Uma qualidade mais do carácter é o entusiasmo, esse raro e largo poder de vibrar, de dar-se, de admirar.
O entusiasmo é criador, faz surgir a vida múltipla e fecunda. A palavra entusiasmo significa em Grego: “Deus está entre nós”. É admirável o sentido. E com efeito o entusiasmo tem algo de divino. Um ser entusiasta cria um mundo em si e cria-o em torno de si. (…)
Ser um carácter é criar e dar-se ao mesmo tempo! Nós os artistas, é o que fazemos.
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Obrigada. Compreendo a mensagem e transcrevo alguns parágrafos soltos desse magnífico texto de seu pai, um extraordinário intelectual e pedagogo português, esquecido, cujos pensamento e acção foram marcantes na primeira metade do século XX:
Quero falar-vos do carácter.
É um tema que tem sido tratado muitas vezes. Há nele uma força de atracção e de fascinação poderosa e facilmente explicável. (…)
Uma pessoa de carácter não só delibera, não só pesa com vigor as razões que convém adoptar mas também toma uma decisão forte. Um acto de carácter é um acto de decisão pessoal, é a afirmação de uma acção intensa e vigorosa. (…)
Mas não basta ver com claridade, decidir-se pessoalmente. Uma pessoa de carácter é uma pessoa de acção, leva as suas decisões à prática, não fica fechado em si, nos seus castelos interiores, nos seus sonhos. Esse alguém quer dar vida às suas ideias, às suas decisões, tem sede e fome de realidades, o mundo exterior é luta pelo mundo interior que leva em si. (…)
Não fomos feitos para a luta e se a empreendemos, quantas vezes a abandonamos no meio do caminho. Fechamo-nos nas nossas casas, tapamos portas e janelas quando as responsabilidades e os ruídos da acção são mais fortes. E através de um buraquinho olhamos as peripécias do combate. Se eles ganham, estamos com eles e quase nos apoderamos do seu triunfo, se perdem, quando não lhes viramos as costas, caímos sobre eles como inimigos implacáveis. (…)
Uma qualidade mais do carácter é o entusiasmo, esse raro e largo poder de vibrar, de dar-se, de admirar.
O entusiasmo é criador, faz surgir a vida múltipla e fecunda. A palavra entusiasmo significa em Grego: “Deus está entre nós”. É admirável o sentido. E com efeito o entusiasmo tem algo de divino. Um ser entusiasta cria um mundo em si e cria-o em torno de si. (…)
Ser um carácter é criar e dar-se ao mesmo tempo! Nós os artistas, é o que fazemos.
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O POLIS, FARO E O DR. SILVA NOBRE
A propósito da descrição de um episódio (A Defesa de Faro)
Bela descrição que dá para pensar em tantas coisas, desde a evolução dos cuidados de saúde públicos à religião, desde os espaços públicos da cidade às suas figuras ilustres, como o Dr. Silva Nobre. A cidade que não sobrevive sem a iniciativa criadora das suas gentes, sem cuidar dos seus espaços mais nobres, sem criar riqueza, promovendo a economia, a educação, a cultura, a história, o ambiente, atraindo o investimento e a massa cinzenta.
Bela descrição que dá para pensar em tantas coisas, desde a evolução dos cuidados de saúde públicos à religião, desde os espaços públicos da cidade às suas figuras ilustres, como o Dr. Silva Nobre. A cidade que não sobrevive sem a iniciativa criadora das suas gentes, sem cuidar dos seus espaços mais nobres, sem criar riqueza, promovendo a economia, a educação, a cultura, a história, o ambiente, atraindo o investimento e a massa cinzenta.
Faro tem duas saídas para não se deixar apagar do mapa do desenvolvimento da região e do país: a universidade, pólo de atracção para a criação de riqueza na área do conhecimento e o turismo, pólo de atracção para criar riqueza na área da economia mercantil. Todos os investimentos estratégicos, numa época em que os recursos, incluindo os fundos comunitários vão ser cada vez mais escassos, deveriam ser canalizados, no essencial, para estas duas áreas.
O Polis pode ser um factor de mobilização de recursos útil para a dinamização de uma estratégia de desenvolvimento da cidade se não passar ao lado de qualquer uma delas.
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segunda-feira, março 10
SURPRESAS E AFECTOS
A Helena divulgou na Linha de Cabotagem o livro/objecto Primeiros Poemas (capa e dois poemas), ilustrado com aguarelas e grafismo da Isabel Espinheira, uma micro edição, destinada a ser prenda de Natal para a “família alargada” mas que se tornou, devido ao atraso, simplesmente num livro.
O livro/objecto, de concepção artesanal, apesar de ser realizado em tipografia, é uma homenagem à minha mulher Guida reproduzindo na capa, e no interior, uma fotografia que eu próprio lhe tirei no regresso de uma viagem a Sagres no verão de 1980 ou 81.
