domingo, junho 17

LEGISLATIVAS EM FRANÇA -FINAL

Posted by PicasaFotografia Daqui

O partido de Sarkozi obtém a maioria absoluta nas eleições legislativas, em França, mas o PS, na segunda volta, recupera terreno. O resultado aponta para uma forte bipolarização colocando, de um lado, o partido de Sarkozi –UMP – com 314 a 328 deputados (359 em 2002) e, do outro, o PS com 206 a 212 eleitos (149 em 2002). Como é fácil entender os partidos minoritários – incluindo o PCF -não deverão obter o número suficiente de deputados para formar um grupo parlamentar (mínimo de 20 deputados).

Conclusão final: poder absoluto para Sarkozi – presidencial e legislativo – e poder absoluto de oposição para o PS. Retirem as ilações que quiserem, em particular, aqueles que consideram que os partidos socialistas não pertencem à esquerda seja qual for o seu posicionamento face ao poder. Para mim, até ver, só os partidos socialistas podem ser alternativa à direita que sobe e se radicaliza em toda a Europa. Não brinquemos com coisas sérias …
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PREOCUPAÇÕES PARA QUÊ?

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AFONSO HENRIQUES NA COMUNICAÇÃO

Anoto duas peças jornalísticas, publicadas na edição on line do Expresso de hoje, com origem na agência Lusa, nas quais José Mattoso se pronuncia acerca de D. Afonso Henriques. Na primeira aborda a questão da abertura do túmulo do nosso primeiro Rei e na outra questões relacionadas com a própria biografia de D. Afonso Henriques.

Mesmo que o tratamento jornalístico dado às declarações de José Mattoso me suscitem as maiores reservas, em particular, no que respeita à biografia que, como é público e notório conheço, sempre é melhor que o silêncio.

No que respeita ao tratamento jornalístico da biografia de D. Afonso Henriques a minha discordância prende-se mais com o enfoque do que com o conteúdo que, no essencial, é correcto. Mesmo nestas pequenas incursões pelos temas da nossa história não somos capazes de relativizar e colocar no contexto as realizações dos portugueses.

No caso desta notícia, relatando uma entrevista com um historiador infatigável em buscar a verdade histórica, qual a razão para puxar para título Afonso Henriques foi mais "um caudilho" do que um grande general?

Na biografia de José Mattoso são postos em evidência tantos aspectos importantes e interessantes da vida e da acção de Afonso Henriques que se torna penoso ser confrontado com um destaque que é, afinal, uma forma de denegrir a própria imagem da formação de Portugal. É que não me parece razoável, face ao teor da obra de José Mattoso, sintetizar a natureza do papel de Afonso Henriques como própria de um “caudilho” versus um “general”.

Terei tempo para dar nota das razões da minha discordância. Mas se é assim que nos sentimos bem connosco próprios e como só uma minoria de portugueses lerá a obra em causa …talvez a RTP pudesse realizar uma série histórica com base na obra de Mattoso com o seu aconselhamento pessoal! A RTP teria uma boa oportunidade para dar aos portugueses menos exploração do populismo fácil e mais serviço público! …
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TANGO

