domingo, junho 17

AFONSO HENRIQUES NA COMUNICAÇÃO

Anoto duas peças jornalísticas, publicadas na edição on line do Expresso de hoje, com origem na agência Lusa, nas quais José Mattoso se pronuncia acerca de D. Afonso Henriques. Na primeira aborda a questão da abertura do túmulo do nosso primeiro Rei e na outra questões relacionadas com a própria biografia de D. Afonso Henriques.

Mesmo que o tratamento jornalístico dado às declarações de José Mattoso me suscitem as maiores reservas, em particular, no que respeita à biografia que, como é público e notório conheço, sempre é melhor que o silêncio.

No que respeita ao tratamento jornalístico da biografia de D. Afonso Henriques a minha discordância prende-se mais com o enfoque do que com o conteúdo que, no essencial, é correcto. Mesmo nestas pequenas incursões pelos temas da nossa história não somos capazes de relativizar e colocar no contexto as realizações dos portugueses.

No caso desta notícia, relatando uma entrevista com um historiador infatigável em buscar a verdade histórica, qual a razão para puxar para título Afonso Henriques foi mais "um caudilho" do que um grande general?

Na biografia de José Mattoso são postos em evidência tantos aspectos importantes e interessantes da vida e da acção de Afonso Henriques que se torna penoso ser confrontado com um destaque que é, afinal, uma forma de denegrir a própria imagem da formação de Portugal. É que não me parece razoável, face ao teor da obra de José Mattoso, sintetizar a natureza do papel de Afonso Henriques como própria de um “caudilho” versus um “general”.

Terei tempo para dar nota das razões da minha discordância. Mas se é assim que nos sentimos bem connosco próprios e como só uma minoria de portugueses lerá a obra em causa …talvez a RTP pudesse realizar uma série histórica com base na obra de Mattoso com o seu aconselhamento pessoal! A RTP teria uma boa oportunidade para dar aos portugueses menos exploração do populismo fácil e mais serviço público! …
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