Foi inspirado num outro, esse sim de beleza excepcional, uma prenda de Natal que a Helena, no tempo próprio, me enviou. E assim corre a vida entre o que mais interessa: surpresas e afectos.
O livro/objecto, de concepção artesanal, apesar de ser realizado em tipografia, é uma homenagem à minha mulher Guida reproduzindo na capa, e no interior, uma fotografia que eu próprio lhe tirei no regresso de uma viagem a Sagres no verão de 1980 ou 81.
Foi inspirado num outro, esse sim de beleza excepcional, uma prenda de Natal que a Helena, no tempo próprio, me enviou. E assim corre a vida entre o que mais interessa: surpresas e afectos.
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domingo, março 9
LAVAGEM DE DINHEIRO?
• PSD - Novos regulamentos abrem porta a «lavagem de dinheiro», diz Rio – Suponho que estou a ler bem!
O presidente da Câmara Municipal do Porto considerou, este domingo, que as alterações feitas aos regulamentos internos no partido são «graves e perigosas» por abrirem uma «porta à lavagem de dinheiro ao nível do financiamento partidário».
O presidente da Câmara Municipal do Porto considerou, este domingo, que as alterações feitas aos regulamentos internos no partido são «graves e perigosas» por abrirem uma «porta à lavagem de dinheiro ao nível do financiamento partidário».
sábado, março 8
EDUCAÇÃO: HAJA DECÊNCIA!
Holly Roberts
O capítulo da Educação (não superior), do Programa do Governo, subordina-se ao lema MAIS E MELHOR EDUCAÇÃO, sintetizado no subtítulo: Apostar em mudanças estruturais, para conseguir a educação de qualidade para todos.
Hoje dei-me ao trabalho de ler este capítulo do Programa do Governo para me certificar, atendendo à aguardada “manifestação da indignação”, se as políticas que têm vindo a ser prosseguidas, nesta área, traem o programa no qual votei.
Salvaguardando a natureza, obrigatoriamente genérica, do programa de qualquer governo, a idiossincrasia do primeiro-ministro, a catadura da ministra da educação, as vicissitudes originadas por algumas metodologias erradas e calendários mal aplicados, a execução da política de educação, consagrada no programa do governo, cumpre, no essencial, com o compromisso eleitoral. O programa eleitoral no qual votei não está a ser traído!
Sei que é um exercício penoso ler um programa de governo, sei que os programas dos governos valem o que valem, mas quem quiser dar-se ao trabalho de ler este verificará que tudo o que tem vindo a ser anunciado, realizado, ou em curso de realização, para a área da educação não superior, está lá previsto.
Pode acontecer que haja quem não esteja de acordo com o programa do governo, por isso é que existe oposição; pode acontecer que haja quem se tenha enganado no partido em que votou, por não se ter dado conta do teor do seu programa eleitoral, por isso é que existe o acto de contrição; pode acontecer que cada um de nós leia o mesmo texto e o entenda de forma divergente, por isso é que existe a discussão. É a democracia!
Pode acontecer muita coisa, mas ninguém pode acusar o governo, e a ministra da educação, de falta de coerência, no plano programático, ou de falta de coragem, no plano político. Um pouco mais de estudo e um pouco menos de demagogia. Haja decência!
O capítulo da Educação (não superior), do Programa do Governo, subordina-se ao lema MAIS E MELHOR EDUCAÇÃO, sintetizado no subtítulo: Apostar em mudanças estruturais, para conseguir a educação de qualidade para todos.
Hoje dei-me ao trabalho de ler este capítulo do Programa do Governo para me certificar, atendendo à aguardada “manifestação da indignação”, se as políticas que têm vindo a ser prosseguidas, nesta área, traem o programa no qual votei.
Salvaguardando a natureza, obrigatoriamente genérica, do programa de qualquer governo, a idiossincrasia do primeiro-ministro, a catadura da ministra da educação, as vicissitudes originadas por algumas metodologias erradas e calendários mal aplicados, a execução da política de educação, consagrada no programa do governo, cumpre, no essencial, com o compromisso eleitoral. O programa eleitoral no qual votei não está a ser traído!
Sei que é um exercício penoso ler um programa de governo, sei que os programas dos governos valem o que valem, mas quem quiser dar-se ao trabalho de ler este verificará que tudo o que tem vindo a ser anunciado, realizado, ou em curso de realização, para a área da educação não superior, está lá previsto.
Pode acontecer que haja quem não esteja de acordo com o programa do governo, por isso é que existe oposição; pode acontecer que haja quem se tenha enganado no partido em que votou, por não se ter dado conta do teor do seu programa eleitoral, por isso é que existe o acto de contrição; pode acontecer que cada um de nós leia o mesmo texto e o entenda de forma divergente, por isso é que existe a discussão. É a democracia!