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sábado, junho 16

S. MAMEDE

“Se é bem claro que, logo após o cerco de Guimarães, se verificou uma aliança entre D. Afonso Henriques e as nobres que tinham abandonado a corte em 1122 e em 1125, é mais difícil decidir a quem pertenceu a iniciativa deste acordo. Mas as circunstâncias em que se deu o cerco, e a participação que nele tiveram pelo menos alguns dos nobres revoltados contra D. Teresa, devem ter facilitado as decisões imediatas, tanto da parte do infante como da parte dos nobres. Estes viram que podiam contar com um chefe decidido. Podiam tê-lo do seu lado se encorajassem as suas ambições.”
(…)
“…pode afirmar-se, com segurança, que o infante começou, pouco depois do cerco de Guimarães, a exercer actos de soberania, como foram as cartas de couto ao eremitério de
São Vicente de Fragoso em Dezembro de 1127 e ao mosteiro de Manhente em Janeiro de 1128 e ainda a já citada confirmação do foral de Guimarães em Abril de 1128. Apropriou-se, portanto, do governo do condado contra a vontade de sua mãe.”
(…)
“A confrontação armada era inevitável. Deu-se, como se sabe, em São Mamede, perto de Guimarães, no dia 24 de Junho de 1128, quando se comemorava a festa litúrgica de São João Baptista. As tropas de Fernão Peres e as cavaleiros fiéis a D. Teresa, vindos, sem dúvida, das regiões de Coimbra e Viseu, atravessaram o Douro e dirigiram-se a Guimarães, onde D. Afonso Henriques devia então estar, e a batalha deu-se, portanto, perto do seu castelo.” [
Ver a transcrição do texto dos Anais acerca de São Mamede.]
(…)
“São Mamede foi o primeiro acto de um movimento irreversível que explica, mais do qualquer acontecimento ou intervenção pessoal, as razões imediatas da independência do Condado Portucalense, como entidade política que precedeu o reino de Portugal.”

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”Revolta e tomada do poder” e “S. Mamede”, pgs. 43/46 (13).
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CAMUS/CHAR - CORRESPONDÊNCIA

Posted by PicasaA Peste

Avanço na leitura da correspondência entre Camus e Char na qual avultam as referências a encontros, desencontros, viagens, amigos, obras próprias e alheias, manuscritos, dedicatórias, referências a lugares, pedidos de ajuda e, nesta primeira parte, as manifestações de uma amizade absolutamente apaixonada entre dois homens declaradamente heterossexuais.

No livro assume particular relevo as notas cheias de referências a pessoas e acontecimentos que se ligam entre si e me conduzem a anteriores leituras dando coerência aos acontecimentos e ao papel dos dois homens no seu tempo.

Duas referências interessantes:

Na carta de Char para Camus, em 22 de Junho de 1947, Char dá conta da sua primeira impressão da leitura da “A Peste” somente 12 dias após a sua publicação: “Vous avez écrit un très grand livre. Les enfants vont pouvoir à nouveau grandir, les chimère respirer.” Uma nota de rodapé chama-me a atenção para o facto de “A Peste” ter sido publicada, nas “Edições Gallimard” em 10 de Junho de 1947 (passaram 60 anos). O próprio Camus foi surpreendido pelo sucesso do livro que achou desconcertante. Em três meses “A Peste” vendeu 96 000 exemplares.

Na carta de Camus a Char, de 8 de Agosto de 1948, enviada de S. Paulo, Camus informa Char que tem feito a promoção da sua obra no Brasil: “Je pense à vous ici et parle de vous”. Numa nota de rodapé o excerto de uma noticia do “Diário de S.
Paulo”, de 6 de Agosto, com o título seguinte: “Afirma Albert Camus: É a liberdade o problema mais grave do mundo contemporâneo. René Char o acontecimento da nova poesia francesa”.

Nessa mesma carta Camus envia a Char o endereço de dois escritores brasileiros que conheceu e se manifestaram conhecedores e admiradores da obra de Char. São eles: Murilo Mendes e Oswald de Andrade.
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sexta-feira, junho 15

O AEROPORTO DE LISBOA E O PROGRAMA DO GOVERNO

Posted by PicasaFotografia de Hélder Gonçalves

No recato das suas poltronas os comentaristas observam a realidade e emitem opiniões que, muitas vezes, marcam a agenda política. Alguns comentaristas são jornalistas, outros são políticos, outros são técnicos, ou consultores, com interesses directos nas matérias em discussão.

