sábado, março 29

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MARI LUZ


Quase não se fala deste assunto em Portugal. É claro que com os males dos outros podemos nós bem. Mas este caso tem todos os ingredientes para fazer o delírio dos talóides: pedofilia, desaparecimento de criança, subsquente campanha para a sua descoberta, presumível crime de abuso sexual, descoberta do cadáver, funeral, investigação policial fulminante com descoberta do presumível criminoso (à consideração superior!), tentativa de linchamento à porta do tribunal … declaração pública do pai da vítima, antes da audição do presumível criminoso, que devia ser, pela sua dignidade e grandeza, integrada nas disciplinas de educação cívica … cito de cor “não desejo para o criminoso que sofra o que sofri …”

O assunto já era apetecível e pungente mas… eis, senão quando, é descoberto que o presumível criminoso devia estar preso à data do crime, por crimes anteriores, da mesma natureza, cometidos contra a sua própria filha … e a ordem de prisão – na sequência da sentença de condenação - não terá sido cumprida … devido a um conjunto de erros judiciais grosseiros …

Colocando-me na posição do director de um tablóide português, em queda de vendas, e quase todos os órgãos de comunicação são tablóides em queda de vendas, pergunto: o que é que Espanha tem que nos falte a nós? Não é justo!
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A GUERRA DO IRAQUE

José Pacheco Pereira, Público (só para assinantes)

Parece da mais elementar lógica, mesmo para os leigos em política internacional, que a guerra iria acabar assim quanto mais se aproximasse o dia da retirada das tropas ocupantes. O Iraque é um troféu cobiçado pela sua riqueza em hidrocarbonetos – vulgo petróleo – escrevo sobre um tema banal: a guerra, o domínio das matérias-primas e das rotas, a subjugação dos povos e as suas revoltas, o papel das religiões e das alianças político-militares mundiais, regionais e locais.

Tenho como certo que Bush e Blair sabiam, mais do que qualquer um de nós, tudo acerca do Iraque e das razões da guerra que iriam declarar. As grandes potências não desencadeiam guerras sem razões estratégicas, estudo dos inimigos, avaliação das forças, impacto nas opiniões públicas, basta conhecer um pouco da história das guerras passadas.

Tinham andado pelo Iraque muitas missões - das Nações Unidas e dos serviços secretos que não dormem – escreveram-se muitos relatórios - conhecidos e por conhecer - e esgrimiram-se muitos argumentos acerca da natureza do regime de Saddam que, aliás, foi uma criação daqueles que o destruiram.

Para mim que sou leigo na matéria, nem simpatizo com quaisquer dos contendores, se me dão licença, só não entendo – nunca entendi – o afã dos Pachecos Pereiras deste mundo em defender a política dos senhores Blair e Bush, em particular, aquela decisão de fazer a guerra do Iraque em detrimento da diplomacia.

A ditadura de Saddam? As ligações deste a Bin Laden? As armas de destruição maciça? Com excepção da ditadura está mais que provado que era tudo mentira. E quanto a ditaduras só não interessam às grandes potências as que se recusam a fazer-lhes o jogo. Vamos a ver quando a China se constipar!
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quinta-feira, março 27

EDUCAÇÃO:INGLATERRA

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Ler “Sociedade mais permissiva do que a escola” texto ao qual cheguei através de “Devo viver numa realidade paralela”.
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O dia em que Sócrates deu uma lição de humildade

Gaylen Morgan

Como é interessante, e dramático, verificar a desvalorização mediática de acontecimentos importantes submersos por episódios menores explorados até à náusea. Vide o artigo de Manuel Serrão, publicado no JN, via PS Lumiar, [também no Ir ao Fundo e Voltar] a propósito da apresentação pública do Contributo para um Plano Estratégico para a Indústria Têxtil e de Vestuário Portuguesa.

Como nunca fui do PS, nem sequer sou socialista, estou mais à vontade para vos dizer que o discurso do Primeiro-Ministro foi vibrante, justo e de uma humildade que impressionou quem está habituado a vê-lo vendido pela Comunicação Social com uma postura arrogante. Já depois do ministro da Economia ter exemplificado com números e dados concretos o "turn over" das indústrias tradicionais portuguesas, mormente o têxtil, vestuário e o calçado, José Sócrates não teve pejo em afirmar que a principal razão que o tinha levado a Famalicão, era a vontade de agradecer aos industriais presentes a contribuição que o sector tinha dado para o fortalecimento e a recuperação da economia portuguesa em 2007.
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quarta-feira, março 26