Pode acontecer muita coisa, mas ninguém pode acusar o governo, e a ministra da educação, de falta de coerência, no plano programático, ou de falta de coragem, no plano político. Um pouco mais de estudo e um pouco menos de demagogia. Haja decência!
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sexta-feira, março 7
RIO DE JANEIRO CAPITAL DO REINO
Em 29 de Novembro de 1807, após um dia chuvoso, o príncipe d. João, d. Carlota, seus filhos, a rainha d. Maria I, vários outros parentes partiram em meio ao outono lisboeta. Do rio Tejo saíram as embarcações. Seguiram, além da família real, nobres, funcionários da Corte, ministros e políticos do Reino. Cerca de 15 mil pessoas. Os franceses ao chegarem à capital portuguesa em 30/11 ficaram a ver navios, frustrados com a não captura dos governantes lusos. Tudo o que era necessário para permanecer governando foi transportado. Insistia, entrementes, uma sensação dúbia: covardia ou esperteza? D. João estava angustiado. Seu país sendo atacado, o povo morrendo e ele seguindo viagem. Desconfortos psicológicos e físicos. Tormentas nos pensamentos e nos vagalhões dos mares que chegou a atrapalhar a travessia. Escassearam os víveres. Natal, Ano Novo e Dia de Reis se passaram. Então, a terra firme finalmente chegou. Em 22 de Janeiro de 1808 os barcos atracaram na antiga primeira capital do Brasil, a ensolarada Salvador. Porém, o abatido e cheio de dúvidas d. João após 54 dias no mar pisou o solo brasileiro apenas 24 hs depois. Foi o primeiro rei europeu a fazê-lo. Revisões nos navios, um pouco de descanso. Seguiram a viagem em 26 de Fevereiro. Dia 7 de Março a família real chegava ao destino final, a cidade do Rio de Janeiro.
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quinta-feira, março 6
CGTP – o insuportável peso da idade
Já está disponível no site do “Semanário Económico” e no IR AO FUNDO E VOLTAR o artigo com o título em epígrafe. Aqui deixo os seus três primeiros parágrafos.
Enquanto Carvalho da Silva proferia o seu discurso “pronto-a-vestir” que assenta na perfeição a qualquer governo, seja qual for o estádio de desenvolvimento da sociedade e da economia, a CGTP criou, no âmbito do seu XI Congresso, uma regra que exclui da sua direcção os sindicalistas sexagenários. Estava dado o sinal à sociedade e, em particular, ao mundo laboral, de que a CGTP não é para velhos.
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Esta não é uma questão menor, desde logo, porque confirma a intenção de eliminar a influência de dirigentes que, segundo todas as informações, defendem pontos de vista divergentes face à tendência política dominante naquela central sindical. Jerónimo de Sousa, nascido em 13 de Abril de 1947, não poderia hoje, pela sua “provecta idade” (60 anos), ser dirigente da CGTP mas pode, por ironia, ser secretário-geral do PCP.
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Mal se imaginava que a CGTP, confrontada com a implosão do mundo social que esteve na sua génese, enveredasse pelo caminho da “fobia gerontológica”. Quando se sabe que um dos lados mais dramáticos das sociedades do nosso tempo é o estigma da idade, a desvalorização da experiência, a distância entre as aspirações dos cidadãos comuns e os objectivos das grandes organizações, como pode o afastamento dos mais velhos do comando da CGTP arvorar-se em bandeira de renovação e modernidade?
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PEDRO DORIA
Sou de esquerda e continuarei de esquerda. Para mim, isto quer dizer que o Estado laico tem responsabilidades econômicas perante a sociedade, deve serviços a ela. Quer dizer que acredito que as empresas também têm responsabilidades econômicas e sociais perante a comunidade que as sustenta. Acredito em liberdade de expressão sobretudo e não acredito em laissez-faire sem vigília. Mas entre as idéias de Thomas Jefferson e as de Lênin, sigo com as de Jefferson.
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A RUA
Chris Dunker
Tenho a certeza que a próxima manifestação da “Frente Comum” vai ser a maior manifestação de sempre pois cada uma das manifestações da “Frente Comum” é sempre a maior manifestação de sempre.
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NO MEIO - A VIRTUDE - NO MEIO
Pedro Vieira, in 5 Dias
Sempre me causou uma profunda estranheza a manutenção de Rui Marques, durante tanto tempo, em tão delicada missão de estado, ou seja, à frente do organismo que trata da questão da imigração, aquela que muitos consideram, hoje, a questão social mais importante do mundo ocidental. Mistérios, entre muitos, da governação socialista.