Quando se ouvem certos comentaristas, como José Pacheco Pereira, no programa “Quadratura do Círculo”, reclamar a demissão do Ministro das Obras Públicas, Mário Lino, pelo facto de ter sido aberta a porta para a viabilização de uma nova localização para o aeroporto de Lisboa, em Alcochete, não tem sido suficientemente lembrado que a localização do novo aeroporto na OTA faz parte do programa do governo.

Ora, desta vez, contra todo o bom senso político, ética e verdade, os críticos do governo penalizam-no pelo facto de cumprir as promessas eleitorais e não pelo seu contrário. Seria de esperar da parte do governo que defendesse outra localização senão aquela que está inscrita no programa do governo?

Localização que, aliás, está inscrita nos programas de todos os governos, pelo menos desde 1999, passaram 8 anos, para cujo estudo já foram gastos milhões de euros, apresentadas candidaturas a apoios financeiros comunitários e criadas expectativas nos agentes económicos e na sociedade civil.

De vez em quando é necessário ir às fontes e repor a verdade dos factos o que, apesar de todas as aparências em contrário, numa sociedade organizada, é o que conta para julgar a acção dos governos. Quero dizer que o que terá que ser muito bem explicado ao país é uma eventual mudança da localização do novo aeroporto de Lisboa para fora da OTA. Pela simples razão de ser este o compromisso político do governo para com os eleitores.

* Do Programa do Governo
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DAVID NETO

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ELEIÇÕES EM LISBOA - ÚLTIMA SONDAGEM

Posted by PicasaSimon Gris

Sondagem: O candidato do PS à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, lidera as intenções de voto, com 31,1 por cento …

A última sondagem conhecida confirma o cenário de vitória de Costa, sem alcançar a maioria absoluta. O que se joga, a partir deste momento, é a eventual capacidade de Costa subir após a decisão do governo de colocar em “banho-maria” a opção OTA.

O outro aspecto interessante desta sondagem é o facto do somatório dos resultados das candidaturas de esquerda rondar os 60% caso Saramago faça o favor de considerar o PS como um partido de esquerda que, neste caso, demonstrou não ser nada burro.

Pela parte que me toca ainda não será desta vez que deixarei de votar. Apesar de todas as dificuldades que a data impõe o agregado familiar alterou as férias marcadas para exercer o chamado dever cívico. Parece que a operação foi bem sucedida. É uma pequena gota de água no oceano mas a democracia é isso mesmo: o voto de cada um determina o destino de todos.

As eleições podiam ser já no próximo domingo.
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quinta-feira, junho 14

CORRESPONDANCE - ALBERT CAMUS/RENÉ CHAR

Posted by PicasaAlbert Camus/René Char - Correspondance 1946-1959

Acabei de receber o livro, recentemente editado, contendo a correspondência trocada entre Albert Camus e René Char.

“La fraternité est-elle possible entre les créateurs? La rencontre de deux artistes, et l’amitié parfois, ne peut pas exister en dehors de l’œuvre qu’ils accomplissent et qui s’accomplit en eux. (…) Cette correspondance témoigne d’une rencontre et d’une amitié qui nourrissent notre réflexion sur ces circonstances qui comptent réellement dans une vie, la transfigurant parfois comme une chance fulgurante. « Le paysage, comme l’amitié, est notre rivière souterraine. Paysage sans pays », écrit René Char.
(…)
La rencontre précède l’amitié mais lui donne la tonalité particulière qui peut la transformer en fraternité. Ce ne sont pas seulement deux hommes qui se rencontrent en 1946, mais deux immenses artistes très différents l’un de l’autre et pourtant proches dans cette «rivière souterraine» dont seules leurs œuvres peuvent nous rapprocher L’amitié est alors cette découverte qui dépasse les individus, élargit l’espace de chacun en tant qu’artiste. »

Da Apresentação de Franck Planeille
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ESTUDAR FARO

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quarta-feira, junho 13

ILDI SILVA

Posted by PicasaIldi Silva

As notícias verdadeiramente importantes.

