SONJA THOMSEN
[Para a Monica – Non c’è due senza tre]
L’uomo solo ascolta la voce calma
con lo sguardo socchiuso, quasi un respiro
gli alitasse sul volto, un respiro amico
che risale, incredibile, dal tempo andato.
L’uomo solo ascolta la voce antica
che i suoi padri, nei tempi, hanno udita, chiara
e raccolta, una voce che come il verde
degli stagni e dei colli incupisce a sera.
L’uomo solo conosce una voce d’ombra
carezzante, che sgorga nei toni calmi
di una polla segretta: la beve intento,
occhi chiusi, e non pare che l’abbia accanto.
È la voce che un giorno ha fermato il padre
di suo padre, e ciascuno del sangue morto.
Una voce di donna che suona segreta
sulla soglia di casa, al cadere del buio.
Cesare Pavese
[Para a Monica – Non c’è due senza tre]
L’uomo solo ascolta la voce calma
con lo sguardo socchiuso, quasi un respiro
gli alitasse sul volto, un respiro amico
che risale, incredibile, dal tempo andato.
L’uomo solo ascolta la voce antica
che i suoi padri, nei tempi, hanno udita, chiara
e raccolta, una voce che come il verde
degli stagni e dei colli incupisce a sera.
L’uomo solo conosce una voce d’ombra
carezzante, che sgorga nei toni calmi
di una polla segretta: la beve intento,
occhi chiusi, e non pare che l’abbia accanto.
È la voce che un giorno ha fermato il padre
di suo padre, e ciascuno del sangue morto.
Una voce di donna che suona segreta
sulla soglia di casa, al cadere del buio.
Cesare Pavese
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A CASA
O homem só escuta a voz calma
com os olhos semicerrados, como se um hálito
lhe roçasse o rosto, um hálito amigo
vindo, incrível, dos tempos idos.
O homem só escuta a voz antiga
que os seus pais outrora ouviram, clara
e recolhida, uma voz que como o verde
dos pântanos e das encostas escurece ao anoitecer.
O homem só conhece uma voz de sombra,
acariciante, que brota nos tons calmos
de uma fonte secreta: bebe-a absorto,
de olhos fechados, e não parece tê-la ao seu lado.
É a voz que um dia parou o pai
do seu pai, e todos os do sangue morto.
Uma voz de mulher que ecoa secreta
no umbral da casa, ao cair da noite.
Cesare Pavese
A CASA
O homem só escuta a voz calma
com os olhos semicerrados, como se um hálito
lhe roçasse o rosto, um hálito amigo
vindo, incrível, dos tempos idos.
O homem só escuta a voz antiga
que os seus pais outrora ouviram, clara
e recolhida, uma voz que como o verde
dos pântanos e das encostas escurece ao anoitecer.
O homem só conhece uma voz de sombra,
acariciante, que brota nos tons calmos
de uma fonte secreta: bebe-a absorto,
de olhos fechados, e não parece tê-la ao seu lado.
É a voz que um dia parou o pai
do seu pai, e todos os do sangue morto.
Uma voz de mulher que ecoa secreta
no umbral da casa, ao cair da noite.
Cesare Pavese
11 marzo – 10 aprile ‘50
Virá a morte e terá os teus olhos
11 de Março – 10 de Abril de 1950
"Trabalhar Cansa"
Tradução de Carlos Leite
Edições Cotovia
1 comentário:
Lindo o teu blogger. Este poema é muito bonito. Eu não conhecia essa escritora, nada dela eu tenho.
É você codnominada?
Lê isto, me visita, por gentileza.
DEDUÇÕES
Do mundo, não há mistérios fora de mim,
tudo já foi visto, enfim,
resta-me escolher entre o começo e o fim.
Não há meio de se evitar o ocaso,
como o acaso, certo, da aurora,
não há no mundo algo que eu não diga,
algo que não ouvi, perfeito, longe,
Não há meio de se evitar o parto,
estando a barriga já bem cheia,
e não há como não ver a lua,
na quarta semana meia,
Não há no mundo nada que eu conheça.
naeno:071006
Um beijo,
Naeno
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