Nada tenho contra a pessoa do Rui Marques, nem sequer duvido da sua competência técnica, mas a matéria que é mister ser tratada no organismo que ele administrou é de natureza eminentemente política. Sempre um conservador pode executar uma política progressista e um progressista executar uma politica conservadora. Há mesmo conservadores mais progressistas que muitos socialistas que conheço.
Para desempenhar funções de direcção na administração pública o mais importante é a definição rigorosa da missão, a confiança pessoal e política, a competência técnica e a lealdade institucional. Mas, no caso em apreço, trata-se de uma das áreas mais sensíveis da política de qualquer governo, na qual entroncam questões de natureza social, educacional, civilizacional, cultural, de segurança interna, e por aí fora, o que exige uma sintonia política muito apertada. Não me parecia ser o caso. Mas talvez só Deus soubesse!
Rui Marques, finalmente liberto daquela missão, deu um sinal da sua excentricidade propondo-se criar um partido politicamente situado, no meio, entre o PS e o PSD. Aperto as meninges e não encontro esse lugar, não diviso o espaço, mas como diz o post que me inspira: o rui marques bem sabe que no meio está a virtude. e a esperança de portugal.
Sempre me causou uma profunda estranheza a manutenção de Rui Marques, durante tanto tempo, em tão delicada missão de estado, ou seja, à frente do organismo que trata da questão da imigração, aquela que muitos consideram, hoje, a questão social mais importante do mundo ocidental. Mistérios, entre muitos, da governação socialista.
Nada tenho contra a pessoa do Rui Marques, nem sequer duvido da sua competência técnica, mas a matéria que é mister ser tratada no organismo que ele administrou é de natureza eminentemente política. Sempre um conservador pode executar uma política progressista e um progressista executar uma politica conservadora. Há mesmo conservadores mais progressistas que muitos socialistas que conheço.
Para desempenhar funções de direcção na administração pública o mais importante é a definição rigorosa da missão, a confiança pessoal e política, a competência técnica e a lealdade institucional. Mas, no caso em apreço, trata-se de uma das áreas mais sensíveis da política de qualquer governo, na qual entroncam questões de natureza social, educacional, civilizacional, cultural, de segurança interna, e por aí fora, o que exige uma sintonia política muito apertada. Não me parecia ser o caso. Mas talvez só Deus soubesse!
Rui Marques, finalmente liberto daquela missão, deu um sinal da sua excentricidade propondo-se criar um partido politicamente situado, no meio, entre o PS e o PSD. Aperto as meninges e não encontro esse lugar, não diviso o espaço, mas como diz o post que me inspira: o rui marques bem sabe que no meio está a virtude. e a esperança de portugal.
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quarta-feira, março 5
O FUTURO DO MUNDO PASSA POR AQUI (II)
Big Wins for Clinton in Texas and Ohio; McCain Clinches Race as Foe Concedes
Para o campo democrático, quanto à escolha presidencial, o prognóstico é reservado para quem quiser ganhar seja quem for que ganhe. Revelo a minha preferência por Hillary apesar da esquerda bem pensante europeia se ter enamorado por Obama.
Posso estar enganado mas julgo que se enganam aqueles que pensam que Obama representa o renascer da esperança no futuro da esquerda na América e no mundo.
Quero crer que Hillary, face à dura realidade da América, na era pós Bush, equilibrará, de forma mais fiável, na política interna e externa, o renascer da esperança na esquerda com o pragmatismo necessário para a gestão da crise.
Para o campo democrático, quanto à escolha presidencial, o prognóstico é reservado para quem quiser ganhar seja quem for que ganhe. Revelo a minha preferência por Hillary apesar da esquerda bem pensante europeia se ter enamorado por Obama.
Posso estar enganado mas julgo que se enganam aqueles que pensam que Obama representa o renascer da esperança no futuro da esquerda na América e no mundo.
Quero crer que Hillary, face à dura realidade da América, na era pós Bush, equilibrará, de forma mais fiável, na política interna e externa, o renascer da esperança na esquerda com o pragmatismo necessário para a gestão da crise.
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O FUTURO DO MUNDO PASSA POR AQUI (I)
In Público
Um polícia desfralda a bandeira chinesa na Praça Tiananmen, em Pequim. O Congresso Nacional do Povo começa hoje e durará quase duas semanas.
Um polícia desfralda a bandeira chinesa na Praça Tiananmen, em Pequim. O Congresso Nacional do Povo começa hoje e durará quase duas semanas.