Caetano Veloso divulgou um comunicado à imprensa sobre rumores de um possível relacionamento entre ele e a atriz Ildi Silva.Leia o comunicado:
"Li em alguns sites de notícias que eu teria dito que "estou solteiríssimo" como forma de desmentir a atriz Ildi Silva, que, segundo os mesmos sites, vem se apresentando como minha namorada. Quero protestar veementemente contra essa dupla calúnia. Ildi nunca se disse namorada minha e eu nunca desmenti o que quer que fosse relativo a ela. Quando fomos vistos juntos, ela - que é minha amiga e pessoa doce, discreta e honesta - estava atendendo a um convite meu para jantar. Ildi tem a decisão de nunca falar de sua vida pessoal. Eu, que falo de qualquer coisa, não posso deixar de dizer que me parece estranho que os sites se refiram a uma declaração minha que não saiu em lugar nenhum.A notoriedade crescente de Ildi nasce exclusivamente de sua beleza e de seu trabalho. Não posso admitir que se use meu nome e meu velho e surrado prestígio para tentar empanar o brilho da pessoa dela, qualquer que sejam as mesquinhas intenções de quem maliciosamente o faz.
Caetano Veloso"

[Hoje estou muito prolixo mas isto passa já!]
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DEPOIS DO ALMOÇO

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AS " POLÉMICAS" NA EDUCAÇÃO

Posted by PicasaImagem daqui

Ministra da Educação regressa ao Parlamento para explicar nova polémica

Algumas breves notas acerca desta nova “polémica” em torno da actuação dos responsáveis políticos da Educação.

-A “Polémica pós Charrua” em torno da participação da “Associação de Professores de Matemática” numa Comissão de Acompanhamento fundamenta-se, exclusivamente, em tomadas de posição e informações oriundas da própria associação;

- As associações de professores não são organizações de natureza sindical e têm tido uma participação activa, a diversos níveis, na organização de projectos educativos da iniciativa do governo assumindo, neste contexto, responsabilidades na partilha da condução dos mesmos, a todas os níveis, com os inerentes direitos e deveres;

- É extraordinária a tentação dos líderes de opinião em “alinhar” em campanhas pela “liberdade de opinião” quando a mesma é exercitada, sem qualquer limite, pelas próprias “vítimas da repressão”, como prova o caso em apreço;

- O Prof. Luís Capucha, Director Geral da DGIDC, não é um político de carreira mas, por outro lado, se bem o conheço, é uma pessoa frontal e desejará esclarecer, de forma cabal, os termos desta “polémica”. A ver se é possível alguém ouvir alguma coisa!

(Declaração de interesses: desempenho funções não dirigentes na DGIDC).
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O cerco de Guimarães

Posted by PicasaCastelo de Guimarães

Cerco de Guimarães por Afonso VII – Setembro ou Outubro de 1127. Primeiros actos de soberania de Afonso Henriques. (Cronologia).

