segunda-feira, março 24

OS OPERÁRIOS

Bill Kane

Os operários com os fatos cansados e as mãos penduradas ao lado do corpo. Os operários revestidos a gangas puídas. Os seus passos ressoam a meus ouvidos. A cadência antiga peça a peça, rosca a rosca, brasa a brasa. Os operários envergonhados no meio dos colarinhos brancos. A fuligem assumida contra a pose esvaziada. Os operários carregam mãos nas pontas do cansaço. Caminham por entre paredes de vidro. Sobem aos andaimes. Sinalizam as medidas. Cortam as pontes. Alisam as estradas. Falam línguas em sonoros gestos sem palavras. Multicolores. Onde estão os operários que erguiam punhos? Hoje as mãos dos operários repousam penduradas ao lado do corpo.
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