Foto: David Gray/Reuters
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terça-feira, março 4
A AVALIAÇÃO
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No domínio da educação, a mudança envolve necessariamente os professores. Os mais diversos estudos internacionais mostram que o enfoque na selecção e na qualidade dos professores constitui o factor mais significativo de diferenciação entre os sistemas que apresentam os melhores resultados em matéria de capacitação dos alunos para o ambiente cultural a económico moderno. Entre os países que mais rapidamente o reconheceram contam-se alguns onde o choque da imigração foi mais forte e obrigou, conjuntamente com a abertura da economia, a uma mutação mais radical. Não consta que os professores se tenham considerado atacados pela mudança de métodos. Apenas em França vimos isso acontecer e os resultados estão à vista, tanto em matéria de emprego como de coesão social. É entre esses modelos que temos de escolher e só podemos lamentar que uma classe que precisa de ser respeitada opte pelo insulto como instrumento de “defesa”.
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VENDE-CE
Imagem daqui
Na minha viagem do último fim-de-semana ao Algarve, uma “ida à terra”, pelo meio de festividades familiares, da inauguração da exposição de Alfredo Garcia Revuelta, na Galeria Trem, de uma visita ao Museu Municipal de Faro, guiada pela própria directora Dália Paulo (competentíssima), o meu filho assinalou, na estrada a caminho de Olhão, o anúncio pintado na parede do casarão: VENDE-CE …
Na minha viagem do último fim-de-semana ao Algarve, uma “ida à terra”, pelo meio de festividades familiares, da inauguração da exposição de Alfredo Garcia Revuelta, na Galeria Trem, de uma visita ao Museu Municipal de Faro, guiada pela própria directora Dália Paulo (competentíssima), o meu filho assinalou, na estrada a caminho de Olhão, o anúncio pintado na parede do casarão: VENDE-CE …
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segunda-feira, março 3
UMA GUERRA SUJA
Todos os cenários são possíveis. Mas uma coisa é certa: as lideranças políticas da Venezuela e do Equador – admiradas por certa esquerda ocidental - mostram ao mundo a sua relação íntima com as FARC. Chavez pensa que descobriu o ovo de Colombo: vende as suas boas graças ao ocidente e, em troca, financia as FARC. Não sei qual o preço praticado por refém. Deve depender da importância, pessoal, social e política de cada um, para os compradores da sua liberdade. A França revelou que o nº 2 das FARC, morto no ataque do exército colombiano, era um seu interlocutor. Vive-se por ali um dos mais dramáticos episódios da história contemporânea com todos os ingredientes dos poderes podres: reféns, droga, petróleo e armas.
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AS BORRAS DE IMPÉRIO (IV)
Nubar Alexanian
Portugal é feito dos que partem
e dos que ficam. Mas estes
numa inveja danada por aqueles terem
sido capazes de partir, imaginam-lhes a vida
a série de triunfos sonhados por eles mesmos
nas horas de descrerem da mesquinhez em que triunfam
todos os dias. E raivosamente
escondem a frustração nos clamores
da injustiça por os outros lá não estarem
(como eles estão), do mesmo passo
que se ocupam afanosamente em suprimi-los
(não vão eles ser tão tolos –
- a ponto de voltarem).
8/6/1971
Jorge de Sena.
[AS BORRAS DE IMPÉRIO (I) (II) (III) e (IV) no Caderno de Poesia]
Portugal é feito dos que partem
e dos que ficam. Mas estes
numa inveja danada por aqueles terem
sido capazes de partir, imaginam-lhes a vida
a série de triunfos sonhados por eles mesmos
nas horas de descrerem da mesquinhez em que triunfam
todos os dias. E raivosamente
escondem a frustração nos clamores
da injustiça por os outros lá não estarem
(como eles estão), do mesmo passo
que se ocupam afanosamente em suprimi-los
(não vão eles ser tão tolos –
- a ponto de voltarem).
8/6/1971
Jorge de Sena.
[AS BORRAS DE IMPÉRIO (I) (II) (III) e (IV) no Caderno de Poesia]
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ENCASINADO
Pois eu também acho. Os meandros do negócio envolvem gente grada – a que já foi citada e outra que se mantém a recato – e o regime parece que não aguenta ir a jogo. São uns merdas!
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domingo, março 2
sexta-feira, fevereiro 29
ALBERT CAMUS
“Para os cristãos, a Revelação está no início da história. Para os marxistas, está no fim. Duas religiões.”
Albert Camus - Caderno n.º5 [Setembro de 1945 a Abril de 1948.]
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5 MINUTOS
Raymond Meeks
Hoje, 29 de Fevereiro de 2008, das 19:55 às 20:00 horas, propõe-se apagar todas as luzes e se possível todos os aparelhos eléctricos, para o nosso planeta poder 'respirar'. Se a resposta for massiva, a poupança energética pode ser brutal. Só 5 minutos, para ver o que acontece. Sim, estaremos 5 minutos às escuras, podemos acender uma vela e simplesmente ficar a olhar para ela, estaremos a respirar nós e o planeta. Lembrem-se que a união faz a força e a Internet pode ter muito poder e podemos mesmo fazer algo em grande. Passa a notícia, se tiveres amigos a viver noutros países envia-lhes e pede-lhes que façam a tradução e adaptem as horas.