LIBERDADE, LIBERDADE


A todos os que defendem a liberdade, a todos os que se reclamam dela na sua luta contra a injustiça, aqui e em toda a parte, tomem boa nota que existem lutadores que arriscam a sua liberdade pela defesa da liberdade de todos. Tão simplesmente!
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BOAS NOTÍCIAS NA FRENTE DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Joseph McDonald

Há precisamente um ano atrás escrevi um artigo intitulado “DOIS ANOS DE GOVERNO: SINAIS DE ESPERANÇA” no qual assinalava o reconhecimento, por parte da União Europeia, do sucesso da consolidação orçamental encetada pelo governo socialista:

É bom lembrar que os governos da maioria de direita de José Manuel Barroso/Manuela Ferreira Leite e Santana Lopes/Bagão Félix, ao longo de três (3) anos, deixaram um deficit das contas públicas, em 2005, superior a 6%.
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Ora a verdade é que um dia destes o Comissário Joaquín Almunia veio a público dar um forte sinal de confiança na política reformista do governo socialista confirmando o sucesso do programa de consolidação orçamental que deverá ultrapassar o objectivo previsto do deficit de 4,6%, em 2006 (que se fixou em 3,9%), abrindo caminho para alcançar os objectivos de 3,7%, em 2007 e inferior a 3%, em 2008.

No dia em que é apresentado o deficit público, referente ao ano 2007, podemos dizer, sem ponta de exagero, que o governo superou largamente as expectativas; em lugar do deficit previsto para 2007 de 3,7%, o resultado, hoje apresentado, foi de 2,6 %; em vez de uma previsão, para 2008, “inferior a 3%”, a previsão apresentada é de 2,2%.

Mais importante do que tudo, no plano da sociedade, da economia e da política, é o facto do governo ter ganho margem de manobra para, por via da política fiscal, combater os previsíveis efeitos da crise financeira internacional na desaceleração do crescimento económico nacional.

Todas as medidas de desagravamento fiscal, que se antevêem no horizonte, pelo menos, a já anunciada descida do IVA de 21 para 20%, apesar da sua moderação, vão ser denegridas e combatidas pelas oposições mas, como está escrito nas estrelas, serão bem acolhidas pelas empresas e pelos cidadãos. Como diria o outro: é a vida!
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Ai .. Ai ... Liberdade ...

Nadia Wicker

O exercício da democracia é complexo e não me refiro às altas esferas dos poderes – todos os poderes – mas ao quotidiano das nossas vidas de cidadãos comuns. Penso em tanta gente conhecida, que não vejo, mas me pode ver, a quem não escrevo, mas me pode ler, a quem não falo, mas me pode falar; penso na manhã de segunda-feira passada quando, enquanto esperava pela inspecção à viatura, fui abordado por um cidadão já entradote aliciando-me para aderir aos ideais da ditadura. Como fazer? Tratar-se-á de um crime público? Chamar a polícia? Quando alguém faz a apologia do salazarismo, insinuando, ou afirmando a bondade do fascismo, o que fazer? Quando alguém usa da liberdade para combater a liberdade o que fazer? Suprimir, ou limitar a liberdade, como empecilho ao cabal exercício da autoridade? Ou exercer a autoridade, de forma justa e proporcional, para salvar a liberdade? É tudo uma questão de equilíbrio para não nos tornarmos assassinos. [A partir desta reflexão acerca de como actuar face à selva em que se transformaram as caixas de comentários dos sites, blogues, jornais …].
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IRAQUE - A GUERRA CIVIL SEGUE DENTRO DE MOMENTOS

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segunda-feira, março 24

"O CASAMANTO"


Eu vi mas não quis acreditar. Pela manhã em cima da mesa do café. Logo hoje que tinha reparado na entrevista à Naide Gomes. E a tinha linkado. Logo hoje que me chamaram a atenção para o editorial “O Clube dos Poetas Mortos e o dos Disparates Vivos”. Fui ler, já tarde, o dito editorial do José Manuel Fernandes com o qual até poderia estar de acordo salvo as referências depreciativas que faz a quase tudo o que ele próprio defende. Mas isso são contas de outro rosário.

O Director do “Público” é o que se poderá chamar um “liberal democrata” e eu até assisti à entronização, pelo Dr. Mário Soares, dos dissidentes da UDP no ideal que ele tão bem sintetiza, aplicado à escola, em quatro palavras: “tradição”, “disciplina”, “honra” e “excelência”.