O cerco de Guimarães “inspirou o episódio mais importante da célebre narrativa acerca dos feitos de Egas Moniz, redigida cerca de cento e cinquenta anos depois, segundo parece, pelo trovador João Soares Coelho, que se apresentava como trineto do “Aio”.
(…)
“É verdade que o papel atribuído ao infante na defesa de Guimarães, ainda antes da Batalha de São Mamede, coloca um problema histórico de grande importância. De facto, temos de admitir que, se houve resistência à demonstração de força de Afonso VII, e se a cidade foi defendida pelo infante naquela data, este devia agir em nome de D. Teresa. Por outro lado, se Afonso VII invadiu Portugal nessa ocasião, foi, decerto, na sequência do pacto provisório assinado em Ricobayo, isto é, para resolver o problema da submissão de D. Teresa, até ali deixado em suspenso.”
(…)
... o episódio do cerco de Guimarães tem um significado histórico muito importante. Em primeiro lugar, representa a primeira confrontação dos nobres de Entre Douro e Minho (…) com o rei de Leão e Castela, o que quer dizer que este passou a ter de defrontar o conjunto da nobreza regional portucalense. A questão da vassalagem do Condado Portucalense deixou, por isso, de se poder resolver só por meio de conversações com a rainha. Em segundo lugar, significa que, a partir dali, o infante passou a desempenhar um papel preponderante na evolução dos acontecimentos do condado. Em terceiro lugar, verifica-se que o problema da relação política do condado com o rei de Leão ficava, na prática, suspenso, pelo facto de a submissão vassálica ter sido prestada por quem não tinha autoridade para o fazer; mas a sua aceitação nestas condições significava também que Afonso VII se contentou com uma solução que salvava a honra das partes mas não resolvia o problema de fundo.
De facto, parece ser este último aspecto o que dá sentido histórico ao episódio a que o trovador João Soares Coelho deu forma literária, e que torna Egas Moniz o alegado protagonista de uma solução equívoca.”
(…)
“Se alguma relação existe entre a lenda e a realidade, é apenas a de que a submissão do infante na primeira confrontação com seu primo não foi definitiva. Não sabemos se o “Aio”, fosse ele quem fosse, desempenhou nisso algum papel.”
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“A actuação de Afonso Henriques em Guimarães projectou-o para o centro dos acontecimentos mais importantes do ponto de vista político.”

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”O cerco de Guimarães””, pgs. 41/43. (12)
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COUTO

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Frida Kahlo

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segunda-feira, junho 11

ALCOCHETE - " DESCONTO DE TEMPO "

Posted by PicasaFotografia de Hélder Gonçalves

Segunda posta acerca da questão aeroporto de Lisboa pois, como estava anunciado pelo Mateus, saiu a público o “estudo” da CIP, ou melhor, do seu presidente que apareceu em todos os telejornais a defender a localização Alcochete (“Campo de Tiro” da Força Aéria que parece estar disponível para abdicar da sua ocupação – interessante!).

Para as primeiras impressões anotei que o presidente da CIP se recusou a revelar quem pagou o dito estudo, que Mateus apareceu a defender que antes da localização se devia pensar no modelo de aeroporto, ao contrário de ontem em que defendeu a localização antes de defender o modelo, que, segundo o presidente da CIP, Alcochete fica perto de tudo – da OTA, do sul e de Lisboa – e que estão assegurados transportes … de táxi e de autocarro.

Se me permitem a ousadia acho que o governo aproveitou a iniciativa do presidente da CIP, e de quem está por detrás dele, calculo quem seja mas não digo, para amealhar o que no basquetebol se chama um “desconto de tempo” para atingir diversos objectivos:

- Mostrar capacidade de diálogo, contra o estigma da inflexibilidade, abrindo espaço para manter o governo intacto e o acordo de colaboração estratégica com o Presidente da República;

- Abrir um período de seis meses de tréguas atenuando a crispação no confronto entre os vários grupos de interesses, polarizados em torno do novo aeroporto de Lisboa, coincidente com o período da presidência portuguesa da UE;

- Apoiar António Costa na candidatura à Câmara de Lisboa quebrando o seu isolamento na defesa da solução OTA, contra todos os outros candidatos, sendo de anotar o pormenor, não despiciendo, do presidente da CIP ter tido o cuidado de, ao defender a solução Alcochete, ter descartado a solução da continuidade do aeroporto na Portela.

Não são poucas as vantagens políticas do governo em ter aceite a proposta do presidente da CIP, e de quem o apoia, sem que tenha abdicado um milímetro da solução OTA que, caso os estudos inviabilizem a solução Alcochete, surgirá com uma credibilidade reforçada. Findo o prazo de seis meses para estudar as duas localizações em confronto – OTA e Alcochete – chegará ao fim a presidência da UE e será tempo de remodelação ministerial.

Depois em Janeiro de 2008 logo veremos e, entretanto, o pessoal dos estudos vai facturando …
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