Hoje, 29 de Fevereiro de 2008, das 19:55 às 20:00 horas, propõe-se apagar todas as luzes e se possível todos os aparelhos eléctricos, para o nosso planeta poder 'respirar'. Se a resposta for massiva, a poupança energética pode ser brutal. Só 5 minutos, para ver o que acontece. Sim, estaremos 5 minutos às escuras, podemos acender uma vela e simplesmente ficar a olhar para ela, estaremos a respirar nós e o planeta. Lembrem-se que a união faz a força e a Internet pode ter muito poder e podemos mesmo fazer algo em grande. Passa a notícia, se tiveres amigos a viver noutros países envia-lhes e pede-lhes que façam a tradução e adaptem as horas.
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TRAÇOS E CORES
Recebi da Helena, via Traços e Cores, esta menção. Obrigada. O que na menção vale verdadeiramente a pena, além do mais, é permitir a divulgação deste blogue sem desprimor para qualquer outro, em particular, os seguintes a quem passo:
BARBEARIA DO SENHOR LUÍS, A DEFESA DE FARO, DE TUDO UM POUCO … OU NADA, ANDRÉ BENJAMIM e RESPIRAR O MESMO AR
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BARBEARIA DO SENHOR LUÍS, A DEFESA DE FARO, DE TUDO UM POUCO … OU NADA, ANDRÉ BENJAMIM e RESPIRAR O MESMO AR
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quinta-feira, fevereiro 28
O PSD BALANÇA ...
Kerry Skarbakka
O PSD é um partido singular não só pela sua origem histórica, que não interessa nada à maioria das pessoas, mas que é um bom objecto de estudo para politólogos e sociólogos, como pelas suas propostas e posturas políticas actuais.
O PSD é um partido singular não só pela sua origem histórica, que não interessa nada à maioria das pessoas, mas que é um bom objecto de estudo para politólogos e sociólogos, como pelas suas propostas e posturas políticas actuais.
Por mim acho que é preferível que exista um partido como o PSD no qual confluem várias correntes de opinião e forças políticas não formais, moderadas, do que deixar a representação política da direita entregue à extrema-direita. Do mal, o menos.
Sempre é preferível ver Arménio Santos, em representação da tendência sindical social-democrata, na manifestação hegemonizada pela corrente sindical comunista, do que sermos confrontados com a adesão de parte da sua base social de apoio a actos de violência preconizados por uma qualquer organização de extrema-direita.
Não é mau de todo dispor de um PSD que reivindica, num dia, caso venha a ser governo, a abolição da publicidade no canal público de televisão (RTP) e, no dia seguinte, o reforço do financiamento privado dos partidos políticos.
No caso da televisão pública o financiamento privado, obtido através da publicidade, seria substituído pelo financiamento público (ou seja, obtido através de taxas e impostos); no caso dos partidos o financiamento público seria subalternizado, ou no limite, substituído, pelo financiamento privado. Estão a ver?
Mas o PSD, depois das eleições, com outro presidente, no caso provável de continuar a ser oposição, ou com o mesmo presidente, no caso improvável de vir a ser governo, poderá propor exactamente o contrário, ou seja, manter o financiamento privado, através da publicidade, do canal público de televisão (RTP) e excluir o financiamento privado dos partidos políticos fazendo-os depender, parcial ou totalmente, do financiamento público, ou seja de taxas e impostos.
Ou o seu contrário, e assim sucessivamente … ao sabor dos interesses privados. É uma espécie de política de casino! Estão a ver? Isto não é propriamente para principiantes!
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Poesia numa hora dessas?
Michael Rainey
De vez em quando sucumbo à tentação de publicar alguns versos só para constatar que poesia definitivamente não dá ibope, vide os escassos comentários a poemas meus como "Sete Faces", "Língua" e "Futebol". Menos mal que atualmente me dedico a atividades capazes de garantir o meu nome fora do SPC e do Serasa, destinando o ofício da poesia a escribas mais qualificados. Contudo, quando recebi e-mails de antigos colegas da lista "Escritas" relatando a criação do blog coletivo Poetas Lusófonos com o intuito de reunir novamente amigos virtuais que se conheceram há mais de uma década, não pude deixar de resgatar certas lembranças. [Na íntegra aqui.]