Mas, azar dos azares, dei todas as voltas possíveis pois não acreditava que fosse possível. Quer na versão em papel, quer na versão digital, ainda acessível, a manchete do “Público” de hoje é um disparate vivo que não honra a disciplina, nem a excelência da tradição. Para um chamado diário de referência não está nada mal!
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OS OPERÁRIOS

Bill Kane

Os operários com os fatos cansados e as mãos penduradas ao lado do corpo. Os operários revestidos a gangas puídas. Os seus passos ressoam a meus ouvidos. A cadência antiga peça a peça, rosca a rosca, brasa a brasa. Os operários envergonhados no meio dos colarinhos brancos. A fuligem assumida contra a pose esvaziada. Os operários carregam mãos nas pontas do cansaço. Caminham por entre paredes de vidro. Sobem aos andaimes. Sinalizam as medidas. Cortam as pontes. Alisam as estradas. Falam línguas em sonoros gestos sem palavras. Multicolores. Onde estão os operários que erguiam punhos? Hoje as mãos dos operários repousam penduradas ao lado do corpo.
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domingo, março 23

NAIDE GOMES [ENTREVISTA]

(…) transformo-me em competição: faço figuras, caretas, viro um animal.

Entrevista de Naide Gomes ao “Público”. Vale a pena ficar registada. Na entrevista transparece não só a aspiração de uma atleta de alta competição a transcender-se, como uma personalidade que merece a ribalta.
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A ler [1] [2] [3] [4] [5]
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"TRABALHAR CANSA"


Referi, num post anterior, “Trabalhar Cansa” título da principal obra poética de Cesare Pavese. Fiquei a matutar no sentido equívoco daquela referência. Fui consultar a edição portuguesa, profusamente sublinhada, da qual respigo esta definição sintética do sentido daquela obra:

“Trabalhar Cansa tem como leitmotiv a solidão, em que se repetem obsessivamente os temas da evasão e da fuga, a vida é um cárcere, repetição inútil, destino inelutável. Das suas páginas ressaltam sobretudo as figuras do rapaz que foge de casa, do velho, da prostituta, enfim, dos que são incapazes de inserir-se no ritmo da existência comum, que é a dos adultos que trabalham.” [Carlos Leite]

No Caderno de Poesia publico "Last blues, to be read some day", o último poema de Pavese, escrito em inglês, como se fora um epitáfio.
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O PCP E O TERRORISMO

Passava os olhos, distraidamente, pelo DN quando me dei conta de uma pequena notícia referindo o editorial do AVANTE. O dito editorial intitula-se: TAREFAS DOS COMUNISTAS. As tarefas que nele são apontadas são duas: as eleições de 2009 e o Congresso do PCP.
Temas banais para um jornal partidário. Suponho que os órgãos de imprensa dos outros partidos devam abordar, de quando em vez, os mesmos temas.

Mas o que mais chama a atenção neste editorial do órgão de imprensa do PCP é, no contexto da propaganda anti-socialista, a condenação do anúncio pelo ministro da administração interna de um «novo crime da apologia do terrorismo».
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(...) As recentes declarações do ministro da Administração Interna, Rui Pereira – anunciando o «novo crime da apologia do terrorismo», na base de um conceito de terrorismo elaborado pelo maior centro terrorista do mundo - são altamente preocupantes: pelo que confirmam em matéria de subserviência rastejante deste Governo aos ditames do imperialismo internacional, e pelo que indiciam no que respeita à predisposição do Governo PS/Sócrates de prosseguir e acentuar os atentados à democracia, à liberdade, à Constituição da República Portuguesa.(...)

Este poderia ser um bom motivo para o aprofundamento de uma discussão filosófica acerca dos conceitos de crime, liberdade e terrorismo, entre outros, pois a sua importância na vida prática tem sido evidenciada por muitos acontecimentos da actualidade, desde os que ocorreram numa simples sala de aula, aos que ocorrem na vastidão de um país continente, a China, na sua relação com o Tibete.

Não me vou dar ao trabalho de descodificar a sordidez das ideias que subjazem a esta linguagem urdida nos imaginários subterrâneos da liberdade em que se movem os dirigentes os PCP. Sou daqueles que pensa que, hoje em dia, temos que estar preparados para tudo. Mas estarei enganado se disser que me parece vislumbrar neste discurso do PCP a defesa do terrorismo? Ou para o PCP existe um “terrorismo bom” e um “terrorismo mau”?


sábado, março 22

CHINA - HEGEMONIA MUNDIAL


A crise da última semana, no Tibete, só mostra duas coisas: o fato de ser uma ditadura e, portanto, simplesmente ignorar as questões de direitos humanos persistem sendo o maior obstáculo ao ingresso da China no universo das superpotências.
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Putain, ça suffit ! Elles en ont assez de se faire insulter. Samedi 22 mars, l’association Les Putes organise la Pute Pride : une marche de fierté pour toutes les travailleuses du sexe. Leur combat vise essentiellement la fameuse LSI, ou «Loi Sarkozy». Rassemblement à 13h, place Pigalle à Paris.
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