quarta-feira, julho 18

GOVERNO- RESPOSTA A SARAMAGO: FROUXA E TARDIA

Posted by PicasaSaramago

O governo português resolveu responder à proposta iberista de Saramago. Se me permitem a opinião – tão livre como a de Saramago – tenho dúvidas se Saramago merecia uma resposta a nível de governo.

Curiosamente Saramago opinou contra a independência nacional dias depois de Portugal ter assumido a presidência da União Europeia. Não sejamos ingénuos ao ponto de acreditar em coincidências.

Saramago encontrou uma fórmula para usar o prestígio da sua obra, cujos méritos não discuto, mas que o estado português ajudou a promover, para atacar o seu próprio país e fragilizar o papel político de Portugal na União Europeia.

A resposta política do governo português foi frouxa e tardia. Saramago foi grosseiro e mal agradecido, exibindo um livre pensamento eivado de ressentimentos. Se Saramago tivesse atacado a independência de Espanha, se acaso Espanha fosse a sua pátria, qual pensam que teria sido a resposta da sociedade espanhola e do seu governo central?
.

3 comentários:

Luís Maia disse...

Não simpatizo com José Saramago, não sou especial adepto da sua escrita, muito menos do seu ar embirrante nem daquele ar pedante e superior que ostenta sempre que fala para a "plebe" que o escuta. (Saudades de Agostinho da Silva ou Nemésio, seres verdadeiramente superiores na sua simplicidade).

Porém, há ainda outra coisa com que embirro mais, o defeito bem português, de ser incapaz de manter uma discussão, no seu verdadeiro nível dialéctico, quero dizer manter a discussão dentro dos limites do que realmente se está a discutir, sem a utilização deliberada, acho eu, de argumentos laterais, que não dizem respeito ao assunto em discussão.

Isto a propósito da famosa entrevista que Saramago deu ao DN, onde ele prevê a hipótese de no futuro, Portugal ser integrado numa eventual Ibéria, tornando-se mais um dos "estados" que hoje constituem esta Península.

Não consegue descortinar-se se Saramago deseja isso, pode até pensar-se que sim, mas o facto é que não o diz, emite apenas uma opinião do que pode vir a acontecer no futuro.

De imediato muita vozes se levantaram, atacando-o, como se Saramago tivesse defendido a integração de Portugal, "chico espertismo" intelectual, digo eu para parecer bem na comunidade portuguesa.

Não vem a propósito mas utilizando a regra nacional da discussão lateral, até posso "argumentar "que ele até paga os impostos em Portugal e não quer pagar em Espanha, sinal que gosta mais de nós.

Ofensa deliberada a Portugal e ao irmão povo Galego fez ele há dias, quando ali discursou em castelhano, depois de lhe terem dito que o podia fazer em Português pois toda a gente o compreenderia.

Anónimo disse...

Caro Eduardo:
Mas que te deu para tão primário patriotismo?!
Estou inteiramente de acordo com o que se escreve no comentário anterior. Qual é a razão para destilar tanta raiva ao homem (Saramago) lá por ele, talvez, ser um eventual ou hipotético iberista?
Como já deixei escrito num comentário anterior sobre o mesmo tema, pensar que essa reacção anti-iberista é muito patriótica é, afinal, ignorar a história de Portugal - a menos que o meu caro Amigo Eduardo também queira arrojar-se a chamar anti-patriotas ao reis e príncipes de Portugal que, por exemplo nas décadas de transição entre os séculos XV e XVI, trataram activamente de procurar a União Ibérica.
É preciso acabar rapidamente de ler o D. Afonso Henriques e passar a outras fases, para dar maior colorido a um patriotismo um bocadinho apressado demais.

Tinta Azul disse...

O homem às vezes parece mais Sarama(r)go do que outra coisa. Não tenho grande simpatia por ele, pois acho que muitas vezes as suas opiniões são mais marketing que outra coisa. Eu gosto dos espanhóis, sinto-me em casa na Galiza, mas gosto bem de ser portuguesa, apesar de tudo. Ouçam os catalães na sua Catalunha a ver se eles próprios (a maioria) diz que é espanhol!