De vez em quando sucumbo à tentação de publicar alguns versos só para constatar que poesia definitivamente não dá ibope, vide os escassos comentários a poemas meus como "Sete Faces", "Língua" e "Futebol". Menos mal que atualmente me dedico a atividades capazes de garantir o meu nome fora do SPC e do Serasa, destinando o ofício da poesia a escribas mais qualificados. Contudo, quando recebi e-mails de antigos colegas da lista "Escritas" relatando a criação do blog coletivo Poetas Lusófonos com o intuito de reunir novamente amigos virtuais que se conheceram há mais de uma década, não pude deixar de resgatar certas lembranças. [Na íntegra aqui.]
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quarta-feira, fevereiro 27
VÍTOR WENGOROVIUS
Fotografia de António Pais – Vítor Wengorovius no jantar de extinção do MES, Novembro de 1981
(Clicar na imagem para ampliar)
No dia de hoje, três anos atrás, morreu Vítor Wengorovius. Ele merece ser evocado sempre, correndo todos os riscos, pois fez da sua própria vida um risco. Aqui deixo, em sua memória, um texto antigo.
O mais brilhante tribuno do movimento estudantil durante a crise académica de 1961/62. Eu não tinha idade para o conhecer nessa época mas os testemunhos dos seus contemporâneos são eloquentes. Só o conheci como veterano no processo de criação do MES bastante antes do 25 de Abril.
Era uma figura pujante de energia e criatividade, prolixo, solidário e desprendido. Era a personificação do excesso para seu prejuízo pessoal e benefício da comunidade. Um socialista católico puro e impoluto, crente e destemido, desprendido do poder e amante da partilha.
Privei com ele, nele confiava em pleno, com ele aprendi a confiar, talvez a confiar demais. Não me arrependo de ter acreditado na luz que emanava da sua dedicação às causas utópicas que as suas palavras nunca eram capazes de desenhar até ao fim. As suas palavras perseguiam a realidade que se escapava como um permanente exercício de criação.
Com ele fui a encontros clandestinos com o Pedro Ramos de Almeida, representante do PCP, buscando as alianças necessárias ao sucesso da luta anti fascista e nunca fomos apanhados pela polícia política.
Ouvi horas das suas conversas, intervenções e discursos, aprendi a ouvir, aprendi a faceta fascinante do excesso da palavra (não só com ele) e sofri, em silêncio, o lancinante drama do seu percurso pessoal perdido no labirinto das rupturas intelectuais e sentimentais.
Fiquei feliz no dia – próximo da sua morte – em que ajudei a que pudesse assistir ao musical “ O Navio dos Rebeldes”, levado à cena no Teatro da Trindade, em homenagem aos estudantes que em 61/62 se revoltaram contra a ditadura. No fim da representação um dos actores pediu licença para, à boca de cena, assinalar a sua presença e lhe prestar homenagem.
As lágrimas correram-me pela cara quando, frente ao palco, na cadeira de rodas, o Vítor pegou no microfone e, parcimonioso nas palavras, exacto e conciso, fazendo soar o timbre inconfundível da sua voz, agradeceu elogiando o trabalho teatral a que tinha acabado de assistir.
Morreu a 27 de Fevereiro de 2005 mas viverá para sempre no coração daqueles que, verdadeiramente, o conheceram.
(Ler ainda aqui)
No dia de hoje, três anos atrás, morreu Vítor Wengorovius. Ele merece ser evocado sempre, correndo todos os riscos, pois fez da sua própria vida um risco. Aqui deixo, em sua memória, um texto antigo.
O mais brilhante tribuno do movimento estudantil durante a crise académica de 1961/62. Eu não tinha idade para o conhecer nessa época mas os testemunhos dos seus contemporâneos são eloquentes. Só o conheci como veterano no processo de criação do MES bastante antes do 25 de Abril.
Era uma figura pujante de energia e criatividade, prolixo, solidário e desprendido. Era a personificação do excesso para seu prejuízo pessoal e benefício da comunidade. Um socialista católico puro e impoluto, crente e destemido, desprendido do poder e amante da partilha.
Privei com ele, nele confiava em pleno, com ele aprendi a confiar, talvez a confiar demais. Não me arrependo de ter acreditado na luz que emanava da sua dedicação às causas utópicas que as suas palavras nunca eram capazes de desenhar até ao fim. As suas palavras perseguiam a realidade que se escapava como um permanente exercício de criação.
Com ele fui a encontros clandestinos com o Pedro Ramos de Almeida, representante do PCP, buscando as alianças necessárias ao sucesso da luta anti fascista e nunca fomos apanhados pela polícia política.
Ouvi horas das suas conversas, intervenções e discursos, aprendi a ouvir, aprendi a faceta fascinante do excesso da palavra (não só com ele) e sofri, em silêncio, o lancinante drama do seu percurso pessoal perdido no labirinto das rupturas intelectuais e sentimentais.
Fiquei feliz no dia – próximo da sua morte – em que ajudei a que pudesse assistir ao musical “ O Navio dos Rebeldes”, levado à cena no Teatro da Trindade, em homenagem aos estudantes que em 61/62 se revoltaram contra a ditadura. No fim da representação um dos actores pediu licença para, à boca de cena, assinalar a sua presença e lhe prestar homenagem.
As lágrimas correram-me pela cara quando, frente ao palco, na cadeira de rodas, o Vítor pegou no microfone e, parcimonioso nas palavras, exacto e conciso, fazendo soar o timbre inconfundível da sua voz, agradeceu elogiando o trabalho teatral a que tinha acabado de assistir.
Morreu a 27 de Fevereiro de 2005 mas viverá para sempre no coração daqueles que, verdadeiramente, o conheceram.
(Ler ainda aqui)
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PORTAS À BEIRA DO KO TÉCNICO
O Dr. Portas é um artista português dos mais afamados do reino. Precisa de palco e, neste momento, precisa de levantar muita poeira, de preferência, citando a justiça pois está, aparentemente, em trânsito uma densa nuvem de ameaças que recaem em cima do canastro do dito. É claro que pode escapar como sempre escapou pelo intervalo que resulta da intercepção de uma vasta teia de favores e informações cruzadas. (Não se sabe, certamente, da missa a metade nem de muitos protagonistas que nem assomam à ribalta!)
O Dr. Portas no seu regresso à lavoura lançou uma provocação ao ministro da dita, Jaime Silva, tomando-o na conta de um puro tecnocrata. Mas enganou-se. Jaime Silva despiu a pele de tecnocrata e deu-me uma resposta política à maneira. O próprio Dr. Jardim deve ter ficado com a cara à banda. Mas a política nem sempre pode viver de meias palavras.
Com dois ou três murros bem encaixados no centro da testa, sem perceber muito bem de onde brotava a verve política do homem da lavoura, o Dr. Portas cambaleou e, entre o surpreso e o aflito, engatou a versão judicial que lhe dá muito jeito. Assim sempre baralha a opinião pública pois, na véspera, tinha sido anunciado o inquérito à tragédia do casino.
E vocês sabem lá … que outras tragédias ainda podem surgir por aí …Em qualquer caso era de toda a conveniência que surgissem mais respostas, como esta do Jaime Silva, assim clarinhas como a água, para que o povo entenda do que se está a falar e com quem se está falar ...
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terça-feira, fevereiro 26
MENEZES E A "FRENTE COMUM"
Fotografia daqui
Luís Filipe Menezes entende que “manifestação será um ponto de viragem irreversível na popularidade do Governo e na construção de uma mudança”, tendo em conta “a situação de descontentamento na educação, a perseguição de professores” e a “situação caricata de identificação dos docentes que falaram à televisão”.
Li esta declaração de Luís Filipe Menezes e fiquei à espera de ouvir para crer. Vinda do líder de um partido da direita, apesar de todos os ilusionismos, soou-me mal. Fiquei à espera para ver e ouvir essas declarações do líder do PSD. Já vi e ouvi e é mesmo verdade: trata-se do apoio explícito de Menezes (líder do PSD) à manifestação convocada pela “Frente Comum”.
Ora das três uma: ou a manifestação, apesar de parecer o contrário, apoia as posições políticas liberais de Menezes, ou o apoio de Menezes à manifestação é um aproveitamento político, primário, do género “todos ao monte e fé em deus” ou, o mais provável, é a confirmação da tese de um amigo meu, muito bem informado, segundo a qual Menezes já deu como perdidas as próximas eleições legislativas.
O tempo político de Menezes não será, segundo essa tese, 2009 … mas 2013. Tanto tempo!
Luís Filipe Menezes entende que “manifestação será um ponto de viragem irreversível na popularidade do Governo e na construção de uma mudança”, tendo em conta “a situação de descontentamento na educação, a perseguição de professores” e a “situação caricata de identificação dos docentes que falaram à televisão”.
Li esta declaração de Luís Filipe Menezes e fiquei à espera de ouvir para crer. Vinda do líder de um partido da direita, apesar de todos os ilusionismos, soou-me mal. Fiquei à espera para ver e ouvir essas declarações do líder do PSD. Já vi e ouvi e é mesmo verdade: trata-se do apoio explícito de Menezes (líder do PSD) à manifestação convocada pela “Frente Comum”.
Ora das três uma: ou a manifestação, apesar de parecer o contrário, apoia as posições políticas liberais de Menezes, ou o apoio de Menezes à manifestação é um aproveitamento político, primário, do género “todos ao monte e fé em deus” ou, o mais provável, é a confirmação da tese de um amigo meu, muito bem informado, segundo a qual Menezes já deu como perdidas as próximas eleições legislativas.
O tempo político de Menezes não será, segundo essa tese, 2009 … mas 2013. Tanto tempo!
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segunda-feira, fevereiro 25
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